Instituto Histórico do RN espera parecer de Iphan para reforma
Publicação: 19 de Fevereiro de 2014 às 00:00 (Tribuna do Norte)
Prestes a completar 112 anos no próximo dia 29 de março, o Instituto Histórico e Geográfico do RN ainda não obteve anunência do Iphan-RN para prosseguir com as obras de recuperação de sua sede na Cidade Alta. A obra foi embargada no final de novembro do ano passado, após remoção indevida do piso de ladrilho hidráulico instalado no auditório da mais antiga instituição cultural do Estado há pelo menos meio século. Mesmo com parte da estrutura interditada, a direção da entidade resolveu reabrir as portas nesta segunda-feira (17) para atender visitantes e pesquisadores.
Yuno SilvaObra do auditório permanece parada até parecer do Iphan
“Aguardamos o parecer do Iphan-RN para retomarmos os trabalhos. Nosso desejo é que, até o fim de março, possamos fazer a festa de aniversário do Instituto e comemorar o primeiro ano da nova gestão em um ambiente limpo e organizado”, disse o presidente do IHGRN, Valério Mesquita.
Porém, passados quase três meses do embargo, a superintendência regional do Iphan informou que ainda não recebeu todos os documentos solicitados para embasar o parecer. “Essa demora foi provocada pelo próprio IHGRN”, garantiu Onésimo Santos, superintendente do Iphan-RN. “Estamos pedindo coisas simples como cópias de documentos pessoais e a planta com o projeto de intervenção. As cópias entregaram um dia desses, mas aguardamos os projetos. De qualquer forma o processo está tramitando. Estamos cumprindo todos os prazos”.
Como o edifício é tombado pelo patrimônio histórico, Onésimo recorda que a direção do Instituto removeu os ladrilhos hidráulicos antes de qualquer autorização formal do Iphan-RN. Em vez de aplicar multa, ficou decidido em comum acordo que a direção do Instituto Histórico e Geográfico irá compensar a remoção do piso antigo com a realização de um estudo memorialista sobre o histórico da entidade. “A documentação formalizando o acordo (da compensação) está pronta e será encaminhada amanhã (hoje) para o setor jurídico regional que funciona em Pernambuco. Eles têm um prazo de até 180 dias para devolver o contrato”, adiantou. A notícia é um balde de água fria na meta determinada pelo diretores do IHGRN.
Questionado sobre a possibilidade do IHGRN se organizar para receber comemorações no final de março, Onésimo Santos explicou que o embargo não impede do local ser limpo e de serviços simples como pintura serem retomados. “O mal feito foi feito (a remoção do piso sem autorização) e a reparação demora. Por enquanto, até que seja definida qual a solução, o auditório ficará sem o piso”, frisa.
O embargo da obra no Instituto coincide com o bom momento financeiro da entidade: valério Mesquita contou na manhã de ontem ao VIVER que o Instituto, finalmente, recebeu parte das emendas aprovadas pela Assembleia Legislativa para o orçamento de 2013 – recursos que serão utilizados para concluir os reparos na estrutura física, incluindo melhorias nas redes elétrica e hidráulica; mais acomodação, limpeza e levantamento completo do acervo.
“Dos R$ 400 mil aprovados na AL ano passado, temos R$ 100 mil disponível em conta. O Governo do RN publicou, no Diário Oficial no dia 15, outros R$ 200 mil que teremos acesso em 30 dias”, disse Mesquita, informando que é chegada a hora de aplicar esses recursos. Paralelo às obras de recuperação, há um projeto arquitetônico em fase final de elaboração que prevê a ampliação e readequação do IHGRN, como a construção de um auditório no subsolo e de um café no pátio. Mas os planos terão que aguardar um pouco, até a proposta ser avaliada pelo Iphan-RN.
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