15/03/2012

DIRETORIA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE


DIRETORIA DO INSTITUTO HISTÓRICO E
GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE
- A MAIS ANTIGA INSTITUIÇÃO CULTURAL DO ESTADO –
Biênio: 2011 - 2013

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente: Jurandyr Navarro
Vice-Presidente: Itamar de Souza
1° Secretário: Gutenberg Costa
2° Secretário: Claudionor Barroso Barbalho
Secretário-Adjunto: Francisco Fernandes Marinho
1º Tesoureiro: Marcus César Cavalcanti de Morais
2º Tesoureiro: Bruno Villaça


ORADORES

Orador: Dorian Gray Caldas
Vice-Oradora: Ana Maria Cascudo Barreto


DIRETORES DE DEPARTAMNTOS

Diretora da Biblioteca Museu e Arquivo: Fátima Martins Lopes
Diretora-Adjunta: Maria Arisnete Câmara de Morais


COMISSÃO DE FAZENDA E ORÇAMENTO

Cláudio Galvão
João Pegado de Oliveira Ramalho


COMISSÃO DE ESTATUTO E REDAÇÃO DA REVISTA

Luciano Alves da Nóbrega
Paulo Pereira dos Santos
Jeanne Fonseca Leite Nesi


COMISSÃO HONORÍFICA

José Mário de Medeiros
Luiz Gonzaga Meira Bezerra
Severino Vicente

Aprovada em Assembléia Geral de 01/03/2012, por unanimidade

NECROLÓGIO DE ENÉLIO LIMA PETROVICH





Jurandyr Navarro

Filho da terra de Miguelinho, conhecido ficou por toda esfera cultural. Deixou-nos dias passados o ilustrado conterrâneo. A sua ausência é notada e sentida, revelada pela dor familiar e a saudade da confraria que o cercava.
Encheu o espaço temporal da existência com a plenitude da realização de seus propósitos, constituindo família, instruindo e educando descendentes.
Na lida da vida civil porfiou em duas frentes: - na profissão liberal de Advogado, especificamente, na especialidade previdenciária, perto de longos quarenta anos. Nesta atuação adquiriu celebridade profissional, estabelecendo-se em Natal e Salvador, a fim de equacionar interesses múltiplos de inúmeros constituintes que o fizeram patrono de suas causas.
Pari passu a esse labor de ordem profissional, com o passar dos anos tomava vulto o seu interesse pela cultura, segmento operativo ao qual  dedicou o restante da sua atribulada existência terrena.
Elas, a Advocacia e a Cultura, as suas apaixonadas amantes espirituais.
Nesse aspecto imitou o escritor eslavo Tchekhov, que dividiu  a vida entre a Medicina e a Literatura.
Dizia ele: “Fico satisfeito quando me dou conta de que tenho duas profissões, não uma. A medicina é minha esposa legal, a literatura a minha amante. Quando canso de uma passo a noite com a outra. Pode não ser uma situação habitual, mas evita a monotonia; ademais, nenhuma delas sai perdendo com minha infidelidade. Se não tivesse a minha atividade médica, dificilmente poderia consagrar à literatura minha liberdade de espírito e meus pensamentos perdidos”.
Na sua atividade intelectual, voltada para as Letras e, notadamente, para a História, Enélio deveu à influência exercida pelo tio-avô, Nestor dos Santos Lima, elogiado educador e historiador consagrado, que o antecedeu na Presidência do Instituto Histórico  e Geográfico, dirigindo-o por vários anos.
O exemplo foi seguido pelo sobrinho-neto, imitando-o, outrossim, na direção vitalícia da vetusta instituição – a Casa da Memória, dístico da autoria de Luis da Câmara Cascudo.
Eleito, assumiu aos 25 de agosto de 1963, Enélio Petrovich presidiu o Instituto durante 48 anos, 4 meses e 12 dias. Quase meio século, numa atividade dinâmica pela cultura histórica. Essa permanência de labor profícuo foi, sem dúvida, o principal marco da sua lida intelectual.
Pertenceu, também, aos quadros de outras instituições da gleba potiguar, enumerando-se, algumas delas: Academia Norte-Rio-Gandense de Letras; Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte; Fundação Cultural “Padre João Maria”; União Brasileira de Escritores; Conselho Estadual de Cultura, tendo sido associado de outras entidades de âmbito nacional, na condição de Sócio Correspondente.
Em vida, foi agraciado com Medalhas e Comendas, a ele tributadas por corporações civis e militares, em reconhecimento ao seu desempenho intelectual.
A memória do ilustrado historiador não ficou órfã com sua morte, em virtude das obras deixadas à posteridade, quando as gerações moças poderão compulsá-las,  avaliando seu valor.
São escritos biográficos insertos em livros, contendo dados narrativos de viagens, ensaios, compilação de artigos de jornais, textos de palestras, discursos, saudações, prefácios e outros.
À época de estudante de Direito, na saudosa Faculdade da Ribeira, em trabalho na sala de aula, teceu considerações sobre episódicos estudos penais relacionados com a doutrina psicanalítica de Freud, tendo recebido, posteriormente, elogio do criminalista famoso daqueles dias, Nelson Hungria.
Na idade madura colaborou em jornais de nossa Cidade e, durante anos, assinou uma coluna no matutino “Tribuna do Norte”, intitulada “A Previdência Social em Dia”, abordando matéria relacionada aos interesses de aposentados e pensionistas.
Dotado de espírito curioso, empreendeu muitas viagens através o Brasil e Exterior, interessado em manter contato com outras culturas, no afã de mais se ilustrar.
Tinha espírito social, dividindo entre a família e amigos as noitadas festivas.
Pertenceu ao Lions Club Norte, agremiação social que pela soberana vontade de seus associados, em certa data, fizeram-no numa de suas votações, seu Governador.
Embora exibisse temperamento difícil, proveniente de herança familiar, denunciado em raros momentos circunstanciais, geralmente se apresentava afável nas conversações, elegendo a política diplomática do bem-querer, brindando a vida com a alegria de uma alma toda voltada para boas causas.
A recordação gravou alguns títulos de palestras por ele proferidas: “Surgimento e Dinâmica do Direito Previdenciário”; “Sigmund Freud – sua Ciência e a Sociedade atual”; “Ordem, Saúde e Justiça”.
Em relação à performance dos intelectuais do Rio Grande do Norte, elogiava a tenacidade de Manuel Rodrigues de Melo, em prol da Cultura; a eloquência de Luís da Câmara Cascudo; a inteligência de Nilo Pereira e a genialidade de Oriano de Almeida.
A lembrança do seu nome perpetuada ficará pelo realizado na órbita superior das coisas do pensamento.
Uma das Salas do Memorial “Oriano de Almeida”, anexo do Instituto Histórico, ficou reservada à sua memória.



Agenda de Reuniões e Atividades do IHGRN -2012


AGENDA  DE REUNIÕES E
ATIVIDADES DO   IHGRN - 2012


·       DIA 14 MARÇO - REUNIÃO DA SECRETARIA E TESOURARIA COM OS FUNCIONÁRIOS – MANHA 10:00hs.

·       DIA 19 MARÇO - REUNIÃO ENTRE A COMISSÃO DO NOVO ESTATUTO  - PELA MANHA  - 10:00hs.

·       DIA 21 MARÇO – REUNIÃO SOBRE O CONVÊNIO COM A PETROBRÁS – MANHÃ – 10:00hs.

·       DIA 21 MARÇO – REUNIÃO DA DIRETORIA COM A COMISSÃO DO  NOVO ESTATUTO – A TARDE – 15:00hs.

·       DIA 29 DE MARÇO – POSSE DE NOVOS SÓCIOS E ANIVERSÁRIO DE 110 ANOS DO IHGRN – 20:00hs.

·       DIA 30 DE MARÇO – 18:00hs – Livraria NOBEL – LANÇAMENTO DO LIVRO – “BREVE HISTÓRIA DO BRASIL” – DO SÓCIO EFETIVO PAULO PEREIRA DOS SANTOS –

·       DIA 10 DE ABRIL – ASSEMBLÉIA GERAL DOS SÓCIOS PARA APRECIAÇÃO E APROVAÇÃO DO NOVO ESTATUTO – 16:00hs.


Convite para lançamento de Breve História do Brasil






06/02/2012

Morre Deífilo, nasce uma nova estrela no céu

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MORRE DEÍFILO, NASCE UM NOVA ESTRELA NO CÉU

Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor e advogado

            Veio ao mundo no espaço de Areia Branca, mas a cidade do Natal acolheu o seu corpo físico em vida e no instante final da sua existência nesta dimensão da vida.
            Na verdade DEÍFILO GURGEL foi um cidadão do mundo, das noites e dos dias, dos folguedos, da terra-mãe, dos costumes e da alegria dos seus concidadãos.
           Poucos tiveram tanto merecimento à imortalidade quanto ele, mesmo sem ter alcançado uma cadeira na Academia de Letras do Rio Grande do Norte.       
           A humanidade ficou mais pobre hoje, mas o Céu se rejubila com a sua chegada e sua recepção será exuberante, pois ali encontrará Enélio, que partiu 30 dias antes e já deverá estar agregando os amigos intelectuais e os humildes que ele sempre prestigiou, como  D. Militina, o rabequeiro André, e pelos três Chicos, o coquista Chico Antônio, o mamulengueiro Chico Daniel, o entalhador Chico Santeiro, pelo cantador Fabião das Queimadas, pelo conterrâneo Tico da Costa, e tantos outros que ele soube respeitar e engrandecer na sua simplicidade imortal.

            Todos nós sentimos a sua partida, como se perdesse um ente querido da família. O seu valor ficará registrado na história, pois vai-se o corpo, mas fica o espírito de um dos mais belos filhos desta terra de Poti. Certamente que será louvado por todas as entidades culturais do Rio Grande do Norte, principalmente aquelas das quais foi fundador - União Brasileira de Escritores do RN e o Instituto Norte-Riograndense de Genealogia.

09/01/2012

O Guardião do Transitus Domini em Terras Potiguares


O Guardião do transitus Domini  em Terras Potiguares
 Irmã Vilma Lúcia de Oliveira, FDC
Coordenadora do Arquivo Metropolitano
 e do Centro Documental Potiguar
arquivo@arquidiocesedenatal.com.br

            A comunidade católica de Natal foi surpreendida, na manhã de 13.12.2011, com a notícia da morte do Monsenhor FRANCISCO DE ASSIS PEREIRA, aos 76 anos. Velado na Catedral Metropolitana de Natal, com missa presidida pelo Arcebispo Dom Matias Patrício de Macedo, concelebrada pelo Arcebispo Emérito Dom Heitor de Araujo Sales e diversos Sacerdotes, seguida do sepultamento no cemitério Vila Flor.
            Natural de Santa Cruz, RN, Monsenhor Assis nasceu em 12.4.1935. Filho de José Pereira de Carvalho e Rita Rodrigues de Carvalho. Foi ordenado sacerdote em 13.4.1958; recebeu o Título de Monsenhor, Capelão do Santo Padre, concedido pelo Papa João Paulo II, em 1991. Em 1.6.1994 a Santa Sé o confirmou Postulador, junto à Congregação das Causas dos Santos, no Vaticano. Além de Vigário, Capelão e estreito colaborador do Arcebispado de Natal em diversas funções eclesiais, foi professor, pesquisador, escritor, arquivista e compositor sacro. Fiel à Eucaristia, ao Breviário e ao Santo Rosário. Um Mestre que rezou, estudou, advertiu, confessou, perdoou, provocou confrontos, pediu perdão - como costumava dizer: tenho o pavio muito curto.  Contudo, um Mestre de gerações.
            Entregou sua vida a serviço da Igreja e da tutela daquilo que ela produziu em sua missão. Era cuidadoso em conservar a memória da ação pastoral da Arquidiocese de Natal.  Tinha sempre presente que na mens da Igreja os arquivos são lugares da memória das comunidades cristãs e promotores de cultura para a nova evangelização (Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, A Função Pastoral dos Arquivos Eclesiásticos, Vaticano, 2.2.1997, p. 5). Se algumas características de sua fisionomia nos surpreendem, temos de pensar em seu caráter profundamente religioso e dedicado ao resgate histórico do transitus Domini (passagem do Senhor na expressão de Paulo VI) em Terras Potiguares. Ter o culto dos pedaços de papéis, dos documentos, dos arquivos, dos testemunhos de vidas, quer dizer, por repercussão, ter o culto de Cristo e o sentido da Igreja. (PAULO VI, Alocução aos Arquivistas Eclesiásticos, 26.9.1963).
            Assim, Monsenhor Assis, compreendia e tratava as fontes históricas, como laços que ligam a Igreja numa ininterrupta continuidade. São partes da mensagem de Jesus, que passa pelos escritos da primeira comunidade apostólica e de todas as comunidades eclesiais, chegando até nós num proliferar de imagens que documentam o processo de evangelização de cada Igreja Particular e de toda a Igreja (Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, A Função Pastoral dos Arquivos Eclesiásticos, Vaticano, 2.2.1997, p. 6). 
            Seu ministério foi fecundo, Doutor em Filosofia e Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, tornou-se uma figura das mais preparadas e solicitadas que a Arquidiocese de Natal já conheceu. No Seminário São Pedro foi professor de Latim, Grego, Teologia, Grego Bíblico e Vice-Reitor (1962-1964). Na Universidade Federal do RN participou da implantação do Curso de Filosofia, do qual foi Coordenador (1982-1984), lecionou Metodologia da Ciência, Sociologia, Metafísica Geral e Problemas Metafísicos. Na Emissora de Educação Rural, da Arquidiocese de Natal, foi Diretor-Superintendente (1963-1965). Coordenou a Comissão de Liturgia, Música e Arte Sacra (1964-1977); o Secretariado de Opinião Pública (1967-1971); a Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Natal (1988-2000). Foi Juiz Auditor da Câmara Eclesiástica de Natal, Vigário Episcopal para o Clero (1991-2001) e Vigário Geral da Arquidiocese (1994-2003).
            Como Postulador trabalhou no Processo de Beatificação dos Mártires de Cunhaú e Uruaçú da Arquidiocese de Natal, de D. Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira e de Dom Francisco Expedito Lopes, da Arquidiocese de Olinda e Recife, do Padre José Antônio de Maria Ibiapina, da Diocese de Guarabira, no Estado da Paraíba, do Padre João Maria Cavalcanti de Brito e do Cônego Luiz Gonzaga do Monte, ambos da Arquidiocese de Natal, e na Reabilitação Histórico-Eclesial do Padre Cícero Romão Batista, da Diocese do Crato, CE. Sua trajetória culmina como Sócio Efetivo da Academia Brasileira de Hagiologia e do Instituto Histórico e Geográfico do RN. Sua abnegação transparecia especialmente no modo como cumpria seus deveres, carregando em seu coração os sinais históricos das gerações que nos precederam no sinal da única fé. Eis o homem, o sacerdote, o Guardião do “transitus Domini” em Terras Potiguares.