A CALÇA MARROM
Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com
O almirante inglês Lord Nelson famoso estrategista das batalhas contra
Napoleão Bonaparte pode ser um exemplo para certos, ousados e intrépidos
políticos da nossa província submersa.
Conhecido pela sua destemida coragem, o Lord gostava muito de se
jactanciar perante os seus comandados. Na terrível batalha de Tralfagar, a
bordo da sua nau impertigável e altaneira, pediu ao
observador da esquadra, que lhe informasse a quantidade e a posição do inimigo.
Do alto do navio, ouviu que a frota francesa se resumia a quarenta ou cinquenta
embarcações e navegava a bombordo. Ato contínuo, ordenou ao seu ajudante pra
trazer-lhe a túnica vermelha para enfrentar o inimigo que já se aproximava.
Explicou o condestável inglês que o casaco rubro disfarçaria o sangue, se
porventura fosse atingido, a fim de não influir no ânimo da tropa real marinha
britânica.
Ao cabo de alguns minutos, o Lord Nelson recebeu nova e inesperada
notícia da torre de observação: “Não são quarenta nem cinquenta milorde, são
quatrocentos navios de guerra!”. O almirante Nelson quedou-se pasmo e lívido.
Virou-se para o seu ajudante de ordens e sentenciou calmo mas preocupado:
“Traga-me a calça marrom”.
A bravura verbal de alguns guerreiros desse semiárido barrica-se por
trás de um suposto conhecimento de suas potencialidades. Não sabem que no paiol
de onde saíram, continua ardendo a chama acesa ou fogo fátuo de sua
irresponsabilidade no trato da coisa pública. E ai, a explosão será inevitável.
Ei garçom, uma calça marrom, por favor!
Qualquer semelhança com os atores e atrizes da política do Rio Grande do
Norte, é mera coincidência.
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