A crise
da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil
A aparente placidez da
Monarquia encobria movimentos trazidos da Europa no caminho da modernização do
Estado e implantação da Democracia. De vez em quando era atropelada por
movimento de rebeldia, contabilizando-se a Revolução Farroupilha (1835-1845)
como a última registrada.
Entretanto, as ideias liberais
assimiladas pelos intelectuais, funcionários públicos, estudantes, profissionais
autônomos e a classe produtiva, prenunciavam uma crise e, no final da década de
1880, o Brasil entra num movimento cívico de busca pacífica de mudanças sociais
(Em 1850, a lei
Eusébio de Queiroz proibiu a tráfico de escravos, encarecendo o uso desse tipo
de força de trabalho. Naquele mesmo ano, a Lei de Terras preservava a economia
nas mãos dos grandes proprietários de terra),
cuja implantação envolvia a necessidade de nova forma de governo, politicamente
mais avançado e atento às soluções econômicas exigidas pelo momento histórico (1870 os
republicanos se organizaram em um partido e publicaram suas ideias no Manifesto
Republicano).
O nosso Imperador D. Pedro II,
apesar de homem inteligente, estava ausente da discussão, preferindo interferir
em questões alheias ao Estado, como em assunto religiosos provocando
divergências. A par disso, eclodiam nichos de corrupção sem punibilidade,
incomodando o Exército Brasileiro, tolhido de se manifestar na imprensa sem
prévia autorização do Ministro da Guerra.
Apenas a classe dos proprietários
rurais não adentrava nesse movimento, mesmo assim não reforçava a defesa do
Governo, numa posição de omissão. O ideal republicano crescia no Brasil.
Um fato marcante deu prova da
fragilidade do governo - em 1888, a abolição da
escravidão promovida pelas mãos da princesa Isabel deu o último suspiro à
Monarquia Brasileira.
Chegávamos ao ano de 1889 quando
no dia 15 de novembro o Marechal Deodoro da Fonseca, militar de grande
prestígio, pressionado pelos adeptos da implantação da República, demite o
Conselho de Ministros e o seu presidente, data em que assina o manifesto
proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório. O golpe
militar foi apoiado pelos integrantes do Partido Republicano, na Câmara dos
Vereadores do Rio de Janeiro.
Como consequência natural do
movimento, em 18 de novembro D. Pedro II e a família imperial é expulsa rumo à
Europa, enquanto o Marechal Deodoro assumia a presidência da República,
provisoriamente, com a definição de que doravante o governo seria escolhido
pelo povo através de eleições. Estava instalada a Democracia no Brasil,
sofrendo as adaptações próprias das conveniências ditadas pelo processo de
industrialização, o crescimento da cafeicultura e a mudança sócio econômica,
pilares para a ampliação da participação política da população.
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Carlos Roberto de Miranda Gomes, sócio do IHGRN
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