05/02/2014

Comentários sobre “Velhas Heranças”

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)

Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG


O livro de Hélio Galvão, “Velhas Heranças”, foi fac-similado pelo Sebo Vermelho em 2012. É a partir dele que construo este artigo, fazendo alguns comentários e acrescentando outras informações do meu conhecimento. 

Meu último artigo, neste jornal, foi sobre Valentim Tavares de Mello, filho de Manoel Gonçalves Branco e Catharina de Oliveira e Melo. Pois bem, um dos inventários, do livro de Hélio Galvão, é o de Damiana de Oliveira e Mello, que faleceu em 9 de dezembro de 1748, solteira, não deixando testamento. Foi seu inventariante, o irmão, sargento-mor Gregório de Oliveira e Melo, e habilitaram-se, para receber a herança, os irmãos: ele próprio, Gregório, solteiro, mas que teve uma filha com Suzana Brito Palhano; Maria da Conceição, que era casado com o tenente-coronel, José Pinheiro Teixeira, natural de Arrifana de Sousa; Francisco de Oliveira Ramos, viúvo; Eugenia de Oliveira e Mello, que era casada com o sargento-mor Dionísio da Costa Soares; capitão Miguel de Oliveira e Mello, que foi casado com Ângela Correa da Costa, filha de Fradique Correa da Costa; Cosma de Oliveira dos Santos, solteira; sargento-mor Valentim Tavares de Mello, casado em segundas núpcias com Luzia de Albuquerque Mello, falecido, e, por isso, representado pela filha do casal, Maria Manoela, nessa data com três anos, mas que posteriormente casou com o viúvo Estevão da Cunha de Mendonça.

Em artigo que fiz sobre Manoel Gonçalves Branco, Damiana não apareceu como filha. Pode ter nascido em data posterior ao ano de 1711. Talvez Cosma seja sua irmã gêmea; Francisco de Oliveira Ramos, que aparece acima, deve ser o tenente Francisco de Oliveira Banhos, mesmo nome do avô, que morava em Recife; da mesma forma Cosma de Oliveira dos Santos, deve ser Cosma de Oliveira Banhos.

Outro documento, constante do livro de Hélio, era o testamento (29 de março de 1718) de Joanna de Barros Coutinho, que teve como inventariante, seu marido Manoel Rodrigues Taborda. Nesse testamento ela se diz natural de Olinda, freguesia de São Pedro Martyr, filha legítima do sargento-mor Manoel da Silva Vieira (Hélio só conseguiu ler Manoel) e dona Graçia do Rego, não tendo filhos, nomeou, como herdeira, sua mãe.
 
Manoel Rodrigues Taborda era português da Villa de Buarcos, e casou com Dona Joanna de Barros Coutinho, em 8 de setembro de 1697.

Dona Gracia, mãe de Joanna, faleceu antes dela, e, por isso, foi representada por filhos e netos: Tereza da Silva, viúva, filha; Luzia Romana da Silva, filha; Joanna de Barros, casada com Cosme de Freitas, neta, filha de Maria de Barros (falecida) e do tenente-coronel Gonçalo Ferreira da Ponte (casamento em 20 de abril de 1697); Francisco (25 anos), neto, irmão de Joanna de Barros; Atanásio, 20 anos, outro irmão de Joanna; Luis (14 anos), neto, filho de Anna do Rego, que foi casada com o primo legítimo, Lázaro de Barros (casamento em 28 de maio de 1703); Manoel e Miguel irmãos de Luis; Josefa, também irmã, com 7 anos.
 
Outro inventário é o de Cipriano Lopes Pimentel, que era filho do sargento-mor Francisco Lopes e de Joanna Dorneles, esta filha do escabino  Manoel Rodrigues Pimentel e neta de João Lostau de Navarro. Cipriano era casado com Tereza da Silva, filha do alferes Felipe da Silva e de Joana Salema. Nos registros mais antigos, encontro referências, tão somente, sobre escravos de Felipe, de José Gomes Salema e de Domingos Gomes Salema.
 
Mais outro inventário é do capitão Domingos da Costa (Rocha em alguns registros) Araújo, que foi casado com Brásia Bezerra de Vasconcelos, inventariante. Uma das herdeiras habilitadas é Monica da Rocha, casada com o capitão Julião Borges, ascendentes de Nísia Floresta. Nos registros antigos, encontro batismos de três filhos de Domingos e Brásial: Tereza, batizada em 30 de agosto de 1688; Hieronima, batizada em 8 de outubro de 1690; e João batizado em 19 de setembro de 1694. Todos eles habilitados, além de Álvaro da Rocha; Brásia, Maria Madalena e Bonifácia, órfãos. Segundo Hélio, a sentença final desse inventário data de 20 de janeiro de 1818.

É nesse inventário do capitão Domingos que encontro uma informação que confirma uma questão levantada em um artigo anterior sobre a família Casa Grande do Assú. No livro que foi escrito, constava a seguinte informação de Antonio Soares de Macedo: D. Joanna Martins, filha mais velha do coronel Manoel Lopes de Macedo, minha 3ª avó, casou com o capitão-mor José Ribeiro de Faria, meu 3º avô, o qual era natural do Rio São Francisco e morador na Capitania desta Província, hoje Estado. No artigo que escrevi, eu coloquei dúvidas sobre tal informação, pois supunha  que Joanna era filha do capitão João Martins de Sá e Clara Macedo.
 
No inventário do capitão Domingos, consta dívidas passivas, ao tenente-coronel Manoel Martins de Sá e a seus cunhados capitão João Marinho de Carvalho e capitão José Ribeiro de Faria, herdeiros do defunto capitão José Martins de Sá, 106$400.  Na transcrição do inventário, mais um equivoco, pois os três eram herdeiros do capitão João Martins de Sá. Assim, se confirma que D. Joana Martins de Sá era filha do capitão João Martins de Sá e não do coronel Manoel Lopes de Macedo. 


Casamento de Manoel Rodrigues Taborda e Joana de Barros Coutinho

2 comentários:

  1. O nome do meu bisavô paterno era João Marinho de Carvalho, filho de Matias Marinho de Carvalho e Joana Matias, havendo recebido aquele nome em homenagem ao seu avô paterno, João Marinho de Carvalho, que foi vereador do Senado da Câmara de Natal várias vezes, ao longo do século XVIII.

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    1. Boa noite. Também sou descendente da família Marinho de Carvalho. Meu tetravô se chamava Dionísio Marinho de Carvalho e foi vereador em São José em 1849

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