Saint Exupéry 70 anos
José
Eduardo Vilar Cunha
Jornalista
e escritor
Ocasionalmente em
duas oportunidades me aproximei da história a respeito de Saint Exupéry. A primeira vez foi quando me dirigia para a
famosa praia de Saint Tropez que, nos anos 60 ficou conhecida por ser moradia
de Brigitte Bardot e, por causa do horário do le bateau, pernoitei em Saint
Raphael, Côte d’Azur que é uma estância balneária da
Riviera francesa, inserida numa belíssima enseada repleta de embarcações. Durante
o tempo que passeava pela parte antiga da vila fui informado que havia uma
exposição da Aéropostale. A segunda vez que aconteceu esta aproximação foi em
Vichy, a capital do Estado Francês nos anos 40–44, período este, considerado
obscuro na história francesa. Atualmente Vichy é procurada para o uso
terapêutico das suas águas termais.
O jornal “La Montagne” que circula na région
de Auvergne, em Jeudi 31 Juillet 2014, informava da comemoração dos 70 anos do
seu desaparecimento, visto que, em 31 de julho de 1944, Saint Exupéry, numa
missão de reconhecimento fotográfico, desapareceu pilotando P38 Lightning F-B5 num voo sobre o mediterrâneo, nas
proximidades de Marseille.
Na exposição em Saint
Raphael pude observar que Pierre-Georges Latécoère fundou em Toulouse -
Montaudron a Lignes Latécoère em 1918, que em seguida passou a ser Compagnie
Générale d’Entreprises Aéronautiques, C.G.E.A. em 1921, posteriormente,
Compagnie Générale Aéropostale em 1927 e por fim, Air France 1933.
A história que lhes
conto começa quando Saint Exupéry ingressa como piloto da Aéropostale, justamente
com Mermoz e Guillaumet voando entre Toulouse, Casablanca e Dacar. Nesta mesma
época ele publica seu primeiro livro L’Aviateur e os seguintes, Courrier Sud em
1929 e Vol de Nuit, 1931.
Após o armistício de
1940 quando a França e a Alemanha acertaram o cessar fogo, Saint Exupéry viaja
para Nova York e em 1943 publica “O Pequeno Príncipe” alcançando sucesso
internacional.
Ainda, em 1943, Saint
Exupéry retorna ao antigo esquadrão 2/33 da Força Aérea da França Livre,
permanecendo em uma base na Córsega. Todavia, é numa das missões de averiguação
que o seu avião desaparece, sem deixar vestígios, naquela data fatídica, 31 de
julho de 1944.
Muitas hipóteses são
aventadas sobre a autenticidade do aparecimento da pulseira encontrada por um
pescador com identificação ANTOINE SAINT EXUPÉRY, em 1998. Contudo, em 2000 os destroços do avião P38
Lightning F-B5 foram encontrados ao largo de Riou, Marseille, sendo identificados
pelo número de série da aeronave. Segundo consta em relatos as peças restantes encontradas
do avião estão no museu do Ar e do Espaço de Bourget.
Um enigma permanece neste sinistro, o corpo de Saint Exupéry nunca foi encontrado.
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