24/03/2016


O DENUNCISMO NAS IGREJAS

Valério Mesquita*

Um Deus infinito e unificado pode ser plenamente revelado e justificado se as igrejas no mundo e no país que habitamos deixarem de se agredir. A harmonia e a energia dos cristãos não podem ser perturbadas pela pregação dissimulada, que posiciona as igrejas acima da letra e do espírito da Bíblia. A beleza e a exatidão lógica dos dois testamentos não podem ser interpretadas apenas como alegorias no exercício do sacerdócio. Eles representam dois estágios da revelação histórica de Deus.
A liberdade de culto no Brasil está consagrada na legislação constitucional. Todos que pertencem as religiões calcadas nas Sagradas Escrituras estão abrigadas na família de Jesus Cristo. A Bíblia está repleta de versículos que confirmam a liberdade que o homem tem de livre arbítrio, escolha e associação.
Hoje, me sinto feliz pelo fato das religiões cristãs terem se multiplicado para diminuírem as estatísticas de ateus, indiferentes e escarnecedores que estão no meio de nós. Daí, a diversidade de credo ser bastante acentuada. “Por ser a palavra de Deus viva e eficaz” (Hebreus 4.12), não pode ser distorcida ao bel prazer dos pregadores. As igrejas, de um modo geral se constituem, hoje, em verdadeiras empresas de economia privada. Tal a envergadura de cada uma, o poder de influência, na mídia radiofônica e televisada. Essa corrida, essa concorrência, pela exclusividade do legado de Cristo na terra, conduzem a mensagem a desvios e desvãos perigosos.
Acompanho, instantemente, a perseguição de uma conhecida e poderosa denominação evangélica contra outra surgida acerca de onze anos passados, voltada ao poder da cura pela oração, pela fé e principalmente pela unção. Começou pequena como a maioria. Quando chegou à televisão, a antiga começou a perder adeptos. Imagine uma disputa do Extra com o Carrefour; da loja Insinuante com a Rabelo ou da C&A com a Riachuelo. Entendo que todas as igrejas que herdam e pregam a doutrina devem se constituir uma aliança imutável em Cristo. Nenhuma tem o poder de julgar, chantagear, oprimir e mutilar as congêneres. O povo detém a liberdade de seguir aquela que lhe aprouver. A verdade é da Trindade Divina e não do homem. Este é servo, seguidor e obreiro de Cristo para a semeadura da palavra e da conversão.
Seria “curandeirismo” qualquer igreja fazer resplandecer publicamente os milagres e as boas obras, tudo isso em nome de Jesus? Estão entre os bem-aventurados “aqueles que sofrem perseguição por causa da justiça”. “Toda casa dividida contra si mesma não subsistirá”, disse o Mestre. O fato é que o Espírito Santo pode atuar para curar e expulsar demônios, numa capelinha do interior e não o fazer na mais imponente catedral. Se Ele quiser, pode operar num esquecido casebre, onde meia dúzia de fiéis, está reunida em torno de seu nome e não realizar curas no mais portentoso templo protestante ou católico. São os desígnios e os mistérios de Deus. Não cessa a pergunta: para que serve o denuncismo, a inveja e o despeito? Igreja não é magazine, supermercado, drugstores ou mercado público. A fé não é pasteurizada. Ela continua sendo, ao lado das boas obras, o alimento do corpo e do espírito. “A César o que é de César. A Deus, o que é de Deus.” (Mateus 22:21).


(*) Escritor.

23/03/2016


 O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE elegeu no último dia 21, o sócio e escritor FRANCISCO HONÓRIO DE MEDEIROS FILHO como o novo Diretor Orador da Instituição.




Em sessão ordinária da Diretoria, o IHGRN aprovou o nome da escritora Eulália Duarte Barros, para sócia efetiva da Instituição. A nova confreira é natural de Goianinha, graduada em Letras, curso de bacharelado pela UFRN, com pós-graduação, Mestrado em Educação pela UFRN, professora adjunta IV, fundadora do Núcleo Educacional Infantil, Diretora do NEI, assessora para assuntos da educação da Biblioteca Zila Mamede, da UFRN, membro da União Brasileira de Escritores – UBE_RN, imortal eleita para a cadeira 13 da ANRL, ensaísta com as seguintes obras publicadas:

“Uma Escola Suiça nos Trópicos”. 2000
Verdes Campos, Verdes Vales, 2004,
Alguns Aspectos da Literatura Infantil,
Escola Doméstica de Natal – 100 anos em retratos, 2014
Artigos publicados nas revistas do Tribunal de Contas do RN, Revista Monsenhor e Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.

Professora universitária.

A posse de ambos ocorrerá no próximo dia 29, durante a solenidade comemorativa dos 114 anos da CASA DA MEMÓRIA.

CONVITE IMPERDÍVEL PARA HOJE



MANOEL ONOFRE JÚNIOR LANÇA HOJE OS SEUS LIVROS:

"A SERVIDÃO DIÁRIA 2"(EDITORA SARAU DAS LETRAS) E

"HUMOR NO CONTO POTIGUAR". (8 EDITORA).

ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS
18 HORAS
RUA MIPIBU, 443 - PETRÓPOLIS-NHATAL/RN
Macaúbas: tricentenário de um mosteiro mineiro, com influência alagoana. 
 *Olegário Venceslau da Silva

Os pálidos e contumazes ventos remontam às antigas vielas duma antiquíssima Penedo, que se banha amiúde no frescor das mansas águas do Velho Chico, com suas manias de curvas. Sob o orago perpétuo de santos católicos e olhares contemplativos das desbotadas e seculares torres das igrejas locais, feito sentinela permanente a guardar seus filhos, que transitam sobre íngremes ruas de pedras sobrepostas, e descansam suas fadigas à sombra dos casarios barrocos quando dos dias quentes e ofegantes da bucólica cidade interiorana, com traços aristocráticos e opulência imperial, que fazem jus àquela comuna nativista. As sapientes palavras do poeta Castro Alves, num linguajar sonetista traduzia com perfeição e síntese o tempo, em suas mais diversas formas – “o século é grande no espaço” – e a grandeza do amontoado dos anos escrevia com fulgurante pena a história e destino dum camponês ribeirinho, cuja missão quiçá profética, levou-o a caminhos, a paragens desconhecidas e não menos inimaginável. Nos longínquos idos de 1708, ainda sob os auspícios de um Brasil colonial e campesino, arraigado aos costumes medievos na então capitania de Pernambuco – hoje Alagoas – o conhecidíssimo clã dos Soares da Costa, liderado pelo Capitão Manoel e seu irmão Félix, abandonam o regaço materno após o desaparecimento de seu genitor, e num misto de êxtase e olhar visionário ambos rumam às plagas mineiras, pelos caudalosos caminhos do Rio São Francisco margeando povoados e vilarejos do baixo sertão nordestino, imersos pela ausência de mantimentos, inclemência de uma terra ressequida e paupérrima, mas sobretudo pelo apogeu da fé de seu povo, cujo percurso configurou-se em uma verdadeira peregrinação, que lhes tomaram três longos anos de viagem. 

 Quais andarilhos guiados diuturnamente por constantes devaneios, finalmente arriam seus pertences – feito nau errante ao atracar no cais – no então sítio Macaúbas, em 1711. De profunda devoção mariana, estritamente ligada a Imaculada Conceição, o sertanejo das quebradas da alagoana Penedo, Félix da Costa Soares, é tomado por reluzente miragem quando de sua travessia às margens do Rio das Velhas, cujo sinal metafísico remetia à figura eremita de um homem, vestido no hábito branco, tendo por sobre si um escapulário e revestido num finíssimo manto azulado, trazendo sobre a fronte um pequeno chapéu caído nas costas. Num transe quase que involuntário, o beato Félix entendia doravante a missão a ele outorgada. No ano seguinte, após um período de contemplação e clausura, imerso em orações e fervorosas súplicas resolve seguir caminho em direção ao Rio de Janeiro, no intuito de ser atendido em audiência por Dom Francisco de São Jerônimo, então bispo daquela Província. Entre narrativas e petições auriculares sobre o pretérito episódio, Félix da Costa recebe autorização eclesiástica para a construção de uma ermida sob a invocação de Nossa Senhora e posteriormente transformado em recolhimento, bem como o uso perene do hábito da Ordem da Imaculada Conceição, cujo sonho materializou-se devido as esmolas colhidas e guardadas num singelo cofre que trazia junto de si, pendurado no peito. Durante décadas a fio, a obra fora erigida nas vastas campinas das Minas Gerais, serviu de recolhimento para irmãs religiosas, se tornou no século XIX o primeiro colégio para meninas e moças daquela capitania do sudoeste brasileiro, cuja função precípua era a educação, o preparo das jovens para o casamento, proteger órfãos e viúvas desamparadas. Nele se instalam diversas noviças, recebendo em seus átrios as nove filhas da ex-escrava e senhora do Arraial do Tijuco, Chica da Silva, entregue aos cuidados das religiosas da Ordem de Nossa Senhora da Conceição. 

Passados três séculos desde sua fundação [1712 -2015] cada espessa coluna daquele monumento arquitetônico dão um testemunho eloquente, dos incontáveis dias de glória e árduas conquistas a suor e lágrimas, conservando no seu interior histórias de um homem – Félix da Costa Soares – nascido nos recônditos boqueirões de uma Alagoas ribeirinha e bucólica, cujo destemor e intrépida fé fizeram-no cravar em solo mineiro o estandarte multicolorido da religiosidade popular e educação feminina, perenizando desta forma um sonho que sobreviveu às agruras e intempéries da vida. 

* Escritor, advogado, membro da Academia Maceioense de Letras, Academia Alagoana de Cultura, Comissão Alagoana de Folclore e sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Paraná .

20/03/2016

H O J E


ESTIMADOS ASSOCIADOS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, não esqueçam do seu compromisso de HOJE - COMPARECER AO IHGRN para a votação do novo Diretor Orador.
O único candidato inscrito foi nosso confrade FRANCISCO HONÓRIO DE MEDEIROS FILHO, que deverá tomar posse na solenidade aprazada para o próximo dia 29.
O horário da eleição - das 8 às 11h.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS.- Rua da Conceição 622.
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Presidente da Comissão Eleitoral




INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE
ELEIÇÃO PARA DIRETOR - ORADOR
CANDIDATO: FRANCISCO HONÓRIO DE MEDEIROS FILHO
CÉDULA ELEITORAL (TRIÊNIO 2016/2019)

 

                 SIM

 

                 NÃO

 

                 EM BRANCO


(marcar com um “X” a sua preferência)


    Adeus Irmão Velho!...Iremos Juntos a ti nos próximos dias fazermos a ti um Tributo daqueles!!!...Seus irmãos da Genealogia Nordestina irão a ti homenagear igual a príncipe a adentrar num salão Chiq porque vc foi Chic, foi Top, foi Vip de mais, nos céus dê lembranças a todos, de Thomás de Araújo pra frente, de Caetano Dantas adiante, de Domingos Alves a longo abraço!!!...
    Meu amigo Alzenado:
    Estava há pouco falando com seu amigo Arysson Soares sobre o homem de vanguarda que você foi: à frente do seu tempo, antenado com o que ainda estava por vir, apostando nas próximas tendências. Nessa conversa, relembramos várias passagens suas, de genealogista nato que era - rimos muito, mas acabamos os dois, juntos, chorando de saudades. Saudades de não mais atender seu telefone trazendo mais uma novidade da "high society" local ou da política; saudades de não atender ao seu chamado para contar de uma nova descoberta dos nossos antepassados; saudades das suas visitas e das conversas ao pé-do-ouvido...
    Ontem eu falava com seu grande amigo Alberto Sales e percebemos que você parece que pressentiu que estava se aproximando a hora de ir embora, pois nos últimos dias, ligou para vários de seus amigos e, de uma forma muito própria sua, disse que estava indo, para somente agora, entendermos que sim, você já sabia.
    Mas você, Alzenado, teve a sorte de começar a ir embora em grande estilo: durante um daqueles eventos que você adorava prestigiar, cercado por seus amigos e conterrâneos. E ainda deu tempo de despedir-se das suas pessoas mais queridas e até de preocupar-se com elas. É, você realmente era um homem notável e foi embora de forma nobre.
    É isso meu amigo. Acabou o seu tempo entre nós e de uma forma tão prematura! Mas o seu legado ficará conosco, através das suas histórias e lembranças. Agora você já está encontrando-se com seus antepassados e, nas palavras de Arysson, na certa vai dar um trabalho danado, querendo entrevistar todos eles. Por aqui, você vai fazer uma falta danada, os eventos e a política perderam um pouco da graça.
    Adeus, Alzenado.

    Fabiana Agra