NOEL ROSA, O INESQUECÍVEL
Berilo de Castro
NOEL ROSA, O INESQUECÍVEL –
Aqueles
que desfrutam de bons ouvidos e que têm o prazer de cultuar a bela
poesia musical jamais irão esquecer de Noel de Medeiros Rosa – Noel
Rosa (1910-1937). Ouço cada dia mais as
suas canções e memorizo com alacridade a sua doce genialidade poética.
Vamos relembrar e mostrar aos mais jovens e
aos seus admiradores um pouco da vida desse genial sambista, compositor,
cantor, bandolinista, violonista, que compôs mais de 300 músicas em um
curtíssimo espaço de tempo da sua existência
– até os seus 26 anos. Considerado pelo poeta, jornalista, cronista e
compositor Orestes Barbosa (1893-1966) o “Rei das letras”:
– Vejamos um pouco da sua biografia:
– Noel de Medeiros Rosas (Noel Rosa) nasceu
no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1910 – na Rua Teodoro da Silva
número 385, Bairro de Vila Izabel.
– Filho de Martha de Azevedo Rosa e Manuel de Medeiros Rosa.
– Nasceu extraído por fórceps (ferramenta
utilizada pelo obstetra em partos normais como uma das últimas
alternativas em casos de intercorrências no parto, a fim de evitar uma
cesariana emergencial).
– Ficou sequelado pelo uso do fórceps, passando a viver com um notável defeito na mandíbula (queixo deslocado e retraído).
– Herdou da sua mãe Dona Martha (bandolinista) o DNA musical.
– Sua educação familiar foi direcionada para a formação médica.
– Foi aprovado para o Curso de Medicina em 1930, tendo cursado até o segundo ano.
– Em 1929, integrou o famoso Conjunto
Bando de Tangarás, constituído por: Braguinha, Almirante, Alvinho e
Henrique Brito (potiguar ).
– Aos vinte anos, gravou o seu primeiro sucesso “Com que roupa”.
– Ainda jovem, o seu pai cometeu suicídio quando se encontrava internado para tratamento psiquiátrico.
— Noel dizia muito falava pouco.
— Foi protagonista de uma disputada
polêmica musical com outro grande compositor: Wilson Batista
(1913-1968), que durou mais de três anos, com lucros e dividendos para a
música brasileira; com canções como: Rapaz folgado, Feitiço
da Vila, Palpite infeliz; e Wilson Batista com: Lenço no pescoço,
Mocinho da Vila, Conversa fiada.
– Em 1933, casou-se com Lindaura Martins.
– Teve várias namoradas: Clara,
Josefina (Fina), Julinha e Juracy Correia de Morais, conhecida por Ceci
(prostituta do Cabaré Apolo, na Lapa). A sua grande paixão, para quem
compôs uma de suas mais belas canções: Último desejo.
— A boemia exagerada, as noites mal
dormidas e a pouca alimentação fizeram com que contraísse Tuberculose:
doença que o levaria à morte precocemente —em 1937.
– Não deixou filhos.
– Nos momentos finais da sua vida, gravou:
Eu sei sofrer: Quem é que já sofreu mais do que eu/ Quem
é que me viu chorar? / Sofrer foi um prazer que Deus me deu/ Eu sei sofrer sem reclamar…
– Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju – Rio de Janeiro.
Berilo de Castro –
Escritor
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