JOSÉ DE
ALMEIDA
Valério
Mesquita*
Domingo 18 de janeiro, foi um dia
triste para mim. Quando retornava do hospital onde fôra visitar a minha mãe,
recebi a noticia do falecimento súbito de José de Almeida, amigo, conterrâneo e
irmão maçônico da Loja Bartolomeu Fagundes. Com a voz embargada pela emoção,
Ticiano Duarte, meu primo e Grão Mestre do Grande Oriente Independente do Rio
Grande do Norte, transmitiu a infausta noticia com dificuldade. Almeida era o
secretário especial do Grande Oriente com devotamento exemplar a causa maçônica
e uma convivência diária que enternecia a todos. Neutralizado pelo impacto, de
repente, fluíram-me as lembranças e as passagens de nossas vidas todas ligadas
a Macaíba, território emocional de inesquecíveis jornadas. Comecei pelos
seus pais Alfredo de Almeida e D. Ana, compadres dos meus pais, que cumpriram
uma amizade indelével ao longo da existência, compartilhada de atitudes de
fidelidade e respeito jamais contrariados em momento nenhum da missão divina e
dadivosa aqui na terra. Imaginei a imensa perda para a sua esposa Dione, o
único amor de sua vida e dos seus filhos Almeidinha, Alexandre e Cláudio. Como
uma procissão de relembranças, restituo as figuras dos seus irmãos Cícero
Almeida, Mariluza (falecida), irmã Almeida (falecida) e Netinha. Quanta dor
pela partida tão prematura de José!!
O desapontamento da contrariedade
me impunha silêncio e recordações. Não queria aceitá-lo morto, inerte. Ele que
foi irrequieto, disponível, prestativo, solidário, sincero, incondicional nas
amizades. Amou Macaíba como uma entidade superior, tanto quanto a sua pátria
que jurou servi-la ao ingressar no Exército Brasileiro. José Almeida era
presidente do Lions Clube de Natal-Norte e esteve à frente de todos os
acontecimentos sociais, esportivos, culturais e políticos de sua terra ao longo
de quarenta anos. A maçonaria era a sua dedicação e paixão. Macaíba não pode esquecê-lo
jamais. Na vida social o Pax Clube lhe deve tudo. No esporte o Humaitá e o
voleibol não o olvidarão jamais. Na política, ao lado de Dione, participou de
memoráveis eventos em favor do Município, pois foi secretário municipal por
mais de uma vez. Boêmio, amigo dos mais simples, pobres e ricos, pretos e
brancos, posso afirmar, sem medo de errar, que em cada esquina, praça, rua,
bares da vida boêmia de Macaíba, êle será sempre reverenciado por todos com
saudade e ternura.
(*) Escritor.
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