11/05/2015

POR QUÊ?

Valério Mesquita*

A TV Record exibiu que brasileiros ensinam samba e carnaval em Taiwan, nação de povo chinês, disciplinado, organizado e rico. Espero que não aprendam essas coisas para não desmoralizarem os seus rígidos costumes determinantes de sua formação e desenvolvimento. É temeroso para qualquer país imitar os folguedos e o caráter do brasileiro. Entendo aí que a Bíblia, ainda é um livro relevante no mundo complicado de hoje. Cheio de dúvidas, procurei o Antigo Testamento e achei no profeta Jeremias, capitulo 17, versículo 5: “Assim diz o Senhor: maldito o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor”. Jeremias tremeria nas bases se morasse em Tenente Laurentino (RN), e municípios similares, assistindo o comportamento eleitoral do povo do norte e do nordeste nessa eleição. Caso ele não queira falar na maldição do homem que confia em mulher, porque antes dele, Eva já havia “pebado” Adão e Dalila traído Sansão, sem falar na mulher de Putifar.
Mas a pergunta que não quer calar é o “por quê?” Por que agora se pensa privatizar o Banco do Brasil para debelar a crise econômica, e não a Petrobras, toda arrebentada, semi-falida, cabide de empregos, covil de afilhados políticos, e ainda perdida no bojo de um vendaval de corrupção, considerado o maior em alcance no mundo ocidental. E o pior: o prejuízo moral do Brasil é superior ao montante do dinheiro desviado. Nem o petróleo é nosso, nem o dinheiro também. Por que nos “protestos sociais” a ira dos baderneiros somente atinge os ônibus – meio de transporte coletivo?  Pode haver resposta para tal burrice, mas nunca suficiente para explicar a eliminação de quase uma centena de policiais em todo Brasil. Alguma Casa do Congresso ou instituição de defesa dos “direitos humanos”, por acaso, já protestaram contra os homicidas, traficantes e ladrões?
E por que quando um policial militar, em legítima defesa da sua vida e de terceiros, mata um fora da lei, logo é punido, execrado e expulso da corporação?
Já em Natal, perigosa e periguete, o por quê se dirige ao festival de multas de trânsito, cujas cifras parecem concorrer com as dos buracos da Petrobras. Se efetivamente, arrecadadas, há de se esperar que sejam pintadas as paredes do prédio da secretaria municipal da tributação, construção histórica, que precisa ser preservada. Nas ruas e nos canteiros das avenidas a pergunta recai nos caminhões tanques que teimam em aguar os jardins centrais sempre no horário de pique, congestionando o trânsito e favorecendo acidentes. Por quê? Outra indagação pertinente, que não se reveste de censura – como nenhuma das outras –, diz respeito ao uso e abuso do estádio de futebol “Arena das Dunas”. Há poucos dias “fabricaram” um embate entre craques do futebol argentino e brasileiro, de mundiais passados. O público natalense acreditou e foi lesado, pois assistiu uma “pelada” com jogadores mediúnicos, de perucas e pileques. Houve alguma providência contra os responsáveis para punir o engodo? Não se sabe. Permito-me sugerir, com toda pompa e circunstância, antes de terminar o ano, um reencontro na “Arena das Dunas” das seleções do Brasil e do Uruguai, que tanto emocionaram o Maracanã em 1950. Já pensou em Natal: Barbosa, Danilo, Friaça, Zizinho, Ademir...
Há muitas outras coisas a perquirir. Por exemplo, quantos meses levarão o Brasil e o Rio Grande do Norte para equilibrarem as contas e os compromissos no exercício de 2015? Por que o atraso no pagamento dos aposentados do Estado? Por que a discriminação? Semana passada a turma da reserva remunerada perdeu o “Black Friday”... Por tudo isso e por outras tantas: Por quê?

(*) Escritor.

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