INSTITUTO
PRÓ-MEMÓRIA DE MACAIBA
Valério
Mesquita*
Aos macaibenses
e macaibeiros, de perto e da distância, torna-se público que nasceu o Instituto
Pró-Memória de Macaíba, com sede no Solar do Caxangá, Rua Dr. Pedro Velho,
centro.
Macaíba, talvez
nem precisasse mais repetir, é uma cidade de significativa densidade histórica
e cultural, não apenas por ter sido berço de figuras proeminentes como Augusto
Severo, Alberto Maranhão, Tavares de Lyra, Auta de Souza, Henrique Castriciano
de Souza, João Chaves, Otacílio Alecrim, Jessé Pinto Freire, Enock Garcia,
Alfredo Mesquita Filho, Major Antônio Andrade, José Jorge Maciel, Bartolomeu
Fagundes, José Melquíades, Manoel Maurício Freire, Ivan e João Meira Lima e
tantos outros, mas também porque foi palco do processo inicial de colonização
que começou com o Solar do Ferreiro Torto, o Engenho dos Guarapes, a invasão dos
holandeses guiados pelo judeu Jacob Raby e ali, bem perto, pelo martírio de
Uruaçu, atual São Gonçalo do Amarante, cuja história política e social se
confunde com a de Macaíba.
Essa identidade
histórico-cultural estava para desaparecer. Os sobrados e casarões onde nasceu
a maioria desses vultos já não existem mais. Foram derrubados ou
descaracterizados. A cidade está na UTI da perda total da memória. E a
tendência seria desaparecer tudo de vez, inclusive as datas célebres dos feitos
dos seus filhos heróis, os livros, as ações, e os poucos monumentos que ainda
restam.
Por isso tudo
surgiu o Instituto com uma ideia, uma proposta de resgatar e salvaguardar o
espólio cultural do Município para que não ficasse, também, comprometido, o seu
futuro. Os anjos tutelares desse movimento são Olímpio Maciel Neto, Franklin
Delano Garcia, Roosevelt Meira Garcia, Nídia Mesquita, além de outros componentes,
igualmente filhos da terra-berço da maternidade. A sede da entidade foi uma
opção pré-concebida de salvar da destruição iminente o Solar do Caxangá que
pertenceu ao Coronel Afonso Saraiva e, depois, como dote de matrimônio de sua
filha D. Segunda, no século dezenove, foi transferido para o Major Antônio
Andrade de Lima.
Quem for a
Macaíba conhecer o Solar, hoje cerca- do de construções irregulares que
destruíram a visão senhorial do prédio, há de convir e constatar que a diretoria
do Instituto fez o milagre da ressurreição, não deixando por terra uma das mais
raras relíquias de mais de 150 anos de história. Macaibenses e macaibeiros: é
chegada a hora de todos de boa vontade, que amam essa cidade, que lhe devem os
sonhos e as ilusões, ajudarem o trabalho maior, não dos que caminham depressa e
passam, mas dos que não param nunca de caminhar. Visitem a Casa da Memória
Macaibense. Conheçam seus projetos. Irmanem-se em favor de uma causa que procura
restituir a alma de sua cidade.
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