A família Praxedes
A família Praxedes do Vale do Ceará Mirim e Taipu
Gustavo de Castro Praxedes*
A família Praxedes do Vale do Ceará Mirim e Taipu é a mesma que povoou a região Oeste do Rio Grande do Norte em meados do século XIX e teve como tronco genealógico o Tenente Coronel Vicente Praxedes Benevides Pimenta e suas duas esposas, dona Herculana Josefa do Amor Divino e dona Antônia Mafalda de Oliveira. Destes abençoados casamentos, o “Adão da família Praxedes”, foi pai de 22 filhos, todos batizados com o seu sobrenome e continuadores de sua estirpe.
Dentre os muitos filhos que teve, no ano de 1835 nasceu Francisco Praxedes Benevides Pimenta, que como o pai, foi Tenente Coronel da Guarda Nacional, senhor de terras, gado e escravos. Francisco, em plena jovialidade, faleceu em 1872 com apenas 37 anos, deixando viúva, sua esposa Raimunda Cândida do Rego Leite Praxedes e seis filhos com idades que variava entre dois e onze anos.
Conta a tradição oral que na seca de 1877, Raimunda migrou da Serra do Martins para o Vale do Ceará Mirim onde se estabeleceu com seus seis filhos. Ao sair de sua cidade, levava consigo um contingente de 100 bestas.
Porém, chegando ao Vale, restava apenas a que vinha montada, pois o restante havia morrido de fome pelo caminho. Os menores, Maria Praxedes, João Praxedes, Herculana Praxedes, Cândida Praxedes e dois Franciscos, cresceram e constituíram família pelo verde Vale, principalmente na localidade de Coqueiros, reduto de muitos Praxedes nascidos e por nascer.
Maria, a mais velha, nasceu em 1860, casou com João Ferreira Nobre e foram avós do Dr. Waldir Calvalcanti, médico em Recife e empresário em Garanhuns; João, nasceu em 1861, casou com Petronila Rodrigues Santiago; Herculana, nasceu em 1862, casou com Vicente Felizardo; Francisco, o primeiro com este nome, em 1864, foi casado com Joana Ferreira Nobre; Cândida, em 1865, casou com Manoel de Melo Pinto e o segundo Francisco, nascido em 1869, não tendo-se conhecimento do seu casamento ou se deixou descendentes.
O segundo filho de Francisco Praxedes e dona Raimunda Cândida recebeu na pia batismal o nome de João Praxedes do Amaral Lisboa. João, Barbeiro de profissão, nasceu em Martins, região Serrana do Estado e casou, como já foi dito, com Petronila Rodrigues Santiago. Deste casamento nasceu Otávio Praxedes do Amaral Lisboa, origem da família Praxedes do Taipu. É bom destacar que Dona Petronila, era filha de Jerônimo Ferreira Santiago e Felipa Rodrigues da Silveira; tetra neta de Gonçalo Soares Raposo da Câmara, conhecido por “Gonçalo Morgado”, membro do Senado de Natal em 1801 e de dona Ana Maria do Nascimento; Por sua vez era sétima neta de Manoel Raposo da Câmara, fidalgo português, Morgado da Ilha de São Miguel dos Açores, Portugal e de sua esposa dona Antonia da Sylva, tronco de uma das mais tradicionais famílias do Vale do Ceará Mirim nos séculos XVII, XVIII e XIX.
Os Praxedes de Taipu Otávio Praxedes do Amaral Lisboa, bisneto de Vicente, filho único, nasceu em Ceará Mirim aos 04 de maio de 1901 e faleceu na capital pernambucana aos 10 de janeiro de 1983 com quase 82 anos de idade. No final da década de 1910, deixou Ceará Mirim e foi residir com o seu tio materno Manoel Rodrigues Santiago, “Ué”, no povoado da Boa Vista, Município de Taipu. Posteriormente, passou a residir na sede do município, onde foi tomar conta do comércio de secos e molhados do tio. Com a ajuda do “Tio Ué”, montou seu próprio negócio. Com o passar do tempo a mercearia de “Seu Otávio”, tornou-se referência na região e ele um negociante de prestígio na Vila do Taipu.
Na década de 40 e 50, chegou a ser um dos maiores fornecedores de secos e molhados do Mato Grande, bem como produtor rural. Para se ter idéia do prestígio que possuía, basta dizer que a marca do ferro usada em seu gado, era conhecida por todos e em todas as feiras da região, pois ao invés de ter o sinal “VT”, Vila Taipu, possuía um “U” em homenagem a sua fazenda de criação, Ubiratã. Cada filho possuía seu próprio ferro, João Praxedes era JP e cada neto um número, que junto com a marca do pai, identificava a quem
pertencia o novilho. Por indicação do seu primo, Senador João Severiano da Câmara, foi empossado como Intendente da Vila do Taipu no ano de 1932, tendo durado sua administração menos de um ano. De estatura baixa, magro e de personalidade forte, era homem de idéias avançadas para sua época. Na década de 40, adquiriu o primeiro rádio do município movido à energia eólica e o primeiro caminhão Mercedes Bens do Rio Grande do Norte, assim como, o primeiro trator colheitadeira. Na década de 1970, tornou-se o maior produtor de cana-de-açúcar individualmente do Vale do Ceará Mirim. Em termos de produção, a fazenda Barra de Levada batia recordes, só perdia para Usina São Francisco, dona da maioria das terras da região.
No distante ano de 1926 casou com a jovem Maria das Dores Soares, filha de João Soares de Silva e Izabel de Vasconcelos Soares. Ao longo de 57 anos de casados, Otávio e Maria das Dores foram pais de 12 filhos, sendo o primeiro João Praxedes do Amaral, que reproduzia o nome do avô paterno, pai do autor deste trabalho, casado com dona Susanira de Castro; Otávio Praxedes do Amaral Filho, casado com a cearense Terezinha Nogueira Fernandes; Maria de Lourdes Praxedes, casada com Manoel Dantas Barreto, cujas origens, são as mesmas dos Praxedes; Fernando Praxedes do Amaral casado com Francisca Dantas; Alba Praxedes, casada com Severino Guedes; Armando Praxedes, falecido criança; Renato Praxedes do Amaral Lisboa, casado com sua prima Helione Rodrigues Santiago; Ivone Praxedes, falecida criança; Cristovam Praxedes, 1º com este nome, faleceu criança; Cristovam Praxedes, 2º com este nome, Desembargador, Secretário de Segurança no Governo Iberé Ferreira de Souza, casado com a mineira Adélia Izabel da Cunha; Gilberto Praxedes, agropecuarista no Ceará Mirim, casado com Marluce Ramalho e Djalma Praxedes, o mais novo, panificador, casado com Alzira Amorim de Carvalho, descendente dos Amorins de Martins e que são da mesma estirpe dos Praxedes de Caraúbas.
Otávio e Maria representaram o exemplo de união familiar. Ao longo de suas vidas, muitos foram os momentos de fortalecimento desta união. Durante anos, era quase que sagrado, sempre no dia dos pais, mães, aniversários e até mesmo no domingo para a ferra do gado, a família estar reunida. Cada encontro servia para que filhos e netos reavivassem esse ELO que por muitos séculos chamamos FAMÍLIA.
Dentre os muitos filhos que teve, no ano de 1835 nasceu Francisco Praxedes Benevides Pimenta, que como o pai, foi Tenente Coronel da Guarda Nacional, senhor de terras, gado e escravos. Francisco, em plena jovialidade, faleceu em 1872 com apenas 37 anos, deixando viúva, sua esposa Raimunda Cândida do Rego Leite Praxedes e seis filhos com idades que variava entre dois e onze anos.
Conta a tradição oral que na seca de 1877, Raimunda migrou da Serra do Martins para o Vale do Ceará Mirim onde se estabeleceu com seus seis filhos. Ao sair de sua cidade, levava consigo um contingente de 100 bestas.
Porém, chegando ao Vale, restava apenas a que vinha montada, pois o restante havia morrido de fome pelo caminho. Os menores, Maria Praxedes, João Praxedes, Herculana Praxedes, Cândida Praxedes e dois Franciscos, cresceram e constituíram família pelo verde Vale, principalmente na localidade de Coqueiros, reduto de muitos Praxedes nascidos e por nascer.
Maria, a mais velha, nasceu em 1860, casou com João Ferreira Nobre e foram avós do Dr. Waldir Calvalcanti, médico em Recife e empresário em Garanhuns; João, nasceu em 1861, casou com Petronila Rodrigues Santiago; Herculana, nasceu em 1862, casou com Vicente Felizardo; Francisco, o primeiro com este nome, em 1864, foi casado com Joana Ferreira Nobre; Cândida, em 1865, casou com Manoel de Melo Pinto e o segundo Francisco, nascido em 1869, não tendo-se conhecimento do seu casamento ou se deixou descendentes.
O segundo filho de Francisco Praxedes e dona Raimunda Cândida recebeu na pia batismal o nome de João Praxedes do Amaral Lisboa. João, Barbeiro de profissão, nasceu em Martins, região Serrana do Estado e casou, como já foi dito, com Petronila Rodrigues Santiago. Deste casamento nasceu Otávio Praxedes do Amaral Lisboa, origem da família Praxedes do Taipu. É bom destacar que Dona Petronila, era filha de Jerônimo Ferreira Santiago e Felipa Rodrigues da Silveira; tetra neta de Gonçalo Soares Raposo da Câmara, conhecido por “Gonçalo Morgado”, membro do Senado de Natal em 1801 e de dona Ana Maria do Nascimento; Por sua vez era sétima neta de Manoel Raposo da Câmara, fidalgo português, Morgado da Ilha de São Miguel dos Açores, Portugal e de sua esposa dona Antonia da Sylva, tronco de uma das mais tradicionais famílias do Vale do Ceará Mirim nos séculos XVII, XVIII e XIX.
Os Praxedes de Taipu Otávio Praxedes do Amaral Lisboa, bisneto de Vicente, filho único, nasceu em Ceará Mirim aos 04 de maio de 1901 e faleceu na capital pernambucana aos 10 de janeiro de 1983 com quase 82 anos de idade. No final da década de 1910, deixou Ceará Mirim e foi residir com o seu tio materno Manoel Rodrigues Santiago, “Ué”, no povoado da Boa Vista, Município de Taipu. Posteriormente, passou a residir na sede do município, onde foi tomar conta do comércio de secos e molhados do tio. Com a ajuda do “Tio Ué”, montou seu próprio negócio. Com o passar do tempo a mercearia de “Seu Otávio”, tornou-se referência na região e ele um negociante de prestígio na Vila do Taipu.
Na década de 40 e 50, chegou a ser um dos maiores fornecedores de secos e molhados do Mato Grande, bem como produtor rural. Para se ter idéia do prestígio que possuía, basta dizer que a marca do ferro usada em seu gado, era conhecida por todos e em todas as feiras da região, pois ao invés de ter o sinal “VT”, Vila Taipu, possuía um “U” em homenagem a sua fazenda de criação, Ubiratã. Cada filho possuía seu próprio ferro, João Praxedes era JP e cada neto um número, que junto com a marca do pai, identificava a quem
pertencia o novilho. Por indicação do seu primo, Senador João Severiano da Câmara, foi empossado como Intendente da Vila do Taipu no ano de 1932, tendo durado sua administração menos de um ano. De estatura baixa, magro e de personalidade forte, era homem de idéias avançadas para sua época. Na década de 40, adquiriu o primeiro rádio do município movido à energia eólica e o primeiro caminhão Mercedes Bens do Rio Grande do Norte, assim como, o primeiro trator colheitadeira. Na década de 1970, tornou-se o maior produtor de cana-de-açúcar individualmente do Vale do Ceará Mirim. Em termos de produção, a fazenda Barra de Levada batia recordes, só perdia para Usina São Francisco, dona da maioria das terras da região.
No distante ano de 1926 casou com a jovem Maria das Dores Soares, filha de João Soares de Silva e Izabel de Vasconcelos Soares. Ao longo de 57 anos de casados, Otávio e Maria das Dores foram pais de 12 filhos, sendo o primeiro João Praxedes do Amaral, que reproduzia o nome do avô paterno, pai do autor deste trabalho, casado com dona Susanira de Castro; Otávio Praxedes do Amaral Filho, casado com a cearense Terezinha Nogueira Fernandes; Maria de Lourdes Praxedes, casada com Manoel Dantas Barreto, cujas origens, são as mesmas dos Praxedes; Fernando Praxedes do Amaral casado com Francisca Dantas; Alba Praxedes, casada com Severino Guedes; Armando Praxedes, falecido criança; Renato Praxedes do Amaral Lisboa, casado com sua prima Helione Rodrigues Santiago; Ivone Praxedes, falecida criança; Cristovam Praxedes, 1º com este nome, faleceu criança; Cristovam Praxedes, 2º com este nome, Desembargador, Secretário de Segurança no Governo Iberé Ferreira de Souza, casado com a mineira Adélia Izabel da Cunha; Gilberto Praxedes, agropecuarista no Ceará Mirim, casado com Marluce Ramalho e Djalma Praxedes, o mais novo, panificador, casado com Alzira Amorim de Carvalho, descendente dos Amorins de Martins e que são da mesma estirpe dos Praxedes de Caraúbas.
Otávio e Maria representaram o exemplo de união familiar. Ao longo de suas vidas, muitos foram os momentos de fortalecimento desta união. Durante anos, era quase que sagrado, sempre no dia dos pais, mães, aniversários e até mesmo no domingo para a ferra do gado, a família estar reunida. Cada encontro servia para que filhos e netos reavivassem esse ELO que por muitos séculos chamamos FAMÍLIA.
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