Dicionário
Nordeste
Geraldo
Duarte*
1941. Marco inicial de um trabalho inédito e enriquecedor do conhecimento
nacional. O potiguar Luís da Câmara Cascudo principiava a desafiante feitura de
seu Dicionário do Folclore Brasileiro. Treze anos de pesquisas, estudos,
compilações e interações com as populações nordestinas para a consecução da
inestimável obra. Assim, desde a 1ª edição, em 1954, e até hoje, na 12ª, o
quase milhar de páginas daquele léxico continua fonte de consulta obrigatória e
recorrente para estudiosos do gênero.
Em mesmo trilhar, Florival Seraine, paraense radicado em Fortaleza e
membro da Academia Cearense de Letras, em 1958, lançou o distinguido Dicionário
de Termos Populares, contendo verbetes do Nordeste, porém com enfoque
maior à terminologia da nossa gente.
Soma mais de 5.000 entradas com bases linguísticas irretocáveis. Festejado filólogo,
historiador e escritor, Florival mereceu destaque na erudição literária pátria.
Em 1982, nobilitando o universo maior da cultura, Tomé Cabral Santos,
conterrâneo nosso, produziu o Novo Dicionário de Termos e Expressões Populares.
18.000 vocábulos nas 786 páginas, com 384 citações de célebres autores. De
lavra sua, também, a Moderna Gramática da Língua Portuguesa, quando era
professor da Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Passadas três décadas, um pernambucano morador em São Paulo decidiu formar
o quarteto máximo dos lexicólogos regionalistas. Fred Navarro, jornalista e
literato, oferece agora, em 700 páginas e 5000 termos, o Dicionário do
Nordeste, produção enaltecedora para a literatura regional brasileira.
Raro e rico tesouro esses quatro glossários.
*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
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