10/06/2015



AD IMORTALITATEM


Ciro José Tavares.


Lamento não estar em Natal para assistir, neste dia 12 de junho, a posse de Carlos Roberto de Miranda Gomes na Academia Norte Rio-Grandense de Letras.


Carlos é um dos meus mais antigos amigos. Fomos colegas no Colégio Americano Batista, no Barro Vermelho, Natal Também Terezinha, hoje sua esposa.  Lembro-me que vinha ao colégio num transporte que me apanhava na Avenida Deodoro, em frente ao Cinema Rio Grande. O médico Costa Neto, que hoje passeia nas rotas estelares, e Edgar Ramalho Dantas faziam parte do grupo transportado.


Depois seguimos trajetórias diferentes, mas eu sempre sabia dos seus sucessos, principalmente, na área da música. Cantava bem, com um repertório de boa qualidade. Nos programas de auditório foi presença constante e destacada. Outro que sempre aparecia no panorama musical era o advogado e amigo Odúlio Botelho Medeiros. A época do Rádio provoca-me enorme saudade. Ótima programação e muita gente boa atuando nas cabines radiofônicas e nos microfones, o inesquecível Genar Wanderley e Luís Cordeiro entre tantos.


Nós vamos crescendo e inexplicável distância vai sem querer nos afastando. A distância é ainda maior se nos tonamos andarilhos. Comigo e Carlos certamente isto aconteceu. Estive fora da cidade muito tempo, sabíamos muito pouco dos nossos dias.


Formado em Direito, Carlos tornou-se um brilhante profissional e foi exemplar presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Norte. É uma unanimidade entre seus colegas. Se tiver adversários não será sua culpa. Pessoas como ele, sérias, competentes, inteligentes, dedicadas às atividades que exercem, quase sempre incomodam àquelas que se colocam num polo contrário, morrem de inveja e de  ambição.


Nas letras, é precioso estilista, escreve com clareza e objetivamente. Ao ser acolhido na Academia Norte Rio Grandense de Letras, recebe sua tríplice coroa acadêmica, pois já é membro da Macaibense de Letras e da ALEJURN.


A ANRL ficará ainda mais engrandecida com a presença de Carlos. Ocupará a cadeira cujo patrono é Tonheca Dantas, um músico, corroborando o ensinamento de que nada acontece por acaso, mas está predeterminado. O ocupante anterior era Hypérides Lamartine, outra figura digna de registro e de quem sentimos falta. Bom cristão Carlos que caminha a passos largos para a imortalidade perdoará a ausência do amigo mais uma vez distante.

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