Onde nasceu Laranjeiras
14/09/2016
Por Gustavo Sobral, fotografia acervo da familia
O engenho era a fábrica de se produzir
açúcar, os torrões transportados em lombo de animal até Igapó e ali de
canoa pelo Potengi até os armazéns da Ribeira em Natal. Aquele engenho
era movido a besta na almajarra, nele conduziam a lida, tirador de cana,
cambiteiro, mestre do açúcar, os trabalhadores. A cana plantada no solo
de massapê, fértil, rico, fecundo, que bebia no rio Ceará-Mirim.
Engenho em um único edifício abrigava
todas as funções para o fabricação do açúcar, moenda, caldeira, casa de
purgar. Lá no alto o bueiro e a casa grande, plana, comprida que ao
engenho se irmanava. Ainda havia a pastagem dos animais, o sítio de
fruteiras, as mais diversas, e um roçado.
A manga bacuri de Laranjeiras era o sabor inesquecível daquele tempo. "Luzia feito gemas nos caçuas de cipô",
escreveu sinhazinha Magdalena Antunes, que menina viu na feira. O caldo
que escorria da moenda seguia para o paiol e do paiol para os tachos
aquecidos pelo fogo da fornalha onde começava o cozimento e as chamas
subiam o bueiro e ganhavam todo o vale.
Formava-se o mel de engenho que seguia
para bater e depois para a casa de purgar onde era despejado nas formas.
Assim o melaço terminava de cristalizar e virava o mais doce açúcar.
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