05/11/2014

 
O confrade CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES foi eleito para ocupar a cadeira 33 da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, cujo Patrono é o Músico Tonheca Dantas. A sessão aconteceu ontem e a sua escolha foi por unanimidade.

HOJE É A NOSSA GRANDE FESTA







O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE CONVIDA PARA A SOLENIDADE DE POSSE DE NOVOS SÓCIOS E REABERTURA DA SUA SEDE PARA OS PESQUISADORES
Rua da Conceição, 622 - Cidade Alta
DIA 05 DE NOVEMBRO DE 2014
20 HORAS
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04/11/2014

José Ramos de Oliveira e 

Izabel Maria da Costa


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG

José de Oliveira Ramos, dono do Engenho Salgado, lá em Porto de Galinhas, foi preso, logo no início da Revolução de 1817, e, mesmo com os apelos do seu amigo Tollenare, só foi liberado com o fracasso da mesma. O rico comerciante português e grande traficante de escravos, Bento José da Costa, não foi afetado pelas mudanças de poder. Na revolução, sua filha Maria Theodora casou com um dos líderes da mesma, Domingos José Martins. Posteriormente, casou seu filho Bento com Emília Júlia, filha de outro participante da Revolução, Gervásio Pires Ferreira, e, também, outra filha Izabel Maria da Costa, com José Ramos de Oliveira, filho do preso da revolução, José de Oliveira Ramos.

José Ramos de Oliveira e sua esposa foram padrinhos do meu bisavô, o tenente-cirurgião Francisco Martins Ferreira, como se vê do registro.

Francisco, filho legítimo do Major Jose Martins Ferreira, e de D. Josefina Maria Ferreira, nascido, aos sete de outubro de mil e oitocentos e quarenta e um, foi batizado aos seis de janeiro de quarenta, e dois em Macáo pelo Padre João Francisco Pimentel que lhe impôs, de minha licença, os santos óleos. Foram padrinhos o tenente-coronel José Ramos de Oliveira, e sua mulher Dona (Izabel) Maria da Costa, por seus procuradores em Macáo. Manoel Januario B. Cavalcanti. Vigário Encarregado de Angicos.

Quatro anos depois desse batizado, o padrinho faleceu, como podemos ver da notícia que encontramos no Anuário Político, Histórico e Estatístico do Brasil (Hemeroteca Nacional): o comendador José Ramos de Oliveira, um dos mais ricos capitalista de Pernambuco, principal acionista da Companhia Beberibe, membro da comissão diretora das obras do teatro público, cônsul de Dinamarca, e presidente da Associação Comercial da praça, faleceu em Pernambuco, no dia 7 de julho de 1846, em consequência de uma espinha no rosto, ao pé do nariz, a qual foi escarificada e tratada sem proveito.

Em 1848, Dona Izabel Maria da Costa Ramos, já viúva de José Ramos de Oliveira, fez seu testamento nomeando, como testamenteiros, seus irmãos Bento José da Costa (Jr.) e Joaquim José da Costa e mais seu guarda-livros João Evangelista da Costa e Silva. Nomeou, também, seu irmão Manoel José da Costa (futuro barão das Mercês), como tutor dos seus filhos menores Bento José Ramos de Oliveira de 10 anos e 4 meses, e Anna Isabel Ramos de Oliveira de 8 anos e 6 meses. Mesmo com a nomeação do tutor, deixou a responsabilidade, para que fossem conservados, tratados, educados e dirigidos, seus filhos, até alcançarem a maioridade, para sua irmã Francisca Escolástica Josefa da Costa.

Entre os bens da viúva constava, aqui na região do Assú, meia légua de terra no Rio Salgado, no lugar Santa Luzia, em que estava sentada a Fazenda do mesmo nome, com casa, currais e umas benfeitorias, tudo avaliado por quatro centos mil réis. Era seu procurador, aqui, Manoel de Melo Montenegro Pessoa.

Na Vila do Príncipe, o casal inventariado possuía duas Fazendas, Baixa Verde e Malhada. A primeira, que tinha como criador Manoel Casado da Fonseca, media meia légua de comprido e meia légua de largura, confinando pelo Sul com o Rio Seridó, pelo Norte com terras da Fazenda Malhada, pelo Nascente com terras de Pedra Branca, e pelo Poente com terras do Sitio Barra do Riacho Fundo. A segunda, na beira do Rio Seridó, que tinha como criador José Casado da Fonseca, media uma légua de comprido, com três léguas de fundo, confinando pelo Norte com a Fazenda dos Patos, pelo Nascente com as terras da Fazenda Saco dos Martins, pelo Sul com terras da Barra do Riacho Fundo, e pelo Poente com o Rio Seridó. 

Em 1849, Dona Izabel já era falecida. Entre os documentos, do inventário, encontramos um pleito do tutor de Anna Izabel, no inicio de 1860, ao Juiz de Órfãos, nos termos a seguir: Diz Manoel José da Costa, tutor da órfã D. Anna Izabel Ramos de Oliveira, filha do finado comendador José Ramos de Oliveira, que tem contratado casar sua tutelada, a qual já conta dezenove anos de idade, com o Bacharel Bento José da Costa, primo legítimo da mesma senhora. E porque apesar de entender o suplicante, que esse consórcio é vantajoso para sua tutelada não pode, todavia, realizá-lo sem o consentimento de V. Sª, vem requerer a V. Sª, digne-se concedê-lo mandando passar para este fim o respectivo alvará.

Com a expedição do alvará veio o casamento da filha da inventariada com o filho do inventariante: Aos onze de fevereiro de 1860, na capela de Nossa Senhora da Conceição de Ponte de Uchoa, pelas sete horas e meia da noite, dispensados em segundo grau de consanguinidade, e juntamente os banhos, por sua Excelência Reverendíssima, como consta dos documentos, que ficam em meu poder, e não apareceu impedimento algum, de licença do Reverendo Coadjutor Pro pároco, Manoel Cirillo de Oliveira, em presença do Padre Agostinho de Lima Cavalcante de Lacerda, e das testemunhas Bento José da Costa, e Comendador Manoel José da Costa, casados, ele morador na freguesia do Cabo, este nesta, se receberam em matrimônio por palavras de presente o Bacharel Bento José da Costa, com Dona Anna Izabel Ramos de Oliveira, ele filho de Bento José da Costa, e Dona Emília Júlia Pires Ferreira, esta filha do finado José Ramos de Oliveira e Dona Izabel Maria da Costa Ramos, ambos moradores e naturais desta Freguesia, e logo receberam as bênçãos nupciais do Rito Romano: do que para constar mandei fazer este assento que me assinei. O Vigário Manoel Joaquim Chavier Sobreira.
José Ramos de Oliveira, falecido em 1846

H O J E


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TERÇA-FEIRA, DIA 04 DE NOVEMBRO

Teremos o lançamento de mais um número da Revista da ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS, com organização e edição sob a responsabilidade dos escritores Manoel Onofre Júnior e Thiago Gonzaga. A Revista da ANRL vem sendo atualmente editada com regularidade, merecendo os parabéns da comunidade intelectual do Estado.

Horário: 17 horas

Local: sede da Academia, na Rua Mipibu.

03/11/2014

Marcelo Alves


Sobre Hélio Galvão

Menino de calças curtas, nascido em 1972, eu devo ter estado na presença de Hélio Galvão (1916-1981) um bocado vezes. Ele foi grande amigo da minha família pela inteireza da sua vida. Entretanto, estranhamente, não tenho qualquer recordação da presença física dele em minha infância.

Foi por “ouvir dizer”, como costumamos falar na linguagem jurídica, que dei conta, pela primeira vez, da existência daquele grande homem. Coisa de meados ou fim dos anos 80 e começo dos 90. Saindo da adolescência, eu entrava no curso de direito da Universidade Federal do Rio Grande Norte. Eram conversas entreouvidas, comentários de meu pai e de minha mãe e, sobretudo, histórias contadas pelo meu tio Aluízio Alves (1921-2006), cuja amizade com Hélio durou, atravessando dias tristes e alegres, toda uma vida. E tudo isso foi mais que suficiente para incutir no jovem estudante de direito uma forte impressão da genialidade de Hélio Galvão.

O tempo passou. Aprendi a ouvir e a ler mais criticamente. Aprendi a pensar (pelo menos acho que sim, o que, para qualquer cartesiano, já é alguma coisa). E o que era impressão tornou-se certeza. Hélio, a exemplo dos grandes polímatas de outrora, foi um homem genial, um escritor múltiplo e grande amante dos livros, um dos maiores homens que esta terra de Poti já produziu.

Hélio Mamede de Freitas Galvão nasceu em 18 de março de 1916 na sua amada Tibau do Sul. Fez o ensino médio já em Natal. Bacharelou-se em direito, pela antiga Faculdade de Direito de Alagoas, em 1950. Casou-se com Ilíria Tavares Galvão em 22 de setembro de 1936. Tiveram quatorze filhos. Religioso, de personalidade forte e poucas palavras, foi um ótimo marido e um maravilhoso pai. Faleceu, de problemas no coração, no seu escritório, em Natal, em 20 de outubro de 1981.

Nos seus 65 anos de vida, Hélio foi, entre outras coisas, um homem público (tabelião em Pedro Velho, Presidente da Fundação José Augusto e fundador do MDB), professor (em mais de uma faculdade do que hoje é a UFRN), jurista (e especificamente advogado militante), historiador, antropólogo, sociólogo, jornalista e cronista (em “A razão”, “A Ordem”, no “Diário de Natal”, na “Tribuna do Norte” e em “A República”), membro do Instituto Histórico e Geográfico do RN e imortal da Academia da Norte-rio-grandense de Letras.

Para se ter uma ideia da sua grandeza, em “Hélio Galvão (1916-1981): o saber como herança” (de 2007), sua biógrafa, Gilmara Benevides Costa, informa ser Hélio autor de quatorze livros (nove publicados em vida e cinco póstumos). Deles, destaco dois. O primeiro é a belíssima “Historia da Fortaleza da Barra do Rio Grande” (de 1999). Livro de qualidade extraordinária, em termos de conteúdo, estilo e formato, que merece ser referência em qualquer universidade ou biblioteca do mundo. Entre outras coisas, foi a partir dele, diz-se, que se consagrou, para o principal monumento da “Cidade de Natal”, a denominação de “Fortaleza” e não de “Forte”. O segundo é a edição em capa dura de “Cartas da Praia”, lançada em 2006, que agrupa, em belíssimo formato, com cerca de 400 páginas, três de seus livros de crônicas anteriores (“Cartas da Praia”, “Novas Cartas da Praia” e “Derradeiras Cartas da Praia”), crônicas essas publicadas originalmente no jornal Tribuna do Norte. As “Cartas da Praia”, além de extremamente fundamentadas, são, certamente, a obra mais lúdica de Hélio, de uma beleza poucas vezes alcançada nesta terra de Câmara Cascudo (1898-1986) .

Coincidentemente, ambos os livros - “Historia da Fortaleza da Barra do Rio Grande” e “Cartas da Praia” - estão, cada qual ao seu modo, relacionados ao mar, algo que Hélio Galvão tanto amava. Não ao “Mar Portuguez”, ao “mar sem fundo”, de Fernando Pessoa (1888-1935), mas ao mar de Natal (com sua Fortaleza na boca da barra) e, sobretudo, ao mar de Tibau do Sul, a Pasárgada de Hélio, com suas histórias e estórias, seus costumes, seus peixes, seus pescadores e seus barcos.

Hélio, ao tomar o barco que um dia todos nós iremos tomar, e navegar rumo ao desconhecido, deixou-nos, é verdade, como disse sua biógrafa, “o saber como herança”. Mas não foi só isso. Deixou-nos, também, um exemplo de homem e jurista de bem a ser seguido.

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP

02/11/2014

SEMANA DE MUITAS EMOÇÕES

A SEMANA QUE SE INICIA TEM UMA AGENDA BASTANTE INTENSA, COM PROGRAMAÇÃO CULTURAL DE GRANDE IMPORTÂNCIA, ALGUNS EVENTOS COINCIDINDO NUM MESMO DIA, CONFORME ABAIXO INDICADO:

 
TERÇA-FEIRA, DIA 04 DE NOVEMBRO
 
Teremos o lançamento de mais um número da Revista da ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS, com organização e edição sob a responsabilidade dos escritores Manoel Onofre Júnior e Thiago Gonzaga. A Revista da ANRL vem sendo atualmente editada com regularidade, merecendo os parabéns da comunidade intelectual do Estado.
 
Horário: 17 horas
Local: sede da Academia, na Rua Mipibu.
 
 
QUARTA-FEIRA, DIA 05 DE NOVEMBRO

 

Ciclo Verdade e Memória: V Ato terá depoimento de Laly Carneiro


A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte realizará mais uma edição do Ciclo Verdade e Memória – V Ato - na próxima quarta-feira (05), às 17h, na Seccional Potiguar, com o depoimento de Laly Carneiro, primeira mulher no nordeste a ser presa por problemas políticos.
O evento é gratuito e destinado a advogados, estudantes de direito, integrantes de movimentos sociais e interessados na discussão. O objetivo é mostrar as bandeiras, lutas e circunstâncias pelas quais muitos foram presos, torturados, banidos e assassinados pelo regime militar.
A primeira edição do Ciclo aconteceu em 2012 com a participação do jornalista norte-riograndense  Dermi Azevedo (ex-preso político e um dos fundadores do Movimento Nacional de Direitos Humanos/MNDH), dos advogados Paulo Francinete e Roberto Furtado. A segunda edição contou com os depoimentos de Juliano Siqueira e Zé Rodrigues em 14 de junho de 2013. A terceira edição aconteceu no dia 27 de junho e contou com os relatos de Meri Medeiros e Antônio Capistrano no mesmo ano. E a quarta edição foi em Mossoró com o relato de Luiz Alves em 12/07/2013.
Ciclo Verdade e Memória – V Ato
Data: 05/11/2014
Local: Auditório da OAB/RN
Horário: 17h

Relato: Laly Carneiro
Aberto ao público
Por: Anne Medeiros


AINDA NO DIA 05 DE NOVEMBRO DE 2014


 
 
IGUALMENTE, NO MESMO DIA 05 DE NOVEMBRO


O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE CONVIDA PARA A SOLENIDADE DE POSSE DE NOVOS SÓCIOS E REABERTURA DA SUA SEDE PARA OS PESQUISADORES
Rua da Conceição, 622 - Cidade Alta
DIA 05 DE NOVEMBRO DE 2014
19,30 HORAS
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DIA 06 DE NOVEMBRO DE 2014
 



DIA 07 DE NOVEMBRO DE 2014
 


01/11/2014

CONDECORAÇÃO

O Presidente Honorário Vitalício do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE - IHGRN, Escritor JURANDYR NAVARRO DA COSTA recebeu no dia 31 de outubro pretérito, a Medalha de Mérito Governador Dinarte Mariz, outorgada pelo Tribunal de Contas do Estado às pessoas que se destacaram em várias áreas de atuação na sociedade potiguar. O confrade referenciado se destacou no campo do Direito, com destacada atuação no Ministério Público, Procuradoria Geral do Estado e Secretarias de Estado, razão de regozijo de todos os que fazem o IHGRN e à comunidade potiguar, como um todo.
PARABÉNS AO HOMENAGEADO.