Luciano
Capistrano – luciano.capistrano@natal.rn.gov.br
Historiador/SEMURB
Professor/Esc.
Est. Myriam Coeli
Cidadão norte-rio-grandense Djalma
Maranhão. Político, professor de educação física, jornalista e esportista.
Fundador e diretor de jornais. Djalma Maranhão iniciou sua vida política nos
primeiros anos da década de 1940, reorganizando as forças populares herdadas do
Cafeísmo. Na eleição de 1954, foi eleito Deputado Estadual e na condição de
primeiro suplente assumiu o mandato de Deputado Federal ( 1959 – 1960 ). Por
duas vezes exerceu o cargo de Prefeito da Cidade do Natal. O primeiro mandato por
nomeação do governador Dinarte Mariz e o segundo mandato, em 1960, por eleição
direta, tendo seu nome sufragado por mais de 60% dos votos validos.
Em conseqüência do golpe de Estado
de abril de 1964 foi deposto da prefeitura. Esteve preso em quartéis do
exército em Natal, na ilha de Fernando de Noronha e no Recife. Morreu no
exílio, em Montevidéu, em 30 de julho de 1971, aos 56 anos de idade. Segundo o
professor Moacyr de Góes de saudades de sua terra Natal.
Efetivado o golpe militar-civil, no
Rio Grande do Norte, retrato da situação que o país vivenciava em abril de
1964, as forças políticas e as organizações sociais oponentes ao regime militar
instituído, foi vitimas da repressão, sendo toda a mobilização gradativamente
desmontada. Sindicatos foram fechados e suas lideranças presas, dentre elas
Elvlim Medeiros, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil
de Natal. Foi o Primeiro preso Político do Rio Grande do Norte.
Na manhã de 1º de abril, as principais
ruas de Natal foram ocupadas pelas Forças Armadas. Estava inaugurado um período
de perseguições, torturas e exílio. Época das trevas, muitos potiguares
conheceram a dureza da clandestinidade, outros, a morte.
Djalma Maranhão, é, com certeza, um
dos personagens da história política Potiguar que mais identificou seus
mandatos eletivos com os interesses do povo. Deputado Federal, foi durante sua
estadia no Congresso Nacional um tribuno defensor das bandeiras nacionalistas.
A luta por políticas de valorização e preservação dos interesses nacionais,
sempre fizeram parte dos seus pronunciamentos. Político ético, sofreu por ter
ousado em sonhar com uma sociedade solidária.
Em tempos de crise ética, faz
necessário registrar exemplos de homens públicos como o do prefeito dos autos
populares, o amigo da cultura do povo, Djalma Maranhão. Não esqueçamos a
invasão da prefeitura e a prisão do prefeito, da Campanha de Pé No Chão Também
Se Aprende a Ler, e de grande parte de sua equipe. O famigerado golpe de 1964
interrompia, através da força, uma das experiências das mais exitosas, em
termos de educação e de administração popular.
Djalma Maranhão, apesar da vida difícil do
exílio, evocou à Natal por ele amada:
“Não
te esquecerei, Natal!
Os
olhos do sol transpondo as dunas,
Que
dormiu embalada
Pelo
sussurro das águas do Potengi”.
Natal não pode esquecer o prefeito
dos autos populares, das praças de cultura, do incentivo ao esporte amador e da
mais ousada política de erradicação do analfabetismo: “A Campanha De Pé No Chão
Também Se Aprende A Ler”. Não, Natal não esquecerá o seu prefeito e fará sua à
poesia de Palmyra Wanderley:
“Louvado
seja o Prefeito que o destino da cidade tão cristãmente entendeu
Pelos
cantos. Pelas danças. Pelos fandangos nas praças.
Pelas
lapinhas de outrora. Revivendo a tradição
Aceite
meus parabéns!”.
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