|
18/07/2018
17/07/2018
Pinotes de Basílio
Por Gustavo Sobral
Marcha, maxixe, gingados de capoeira, bastava soar na rua o carnaval e
Basílio saia para brincar. Apressados metais em todo sopro desciam
frevo que lavava o bairro de São José a pulsar o coração no Recife, lá
ia o moço Basílio, sem enfado, todo prosa, na instiga, no estilo
desenhando passos. Cada pinote, orquestrado e galante que só se vendo.
O carnaval que passava pela rua da Concórdia ele não perdia. A rua em
que moravam as sobrinhas, a rua em que seu coração batera carnavais.
Não custava nunca relembrar cada frevo, cada confete, cada passagem, a
viva alegria de ser todo carnaval. Quando via o Bacuri, não se acanhava,
era marcar o passo e dançava, era o sucesso.
Todo mundo adorava o moço como respeitava o velho que virou. Todos os
meses saia de Duarte Coelho, onde residia, próximo ao Convento da
Caridade de Santa Thereza, para apanhar os proventos a que tinha
direito. Viúvo, conversador e alegre, era funcionário aposentado da
delegacia fiscal. Já de idade, bigode bem aparrado, a cabeleira bem
penteada, lembranças no velho do rapaz que foi, aurora da sua vida,
tempo que não esquecia jamais.
A SELEÇÃO QUE EU VI – Berilo de Castro
A SELEÇÃO QUE EU VI –
Rússia, 2018. Mais uma vez nadamos, nadamos e
morremos no seco. Somos mais de duzentos milhões de treinadores e
conhecedores “profundos” de futebol. Mesmo com aqueles que perguntam
durante uma partida qual é o time do Brasil, quais
são as cores do seu uniforme, se Pelé está jogando. Outro, que diz que o
resultado vai ser três a um, mas vai terminar em pênaltis – vejam só
que tantos disparates e tantas idiossincrasias.
Mas, vejamos o que vi:
— Que foi estudado inegavelmente um planejamento de ação.
— Que houve uma escolha aceitável da comissão técnica.
— Que a seleção dos jogadores foi feita em cima dos jogadores que atuam na Europa – os melhores?
— Que foram deixados, no Brasil, bons e jovens jogadores – inegavelmente.
— Que, mais uma vez, a imprensa brasileira
criou muitos heróis e deuses fora das quatro linhas do jogo – mal
incurável e prejudicial em todo esporte.
— Que o nosso treinador/psicólogo passou a
proferir aulas e mais aulas de psicologia na grande mídia televisiva
para os clientes do Itaú – um besteirol sem limites e promocional (e
pegue mais dinheiro na sua conta bancária).
— Que, por pura e legítima coincidência, me
refiro à “Era Dunga” – 2010, vencemos bem todos os jogos pré-copa,
fazendo inchar os egos dos mais entusiasmados – e, em seguida, a grande
decepção.
— Que, como dizia o velho Didi – “Treino é treino. Jogo é jogo (em Copa do Mundo, mais ainda).
— Que tudo voltou a acontecer novamente.
Ganhamos tudo antes da Copa. Já no enfrentamento oficial, nas quartas de
final, contra a organizada seleção Belga, fomos não mais surpreendidos,
com uma sonora derrota – amarelamos.
— Que não foi observado, pelo técnico e seus
auxiliares, o vazio, a “avenida Marcelo”, onde se concentravam bons
jogadores da equipe da Bélgica, livres de marcação e que deram o
ultimato e a passagem de volta da nossa seleção.
— Que faltou coragem para fazer mudanças na equipe e substituições no decorrer do jogo.
— Que jogamos praticamente sem centroavante. Gabriel Jesus foi uma figura apagada em campo em todos os jogos.
— Que faltou um jogador líder, um gritador,
um “brigador” que balançasse os mais quietos, os mais tímidos, como o
Phillipe Coutinho (muito frio, sem animação e sem criação de jogadas).
— Que faltou, ao nosso goleiro, a empolgação, a liderança e o grito de comando na pequena área — “quem manda aqui sou eu”!
— Que, mais uma vez, somos derrotados pela
bola alta alçada na pequena área. Nosso sistema defensivo se posiciona
mal e sempre mal, apesar de ter melhorado um pouco.
— Que ficou bem nítido e observado no
primeiro gol que levamos, na jogada da bola no primeiro pau quem
disputou com um grandalhão e bom jogador belga, foi Gabriel e Paulino
(muito baixos).
— Que erramos 58 passes no jogo contra a
seleção da Bélgica, a maioria de pequena distância, — inconcebível para
uma seleção que é cinco vezes campeã do mundo e que era vista como
favorita do evento.
— Que o treinador/psicólogo Tite não foi
capaz de abrandar, minimizar o individualismo do nosso Neymar (Neycai),
que só fez chamar a atenção dos adversários para a dura e severa
marcação, com suas sucessivas caídas e grandes gemidos
(nada produziu).
— Por fim, vamos pensar, estudar uma nova
forma de praticar futebol, e deixar o futebol europeu para lá. Estamos
muito burocratizados, engessados, enquadrados. O nosso futebol precisa
voltar às suas origens, se soltar, mandar os
esquemas (ciências) para os raios que os partam. Voltar ao futebol
alegre, bonito, solto, com gols, com dribles, tabelas curtas, muita
movimentação, criação, espontaneidade, liderança e inteligência.
Ai, que saudade me dá!
Berilo de Castro –
Escritor
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
11/07/2018
Notícias
- HOME / NOTÍCIAS (OAB-NOTÍCIAS)
Carlos Roberto de Miranda Gomes lança livro sobre confrarias de Natal - DIA 19 de julho
No Brasil, no início do século XX, as
livrarias do entorno da Avenida Central com a Rua do Ouvidor, no Rio de
Janeiro, eram um dos pontos mais procurados pelos intelectuais da época e
se tornaram reduto de confrarias. Em Natal não foi diferente, tendo
surgido suas primeiras confrarias a partir dos anos 40, com destaque
para o “Clube dos Inocentes”, liderado por intelectuais como o Professor
José Saturnino e o ilustre Câmara Cascudo.
E são as histórias marcantes de famosas confrarias de Natal que serão
contadas no livro “As Confrarias e o Tempo” do jurista, escritor e
poeta Carlos Roberto de Miranda Gomes, membro honorário vitalício do
Conselho Seccional da OAB/RN. A edição será lançada no dia 19 de julho,
às 19h, na sede do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do
Norte, na Cidade Alta. “As Confrarias e o Tempo” é um lançamento do Sebo
Vermelho com o apoio do IHGRN.
“No livro conto a história de algumas confrarias famosas. A
Filopança, por exemplo, tem um nome curioso. Filo vem de Filosofia e
pança é de encher a cara. Era uma confraria só de homens. Foram muitos
momentos marcantes”, relembra em tom saudoso.
Mas uma das confrarias mais especiais para o ilustre
norte-riograndense é a Confraria da Livraria Universitária, por ser a
primeira a ser frequentada pelo então estudante universitário. A
Confraria era dividida em dois segmentos: Alto Clero, no anexo
entrecortado pelo Beco da Lama, onde compareciam personalidades da
sociedade potiguar mais experientes, como Diógenes da Cunha Lima, João
Medeiros Filho e outros egressos da Confraria do Clube dos Inocentes. E o
Baixo Clero, segmento formado por profissionais mais novos, como
médicos, advogados, dentistas e poetas. A Confraria funcionava nas
manhãs dos sábados, no primeiro andar da Livraria da Rio Branco.
Após a Confraria da Livraria Universitária, surgiu a Confraria da
Livraria Poti e há cinco anos, Carlos Roberto de Miranda Gomes frequenta
a Confraria do Café Avenida, no Tirol. Entre as discussões promovidas
pelos amigos figuram assuntos como a terceira guerra mundial, sugestões
de nomes para o próximo papa e temáticas controversas.
E são todas estas histórias que serão contadas em detalhes nesta
edição especial, que também possui um vasto conteúdo de fotos e
ilustração da capa feita pelo neto do imortal potiguar, o designer
Carlos Victor. “Este livro é uma semente que quero plantar, mas sem
muitas pretensões. Gosto de espontaneidade e quero que este lançamento
seja assim. Será uma noite como uma autêntica confraria. Cafezinho, bons
papos e a presença dos amigos, acadêmicos e da família”, ressaltou
Carlos Gomes.
NOVO LANÇAMENTO
Carlos Roberto de Miranda Gomes é “imortal” na Academia
Norte-Riograndense de Letras, Academia Macaibense de Letras e Academia
Cearamirinense de Letras e Artes e já lançou mais de 15 livros da área
jurídica, além de obras como romances e ficção. O próximo lançamento
será o romance “Amor de Outono”.
10/07/2018
Mercado Público da cidade
Texto e ilustração Gustavo Sobral
1880. O coronel Onofre José Soares obtém do governo da província o
direito de construir e explorar por 20 anos um mercado municipal em
Ceará-Mirim. Logo, a prefeitura determinou que a feira fosse para o novo
edifício e deixasse a latada que ocupava pela Rua Grande.
Está na rua Boa Ventura de Sá, 32, Centro, e nele se passou a vender de tudo. Além do melaço e da aguardente dos engenhos.
O coronel Onofre apresentou um mercado de planta retangular, linhas
retas e fachadas simétricas com platibandas e frontões triangulares. As
entradas apresentam vão em arco pleno e grades de ferro.
Isso tudo porque economizou nos ornamentos. Mas fez ao gosto do seu
tempo com pilares com capitéis, cornija e peças decorativas na parte
superior. É edifício tombado em 1984 pela Fundação José Augusto do
Estado do Rio Grande do Norte.
| ||||
|
07/07/2018
A seleção que vi
BERILO DE CASTRO
Mais uma vez nadamos, nadamos e morremos no seco. Somos mais de duzentos milhões de treinadores e conhecedores “profundos” de futebol. Mesmo aqueles que perguntam durante uma partida qual é o time do Brasil, quais são as cores do seu uniforme. Se Pelé está jogando. Outro, que diz que o resultado vai ser três a um, mas vai terminar em pênalti, — vejam só que tanto disparate e tanta idiossincrasia.
Mas, vejamos o que vi:
— Que foi estudado inegavelmente um planejamento de ação;
— Uma escolha aceitável da comissão técnica;
— Que a seleção dos jogadores foi feita em cima dos jogadores que atuam na Europa;
— Que foram deixados no Brasil, bons e jovens jogadores — inegavelmente;
— Que mais uma vez a imprensa brasileira criou muitos heróis e deuses, fora das quatro linhas do jogo — mal incurável e prejudicial em todo esporte;
— Que o nosso treinador/psicólogo, passou a proferir aulas e mais aulas de psicologia na grande mídia televisiva para os clientes do Itaú — um besteirol sem limites e promocional ( pegue mais dinheiro na sua conta bancária );
— Que, por pura e legítima coincidência, me refiro a “Era Dunga”- 2006, vencemos bem todos os jogos pré-copa, fazendo inchar os egos dos mais entusiasmados, — e a grande decepção em seguida;
— Que, como dizia o velho Didi— “Treino é treino.Jogo é jogo ( em Copa do Mundo, mais ainda);
— Que tudo voltou novamente ( 2018 ). Ganhamos tudo antes da Copa. Já no enfrentamento oficial, nas quartas de final, contra a regular seleção Belga, fomos não mais surpreendidos, com uma sonora derrota — amarelamos;
— Que, não foi observado pelo técnico e seus auxiliares, o vazio, a “avenida Marcelo”, onde se concentravam bons jogadores da equipe da Bélgica, livres de marcação e que deram o ultimato e a passagem de volta da nossa seleção;
— Que faltou coragem para fazer mudanças na equipe e substituições no decorrer do jogo;
— Que jogamos praticamente sem centro-avante. Gabriel Jesus, foi uma figura apagada em campo em todos os jogos;
— Que faltou um jogador líder, um gritador, um “brigador” que balançasse os mais quietos como Phillipe Coutinho ( muito frio, sem animação e sem criação de jogadas);
— Que faltou ao nosso goleiro, a empolgação, a liderança e o grito de comando na pequena área — “quem manda aqui sou eu”!;
— Que mais uma vez somos derrotado pela bola alçada na pequena área. Nosso sistema defensivo se posiciona mal e sempre mal, apesar de ter melhorado um pouco;
— Que ficou bem nítido e observado no primeiro gol que levamos; na disputa da bola no primeiro pau, quem disputou com um grandalhão e bom jogador belga, foi Gabriel e Paulino ( muito baixos );
— Que o treinador/psicológo Tite, não foi capaz de abrandar, niminizar o individualismo do nosso Neymar (Neycai ), que só vez chamar a atenção dos adversários para a sua dura e severa marcação ( nada produziu );
— Por fim, vamos pensar, estudar uma nova forma de praticar futebol, e, deixar o futebol europeu pra lá. Estamos muito burocratizados, gessados, enquadrados. O nosso futebol precisa voltar às suas origens, se soltar, mandar os esquemas ( ciências ) para os raios que os partam. Voltar o futebol alegre, bonito, solto, com gols, com dribles, tabelas curtas, muita movimentação, criação, espontaneidade, liderança e inteligência.
Ai que saudade me dá!!!
Assinar:
Postagens (Atom)