Em 2013 o grande jornalista, recentemente falecido e um dos baluartes da Maçonaria Ticiano Duarte, publicou um elogio ao exemplar líder maçônico ARMANDO DE LIMA FAGUNDES que partiu para a outra dimensão da existência. Não poderia descrever esse extraordinário homem do Bem de forma melhor como o fez Ticiano, agora reproduzido, com pequenas adaptações:
A gratidão da Maçonaria
Ticiano Duarte - jornalista
As minhas palavras de homenagem ao grande líder maçônico, Armando de Lima Fagundes, um dos seus fundadores e veneráveis, por mais de 08 anos, em diversos mandatos, quando comandou a luta pela construção da sede própria, do Templo, da Escola, que tem o nome do seu pai, Bartolomeu Fagundes, um dos grandes expoentes da maçonaria nordestina que segurou uma bandeira primeiramente desfraldada pelo avô, o vigário Bartolomeu, o memorável sacerdote, político e maçom, que fez história pelo gesto desassombrado e autêntico, no episódio da Questão Religiosa. Este é um episódio histórico que não pode ser contado em pouco espaço de jornal e que está registrado em livros, entre os quais se destacam os do professor Antônio Fagundes e do saudoso irmão, José Coutinho Madruga.
Na síntese que fiz sobre o trabalho maçônico de Armando, do bisavô, do avô, Emídio Fagundes, do pai acima mencionado, falei que maçonaria se faz com muito amor, desprendimento, renúncia, tolerância e humildade. Lembrei as palavras de Paulo, apóstolo, quando se referia ao amor verdadeiro. Dizia ele: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbolo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens e ainda que eu entregue o próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”. E Paulo conclui seu belíssimo ensinamento ao afirmar que o amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.
Depois de falar sobre as figuras que fundaram a Loja Bartolomeu Fagundes e de agradecer ao trabalho dos deputados Ricardo Motta e Walter Alves na batalha pela solução da legalização do terreno onde está construída sua sede, os quais abriram as portas para que chegássemos à audiência com a governadora do estado e depois com a ajuda substancial para aprovação, na Assembleia Legislativa, do projeto de lei enviado pelo Poder Executivo, em tempo recorde, falei sobre a união dos maçons, do seu significado para o engrandecimento do trabalho maçônico e da difusão dos seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Disse que a nossa Confederação Maçônica do Brasil, COMAB, tem na sua bandeira, estandarte uma legenda de muita significação-Ut omnes unum sint-que todos sejam um só, como exaltação à união. A interpretação, segundo os maçonólogos, é que a vida é importante e geradora dos melhores frutos ao vivermos em união, que todos sejam um só.
Relembrei o grande tribuno, Padre Vieira que ao falar sobre a união, dissera entre outras coisas que toda a Vida (ainda das coisas que não têm Vida) não é mais que uma União. Até o homem (cuja vida consiste na união de corpo e alma), com a união é homem, sem a união é cadáver.
Citei o poeta, ao dizer quer Armando, aos 95 anos, ainda pode evocar as lições de vida de seu pai: Sangue do meu Sangue, boca do meu pão, água que te dou mata minha sede. O mundo te espera: é tua pirâmide. Ergue a tua mão no dia magnético. Ergue a tua mão para a continência que és não só meu praça, também meu soldado. Meu filho varão”.
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