Antigos armazéns de tecidos
Elísio Augusto de Medeiros e Silva
Empresário,
escritor e membro da AEILIJ
elisio@mercomix.com.br
Nos
antigos armazéns varejistas do Brasil Colonial vendia-se de tudo: gêneros
alimentícios; pólvora; ferragens; instrumentos agrícolas; artigos de couro;
calçados; fazendas; roupas; pedras de fogo; sabão em pedra; bacias; urinóis;
estojos de navalha; canivetes; tesouras e facas; louças chinesas, inglesas ou
francesas; caixas para rapé; chapéus; etc.
Nesse
artigo iremos abordar apenas os tecidos que eram vendidos nesses
estabelecimentos, a grande maioria de procedência europeia ou asiática,
vendidos a retalho nos armazéns/ armarinhos:
Azulão:
tecido grosso de algodão, na cor azul, fabricação inglesa.
Pano
de algodão: tecido grosso de algodão, usado para confecção de roupas brancas,
lençóis...
Baeta:
variedade grossa de tecido felpudo de lã, artigo bom e caro.
Bretanha:
variedade de tecido de linho e de algodão de boa qualidade.
Canequim:
fino tecido de algodão, manufaturado na Índia.
Cobertor
de Papa: tecido de lã felpuda e de qualidade inferior.
Durante:
variedade de tecido de lã grossa, lustroso como o cetim.
Ganga:
tecido de algodão, forte e durável, de procedência chinesa.
Ganguineta:
certo tipo de tecido de ganga, em tom escuro.
Pano
de linho de freira: tecido de linho muito fino, utilizado pelas freiras e
monjas para confecção de certas peças do hábito.
Pano
patente: tecido de algodão, de boa qualidade, fabricação inglesa.
Parche:
pedaço de tecido fino como o tafetá.
Pano
riscado: certa variedade de tecido de algodão – existia também o pano riscado
de linho.
Pano
de linho: tecido de linho, branco ou de cor.
Pano
da Holanda: tecido de linho de trama muito fechada. Havia vários tipos.
Morim:
uma variedade de tecido de algodão, normalmente na cor branca.
Chita:
uma variedade tecido de algodão de qualidade inferior. Muito usada era a chita
estampada em cores vivas, berrantes.
Cassa:
tecido de algodão ou linho, fino, leve e transparente, de procedência asiática.
Cambrainha:
variedade de cambraia – tecido fino e transparente, de boa qualidade,
possivelmente fabricado de linho.
Estopa:
tecido forte de grossos fios de linho.
Pano
amarelo fino: um tecido que poderia ser de linho, lã ou algodão, na cor
amarela.
Pano
largo: outra variedade de tecido de algodão, linho ou lã, mais largo que os
demais.
Fustão:
tipo de tecido de algodão, seda, lã ou linho, que apresentava em sua textura
cordões justapostos.
Surrete:
tecido de algodão provavelmente originário de antiga feitoria portuguesa de Surrete,
na Índia.
Droguete:
tecido de lã que, quanto mais encorpado, melhor.
Canequim:
fino tecido de algodão, fabricado na Índia.
Essas
eram as fazendas da moda entre as últimas décadas do século XVIII e as
primeiras do século XIX. Muitas dessas denominações persistem para alguns
desses tipos de tecidos, enquanto que outras caíram em desuso e são totalmente
desconhecidas nos dias de hoje.
Além
desses tecidos de algodão, linho, seda e lã, os varejistas negociavam outros
artigos relacionados ao vestir - rodaques, rabonas, jalecos, calções, véstias,
fraques, vestidos, camisas, capas, ceroulas, meias, calças, chapéus, chinelas,
botas, sapatos, lenços, mantas, cobertores, bengalas, dragonas, cabeleiras,
guarda-sóis...
Roupas
de cama e mesa também eram vendidas nesses locais, como: lençóis e fronhas,
toalhas de mesa e guardanapos de tecidos.
E,
claro que não poderiam faltar, artigos e aviamentos para costura: agulhas,
linhas, botões, fitas, colchetes, alfinetes e retroses, etc.
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