02/03/2015

HOMENAGEM

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ZAÍRA CALDAS



Jurandyr Navarro

Do Conselho Estadual de Cultura



Celeiro de talentos os mais diversificados, o torrão natalense deu-nos, também, uma estrela cintilante na arte pictórica - Zaíra Caldas. É, somente ela, a única artista a introduzir o Transfigurativismo na cultura potiguar, estilo ainda não consolidado por algu­ma escola. Trata-se, ao que parece, aos olhos do leigo, da projeção na tela de uma ideia inspiradora do subconsciente não percebida pelo consciente. Ela o define como sendo "a transformação de uma imagem em outra imagem com o poder de atingir a consciêcia mais profunda. Vai além da transfiguração porque transcende do artista por uma nova autonomia plástica, possibilitando ao espectador criar múltiplas formas metamorfoseadas em diversas dimensões, dependendo de como são vistas e senti­das".

Trata-se de uma arte de pura abstração, num certo sentido. A arte abstrata teve como precursor Wassily Kandinsky, segundo autores.

O revolucionário estilo de Zaíra é novidade mundial.

Este, portanto, um modelo novo de pintura inaugurado com êxito pleno, em nos­sas galerias de arte e alhures, inclusive no Exterior, de Zaíra Caldas Pereira, virtuose das mais aplaudidas.   

Há anos que a inteligente e inspirada intelectual natalense deu a sua presença, sempre brilhante, em eventos os mais prestigiados, pela qualidade especial da sua refi­nada arte.

De longo tempo, a trajetória vitoriosa de Zaíra Caldas, navegando no oceano da arte, oceano calmo ou às vezes agitado pelos misteriosos caprichos dos ventos da inspiração criadora. Seja qual for o estado d'alma, o artista continua a sua atividade, como que repetisse a frase de Pompeu, colocada na boca de Plutarco e que se repete há séculos: "Navegar é necessário, viver que não é necessário". Expõe a sua razão Plutarco: - "Mesmo vendo o vento impetuoso da procela, Pompeu não temeu o perigo: teria que conduzir a todo custo o trigo colhido à Roma, e exortava aos bravos marinhei­ros a enfrentar o mar ameaçado pela tormenta". ("Navigare necesse est, vivere non est necesse").

O cumprimento do dever a tudo supera. Para o artista o seu trabalho está acima da própria vida.

Zaíra expôs em Paris, em Portugal, em Roma. Ganhou medalha de ouro na Bélgi­ca, na Espanha repetiram-se as ovações.

No Brasil fez exposições em diversos Estados.

No entender de Hegel, a obra de arte é uma criação do gênio, do talento. A sua criação exige talento, que é uma atividade específica, quer dizer, um dom limitado. O gênio é mais geral. “A atividade artística é inconsciente para ser eficaz. Deve presidir também destreza manual. (...) A obra de arte só é considerada tal enquanto espiritualidade, ungida pelo batismo do espírito e representando algo que ao espírito pertence e com ele se harmonize. Ela provem do espírito e existe para o espírito. Consiste em ser uma obra perene".

E adiante: "O sentimento e a idéia que em pintura inspiram uma paisagem, confe­rem a essa obra do espírito um lugar mais elevado do que o da paisagem tal como existe na natureza. Tudo quanto pertence ao espírito é superior ao que se encontra em estado natural. E não esqueçamos que a natureza de modo algum representa ideais divinos, que só a obra de arte pode exprimir".

A arte de Zaíra Caldas é toda ela espiritual e carregada também de sentimento e

emoção.

Conceituando o seu ideário artístico, assim se exprimiu a pintora Zaíra Caldas:



"O que procuro é o princípio cósmico da vida. Em frag­mentos sem definição; ousar uma estrutura de átomos numa tentativa de ir ao eterno, sabendo da impossibilidade de chegar. A absoluta forma da cor, numa sucessão pura de estética uni­versal. Ir à luz, sem esquecer as trevas. Partindo das raízes ir ao infinito absoluto deixando um rastro de luz nas manchas verme­lhas que caminham numa orgia sem glória, sem regras, obede­cendo simplesmente os impulsos da imaginação. Fragmentos involuntários numa fundamentação do sagrado, e na terrível magia transgredida do absoluto. Tangível singularidade na recriação do universo. Uma invasão de influências de elemento figurativos intencionais, que leva-me a outros símbolo, outros universos."



Por tudo dito acima, rejubilem-se os amantes da Beleza artística, que tiveram a oportunidade de contemplar as maravilhosas telas de tão inspirada pintora

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