1909 – A Estrada de Ferro Central do RN
Elísio Augusto de Medeiros e Silva
Empresário,
escritor e membro da AEILIJ
Em
1909, a Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte contava com 56
quilômetros, que foram colocados no tráfego das locomotivas em trechos
sucessivos – 34, 11 e 11 quilômetros. O primeiro deles em 1 de junho de 1906, o
segundo em novembro do mesmo ano e o terceiro em novembro de 1907.
A
inauguração do primeiro trecho deu-se pelo então Eng. Chefe Eugenio Ramos Carneiro
da Rocha, sucessor do Dr. Sampaio Correia, o iniciador das obras das linhas
férreas da estrada de ferro central. Os outros dois trechos foram inaugurados
pelo Eng. José Luiz Baptista, que sucedia o Dr. Carneiro da Rocha.
Em
todo o percurso existiam três estações de passageiros/ cargas - Estações de
Natal, Ceará-Mirim e Taipu, e três paradas: Igapó, Extremoz e Itapassaroca.
Na
margem esquerda do Rio Potengi ficava a estação inicial, cujo cais possuía um
trapiche de 110 mts de comprimento, que permitia atracar qualquer tipo de
embarcação.
À
direita do rio, na Ribeira, havia sido construído um prédio que servia de
estação central para melhor satisfazer os passageiros dos dois trechos
ferroviários do Estado.
Durante
mais de trezentos anos, o intercâmbio de Natal com a população, que habitava a
margem esquerda do Potengi, se fazia através de barcos.
O
transporte de passageiros, de uma à outra margem – travessia do Rio Potengi,
era feito por uma lancha a vapor, movida a hélice, com capacidade para cerca de
quarenta pessoas. A balsa chamada “Progresso” transportava pessoas e
mercadorias do Passo da Pátria para o Porto do Padre, que ficava na margem
esquerda do Potengi.
Apenas
quatro quilômetros separavam a estação inicial da 1ª parada, denominada Igapó;
a 2ª ficava a 17 quilômetros (Extremoz); a de Ceará-Mirim, a 34 quilômetros; a
de Itapassaroca, a 45 quilômetros; e a 56 quilômetros ficava a Estação de
Taipu.
O
custo das passagens era de 70 réis por quilômetro para a primeira classe e de
40 réis para a segunda classe. Todas sujeitas ao imposto vigente na época, que
era de 20%.
As
idas das locomotivas até Taipu eram nas segundas, quartas e sextas, com saída
às 8:30 horas e chegada prevista às 10:40 horas. As voltas eram nas terças,
quintas e sábados, com retorno a Natal às 14 horas e chegada prevista às 16
horas e 10 minutos.
O
movimento da estrada de ferro central acelerou a necessidade de uma ponte sobre
o Rio Potengi – um projeto antigo do governo local (desde 1870).
Em
26 de agosto de 1912, a Ponte de Igapó iniciou a sua construção e a inauguração
ocorreu em 20 de abril de 1916, com a presença do Governador do Estado Joaquim
Ferreira Chaves e várias autoridades. Na época era a maior obra de engenharia
do Estado.
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