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O QUINTO EVANGELHO
Valério Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
O leitor que me desculpe, mas Jesus Cristo é fundamental. Volto ao tema
cristianismo porque novamente surge outra heresia. Assinado pelo romancista
Jeffrey Archer e um teólogo inexpressivo chegou às livrarias dos cinco
continentes um livro que reabilita Judas Iscariotes e nega milagres do Salvador
do mundo. O autor é inglês e anglicano e atuou na política como membro do
Parlamento ao tempo de Margaret Thatcher. Archer não logrou êxito na carreira.
Em 1986, o jornal Daily Star publicou uma reportagem segundo a qual o escritor
teria pago duas mil libras para uma prostituta. Acuado, o “advogado” de
Iscariotes fabricou um álibi e foi preso em 2001, por perjúrio e obstrução da
justiça. Somente ganhando a liberdade em 2003.
Este é o perfil moral do escritor, segundo o jornal Folha de S. Paulo,
edição passadas. Vem engordar a indústria da crítica cultural da Europa que
procura dilacerar o cristianismo. As banalidades apontam Judas como herói desse
novo processo “científico” colocando como narrador do horroroso “quinto
evangelho” o fictício Benjamim Iscariotes, filho virtual de Judas, que afirma,
entre outras invencionices, que o traidor de Cristo não se enforcou. Morreu
crucificado. Ao contrário do texto dos quatro evangelhos oficiais, ditados pelo
Espírito Santo, a versão do livro indica que “Judas era um iniciado que
traiu Jesus a pedido dele próprio e para a redenção da humanidade”.
Ora, a vinda do Messias prometido foi anunciada no Antigo Testamento
pela quase totalidade dos profetas. Bem como de que Ele seria traído, entregue
para ser morto e que ressuscitaria ao terceiro dia. Judas Iscariotes – todo
cristão sabe – queria que Jesus derrubasse o poder dominante dos romanos. Era
político, tanto quanto o foi também, desastradamente, o desqualificado autor do
livro Jeffrey Archer. O compêndio lançado tem apenas cem páginas. O seu
parceiro é um romancista (Frank Maloney) que utiliza expediente ficcional na
releitura dos textos bíblicos, a ponto de proporem os dois revisões nos quatro
evangelhos.
Como podem, hoje, as igrejas evangélicas e católicas suportarem tal
infâmia de dois romancistas ambiciosos, que se prevalecem de jurássico e
imprestável manuscrito em papiro perdido há cerca de 1700 anos e com
irrefutáveis suspeitas de fraude? Obviamente para ganhar dinheiro com um tema
atraente, diferente, atípico, escandaloso e que passou por tantas mãos, museus,
negociantes e mal-intencionados tradutores.
“The Gospel According to Judas by Benjamin Iscariot”, título original da
fanfarrônica obra, pretende abrir a cadeia da história para outras
reabilitações: a de Barrabás, a de Herodes Antipas, a de Pilatos, a de Caifaz,
a de Caim, enfim, todos os vilões da história sagrada. Leia, caro leitor e
amigo, para concluir que a vinda de Jesus ao mundo não se deveu às
circunstâncias ou a casualidades. Tudo foi previsto. Entre centenas de
referências bíblicas sobre o assunto, cito algumas: Gênesis 3.15, onde está
dito que o Messias seria um homem da descendência da mulher; Gênesis 49.10 diz
que o Messias descenderia da linhagem de Judá; em Deuteronômio 18.15-19, foi
revelado que um profeta semelhante a Moisés se levantaria depois dele; em
Samuel 2.35-36, foi prometido um Sacerdote fiel: Jesus Cristo; em II Samuel
7.12, o Messias descenderia da linhagem de Davi; em II Samuel 7.14, o Messias
será o Filho de Deus; em Isaias 7.14, uma virgem conceberá e dará à luz um
filho... Jesus Cristo; Miquéias 5.2, diz que o Messias nasceria em Belém da
Judéia; Zacarias 9.9: o Messias trará salvação a todos; Zacarias 9.9: o Messias
chegará montado em jumentinho...; Zacarias 12.10: o Messias será traspassado.
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