Lenho da cruz
Geraldo Duarte*
Em capítulo de
seu livro, Portugal Insólito, o escritor Joaquim Fernandes trata
de crenças e superstições lusas sobre árvores tidas milagrosas,
como o gigantesco carvalho de Leça do Balio e o pinheiro santo
de Macinhata.
Fenômenos
naturais às atingiram, provocando clamor místico e pedacinhos
dos vegetais tornaram-se disputados amuletos. Padecentes de
males físicos na busca da cura sobrenatural.
No dizer comum,
história puxa outra e, eis aqui, a realidade trazida pela
memória.
1972. Chefia de
gabinete da Secretaria de Segurança Pública. Atendo a telefonema
de um deputado estadual.
Denunciava
“atrocidade da polícia, na prisão de inocente religioso”. Mais
informou. Doutor Vilemar, advogado, procurar-me-ia e a soltura
evitaria pronunciamento dele na Assembleia. E disse “Até logo!”.
Contatei o
delegado de plantão e recebi o relato dos fatos.
Padre Ferreira,
pároco da Igreja do Patrocínio, pediu a intervenção policial
para deter um estelionatário defronte ao templo. Vendia, em
pequenos frascos, dos utilizados com penicilina, lasquinhas de
madeira, dizendo-as do lenho da crucificação do Senhor.
Acompanhados de uma “Oração da Santa Cruz”.
O número de
fiéis solicitando do vigário a benção dos objetos já era grande.
Detido o
contraventor, em sua residência foram apreendidos quase
trezentos talismãs e as tais orações.
O causídico não
veio a mim, o ínclito delegado Wanderley Girão Maia adotou os
procedimentos rotineiros e o parlamentar não realizou a
pronunciação.
Lembro-me,
inclusive, do comissário Queiroga afirmando que, “mesmo com
tantos patuás e o sobrenome Santos, não escapou da cadeia.”.
*Geraldo
Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
11.12.2016 - FINALMENTE ENCONTREI UM TEMPO, NO MEU EXAURIDO TEMPO, ENTREESPAÇOS DESENCONTRADOS DOS MEUS PRÓPRIOS INFINITOS DELÍRIOS DE ENCONTRO E REENCONTRO COM OS GRANDES LITERATAS NORTERIOGRANDENSES, COMO OS PINÇADOS, HOJE, COM HONRA, OS QUAIS DIÓGENES DA CUNHA LIMA E MARIZE CASTRO. TIVESSE EU CONHECIMENTO DESTE DROMEDÁRIO VEICULAR DA LITERATURA, PRINCIPALMENTE, DOS REMANSOS DESSAS INTELECTUALIDADES, QUE SEMPRE AQUI TRANSITAM, ESTARIA PREENCHIDA A BIBLIOTECA MINUTO DIÁRIO DO MEU EGO-LEDOR. FAZER O QUE ? NEM TODO MUNDO SABOREIA TODOS OS MELHORES DOCES FEITOS NESTE PLANETA. QUEM ME DERA, OH DEUS ! UM DIA POSSA EU TOCAR(PELO MENOS) ESSAS PRECIOSIDADES LITERÁRIAS POTIGUARES, COMO VENHO MENDIGANDO. PELOS TÍTULOS E AUTORES (“vigência da lei de Deus”, DIÓGENES DA CUNHA LIMA; “a mesma fome”MARIZE CASTRO; “Portugal insólito” GERALDO DUARTE),SÃO OBRAS ESPETACULARES, QUE PRECISO LER. SILVA NETO - PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS ESCRITORES MOSSOROENSES-ASCRIM
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