Mobiliário & objetos
texto Gustavo Sobral e ilustração Arthur Seabra
Já foi chamado de quebra-luz, pela seu próprio propósito de ser que é atenua-la. Por isso os franceses, que adoram um clima a meia luz (um charme, não?), batizaram-no abajur, que significa abaixar a luz. E foram, eles, é claro os inventores, e ainda hoje se deve dizer por isso, vive la France! Há quem enxergue pelo mesmo motivo da luz mais fraquinha, ser um espécie evoluída do candeeiro antigo que fazia o mesmo, distribuía e filtrava a luz, e assim deixou de herança o serviço.
Parente também deve ser o lampião pelos mesmos propósitos. Instituído não deixou de ganhar formatos os mais diversos, materiais idem, constituindo basicamente de um pedestal que sustenta a lâmpada e por onde se passa a fiação e o interruptor e se prende a lâmpada e a cúpula, aquele chapeuzinho que o cobre. Dos simples aos mais disputados foi criando clima nas salas de estar e salas de visita, hall, quartos, onde fosse preciso o aconchego.
Queridinho, os designers nunca deixaram de propor as suas formas, e o desejo alcançou o abajur Tiffany que tem a pretensão de um mosaico em vidro colorido, totalmente demais. Mesmo assim não espantou a concorrência. Candelabros, lustres e a iluminação indireta embutida nos móveis, nas paredes, no teto, no chão, cada vez mais tomam seu lugar. Mas ele resiste, bravo, impávido e colosso, tímido na forma de iluminar, certo de que se completa com seu arrojo de ser também peça de decoração, estilo e personalidade que se imprime no seu formato e desenho.
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