SOMAR PARA DIMINUIR A POTESTADE MALIGNA
Valério Mesquita*
A mídia impressa e eletrônica tem
especulado bastante sobre o litígio do cristianismo no Brasil, realçando o
crescimento da religião evangélica em detrimento da católica. O ato deplorável
é a exploração do tema como se existisse uma contenda tal e qual um campeonato,
no qual a Santíssima Trindade fica em segundo plano. Até parece uma campanha
publicitária de produtos de consumo, tais como veículos, bebidas, dentifrícios
e saponáceos. Ou, mesmo, dois partidos políticos cortejando a preferência
popular.
Lamento que
o insensato jogo pela exclusividade do legado de Jesus Cristo seja disputado ao
pé da cruz da sua crucificação da mesma forma como os soldados fizeram com a
sua túnica. As duas igrejas com os seus dogmas, suas reflexões e interpretações
das Sagradas Escrituras, devem guardar, cada uma, sua integridade sem se
desviarem para os modismos religiosos apenas com o fito de conquistar adeptos.
Entendo que esse pode ser um caminho perigoso. A insensata busca é a da
prosperidade espiritual. É necessário discernir em que direção evangélicos e
católicos estão caminhando. A Bíblia fala de dois caminhos, o da bênção e o da
maldição (DT. 11.26) e de duas portas: a estreita e a larga (MT. 7.13). O que
deveria preocupar as igrejas é o número crescente de simpatizantes e sectários
do homossexualismo no
país. As paradas gays em São Paulo, reúnem milhões de pessoas.
Tenho assistido na televisão programas
abusivos que transformam a doutrina dos católicos e crentes em shows de
entretenimento, os quais exaltam mais o homem do que a Deus. Esquecem que “o
evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”,
como está escrito em Romanos 1.16. É preciso ter em mente que os valores
terrestres e passageiros sejam desprezados e contemplados os valores eternos. A
maneira de viver dos cristãos, honrando e obedecendo a Palavra é o que
interessa. Basta de tanta dispersão, choques e escaramuças. Se pudéssemos
aferir como nos julga hoje, lá no céu, o Cristo Jesus que se prepara para
voltar ao mundo, diante de toda essa cisão conflituosa, como nos sentiríamos?
É possível que esse fermento dos desvios
doutrinários esteja ganhando espaço nos tabernáculos e templos licenciosos,
assinalando diferenças, elevando cifras e conquistando desavisados sem
evangelização. Uma espécie de bem-aventurança contraditória de ruidosos deste
mundo, cujo destino é o reino do caos. Onde ficam os bens espirituais em meio à
parafernália do mundo religioso relativista? Recomendo aos católicos e aos
evangélicos uma leitura completa do capítulo 12 da 1ª Epístola de Paulo aos
Coríntios. As igrejas cristãs devem competir contra Lúcifer e não entre si. A
televisão comercial, com todo o seu poder catalisador, é instrumento diabólico
porque financia o pecado, o materialismo e o deboche dos valores espirituais.
Já não bastam o judaísmo, o budismo, o islamismo que se rivalizam e contestam
no mundo o crescimento do Novo Testamento? Lembrem-se que o Pai, o Filho e o
Espírito Santo dos católicos e dos evangélicos são o mesmo Deus de todos.
Unamos-nos todos no voto de um Feliz Natal, pois o que Deus criou o homem não
separará!
(*) Escritor.