A Casa de Badia
Por Gustavo Sobral
Estive na Casa de Badia. Como em um conto das 1001 noites, a milésima
segunda estaria para ser contada: a história de Badia Massabni e de
suas dançarinas, e nos palcos. Duas sessões, casa lotada, o Teatro de
Cultura Popular em palmas ao ritmo da música Árabe, em uma viagem ao
Oriente perdido, à origem da dança do ventre e a biografia de Badia.
Badia Massabni reinventou a dança na sua movimentada casa de
espetáculos no Cairo, Egito. Nascida na Síria, sua vida foi uma
conturbada aventura em que a dança não foi apenas um negócio, mas a
razão de sua vida. Inventiva, ousada, mostrou que a dança é o caminho da
liberdade, da beleza dos movimentos, sonho e encantamento.
O show vai começar
Um cenário de Casablanca, três homens, uma mesa, o ambiente festivo
da casa e todo o poder transformador da dança. O palco vibrava. A
plateia, aplaudia. Alvoroço nos camarins, é que por trás dos palcos, há
uma outra cena. Cada entrada, uma surpresa, figurino impecável, passos
perfeitos, sorrisos, a luz do teatro. Coragem!, tudo vai dar certo, é o
que se sussurra nas coxias. Teatro é solidariedade.
Produção e apoio são vitais, não há espetáculo sem a soma de suas
partes: roteiro, direção, coreografia, figurino, cenografia, som,
música, luz, bilheteria, fotografia, e tudo pode acontecer: um grampo
que se precisa, um botão que cai. Na plateia, o público sonha, longe no
tempo. No escurinho do teatro, sai de si, viaja no encanto e na beleza.
Tudo é mágico e quando se vê já são os aplausos, os agradecimentos, os
abraços e as flores. Tudo saiu perfeito. Sonho de mil e uma noites.
Dança é celebração.
Créditos
Agradeço a Cia Nawar pelo convite para participar do espetáculo, ser
figurante foi um presente, experiência indescritível, obrigado!,
parabenizo a todas as bailarinas no nome de Lígia Moura e recomendo a
leitura da entrevista com a diretora e bailarina da companhia, Joelma
Azevedo que você pode ler aqui.
Para ler esse e outros escritos acesse www.gustavosobral.com.br
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