A TEORIA E A PRÁTICA NO FUTEBOL – Berilo de Castro
A TEORIA E A PRÁTICA NO FUTEBOL –
O tema em questão é muito discutido e
tem levado a muitas reflexões no meio esportivo. A teoria, quando
aplicada de uma forma geral, é muito bem aceita e muito bem respeitada,
seja qual for a atividade exercida. No entanto, quando isolada e
soberba, não surte o resultado desejado e se perde no vazio do tempo.
A prática, por sua vez, quando
desenvolvida de forma bem orientada e baseada em princípios teóricos bem
alicerçados, revelam resultados bem fortes e positivos.
No futebol, temos observado que nem
todo craque torna-se um excelente treinador; assim como os grandes
teóricos, os estudiosos do futebol, os grandes comentaristas esportivos,
quando chamados para o campo prático de ação como treinadores, nem
sempre alcançam resultados satisfatórios.
O exemplo recente aconteceu com a nossa
seleção de futebol, cujo resultado foi novamente o desastroso e
vergonhoso vexame, quando fomos desclassificados da Copa América
Centenária/2016, pela sofrível seleção Peruana. Fato que motivou a
demissão da Comissão Técnica, comandada por Dunga pela segunda vez. Vale
ressaltar que alguém, no topo do poder da CBF, não havia se convencido
ainda da primeira experiência negativa do ex-jogador mediano, que não
apresentava em seu currículo nenhum estudo e aprendizagem teórica.
De forma mais cerebral e amadurecida,
uma nova convocação foi feita. A escolha recaiu sobre o nome do gaúcho
Tite (Adenor Leonardo Bachi), experiente e vitorioso treinador da equipe
do Corinthians Paulista, cujo currículo reunia a prática (foi um
razoável meio campista do time do Caxias do Sul) e teve aproveitáveis
estudos teóricos sobre futebol, no Brasil e na Europa.
Assumindo o comando da seleção,
conhecendo bem os seus atletas, fez poucas mudanças físicas no elenco.
Aproximou e uniu o grupo, fez valer a sua condição de líder e amigo dos
jogadores.
Partiu para a prática com um forte
embasamento teórico e foi para o campo de ação. Em pouco e
surpreendente tempo, a equipe absorveu o seu recado e começou a se
soltar, mostrando um futebol leve, com graça e beleza, sem deixar de
lado a seriedade e o compromisso de uma forte e poderosa equipe de
futebol.
O craque Neymar não mais passou a ser
visto como o único e “salvador” da pátria. Integrou-se à equipe como um
destacado coadjuvante, passando a render muito mais no coletivo; deixou
de reclamar e a cair muito em campo à procura de faltas.
Assim sendo, subimos de maneira rápida e
merecedora das últimas posições no ranking, para o topo da pirâmide na
classificação da FIFA, com uma ressalva impressionante: fomos a primeira
seleção mundial classificada para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
Estamos, na verdade, vivendo um momento de “lua de mel” com nossa
garbosa e vibrante seleção, esperando o bom momento de voltar a
conquistar mais um título mundial de futebol.
A teoria e a prática, quando bem aplicadas e exercitadas, ganham jogo, sim!
Berilo de Castro – Escritor
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