GILENO GUANABARA
A “Irmandade do Senhor Bom Jesus dos
Passos”, sociedade que congrega os católicos ainda atuante, foi fundada em 31
de dezembro de 1825, com a assinatura do “Compromisso” pelas “Dignidades”. Funcionou
inicialmente no Consistório da Catedral da Praça André de Albuquerque. Em
dezembro do ano de 1920, o irmão provedor “por sorte” e depois eleito Provedor,
Theodorico Guilherme Coelho Caldas, foi autorizado a formular o projeto de um
“Compromisso”, substitutivo ao de 1825, o qual foi aprovado em janeiro de 1921,
vigindo até hoje.
A Irmandade, no ano de 1918, contava com
61 associados. No ano de 1925, passara para 362 irmãos, sendo 94 mulheres. A
joia que, no ato de admissão, era de 10$000 (dez mil reis), passou para 60$000
(sessenta mil reis) e anuidade de 5$000 (cinco mil reis) para 10$000 (dez mil
reis).
De acordo com o novo “Compromisso”, em
votação secreta, deu-se a eleição anual das “Dignidades” com mandato de 1⁰ de janeiro a dezembro de 1925, para os cargos de Provedor
(Theodorico Guilherme C. Caldas); Secretário (Áureo Paiva); Orador (Dr. José
Ferreira de Souza); Tesoureiro (Odorico Pelinca de Oliveira); Adjunto de
Secretário (Paulo Pinheiro de Viveiros); e Vice-Orador (Alberto Roselli).
Eleitos também foram os ”Juízes”, encabeçados pelo 1⁰ Juiz, Monsenhor Alfredo Pegado de Castro Cortez. “Por sorte”
foram escolhidos os “Escrivães” (Alberto Galvão Bezerra da Trindade, Pedro
Freire, Pe. Paulo Herôncio de Mello e outros) e os “Irmãos de Mesa” (Manoel
Fasanaro, Sandoval Wanderley, Aureliano Clementino de Medeiros, Luiz Correia
Soares de Araújo, dentre outros),
segundo a Certidão firmada pelo Cônego Osvaldo da Silva Brasileiro.
Por proposta dos provedores
Theodorico Guilherme e José Hemetério Raposo de Melo, em dezembro de 1923, foi
aprovada em Assembleia Geral a “Previdente”, sociedade de seguro, para auxílio
das famílias dos sócios da irmandade, tendo em vista, em caso de óbito, as
despesas de funeral. O primeiro óbito pago pela “Previdente” foi o de D. Carmen
dos Reis. Ao tempo da comemoração do 1⁰ Centenário da Irmandade, no ano de
1925, a “Previdente” havia pago cerca de 7.050$000 (sete mil e cinquenta reis)
de pecúlios, relativo a 11 óbitos.
A Irmandade custeou a construção do
altar principal da Catedral, iniciada em 21 de julho de 1921. A direção dos
trabalhos coube ao artista Francisco Firmino. A despesa com a edificação orçou
em 3.026$250, conforme balancete publicado no jornal “A República”. A festa de
benção da Capela, onde é venerada a imagem do Senhor Bom Jesus, teve missa
cantada pelo monsenhor Alfredo Pegado, às 9,00 horas do dia 13 de novembro
daquele ano, sermão do Reverendo Bispo Diocesano, D. Antônio dos Santos Cabral
e, por fim, a distribuição de efígie do Santo Patrono.
Para a comemoração do 1⁰ Centenário de fundação da Irmandade foi divulgada a
programação festiva, levada a efeito do dia 1⁰ ao dia 8 de novembro de 1925. Constava
da programação, no primeiro dia, a doação à Igreja da “Benedictio Loci”,
seguida da trasladação do Santíssimo Sacramento do Convento do Santo Antônio dos
Militares para a Catedral. Missa pontifical do Revmo. Mon. Alfredo Pegado. À
tardinha, discurso do Prefeito, José Ferreira de Souza, em frente da Catedral e
entoação do hino ao Senhor dos Passos, com letra da poetisa Carolina Wanderley
e música do prof. Eduardo Medeiros. À noite, encerramento do dia, cinema campal
e kermesse na Praça André de Albuquerque. Nos dias seguintes, missa na capela
dos Passos, no Cemitério do Alecrim, pelo Pe. José de Calazans Pinheiro. À
tarde, romaria dos irmãos ao cemitério do Alecrim, com visita às catacumbas, e cerimônia
do “Memento”. Nos dias seguintes de comemoração, benção das imagens de Nossa
Senhora, seguindo-se os atos religiosos até o encerramento, com a Procissão do
Santíssimo Sacramento, pelas ruas do centro da cidade.
Naquela comemoração centenária, a
Irmandade levou a termo a restauração dos altares das capelas do Santíssimo e a
do Senhor Bom Jesus dos Passos, bem como a iluminação interior da Catedral. Foram
adquiridos na Alemanha, para efeito das solenidades litúrgicas candelabros,
arandelas, anjos decorativos e alfaias. Da reforma constou ainda a aquisição
das imagens de Santa Teresinha, do Menino Jesus, de São Francisco das Chagas,
de Nosso Senhor no Horto, Ecce Homo e Mater Dolorosa. A restauração serviu
ainda para a recuperação da antiga Gruta de Lourdes, à entrada da Catedral, a
fim de abrigar a imagem da santa, com um metro e meio de altura.
A irmandade está localizada na esquina da Praça
Pe. João Maria, desde o ano de 1930, onde residiu o Cel. Joaquim Guilherme. A
Irmandade mantém suas tradições litúrgicas, através da Congregação Mariana, e paga
os benefícios pecuniários de seus associados até o dia de hoje.
Por favor, coloque a foto da imagem do santo da sua irmandade, não da irmandade co-irmã.
ResponderExcluirhttp://www.irmandadebjp.com.br/
ResponderExcluirBoa tarde!
ResponderExcluirGostaria de informar que essa imagem pertence a igreja de Bom Jesus dos Passos, localizada na ilha do mesmo nome a qual está situada no Estado da Bahia e que está sob a responsabilidade e guarda da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Santos Passos, desde 1915. Em nome do Provedor da Irmandade, viemos solicitar que ela seja retirada do texto que a compõe e que seja colocada a Imagem correspondente a irmandade co-irmã. Agradecemos antecipadamente, Ajurimar Matos - Vice secretária / http://www.irmandadebjp.com.br/
Reficando, o ano da fundação da Irmandade de Bom Jesus dos Santos Passos é 1815.
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