LEIAM A BÍBLIA
Valério Mesquita*
“Pois não me envergonho do evangelho
de Cristo, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.”
Romanos 1.16.
Não li, em minha vida, tanto quanto gostaria de ter lido sobre autores
das literaturas brasileira, francesa, portuguesa e inglesa – as minhas
prediletas. Enveredei cedo pela política gastando o meu tempo e o latim. Mas
selecionei e degustei obras preferidas. O tempo passou. Sem vocação para a
advocacia não me interessei pelos filósofos e juristas. Admirava-os sem
conhecê-los bem. As biografias dos grandes estadistas, os episódios marcantes
da história da humanidade me alimentaram por algumas estações. Enfim, tenho do
mundo uma visão humanista, política, administrativa e social. A chamada cultura
bacharelesca sintonizada com o homem e o ambiente em que vive. Sou um
provinciano saudosista ou memorialista, como queiram.
A leitura da Bíblia, desde a fase adolescente, pouco me seduzia, mesmo
tendo estudado oito anos no Colégio Marista, ao qual muito devo a minha
formação educacional e espiritual. Estudava-se a história sagrada de forma
pedagógica dos livros da FDT. Quase não se compulsava a Bíblia. Percebo, hoje,
o quanto isso me fez falta. Agora, na maturidade, senti uma imensa sede da
palavra dos evangelhos, dos profetas, dos salmistas e das epístolas do maior de
todos os apóstolos: Paulo de Tarso, o que fora perseguidor dos cristãos, que
contribuiu para o martírio de Estêvão e que estava ao lado da guarda pretoriana
quando Jesus foi crucificado. Aquele mesmo chamado depois por Cristo para
receber o Espírito Santo de Deus e se tornar o mais importante pregador do
cristianismo em diferentes partes do mundo até os nossos dias.
Ah! Como seria bom se ele pudesse pregar ao vivo, em Aparecida, São
Paulo, perante os maiores dignitários deste mundo, realçando sempre acima dele,
mais a Santíssima Trindade do que o homem mortal, como atualmente assim, não
agem certos pregadores sem humildade através do aparato humano, do show gospel,
da cantoria vulgar, da banalização do nome de Jesus Cristo e de falsos milagres
por intermédio da televisão comercial. Se lhe fosse dada a chance de exortar
que: “Só há um Senhor, uma só fé e um só batismo”. E que há diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo. “Sede uns para com os outros benignos,
perdoando-vos uns aos outros como Deus vos perdoou em Cristo. Sede imitadores
de Cristo e que ninguém vos engane com palavras vãs”. (Efésios).
Falta em muitos doutores das igrejas da modernidade o sentimento da
humildade que o apóstolo Paulo detinha. Disse ele em Coríntios: “Sou o menor
dos apóstolos e não sou digno de ser chamado apóstolo pois persegui a igreja de
Deus”, apesar de Cristo viver nele. E se lhe dessem a oportunidade de falar na
Rede Globo para todo o Brasil e principalmente para o Rio de Janeiro: “Se
esperamos um Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos
santos. Pois, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir os
sábios, e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir os fortes.
E Deus escolheu as coisas vis deste mundo e as desprezíveis, e as que não são
para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele”. Por
isso, hoje proclamo: leiam a Bíblia. Além de instruir, ela santifica.
(*) Escritor.
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