18/09/2018


Revista 97

17/09/2018





Vocacionada para os temas locais, a mais antiga e mais longeva publicação no Rio Grande do Norte, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico chega ao número 97. Na edição, além de artigos e ensaios, a publicação da primeira parte do dossiê sobre os municípios do Estado.

A diretoria da revista está a cargo da advogada e editora da Nossa Editora, Joventina Simões, e o editor é o jornalista Gustavo Sobral, responsável também pela concepção gráfica que a revista assumiu a partir da edição 95.

Sobral e Maria Simões, em 2017, editaram também o primeiro catálogo da instituição que contempla uma breve história da instituição e algumas das peças do acervo em exposição. Diretora e editor preparam agora um volume inédito sobre os institutos históricos do Brasil.

Os temas abordados nas revista, conforme o projeto editorial, são história, perfis das nossas velhas figuras, patrimônio histórico, documentos, resenhas de obras locais, memória. Pode-se consultar um trecho no site do Instituto, www.ihgrn.org.br, na seção “publicações”.

Detalhe: a capa é uma reprodução da tela de Frans Post, considerado o primeiro retrato do Rio Grande do Norte. O original está no Louvre, em Paris e a réplica no IHGRN.


Para ler outros textos acesse www.gustavosobral.com.br

   
Marcelo Alves

 


Imitando a arte

No artigo semana passada, afirmei ser comum na ficção policial que a “arte imite a vida”, dando, como exemplo, a minha amiga Agatha Christie (1890-1976), que, para escrever algumas das suas mais badaladas obras – e citei os casos de “Murder on the Orient Express” (1934) e “The Mousetrap” (1952) –, teve por inspiração, ao menos como pano de fundo dos seus enredos, crimes de fato ocorridos. 

Mas e o contrário – “A vida imitando a arte” – também se dá? Às vezes acontece, reconheço. E posso dizer que, para o caso dos romances policiais, “infelizmente”. 

Tomemos mais uma vez o exemplo de Agatha Christie. Como lembrado em “Agatha Christie: Shocking Real Murders behind her Classic Mysteries” (publicado pela HarperCollins Publishers/Índia em 2017): “Os assassinos da Rainha do Crime frequentemente usaram venenos para despachar suas vítimas. A expertise de Christie nessa área, adquirida durante a Primeira Guerra Mundial, quando trabalhou em uma farmácia de hospital, capacitou-a para escrever sobre venenos com uma autoridade e um realismo que mais tarde levaria a resultados não previstos. E um romance em particular, ‘The Pale Horse’ [‘O cavalo amarelo’, entre nós], de 1961, aparece relacionado a genuínas situações de vida e morte nos anos seguintes. Em algumas situações, credita-se a seus livros terem salvado vidas, mas também alega-se terem eles influenciado um ou dois assassinatos...”. 

Certamente, o que pode ser usado para o bem, pode ser também mal usado criminalmente. De fato, parece haver casos de homicídios que foram praticados inspirados nos romances de Christie. O uso de substâncias venenosas ganha aqui destaque, já que se conta em mais de 80 as personagens que morreram envenenadas em seus livros. Suas descrições nessa temática, sobre o uso e os efeitos dessas toxinas, é universalmente considerado como acurado. E das páginas de seus romances para a vida, algumas coisas deram um salto, por ela, sem dúvida, indesejado. 

Como também registrado em “Agatha Christie: Shocking Real Murders behind her Classic Mysteries”, foi a sua descrição, em ‘The Pale Horse’, de uma substância até então pouco conhecida, o tálio, que “realmente parece haver atentado a imaginação de muitos leitores. O tálio é um sal incolor e insípido que Christie utilizou nesta estória sobre assassinos profissionais que se utilizam de falsas cerimônias de magia negra para encobrir os reais efeitos de um envenenamento. Os sintomas de envenenamento por tálio incluem queda de cabelo, letargia, sonolência, desmaios e fala arrastada, todos perfeitamente descritos em ‘The Pale Horse’. É a droga perfeita para um pretenso assassino, uma vez que ela é difícil de detectar e seus sintomas são facilmente confundidos com outras enfermidades”. 

Na vida real, o caso de Graham Frederick Young foi o mais emblemático. Nascido em Londres em 1947, sua mãe morreu quando ele tinha ainda alguns meses. Foi criado pelo pai e pela nova esposa deste, que ele detestava. Com pouco mais de onze anos, ele passou a envenenar a família, entre eles a madrasta e a irmã. A madrasta faleceu, consequência do envenenamento, em 1962. Young passou nove anos preso sob medida de segurança. Foi solto, supostamente curado de sua ‘insanidade’. Conseguiu emprego. Mas envenenou também os colegas de trabalho. Dois morreram. Um verdadeiro escândalo judicial. Foi novamente preso em 1971. Com ele, no momento da prisão e também em sua casa, foi achado o tal tálio. Também foram achadas detalhadas anotações das doses de veneno que ele havia administrado. Segundo Young, essas anotações não passavam de ficção para um novo romance. Young faleceu na cadeia, em 1990. 

E “The Pale Horse” continuou a inspirar envenenamentos. Por exemplo, em 2005, uma estudante japonesa de apenas 16 anos foi acusada de envenenar a própria mãe. Como anotado em “Agatha Christie: Shocking Real Murders behind her Classic Mysteries”, a estudante “havia lido um livro sobre os crimes de Graham Young e assistido a um filme, ‘The Young Poisoner’s Handbook’, de 1995, ligeiramente baseado na vida deste. Ela aparentemente também havia lido ‘The Pale Horse’, sobre o qual ela falou em seu blog”. Trágico também foi o caso de George Trepal. Residente na Flórida, Trepal era um garoto que gostava de organizar eventos sobre ficção policial para a sucursal da “Mensa Internacional”, a mais antiga, maior e mais famosa sociedade de “alto QI” do planeta. Todavia, em 1988, Trepal “praticou um envenenamento real em seus vizinhos, Pye e Peggy Carr e seus filhos. Ele pôs tálio nas garrafas de coca cola dos vizinhos. Peggy morreu, e o júri formado para o julgamento de Trepal, que o considerou culpado, votou pela pena de morte. Na casa de Trepal, foi encontrada uma cópia de ‘The Pale Horse’”. 

Mas não apenas “The Pale Horse” inspirou esses crimes horrendos. Na véspera do Natal de 1977, em Créances, na França, Roland Roussel, com 58 anos à época, decidiu envenenar seus velhos tios. A tia, após dias em coma no hospital, escapou. Mas o tio já foi encontrado morto. Uma garrafa de vinho, presente do sobrinho, estava envenenada: atropina (comumente usada na oftalmologia). Na busca e apreensão no apartamento de Roussel, acharam remédios e venenos. Acharam também jornais e revistas tratando de toxinas. E ali encontravam-se, também, vários escritos de Agatha Christie, entre eles um conto chamado “The Thumb Mark of St. Peter”, no qual se usa, não preciso dizer para o quê, a tal atropina. Várias passagens desse conto, relativas à toxina utilizada, estavam sublinhadas. 

Bom, de minha parte, espero que esse tipo de coisa – mistura de loucura com maldade – não mais se repita. Mas também espero, neste mundo maluco de hoje, em que muitos procuram culpados para os seus próprios erros, que não queiram processar minha amiga Agatha Christie. Ela não tem nenhuma responsabilidade por essas sandices. Ela apenas escrevia ficção. 

Marcelo Alves Dias de Souza 
Procurador Regional da República 
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL 
Mestre em Direito pela PUC/SP

H O J E




16/09/2018

15/09/2018

MOMENTO HISTÓRICO


 O novo sócio do IHGRN, Humberto Hermenegildo, entrega ao Presidente Ormuz Barbalho Simonetti, com a presença dos dirigentes Carlos de Miranda Gomes e Augusto Leal, dois exemplares raros dos livros "Horto", 2ª edição e "Poesias de Jorge Fernandes", resgatados em venda indevida nesta cidade e que foram apresentados durante um certame cultural.

14/09/2018

A HOMENAGEM A TARCÍSIO DA NATIVIDADE MEDEIROS





Foi uma tarde de emoções ontem na Academia Norte-rio-grandense de letras, quando da solenidade de homenagem ao Acadêmico TARCÍSIO DA NATIVIDADE MEDEIROS e entrega de comendas a pessoas ilustres.
O evento teve a organização e coordenação de SÔNIA FAUSTINO e contou com a presença de amigos, familiares do homenageado e colegas acadêmicos, além do apoio das seguintes Instituições:
A Mesa composta pelo Acadêmico Diogenes da Cunha Lima, presidente da ANRL, Dra. Adiana Cavalcanti Magalhães Faustino Ferreira, representando o Tribunal Regional Eleitoral, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do RN, também patrocinadora, Ormuz Barbalho Simonetti, presidente do IHGRN, Acadêmico Daladier Pessoa Cunha Lima, reitor da Uni-RN e a Acadêmica Leide Câmara, Secretária Geral da ANRL.

Flagrantes da entrega do troféu a alguns homenageados


Paulo Macedo e Diogenes da Cunha Lima



Jurandyr Navarro da Costa e
Ormuz Barbalho Simonetti, Presidente do IHGRN


Dr. Genibaldo Barros e
Ormuz Barbalho Simonetti, Presidente do IHGRN


Dr. Carlos Dutra e 
Ormuz Barbalho Simonetti, Presidente do IHGRN


Eulália Barros e o Bispo Diocesano Jaime Vieira 
entregando a comenda ao Padre THIAGO Thiesen





Acadêmicos que prestigiaram o evento, 
ao fundo parentes e amigos dos homenageados



Homenageados: Professora Isaura Pinheiro, Professor Manoel de Medeiros Brito, 
escritor Francisco Marinho, Acadêmico Benedito Vasconcelos, 
Arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha, Professora Zilda Lopes, representada pelo 
artista plástico Carlos José, Doutores Carlos Dutra  e Genibaldo Barros,  
e o Acadêmico Jurandyr Navarro da Costa. 
O Padre Thiago Thiesen recebeu uma homenagem especial



                                  Textos lidos por parentes e amigos do Dr. Tarcísio Medeiros



Representante da Escola Doméstica


Representante da família do homenageado


Historiadora Marlene Mariz



 Saxofonista Joedson

 

                          Coral da Escola Doméstica de Natal.




INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RN IHGRN <ihgrn.comunicacao2017@gmail.com>


Caros confrades,

Comunicamos que a Revista do IHGRN já está à venda na nossa sede.
Nesta edição começamos a publicar o dossiê sobre os municípios, e no nosso site é possível consultar o índice desta e das edições anteriores, www.ihgrn.org.br
Em atenção aos confrades, em dia com suas obrigações junto a Instituição, faremos uma redução de 20%, ou seja, um exemplar será vendido pelo valor de R$ 40,00 (quarenta reais), ao invés dos R$ 50,00 (cinqüenta reais), de valor real.
A renda obtida com a venda das revistas é direcionada para a impressão dos próximos números, para assim mantermos a publicação mais que centenária da revista.
Conclamamos a todos a divulgação das nossas publicações e das nossas atividades.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO