23/04/2014


Zé Areia pronto pra Guerra

Juarez Chagas/Professor do Centro de Biociências da UFRN (Juarez@cb.ufrn.br)


          Muitos escritores norteriograndenses já escreveram sobre Zé Areia e suas façanhas, assim como Veríssimo de Melo, Protásio Melo, Celso da Silveira, dentre outros. Todos foram unânimes quanto às sátiras e humor cortante deste gozador inveterado que se tornou lenda, mesmo ainda em vida.

          Zé Areia era na verdade, José Antônio Areia Filho (1901-1972), boêmio inveterado que, com sua verve satírica e respostas imediatas sempre na ponta da língua fulminando a quem tentava humilhá-lo ou fazê-lo de simplório, era reconhecido e enaltecido desde as mais simples rodas de boêmios desocupados até os grupos mais eruditos da sociedade potiguar que se rendiam às suas piadas e sátiras, naturalmente imprevistas.

          Zé Areia pode não ter feito parte de Glamour em Natal durante a 2ª Guerra Mundial, mas, seguramente, com seu humor e peripécias, muito contribuiu para que o sentimento de perigo, combate e morte vividos pelos soldados, fossem esquecidos por instantes, quando ele entrava em cena sem avisar.

          Sobre isso é bom lembrar que ele trabalhou na Base de Parnamirim, como barbeiro dos soldados americanos, muitos dos quais não foram vítimas apenas de sua navalha, mas também de seu humor que era mais cortante, ainda.

          Os americanos que com ele tiveram aproximação, ou eram seus amigos ou eram “vítimas” de seu humor sarcástico, o qual era mais perigoso ainda do que sua própria navalha de barbear, o consideravam como uma espécie de gozado amigo.

          Boêmio como sempre foi com seu humor fino, cortante, repentista e inigualavelmente contagiante, não seria a 2ª Guerra e nem os americanos em Natal que iriam mudar Zé Areia. Muito pelo contrário, esta seria mais uma situação da qual ele tiraria proveito tanto para sobreviver, como para tornar mais indefensável sua comicidade nata e, se preparar para uma “verdadeira guerra” contra a fama de espertos

que os americanos tinham por se acharem filhos do país mais avançado do mundo!

          Assim sendo, Zé Areia estava “pronto pra Guerra”, tendo colocado seus préstimos de barbeiro, navalha na sátira, humor e participação carnavalesca a serviço dos gringos que se renderam à graciosidade das moças batalhenses e espírito acolhedor de seu povo.

          Mas, para Zé Areia que, não tendo profissão definida (a mais constante, porém não permanente era a de barbeiro) era mais conhecido como despretensioso “biscoiteiro” e, para ele que, permeava com o mesmo trânsito livre por todas as camadas sociais, tanto fazia estar numa mesa de boteco com seus pares, como cercado em companhia de ilustres personalidades da sociedade potiguar num fino restaurante, que lhe convidassem para gozar de sua presença e repentes humorísticos.

          Pois bem, no decorrer da 2ª Guerra Mundial, ocorreram alguns episódios entre Zé Areia e os soldados americanos, quando ele foi contratado para ser barbeiro na Base de Parnamirim, episódios estes dignos de registros.

          É bom lembrar que nesse período da vida batalhense, o comércio, assim como outras mudanças ocorridas em função da presença dos americanos em Natal, sofreu uma transformação brusca, quase que da noite para o dia, pois as lojas e estabelecimentos comerciais em geral, passaram a expor seus artigos para marinheiros e soldados americanos que com seus dólares achavam que tudo podiam comprar e, realmente, compravam quase tudo.

          Mesmo tendo sido narrada por Veríssimo de Melo em seu livro Sátiras e Epigramas de Zé Areia (3ª Edição, 1982), foi o próprio Protásio Melo que me contou sobre este momento em que Zé Areia também tirou proveito comercial em cima dos americanos, uma vez que passou a vender galinha e outros animais aos gringos, inclusive tendo vendido urubu como se fosse peru. Ele achava que só cortar cabelo de soldado, não botava ninguém pra frente, ainda mais que seria só por um período.

          Assim sendo, fez propaganda, em sua barbearia, do sabor da galinha caipira, algo totalmente desconhecido pelos americanos e quando estes foram lhe procurar, ele superfaturou, vendendo uma por dez Dollars, muito embora o preço real fosse dez vezes menos. O comprador, depois de descobrir que havia sido lesado, prontamente reclamou ao Cônsul que, por sua vez juntamente com o reclamante, procurou Zé Areia para esclarecer o fato.

          - É verdade que o senhor vendeu um galinha por apenas Dez Dollars? Questionou o Cônsul, com seu sotaque carregado.

          - Não senhor. Eu não disse que a galinha era Dez Dollars. Apenas, perguntei a ele: “Tem dollar?!”

          Sendo corte de cabelo de soldado simples, rápido e não requerer conhecimento de Inglês foi Zé Areia, durante a Guerra, contratado pra passar uns dias em Dakar, pra ser barbeiro dos americanos em missão de guerra lá, uma vez que já exercia tal função na Base Militar de Parnamirim. Estando então lá, isolado e sozinho, certo dia, um dos soldados do Tio Sam, chegou pra ser atendido, com um copo de bebida na mão e com uma alegria que contrastava a tristeza do barbeiro solitário, indagou sob o olhar triste de Zé Areia:

          - Do you like to drink?

          - É só o que eu laico!...respondeu ele com olhar comprido para a bebida.

          Em relação às aves, não era só galinha caipira que fazia sucesso entre os americanos, pois papagaios tornaram-se famosos, especialmente os “falantes” que, por vezes, eram enviados para os Estados Unidos como pet animals (animais de estimação). Assim, um outro dia, Zé Areia vendeu um papagaio praticamente cego, a um americano, que encantado com a fama da ave, pretendia enviar o mesmo para a América, como presente (Na época Walt Disney havia criado a personagem Zé Carioca, um estrondoso sucesso no mundo do cinema e dos quadrinhos).

          Dia seguinte, examinando melhor o papagaio, sentiu-se ludibriado e foi reclamar ao cônsul para que o mesmo tomasse providências.

          ...Mas, o senhor vendeu este ave completamente cega! Questionou a Zé Areia.

          - Um momento...o senhor quer um papagaio pra falar ou pra levar pro cinema?

          Portanto, era assim Zé Areia e muito mais, evidentemente. Entretanto, em relação aos americanos e ao período do tempo de guerra em que viveu, não são muito os registros encontrados, embora tenha havido muitas outras passagens, especialmente durante o carnaval, quando este era disputado pelos americanos, embora os mesmos corressem o risco de seu humor cortante.

          Porém, é fato que, com sua verve humorística e seu jeito despretensioso e alheio de ser, entretanto naturalmente preparado ao revide verbal fulminante, estava Zé Areia sempre pronto, inclusive pra guerra, o que provou devidamente na 2ª Guerra Mundial.

          (extraído do livro NOS BONS TEMPOS DA SCBEU-Viagem nas Memórias dos Anos Dourados de Natal, do Autor).












22/04/2014

Alecrim1




Alecrim: Algumas considerações

Luciano Capistrano – luciano.capistrano@natal.rn.gov.br

Historiador/SEMURB


            O Alecrim foi oficializado bairro, em 1911, através da resolução nº 151, assinada pelo Presidente da Intendência (antiga denominação da Prefeitura), Joaquim Manoel Teixeira de Moura. Nascia assim o quarto bairro de Natal: Desmembrado da Cidade alta, tendo por limite ao norte uma linha que, partindo da ponta de Areia Preta, se dirige, pela rua Ceará-Mirim e Baldo, ao rio Potengi; a leste, o oceano até encontrar a avenida sul, que demora no extremo do terreno patrimonial do munícipio; ao sul, a mesma avenida limite do patrimônio municipal até o rio Potengi, até encontrar o ribeiro que banha o sítio denominado de Oitizeiro.

            O lugar onde foi delimitado o bairro do Alecrim tem uma história de ocupação que remonta 23 de outubro de 1911. Dois equipamentos urbanos instalados o Cemitério do Alecrim ( 1856) e o Lazareto da Piedade (1882), foram as primeiras ações do poder público nessa região, uma demonstração que o bairro já nascia com a estigma de abrigar aquilo que a cidade queria longe de seus limites urbanos.

            Durante a formação urbana de Natal, o bairro exerceu, e, ainda exerce uma importância econômica significativa para a cidade. Caros

leitores, Natal era uma cidade sitiada, uma cidade de difícil acesso, muitas eram as barreiras naturais. O oceano, o rio e dunas, eram obstáculos a serem vencidos por aqueles que habitavam e visitavam a capital potiguar do passado. Existem relatos, do inicio do século XX, sobre a dificuldade de acompanhar um cortejo fúnebre, pois, não era fácil sair da Ribeira e acompanhar o finado até o alto do Baldo, enfrentar um verdadeiro areal e chegar ao Cemitério do Alecrim, muitas das famílias abastardas da cidade faziam o translado do corpo de trem até o Oitizeiro, hoje nas mediações da Cosern.

            Bem a cidade cresceu, e o bairro, antes, uma área suburbana, formada por granjas, começou a se desenvolver, fruto inclusive de umas das características mais presentes: o comercio.  O professor Itamar de Souza, diz que um dos nomes do Alecrim, Cais do Sertão, advém por ter servido de pouso dos viajantes oriundo do interior e de outros estados que procuravam a Capital Potiguar, para vender ou resolver assuntos relacionados a administração estadual. Bem o fato é que uma rede de pequenas pousadas surgiu dessas necessidades.

            A feira do Alecrim, lugar de sociabilidade tradicional de Natal, logo se transformou num grande centro econômico. Em um domingo de 1920, João Estevam e alguns amigos, organizaram a venda de suas mercadorias na avenida 1, avenida Presidente Quaresma. Na década de 1940, durante a administração do prefeito Gentil Ferreira, a feira passou para o sábado. Assim, desde então, sábado é dia de feira.

            Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o Alecrim, como toda a cidade, sofreu um grande impacto populacional, militares e civis, chegados à cidade em decorrência do chamado esforço de guerra, com a instalação em solo potiguar da Base Aérea de Natal, hoje de Parnamirim. Natal Trampolim da Vitória testemunhou, também, a construção da Base Naval de Natal, no Bairro do Alecrim, fato este, que serviu de um novo impulso para a urbanização do lugar. Com a instalação da Base e da Vila Naval, o contingente populacional fez do Alecrim o bairro mais populoso de Natal. Ficando, apenas na memória, o antigo bairro descrito por Câmara Cascudo em sua História da Cidade do Natal: Raríssimas pessoas habitavam o descampado. Era terra de roçados de mandioca e de milho, zona de caçada para os morros. Umas quatro casinhas de taipa, cobertas de palha, sem reboco, denominadas de capuabas, estavam dispersas num âmbito de légua quadrada ( CASCUDO, p. 441, 2010).

            Umas das singularidades do Alecrim é a numeração de ruas e avenidas,  avenida a1, avenida 2 e assim por diante. Em 1929, o prefeito Omar O’Grady solicitou ao IHGRN nomes de Presidentes da Província e de tribos indígenas, deste modo as avenidas 1 ( Pte Basílio Quaresma Torreão ); avenida 2 ( PTE João Capistrano Bandeira de Melo); avenida 3 ( José Bento da Cunha Figueiredo Júnior); avenida 4 ( Cassimiro José de Morais Sarmento ); avenida 5 Presidente Pedro Leão Veloso ) governadores do período imperial e avenida 6 ( Rua dos Canindés ); avenida 7 ( Rua dos Caicós ); avenida 8 ( Rua dos Pajeús ) avenida 10 ( Rua dos Paianazes ); e avenida 12 (rua dos Paiatis) tribos indígenas.  Muitos creditaram à presença americana a numeração das avenidas, o Historiador Itamar de Souza, em sua Nova História de Natal, apresenta uma série de publicações da Intendência Municipal, datadas de 1908, 19010, por tanto antes de 1911, fazendo referências a logradores localizados no Alecrim com numeração, esta documentação confirma assim a não influência norte-americana na nomeação das avenidas.

            Um bairro de muitas histórias, pioneiro no cinema falado em nossa cidade, do teatrinho do povo ( Teatro Sandoval Wanderley ), do Teatro Jesiel Figueiredo, do Cinema São Luís e outros lugares da sétima arte.

            Caro leitor, deixo aqui um convite a todas e todos, andemos pelas ruas do velho e bom Alecrim, cantemos como o poeta Babal:

 
“Os guaranis festejando a paz

O guerreiro Bumbum

Éramos todos devotos, meninos fiéis

Quando não era possível ter sonho

A gente tinha um

E ele girava em torno da Avenida Dez”.


Alecrim2

Alecrim tem Circuito Histórico, sim senhor!

Luciano Capistrano - luciano.capistrano@natal.rn.gov.br

Historiador/Comissão Municipal da Verdade Luiz Maranhão Filho

 

            “Alecrim, com suas avenidas retangulares, sua extensão em claridade, sua possibilidades de desdobração,  aparece como um milagre de previsão dos velhos e acusados administradores antigos. O crime, cruel e tenebroso crime da displicência administrativa, é sujar todo esse cenário luminoso entregando a terra da gente morar a quem quer apenas vender”. (Luís da Câmara Cascudo)

            Caro leitor (a) na década de 1940, Câmara Cascudo, alertava a sociedade natalense, em sua História da Cidade do Natal, sobre os perigos da especulação imobiliária. Já naquele tempo, a força do capital utilizava, conforme Cascudo, terras de morada para especular, para vender. Defendia o mestre da cultura popular, o sentido social da terra.

            Bem, fato é que o Alecrim se desenvolveu, cresceu e deixou de ser uma terra de sítios e casebres. Hoje faz parte dos 100 maiores bairros do Brasil em arrecadação de tributos. Este é um dado importante, um dado relevante, quando pensamos na geração de emprego e renda, resultado da pujança de uma economia viva, de um bairro centenário. Alecrim, onde tudo se acha, é o nosso campeão em repasse para os cofres públicos de ISS e ICMS.
            Permita-me dizer, caro leitor, o Alecrim é a nossa galinha dos ovos de ouro.       Há muito tempo, merecedor de uma atenção especial por parte de nossos gestores. Ordenamento do comercio de rua, mobilidade, segurança, iluminação, placas informativas, são alguns dos itens que devem fazer parte da agenda de qualquer gestor, preocupado com o desenvolvimento de nossa cidade. O crescimento de Natal, passa pelo Alecrim.

            Cenário de intensa atividade econômica, andar por suas ruas é caminhar por um fervilhar de camelôs, vendedores, clientes, lojistas, enfim, uma profusão de pessoas vendendo ou comprando. Fazendo jus ao lema Alecrim, bairro completo.

            Lojistas e camelôs, numa relação, às vezes opostas, com um objetivo comum: fazer do Alecrim, cada vez mais, o lugar de seu “ganha pão”.

            Em tempos de Copa do Mundo, quando a palavra de ordem é “legado”, faço um convite em forma de provocação, vamos andar pela história do Alecrim. Sim, o bairro do Alecrim tem História. Uma história que se confunde com a história da cidade de Natal. Neste sentido, façamos, então, um Circuito Histórico do Alecrim, atenção agencias de turismo, professores, gestores culturais, empreendedores, este é o momento de apresentarmos o antigo Cais do Sertão, como mais uma atração do turismo histórico/cultural, este pode ser o legado da copa para o bairro. Façamos o Circuito Histórico do Alecrim.

            Iniciemos pela Praça D. Pedro II, onde encontra-se, o busto do Imperador, obra do escultor Francisco de Andrade; a igreja São Pedro, construção católica datada de 1919; o Cemitério do Alecrim lugar de repouso, lugar de muita história sobre o ser potiguar, construção de 1856; Escola Estadual Padre Miguelinho, local da sede do primeiro grupo de escoteiro de nossa cidade, guarda um memorial do escotismo Norteriograndense; o Centro de Saúde, lugar do antigo Lazareto da Piedade; Base Naval de Natal, unidade militar, testemunha do período em que Natal transformou-se em Trampolim da Vitória; Templo Central da Assembleia de Deus, erguido no mesmo local, que no ano de 1937, era construído a primeira Assembleia de Deus no Alecrim; Praça Gentil Ferreira, lugar de memória da cidade, palco das grandes manifestações políticas e culturais ocorridas no “palco’ palco do antigo Quitandinha; o Relógio do Alecrim, presente dos Rotaryanos, instalado próximo a Praça, desde 1965 testemunha do tempo, lugar de referencia a quem vai ao Alecrim.

            Alecrim e suas ruas com nomes de tribos indígenas, homenagem aos antigos habitantes de nossas terras potiguares, ruas que teimam, apesar dos tempos, a serem chamadas por números, avenida 1, avenida 2, avenida 3, ... Alecrim dos sábados e sua feira, lugar de sociabilidade, lugar de ouvir, sentir e degustar os sabores da terra.

            Alecrim tem Circuito Histórico, sim senhor!

Lambe-lambe



O Fotógrafo Lambe-lambe

Elísio Augusto de Medeiros e Silva

Empresário, escritor e membro da AEILIJ
elisio@mercomix.com.br


O estranho chegou quase despercebido na cidade. Era o dia da feira local e de muita movimentação. Não podia perder tempo. Procurou um local na pracinha perto da igreja e tratou de arrumar o seu estranho equipamento, sem chamar muita atenção. Prudência desnecessária, pois vocês sabem como é cidade pequena do interior.
Encaixou e prendeu bem firme, em cima de três ripas de pau pintado, uma caixa grande de madeira envernizada. Depois, abriu uma janelinha na parte da frente, de onde puxou um fole preto que parecia uma sanfona.
As pessoas logo começaram a chegar, curiosas. Muitos pensavam que ele iria cantar, mas da tal caixa não saía música nenhuma. Nem podia, era um lambe-lambe.
Depois de posicionar o artefato, debruçou-se sobre a tal caixa e passou a mexer nela com cuidado. Em seguida, desceu sobre a sua cabeça e as costas um pano preto, velho e empoeirado.
A essa altura, já estava rodeado de pessoas atentas, que se entreolhavam e perguntavam: O que isso faz?... O que é isso?
Ele apenas sorria e fazia sinais com a mão, pedindo para aguardarem um pouco. Logo depois disse, em alto e bom tom: Sou Anacreto, o fotógrafo - e passou a distribuir uns papeizinhos coloridos, com umas coisas impressas e algumas figuras de pessoas bem arrumadas. Claro, tudo em preto e branco.
O povo ficou encantado, e pediu para ele demonstrar o que fazia. Foi jogo rápido.
Mandou umas pessoas se agruparem num dos canteiros da praça e pediu para fazerem pose para bater um “instantâneo”. Mas avisou: não podem se mexer na hora. Foi um tal de se ajeitar, pentear cabelo e bigode, ajeitar chapéu... todos queriam sair bem e preparavam a pose.
Depois de tudo em posição, o fotógrafo enfiou novamente a cabeça no pano preto, fez sinal para que as pessoas não se mexessem e pediu para outras pessoas se afastarem do local onde estavam os que iriam ser fotografados.
Não se ouvia um barulho no lugar. De repente, um clarão forte saiu de um objeto que o fotógrafo segurava na mão esquerda.
Todo mundo ficou meio aturdido com o estampido e a claridade que se formou, seguida de uma fumaça branca.
A essa altura a praça já estava cheia, e os soldados do destacamento observavam tudo da esquina do mercado. Uma pequena fila se formou, pois muitas pessoas queriam tirar suas fotografias.
Depois de uma rápida sessão, ele saiu com seu equipamento para a casa de Dona Janoca, em busca de um quartinho escuro, no quintal, onde iria revelar as chapas batidas na praça. Depois da revelação, ele emoldurava as estampas em cartolina cinza com janelas de papel de seda, o que encantava os clientes que aguardavam ansiosos.
Na semana seguinte, alugou uma casa na rua principal, perto da igreja, e passou a fazer seu trabalho com muito carinho. A partir daí estava presente em tudo que era batizado, casamento, aniversário, primeira comunhão e festas de colégio.
E garantia... suas fotos não amarelavam com o tempo. Não lhe faltava serviço durante o ano todo.




Descobrimento Do Brasil - História Do Brasil

História Do Brasil Colônia, A História Do Descobrimento Do Brasil, Os Primeiros Contatos Entre Portugueses E Índios, O Escambo, A Exploração Do Pau-Brasil.


Primeiros contatos entre portugueses e índios
Primeiros contatos entre portugueses e índios

História do Descobrimento do Brasil

Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil. 

A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da descoberta do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo, navegando pela  Espanha, chegou a América, fato que ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária (370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha. 

Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas. 

Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses, holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta mercadoria na Europa.
Bibliografia Indicada:
 
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Autor: xxx
Editora: xxxxx
Temas: História do Brasil
Bibliografia Indicada:

Relatos do Descobrimento do Brasil - as primeiras reportagens ( Coleção estudos e documentos)
Autor: Guirado, Maria Cecília
Editora: Instituto Piaget (Portugal)
Temas: História do Brasil

21/04/2014

20/04/2014

O que é o Domingo de Páscoa?



Pergunta: "O que é o Domingo de Páscoa?"

Resposta:
Há muita confusão sobre o que o Domingo de Páscoa significa. Para alguns, o domingo de Páscoa é sobre o Coelhinho da Páscoa, ovos de Páscoa coloridos e caça ao ovo. A maioria das pessoas compreende que o Domingo de Páscoa tem algo a ver com a ressurreição de Jesus, mas está confusa quanto à forma em que a ressurreição se relaciona com os ovos e o Coelhinho da Páscoa.

Biblicamente falando, não há nenhuma conexão entre a ressurreição de Jesus Cristo e as tradições modernas relacionadas com o Domingo de Páscoa. Essencialmente, o que ocorreu é que, a fim de tornar o Cristianismo mais atraente para os não-Cristãos, a antiga Igreja Católica Romana misturou a celebração da ressurreição de Jesus com as celebrações dos rituais da fertilidade que ocorriam na primavera. Estes rituais de fertilidade são a origem do ovo e das tradições do coelho.

A Bíblia deixa claro que Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana, domingo (Mateus 28:1, Marcos 16:2,9; Lucas 24:1, João 20:1,19). A ressurreição de Jesus é o evento mais digno de ser comemorado (veja 1 Coríntios 15). Embora seja adequado que a ressurreição de Jesus seja comemorada em um domingo, não devemos nos referir ao dia em que a ressurreição de Jesus é celebrada como “a Páscoa”. Páscoa não tem nada a ver com a ressurreição de Jesus em um domingo.

Como resultado, muitos Cristãos defendem fortemente que o dia em que celebramos a ressurreição de Jesus não deve ser conhecido como o "Domingo de Páscoa". Em vez disso, algo como "domingo da Ressurreição" seria muito mais apropriado e bíblico. Para o Cristão, é impensável permitir que a bobagem de ovos e coelhinho de Páscoa sejam o foco do dia, em vez da ressurreição de Jesus.

De todo jeito, sinta-se à vontade para celebrar a ressurreição de Cristo no domingo de Páscoa. A ressurreição de Cristo é algo que deve ser comemorada todos os dias, e não apenas uma vez por ano. Ao mesmo tempo, se optarmos por celebrar o Domingo de Páscoa, não devemos permitir que os jogos e diversão distraiam a nossa atenção do verdadeiro significado desse dia: o fato de que Jesus ressuscitou dentre os mortos e que a Sua ressurreição mostra que podemos ter a promessa de um lar eterno no céu ao recebê-lO como nosso Salvador.


Para aprender mais sobre como a morte e a ressurreição de Jesus providenciaram para a nossa salvação, por favor leia o seguinte artigo: O que significa aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal?

18/04/2014


Significado de Sábado de Aleluia

O que é Sábado de Aleluia:

Sábado de Aleluia é um dia de comemoração no calendário de feriados religiosos do Cristianismo, sempre antes da Páscoa. O Sábado de Aleluia é o último dia da Semana Santa.
O Sábado Santo pode cair entre 21 de março e 24 de abril, e nesse sábado é celebrada a Vigília pascal depois do anoitecer, dando início à Páscoa. Sábado de Aleluia é o sábado anterior ao domingo de Páscoa, onde acende-se o Círio Pascal, uma grande vela que simboliza a luz de Cristo, que ilumina o mundo. Na vela, estão gravadas as letras gregas Alfa e Ômega, que querem dizer "Deus é o princípio e o fim de tudo”.
Na tradição católica, os altares são descobertos, pois assim como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. As únicas celebrações que fazem parte é a Liturgia das Horas. Além da Eucaristia, é proibido celebrar qualquer outro sacramento, exceto o da confissão.
Antes de 1970, no sábado de aleluia os católicos romanos deveriam praticar um jejum limitado, como abstinência de carne de gado, mas poderiam consumir peixe, etc. É também no Sábado de Aleluia que se faz a tradicional Malhação de Judas, representando a morte de Judas Iscariotes.