O BARÃO DE CEARÁ-MIRIM
A história rasga o tempo, enquanto o homem a fabrica. Somos responsáveis pelo nosso passado, presente e futuro. Comentar esta história que nós mesmos fabricamos é contextualizá-la através dos seus valores por meio de estudos e pesquisa. É não deixar apagar na mente dos seres as marcas do crescimento de um povo para que todas as gerações descubram a historicidade de suas ori
...gens.
A princípio pairou sobre mim uma preocupação com relação ao convite para falar sobre a vida do Barão de Ceará-Mirim. Mas a curiosidade impulsionou-me a dinamizar com naturalidade uma pesquisa sobre a sua vida. Partindo então de perguntas preliminares tais como: Quem foi o Barão? Qual seu nome completo? De quem era filho? O que fazia? E pouco a pouco comecei a traçar o perfil deste homem que ajudou a construir a história da educação cultural e política na cidade de Ceará-Mirim.
Seu nome era Manoel Varela do Nascimento, tendo nascido em 1805. Seus pais eram Felipe Varela do Nascimento e dona Teresa Duarte, tendo desposado dona Bernarda Varela Dantas.
Foi agricultor no vale de Ceará-Mirim e Dom Pedro II o fez Barão em julho de 1874.
As pessoas afirmam que o título de Barão veio por ele ter constituído e doado uma escola ao município. No entanto a construção da escola ocorreu quatro anos após ele ter sido agraciado com o título. Como o Imperador D. Pedro II não dava títulos sem antes verificar o que as pessoas haviam feito, a afirmativa citada anteriormente apresenta contradição. Isto leva a pensar que o baronato deve-se a outros serviços prestados à instrução pública no município.
Foi Alferes de 2ª linha, cuja carta patente foi assinada por D. Pedro I em Abril de 1828.
Mais tarde foi elevado a Coronel Comandante Superior das Guardas Nacionais dos municípios de Natal, São Gonçalo, Extremoz e Touros.
Em 1868 foi reformado, quando exercia o cargo de deputado provincial do biênio 1868-1869. Chegou a ser o terceiro vice-presidente da Província.
O Barão introduziu melhoramentos na indústria açucareira do vale. Foi um dos primeiros a utilizar o cilindro horizontal para triturar a cana e açúcar e divulgou a cana caiana.
Na carta diploma de Barão de Ceará-Mirim o senhor Manoel Varela do Nascimento é enaltecido como senhor de engenho e elemento característico do patriarcalismo rural da região. Foi o primeiro norte-rio-grandense agraciado por um título nobiliárquico no império.
Ele faleceu em março de 1881 e a baronesa em março de 1890. O barão e sua esposa foram sepultados na capela do Engenho em terras da Usina São Francisco no Ceará-Mirim, túmulos ainda hoje conservados.
O grupo escolar que foi doado pelo Sr. Barão recebeu inicialmente o nome da Escola Felipe Camarão, onde funcionou cadeiras de latim e francês criados pelo governador Aminthas Barros em Março de 1885, pela lei nº 949.
Em 1936 a escola passou a denominar-se “Barão de Ceará-Mirim”, nome que permanece até hoje. Os profissionais que ali trabalham, têm desempenhado o papel de educar crianças e adolescentes que assumiram a sociedade futura, construindo a história e dando continuidade a ação de vida dentro do município ou fora dele.
FONTE - SITE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CEARÁ MIRIM, disponibilizado em 23 de abril de 2010, através do sítio
http://jotamaria-cearamirim.blogspot.com.br/
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