27/03/2018

CARRO DE CHÁ - para servir


Para servir, carro de chá


Mobiliário & objetos
texto Gustavo Sobral e ilustração Arthur Seabra

Está na última moda, embora não sirva mais só para o chá. Em razão do hábito vespertino do chá, que lhe fez bom uso, como apoio para louça, bule, xicaras, pires, pratinhos, talheres, e todas as guloseimas que acompanham, em bombonieres, potes para doces, pratos de bolo, tudo preciso e necessário para cerimônia do chá.

Até ousando uma licoreirazinha para então tomar outros serviços, como minibar com as bebidas, copos, balde de gelo e apetrechos mais deste universo: mexedores, dosadores, abridor de vinho que não pode faltar, porta copo, tudo mais. Com o tempo, como tudo, foi ganhando outros arrojos e formas que, se mudaram a sua fisionomia, não alteraram a sua essência de ser portátil.

Suas rodinhas permitem que ande pela casa para lá e para cá se for preciso impecável no seu serviço de guardar e servir. E, por isso, já ultrapassa o uso arraigado de andar pelas salas da casa. Já ganhou a varanda e até o escritório de trabalho exercendo a mesma função indispensável. E até já foi visto na cozinha e como apoio não faz mal. Há quem já chame mesmo carrinho para bar quando esse uso está certo e definido, tintim.

Arquitetos foram por ele conquistados e muitos já colocaram a mão para fazer a sua própria versão em uso ilimitado de materiais, madeira, ferro, vidro, metal, respeitando a sua característica essencial de ter rodas para ser conduzido e forma plana das bandejas em que se dispõem toda a matéria que deve abrigar. 

O arquiteto modernista Gregori Warchavchik fez a sua versão, ainda moderna e hoje clássica, criação de 1928, são três bandejas de madeira em uma estrutura simples de metal, linhas básicas, sem enfeite, frufru ou entalhe, disputadíssimo como peça de arte, porque desenho de um próprio artista.


No monde da arquitetura e decoração, o carro meio futurista de Jorge Zalszupin, arquiteto polonês, e naturalizado brasileiro, dos anos 1950, é a peça retrô sonho de meio mundo, senão de todo. E assim a experiência do chá ou do mini bar nunca perde o seu requinte.

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