25/08/2021

VIAGEM INTERROMPIDA Valério Mesquita mesquita.valerio@gmail.com Conhecemos o poeta e jornalista Carlos Drummond de Andrade em 1984, no Rio de Janeiro, através do conterrâneo Antônio Carlos de Oliveira, seu amigo e confidente. Magrinho, fala mansa, olhar vivo e perspicaz, o poeta beirava os 82 anos. Nossa missão, como presidente da Fundação José Augusto, era convidá-lo a visitar Natal e cumprir uma agenda sucinta, na qual estava prevista uma visita a Câmara Cascudo. Viria acompanhado de sua filha única, da primeira união, Maria Julieta Drummond de Andrade e de Antônio Carlos, espécie de cônsul honorário potiguar e gerente do Banco do Estado do Rio Grande do Norte. Para chegar ao escritor mineiro não foi tão difícil. Tudo foi conseguido pelo padre João Medeiros Filho que residia lá, à época. Todos os dias, Drummond "batia ponto" no banco e tinha por Antônio Carlos uma ternura paternal, tanto assim que, no seu livro póstumo "Poesia Errante", Drummond lhe dedicou um verso (página 15): "Antônio Carlos de Oliveira e seu coração potiguar são exemplos da verdadeira arte de compreender e amar". Antônio é natural de Upanema. Radicou-se no Rio de Janeiro exercendo por muitos anos a atividade bancária. É também fazendeiro e criador no Rio Grande do Norte mas com residência fixa na terra carioca. No centro da capital carioca, as ruas do Rosário, da Alfândega e Buenos Aires, ficavam os bancos dos estados nordestinos, numa área de menos de um quilômetro quadrado, inclusive o banco de Mossoró, conhecido pelo lema: “pequenino mas resolve”. O amigo padre João Medeiros Filho que articulou nosso encontro com o poeta mineiro, falava que o escritor Oswaldo Lamartine denominava esse complexo bancário de “o polígono das secas”. Naquela tarde do verão de 1984, conhecer Carlos Drummond de Andrade foi uma emoção especial. A sua simplicidade e recato (características da maioria dos mineiros), faziam-no economizar as palavras. Dia seguinte, no mesmo horário, com tudo organizado por Antônio Carlos, voltamos à entrevista com o poeta, desta vez, com a presença de sua filha Maria Julieta, procuradora e public relations. Viera acertar a data da visita a Natal que deveria ocorrer uns 30 dias depois do encontro, até que melhorasse a sua saúde. Oferecemos livros de Cascudo recém editados, pinturas de Dorian Gray e Newton Navarro. Palavras amenas, cortesias e despedidas. Nessa data, Maria Julieta ainda não descobrira que padecia de um câncer de mama do qual veio a falecer em agosto de 1987, três anos depois. Dois dias antes da data aprazada do embarque do poeta e comitiva para Natal, Antônio Carlos ligou-nos do Rio informando que a filha de Drummond hospitalizara-se para extirpar um caroço no seio, cancelando a viagem. Ficaria adiada sine-die. O tempo passou. Foi-se Drummond em 1987, 12 dias após a morte da filha. E Natal se privou de conhecer um dos maiores poetas desse país, nascido em Itabira do Mato Dentro, nono filho de um fazendeiro mineiro. Meses depois, reencontrei em Natal, Antônio Carlos de Oliveira num almoço repleto de evocações. Na sobremesa "Poesia Errante", sétima edição da Record que Antônio me ofertou com a frase (marca registrada) do poeta do cotidiano: "Se procurar bem você acaba encontrando não a explicação (duvidosa) da vida mas a poesia (inexplicável) da vida". Saudades do poeta. (*) Escritor

19/08/2021

Viva a insulina Daladier Pessoa Cunha Lima Reitor do UNI-RN “Uma noite eu tive a sede de um príncipe/depois a de um rei/depois a de um império/a de um mundo/em fogo.” Eis os primeiros versos do poema Diabetes, do poeta norte-americano James Dickei (1920-1986), sobre essa doença de alta prevalência no planeta, e que, no Brasil, afeta cerca de 17 milhões de seres humanos. Deve-se ao médico da Grécia Antiga Arateu da Capadócia uma das mais remotas referências à Diabetes mellitus: “Uma fusão de corpo e membros na urina”. Diabético, meu pai contava para os filhos o começo da sua doença: “Quanto mais água eu tomava, mais sede eu sentia, e quanto mais alimento eu comia, mais magro ficava”. Suas palavras fazem lembrar as descrições do médico Arateu e do poeta James Dickei. A Diabetes é para mim doença bem conhecida, não como portador, mas como envolvido espectador. É frustrante quando olhamos para a história da medicina e vemos como era lenta a sua evolução. Durante séculos seguidos, os meios diagnósticos e as terapias avançavam muito devagar, com pouquíssimas exceções. Somente a partir do século 18, com o florescer do método científico, a humanidade vislumbrou grandes avanços na área médica e em outras áreas do conhecimento. Existem marcos desses avanços, a exemplo da adoção da antissepsia, as descobertas da anestesia, das vacinas, dos antibióticos e do raio x, além de vários outros. Porém, um dos marcos dos avanços médicos de grande significação foi a descoberta da insulina, evento que ocorreu 100 anos atrás, em Toronto, no Canadá. Depois da terapia com esse hormônio, mormente de pessoas com Diabetes mellitus insulino dependentes, quantas vidas foram salvas, quantos enfermos ganharam outro ânimo e quantos sorrisos voltaram às faces dos portadores dessa disfunção metabólica, com ênfase para as crianças ou jovens e seus familiares. Meu pai, Diogenes da Cunha Lima (1906-1972), passou a receber insulina logo após esse medicamento ser comercializado. Morava em Nova Cruz-RN, e tomava três doses diárias de insulina regular, conforme prescrição do seu médico, da cidade de João Pessoa-PB. Aumentava ou diminuía a dosagem de acordo com o nível da glicosúria, exame que ele mesmo fazia. Hoje, o paciente dispõe de meios simples e mais precisos no controle da doença, essencial para evitar as complicações. Com seu médico, meu pai aprendeu conceitos básicos da Diabetes, bem assim por leitura de livros indicados pelo especialista. Contou com dois Anjos da Guarda, o de nascença e minha mãe, sempre ao seu lado “na saúde e na doença”. Nos 100 anos da descoberta da insulina, é hora de relembrar quantos contribuíram para esse marco da medicina, especialmente dos médicos Frederich Banting (1891-1941), John Macleod (1876- 1935) e Charles Best (1899-1978), além do bioquímico James Collip (1892-1965). Banting e Macleod receberam o Nobel de Medicina, em 1923, mas dividiram o Prêmio com os outros dois. Texto publicado na Tribuna do Norte, em 19/08/2021
O pelourinho e a escravidão no Rio Grande do Norte História Rio Grande do Norte Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro [HGRN] O museu do Instituto guarda algumas peças que marcam, para que não se esqueça, o nefasto período da escravidão no Rio Grande do Norte. Período longo e degradante da história colonial e imperial do Brasil. Os historiadores apontam que os primeiros escravizados africanos no Rio Grande do Norte, vieram de Pernambuco para trabalho forçado nos engenhos de açúcar, e para servir na pecuária e nas lavouras de algodão no sertão. Na segunda metade do século XIX, foram também trazidos do Maranhão, desembarcados nos portos de Areia Branca e Macau, para trabalhos forçados nas salinas do litoral norte. Leia o texto na íntegra na Tribuna do Norte http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/o-pelourinho-e-a-escravida-o-no-rio-grande-do-norte/517695 Para ler este e outros escritos, acesse: gustavosobral.com.br
Reconstruir o Brasil é preciso Padre João Medeiros Filho A reconstrução é um processo normal, durante a vida humana, individual ou social. Mestres dos saberes esforçam-se por apontar uma dinâmica reconstrutiva eficaz. O Brasil, em diferentes momentos de sua história, passou por várias crises. Seu povo lutou pela democracia. No entanto, continua recebendo acenos totalitários, ora abscônditos, ora patentes, advindos de pessoas ou grupos que se jactam de discursos democráticos, embora sedentos de dominação. Adentrando na terceira década do milênio, interpela-se a consciência cidadã e cristã sobre a ingente necessidade de soerguimento da nação. A pandemia inscreveu no horizonte da cidadania a urgência de se repensar a sociedade. Governos teimam em não admitir, mas o flagelo pandêmico revelou a fragilidade (em alguns casos, falência) de vários setores, mormente da saúde e educação. Comprovou, no mínimo, uma deficiência crônica. “Saúde e educação de um povo não se improvisam”, afirmou Dr. Marcolino Candau, primeiro brasileiro a dirigir a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os desdobramentos pandêmicos com impactos econômicos e aumento da desigualdade social, acarretando desemprego e fome, clamam pela reformulação da pátria. Enquanto isso, o tempo precioso para debates e planejamentos está sendo desperdiçado por lideranças e autoridades com diatribes ou polêmicas ideológicas dispensáveis e lesivas. Convém lembrar o salmista: “Se o Senhor não edificar a casa, debalde trabalham os que a constroem” (Sl 127, 1). Análises científicas apontam uma crescente e perigosa deterioração da conjuntura sociopolítica, comprometendo a estrutura da sociedade. Seus alicerces foram abalados por desmandos administrativos, privilégios, demagogia, corrupção e ensaios ideológicos despropositados. Isso requer mais lucidez e serenas considerações dos cidadãos. Há anos, um parlamentar norte-rio-grandense comparou a política nacional com “uma moça volúvel, cujos familiares tentam mostrá-la recatada e virtuosa”. Será que mudou? Cresce em muitos o sentimento de intervenções prementes para evitar que se instale na sociedade a “abominação da desolação” (cf. Mt 24, 15; Dn 12, 11 e Dn 13, 14). Tal expressão bíblica define o caos a que chegou o povo hebreu prevaricador da Antiga Aliança. A história do Brasil, não obstante seus percalços e vicissitudes, merece respeito. A nação detém um relevante potencial humanístico para se reerguer. Entretanto, não deve se tornar refém de amadores, oportunistas e inescrupulosos, cujo objetivo precípuo é um projeto de poder e não uma nação equilibrada, harmônica e justa. A ferida política diagnosticada é preocupante. O país carece de uma visão moderna sobre gestão, que possa oferecer respostas adequadas e atualizadas. Percebem-se sérias degradações em vários setores das diferentes esferas públicas. É imprescindível um novo movimento civilizatório, em que se lute para deter a fragmentação da sociedade. Muitos preferem o axioma romano atribuído a Cesar: “Divide et impera”. O Brasil caracteriza-se por viver antecipadamente o clima de período eleitoral, sempre contaminado pelos mesmos vícios. Deste modo, reduz-se a indispensável discussão política a ideias de pessoas que queiram impingir esquemas obsoletos, perpetuando dinastias de privilégios e erros. Os brasileiros esperam dos líderes e dignitários não uma disputa medíocre e estéril – inflando o ego de alguns – mas uma ampla pauta dialogal civilizatória. Esta inclui necessariamente uma redobrada vigilância no linguajar, uso equilibrado e calcado na honestidade intelectual das redes sociais, tecnologias contemporâneas e mídia. As narrativas estão cada vez mais medíocres e falaciosas, impedindo avanços e clarividências. Convive-se com falas descarrilhadas, incompatíveis com os cargos ocupados, comprometendo a seriedade e a solidez das instituições. Muitos pronunciamentos geram mal-estar, acarretando polarizações, fortalecendo radicalismos, alimentando medos e desconfianças. Para reerguer o Brasil, convém investir em discursos e posturas esclarecedoras da verdade. Queira Deus venham posicionamentos capazes de ocasionar mudanças em função de novo ciclo civilizatório. Praza aos céus que efetivamente se respeitem dignidades e direitos, salvaguardando a pátria com políticas sensatas. Urge varrer cenários de vergonhosas injustiças e desigualdades sociais, bem como garantir a vigência de valores e princípios humanistas. Assim, poder-se-á recompor o Brasil. Ensina-nos a Sagrada Escritura: “Crescei e multiplicai-vos.” (Gn 9, 7). Isso não é apenas um indicativo de procriação ou demográfico. Há que se atentar também para o sentido metafórico: “crescei” em sabedoria, “multiplicai” o bem-estar dos filhos de Deus!
PARISOT, UM POTIGUAR NO MUNDO Diogenes da Cunha Lima O nosso Rio Grande é um estado densamente musical. Muitas cidades exibem bandas de música e conjuntos musicais. Temos excelentes compositores e intérpretes. A música é parte feliz do dia a dia dos potiguares. O natalense Aldo Parisot provou às Américas e à Europa a nobreza do violoncelo. Por seis décadas, como professor da Universidade Yale, Connecticut, formou gerações de músicos norte-americanos. Tive o privilégio de conhecê-lo. Tinha fama de generoso e mal-humorado. Ao contrário, encontrei um homem afável, vertical como o seu instrumento e, certamente, carismático. Por sua atuação musical, Parisot foi laureado pelas mais nobres instituições culturais, inclusive recebeu a Medalha da Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Foi solista, convidado com seu stradivarius de 1730, nas filarmônicas de Berlim, Nova Iorque e Londres, e nas sinfônicas de Viena, de Boston, de Chicago e de Los Angeles. No Brasil, Heitor Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Cláudio Santoro compuseram concertos para o violoncelo do músico potiguar. O maestro italiano Thomazzo Babini, que veio para o Rio de Janeiro como assistente de Villa-Lobos, incentivou Parisot. Natal ainda era uma pequena cidade quando encantou Babini. Aqui, formou músicos de escol, entre os quais o seu filho Ítalo Babini, o enteado Aldo Parisot, o maestro Mário Tavares e o pianista Oriano de Almeida. O menino Parisot, aos doze anos, apresentou, em Natal, com orquestra, um concerto de Haydn. Logo passou a ser reconhecido no Nordeste. Esse cidadão prodigioso é pouco lembrado na sua cidade natal, com exceção da Escola de Música da UFRN, dos estudos da pesquisadora Leide Câmara e das anotações do acadêmico Eider Furtado. Parisot recebeu uma única, mas definitiva homenagem, da Escola de Música da UFRN – “100 violoncelos para os 100 anos de Parisot” – sob a tutela do também ícone Fabio Presgrave, à frente do melhor conjunto de violoncelo do país. Lembrando que o reitor da UFRN, Daniel Diniz, doutor em Engenharia Mecânica, é violoncelista. O músico também se destacou como artista plástico. Um crítico norte-americano afirmou a excelência da sua pintura abstrata. Contudo, a pinacoteca do Rio Grande do Norte não possui nenhum dos seus quadros. Torço para que os norte-rio-grandenses, que valorizam a cultura e respeitam o nosso passado glorioso, lembrem e celebrem a memória desse grande artista que tanto elevou o nome do Estado.

14/08/2021

CENTENÁRIO DE ALUÍZIO ALVES Valério Mesquita* Mesquita.valerio@gmail.com A memória do ex-governador, deputado federal, ministro e jornalista Aluízio Alves jamais deixará de despertar em todos nós, novas reflexões sobre a sua vida e obra. É o mesmo que afirmar que sempre se dirá dele a penúltima palavra mas nunca a última. Assim foi e continuará sendo com relação a vultos da estirpe de homens públicos como Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas e Carlos Lacerda. Isso tudo porque efetivamente Aluízio foi um líder porque inovou, recriou, reinventou e redimencionou a máquina, os métodos e as práticas político-administrativas que imperavam desde a Velha República. Assim ocorreu nas lutas que abraçou como deputado federal e governador do Rio Grande do Norte quando desafiou e derrubou as estruturas arcaicas da administração pública por um novo modelo na educação (método Paulo Freire); na industrialização, o progresso social através da energia de Paulo Afonso, além de inúmeras obras estruturais sob o timbre da modernidade. Foi líder porque despertou os acomodados. Apaixonou o povo pelas suas causas. Dividiu opiniões sem medo do julgamento dos apressados. Como jornalista revelou-se o criador de empresas de comunicação. Como político sensível e hábil criou o seu próprio marketing, o seu estilo e a sua logomarca. Das sombras do eclipse da democracia brasileira optou pela cambiante concretude do processo da industrialização do novo nordeste, apesar da mordaça política. Por isso, como líder nato, permanente, eu não o comparo. Eu o separo. Ele tinha o selo e a marca da exclusividade. Ninguém foi como ele. Como empresário, no curso dos dez anos da cassação, trouxe para o Rio Grande do Norte inúmeros investimentos, os quais geraram empregos, e se não tivessem sido implantados naquele tempo, não seriam hoje continuados por outros investimentos. Como Ministro da Integração deixou o legado maior: o projeto de transposição do Rio São Francisco. Dir-se-á que Aluízio Alves conquistou o futuro. Ao lado de suas ideias e sentimento, ele possuía a convencedora energia da palavra, eloquente e ágil. Ninguém na vida pública do Rio Grande do Norte, a não ser ele, sabia fazer de forma tão mágica e carismática. Era um vocacionado desde adolescente em 1934, quando discípulo de José Augusto Bezerra de Medeiros. Em 1946, com 25 anos já é constituinte da República, convivendo com os luminares da redemocratização do país. Aluízio foi um predestinado que empreendeu uma cruzada digna e necessária em prol do desenvolvimento do Rio Grande do Norte, tanto como deputado federal, governador, líder popular, ser humano, desprendido, abdicando de ser senador para acolher companheiros de partido (PMDB). Tudo o mais já foi dito sobre ele e reproduzido em todos os jornais. Falar mais é repetir-se. O que importa, é que nenhuma instituição pública, nem as gerações futuras deixem de reconhecer e proclamar os seus méritos que estão gravados no bronze da história político-administrativa do nosso Estado. Político nos seus defeitos comuns e humano nas suas contradições naturais. Aluízio Alves foi o ícone de todas as lideranças políticas do Rio Grande do Norte, de todos os tempo. Permita-me narrar um fato que elucida a sua visão superior de homem público. Em 1951, o município de Macaíba foi assolado por rigoroso inverno que derrubou a ponte da cidade, dividindo-a ao meio. O então deputado estadual Alfredo Mesquita procurou a bancada federal do seu partido (PSD) a fim de obter os recursos necessários, visto que, o governo do Estado (José Varela) não dispunha de verbas. O Ministério de Obras e Viação, ante a demora burocrática, recebeu o apoio integral do udenista Aluízio Alves que conseguiu locar e liberar os recursos necessários. Neste 2021, são decorridos setenta anos e a ponte permanece intacta. Ninguém possuirá em mais alto grau, a força de vontade, tenaz e formidável, a magia política, a capacidade de trabalho e a extraordinária flexibilidade do seu talento. Foi jornalista, escritor e orador, tanto no palco iluminado do Congresso Nacional daquele tempo, como em qualquer ruazinha modesta do Rio Grande do Norte no lampejo das antigas passeatas vindas lá do sertão do Cabugi. Neste dia 11 de agosto de 2021, fará cem anos e como dói a sua ausência. Não há mais líder como tal no Rio Grande do Norte. Mas hoje, ele é uma lembrança que o tempo não desfez. (*) Escritor