05/08/2018


 NOEL ROSA, O INESQUECÍVEL

Berilo de Castro

NOEL ROSA, O INESQUECÍVEL –
 Aqueles que  desfrutam de bons ouvidos e que têm o prazer de cultuar a bela poesia musical jamais irão  esquecer de Noel de Medeiros Rosa – Noel Rosa (1910-1937).  Ouço cada dia mais as  suas canções e memorizo com alacridade a sua doce genialidade poética.
Vamos relembrar e mostrar aos mais jovens e aos seus admiradores um pouco da vida desse genial sambista, compositor, cantor, bandolinista, violonista, que compôs mais de 300 músicas em um curtíssimo espaço de tempo da sua existência – até os seus  26 anos. Considerado pelo poeta, jornalista, cronista e compositor Orestes Barbosa (1893-1966) o “Rei das letras”:
  – Vejamos um pouco da sua biografia:
– Noel de Medeiros Rosas (Noel Rosa) nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1910 – na Rua Teodoro da Silva número 385, Bairro de Vila Izabel.
 – Filho de Martha de Azevedo Rosa e Manuel de Medeiros Rosa.
– Nasceu extraído por fórceps (ferramenta utilizada pelo obstetra em partos normais como uma das últimas alternativas em casos de intercorrências no parto, a fim  de evitar uma cesariana emergencial).
      – Ficou sequelado pelo uso do fórceps, passando a viver com um notável defeito na mandíbula (queixo deslocado e retraído).
 – Herdou da sua mãe Dona Martha (bandolinista) o DNA musical.
     – Sua educação familiar foi direcionada para a formação médica.
    – Foi aprovado para o Curso de Medicina em 1930, tendo cursado até o segundo ano.
     – Em 1929, integrou o famoso Conjunto Bando de Tangarás, constituído por: Braguinha, Almirante, Alvinho e Henrique Brito (potiguar ).
     – Aos vinte anos, gravou o seu primeiro sucesso “Com que roupa”.
    – Ainda jovem, o seu pai cometeu suicídio quando se encontrava internado para tratamento psiquiátrico.
    — Noel dizia muito falava pouco.
   — Foi protagonista de uma disputada polêmica musical com outro grande compositor: Wilson Batista (1913-1968), que durou mais de três anos, com lucros e dividendos para a música brasileira; com canções como: Rapaz folgado, Feitiço da Vila, Palpite infeliz; e Wilson Batista com: Lenço no pescoço, Mocinho da Vila, Conversa fiada.
      – Em 1933, casou-se com Lindaura Martins.
       – Teve várias namoradas: Clara, Josefina (Fina), Julinha e Juracy Correia de Morais, conhecida por Ceci (prostituta do Cabaré Apolo, na Lapa). A sua grande paixão, para quem compôs uma de suas mais belas canções: Último desejo.
      — A boemia exagerada, as  noites mal dormidas e a  pouca alimentação fizeram com que contraísse Tuberculose: doença que o levaria à morte precocemente —em 1937.
       – Não deixou filhos.
   – Nos momentos finais da sua vida, gravou: Eu sei sofrer: Quem é que já sofreu mais do que eu/ Quem é que me viu chorar? / Sofrer foi um prazer que Deus me deu/ Eu sei sofrer sem reclamar…
      – Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju – Rio de Janeiro.
Berilo de CastroEscritor
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