DIÁRIO DE UMA TRAVESSIA
Valério Mesquita*
Empreendi a travessia
do ano velho coletando máximas do Antigo e do Novo Testamento. Uma maneira de
orar. De refletir sobre a vida com os seus erros e equívocos. “Porque o temor do Senhor é o princípio da
ciência” (Provérbios 1.7). Por isso, “Louvarei
ao Senhor enquanto viver” (Salmo 146.2). Neste mundo em que as pessoas
permutam os templos pelas praias, shows e queima de fogos, lembrei-me do
profeta Amós 8.11 e 12: “Eis que, vêm dias, diz Jeová, em que
enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as
palavras do Senhor. Correrão por toda a parte, buscando a palavra do Senhor e
não acharão”. A justificativa fui achar no livro de Jeremias 17.5: “Maldito o homem que confia no homem e faz da
carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor”.
Continuei a viagem de
circunavegação espiritual. Entrei no Novo Testamento pelas mãos de Mateus no
portal 11.28 a 30, ouvindo Jesus
dizer uma das mais impactantes palavras do seu amor pela humanidade comum: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e
oprimidos e eu vos aliarei. Tomai sobre vós o meu julgo, e aprendei de mim, que
sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. E lá no capítulo 24.13,
arremata: “Aquele que perseverar até o
fim, será salvo”. Já era perto da meia-noite e os fogos começavam a saudar
o ano-novo. O universo profano, movido pelo livre arbítrio de Deus, começava a
ser ouvido. Seriam bem-aventurados os ruidosos deste mundo? Dirigi-me ao
Evangelho de Marcos, 8.34 a 38: “E chamando a si a multidão, com os seus
discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo,
tome a sua cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida,
perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho,
esse a salvará. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a
sua alma? Ou, que daria o homem pelo resgate de sua alma? Porquanto, qualquer
que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas
palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória
de seu Pai, com os santos anjos.”
O evangelista João, no
capítulo 36, resume pela voz de Jesus Cristo, quase todo o conteúdo de sua
mensagem: “O espírito é o que vivifica, a
carne para nada aproveita, as palavras que eu vos disse são espírito e vida”.
E lá adiante, complementa Jesus, através de João 10.10: “Eu vim para
que tenham vida e a tenham com abundância”, 10.30: “Eu e o meu
Pai somos um”. Capítulo 16.33:
“No mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo, eu venci o mundo”. E referindo-se aos discípulos e pedindo por eles
ao Pai, no capítulo 17.16:
“Não são do mundo, como eu do mundo não
sou”. Eis aí a essência de Jesus Cristo cem por cento homem cem por cento
Deus – o único de todas as religiões do nosso planeta que realmente
ressuscitou.
Nessa travessia
faltava-me ouvir Paulo, ainda entre outros, igualmente cheio do Espírito Santo.
Paulo veio me servir, afirmando em Romanos 1.16: “Porque não me
envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crê...” Se os seres viventes dissessem isso em toda parte e
em qualquer lugar, o mundo seria melhor. Seguindo para o capítulo 6.23, de Romanos, o grande Paulo,
assistido pelo Espírito Santo proclama que o “Salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna...” Mas, na Primeira Epístola aos Coríntios (capítulo 1.18 e 19), o leitor resplandecerá
diante da inquietante revelação: “Porque
a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos,
é o poder de Deus porque está escrito: Destruirei a sabedoria de sábios e aniquilarei
a inteligência dos inteligentes. Eis
aí mais um insondável mistério da fé”. Lá no versículo 27, aduziu: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo
para confundir os sábios, e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para
confundir os fortes”. No versículo 29, conclui: “Para que nenhuma carne se
glorie perante Ele”.
Terminei tudo, ouvindo,
sem ler mais a Bíblia, de forma retrospectiva, a palavra de Jesus antes de
subir para o Pai: “Eu vos deixo a paz; eu
vos dou a minha paz”. Aí refleti: “Tudo
posso naquele que me fortalece”. Feliz 2019!
(*) Escritor.
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