O legislador espartano
Na semana passada, como alguns de vocês devem lembrar, conversamos
aqui sobre Sólon (638-558 a.C., aproximadamente), o grande estadista e
magistrado ateniense que, no ano de 595 a.C., forjou um novo e perene
direito para essa cidade-estado grega.
Hoje trataremos de uma outra personagem da Grécia antiga, desta
feita quase lendária, mas também fundamental para a construção, ao menos
mitológica, do direito de então: Licurgo de Esparta.
Atenas e Esparta, como sabemos, rivalizaram, durante um bom período
da história antiga, como as duas principais cidades-estados da Grécia.
Dessa rivalidade até resultou a famosa “Guerra do Peloponeso”, que durou
de 431 a 404 a.C. (intercalada com intervalos de paz), tão bem
retratada por Tucídides (430-355 a.C.) e Xenofonte (430-355 a.C.), na
“História da Guerra do Peloponeso” e nas “Helênicas”, respectivamente. E
Licurgo está para Esparta, em termos de importância, sobretudo para o
seu direito, como Sólon está para Atenas.
Pouquíssimo se sabe com segurança sobre a vida Licurgo de Esparta.
Segundo reza a lenda – e aqui me fio apenas no que li em Plutarco
(45-120), em “Vida de Licurgo”, que faz parte das clássicas “Vidas
Paralelas” –, ele nasceu antes da “Primeira Olimpíada”, que, por sua
vez, segundo aponta a história, se deu em 756 a.C. Mas o próprio
Plutarco confessa, para além da incerteza sobre se Licurgo de fato
existiu ou é uma criação mitológica, a existência de muitas versões
contraditórias sobre a “vida” dessa personalidade. Diz-se que Ligurgo –
partindo do pressuposto de que ele tenha de fato existido – chegou ao
trono de Esparta com o falecimento do seu irmão mais velho, o rei
Polidectes, mas espontaneamente renunciou ao poder em prol do seu
sobrinho, Carilau, quando do nascimento deste, que ainda estava na
barriga da mãe quando do falecimento do rei/seu pai. Isso fez a fama de
Licurgo como homem justo, ao mesmo tempo que guardião do pequeno rei de
Esparta (Carilau), o que, por outro lado, causou a inveja e oposição de
alguns. Com tempo, temendo ser acusado de traição, Licurgo partiu em
autoexílio. Viajou muito, alegadamente por Creta, pela Jônia e até pelo
Egito. Aprendeu outro tanto. Até que foi chamando de volta pelos
espartanos, que enxergavam nele a realeza (de fato) e o dom para
governar e ser obedecido, assim como um ponto de equilíbrio entre os
reis de Esparta e a população em geral.
No que toca ao direito, deve ser primeiramente registrado que a
legislação forjada por Licurgo para Esparta não era, segundo reza a
lenda, de sua própria autoria. Pelo contrário, essa legislação teria lhe
sido entregue/revelada pelo famoso “Oráculo de Delfos”, como destinada a
reger a vida do povo de Esparta. Em geral, são leis que revelam
costumes antigos do povo da região. E, para além do caráter místico de
algumas delas, as “leis de Licurgo” revelam o desejo de retorno, com a
exigência do seu estrito cumprimento, à disciplina civil e à segurança
de saudosos tempos passados.
Boa parte do direito forjado/revelado por Ligurgo chegou até nós
fragmentado e por meio de aforismos. Nos seus provérbios, Licurgo
combate a desigualdade social de então. Ele reprime a avidez. Combate
ferozmente a luxuria. Enaltece a liberdade. Prega o respeito aos mais
velhos. Venera a tradição do seu povo, respeitando o que lhe é sagrado.
E, sobretudo, reafirma constantemente a necessidade de se cumprirem as
leis.
Concretamente, talvez a mais importante contribuição de Licurgo para
o direito, especialmente para o direito constitucional, tenha sido a
criação da “Gerúsia”, o conselho de anciãos espartano, composto de 28
homens sábios maiores de 60 anos e dos dois reis de Esparta. A Gerúsia
rivalizava em poder com os reis espartanos e era, além do órgão
responsável por direcionar/avalizar as políticas públicas necessárias, a
suprema corte da cidade-estado. De uma Esparta que oscilava entre a
democracia e a tirania, a anarquia e a ditadura, chegou-se, por
intermédio de Licurgo, à aristocracia, ou seja, ao “governo dos
melhores” (que muitos opõem à democracia ateniense).
Muito famosa também é a severa (e, talvez por isso mesmo,
controvertida) educação dos jovens em tenra idade, com internato e
progressivo preparo para servir ao exército de Esparta, empreendida por
Licurgo. E atribui-se a Licurgo, em grandíssima medida, parcialmente em
virtude da sua “lei da educação”, não só o enorme desenvolvimento
jurídico e político de Esparta, mas também, dado a excelência e os
frutos dessa legislação, o crescimento econômico e, sobretudo, bélico
dessa cidade-estado, que se tornou uma das mais poderosas do Peloponeso.
No mais, para se ter uma ideia do legado desse lendário legislador, a
Esparta de Licurgo, como anota Robert Hockett (em “Little Book of Big
Ideas – Law”, A & C Black Publishers Ltd., 2009), “tornou-se objeto
de fascínio para muitos pensadores políticos e filósofos utopistas
subsequentes, incluindo Platão, cuja 'República' foi parcialmente
modelada com base nela. O mesmo pode ser dito sobre muitos pensadores
romanos e subsequentes líderes de nações militarizadas”.
Por fim, reza a lenda sobre a vida de Licurgo que, ao finalizar a
sua “fundante” revolução legislativa, conhecedor das inconstâncias dos
homens e da política, ele pediu aos reis de Esparta que qualquer
posterior alteração de sua legislação só fosse empreendida com o seu
aval pessoal. Obtendo o assentimento real, Licurgo pediu (e novamente
foi atendido) para ser condenado ao ostracismo/exílio, na esperança de
que sua legislação sobrevivesse, a partir da invenção dessa inusitada
“cláusula pétrea”, tanto aos outros homens como a ele mesmo. Enxergando
as inconstâncias jurídicas de hoje – no Brasil, na Terra da Rainha e
mundo afora –, achei muito sábio esse tal de Licurgo.
Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP
|
30/06/2016
Marcelo Alves
29/06/2016
HOJE É O DIA CONSAGRADO A SÃO PEDRO
São Pedro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
São Pedro Apóstolo 1º papa | |
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Nome de nascimento | Simão Pedro |
Nascimento | Betsaida, Palestina ca. 1 a.C. |
Eleição | 30 d.C. |
Fim do pontificado | ca. 67 d.C. (ca.37 anos) |
Morte | Roma, Itália ca. 67 (67 anos) |
Sucessor | São Lino |
Dia consagrado | 29 de junho |
Listas dos papas: cronológica · alfabética | |
São Pedro (Papa) | |
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São Pedro e as Chaves do Reino dos Céus | |
Papa, Princípe dos Apóstolos, Kepha (que quer dizer Rocha) e Pescador de Homens | |
Nascimento | ? 1 ano a.C em Betsaida, Palestina |
Morte | c67 d.C em Roma |
Veneração por | Toda a Cristandade |
Principal templo | Basílica de São Pedro, Vaticano |
Festa litúrgica | 29 de junho |
Atribuições | duas chaves, cruz invertida, rede de pescador |
Padroeiro | dos Papas e dos pescadores |
Portal dos Santos |
A Igreja Católica considera Pedro como o primeiro bispo de Roma[3] [4] e, por isso, o seu primeiro papa. Ele seria, até hoje segundo o catolicismo, o detentor do mais longo pontificado da história: cerca de trinta e sete anos.
Nome e importância
Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Aparece ainda uma variante do seu nome original, Simão Pedro, no livro dos Atos dos Apóstolos (Atos 10:18) e na II Epístola de Pedro (II Pedro 1:1).
No Evangelho de João (João 1:42), Cristo muda seu nome para כיפא, Kepha (Cefas em português), que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, "Rocha" segundo a interpretação católica, fragmento (de pedra), "pedrinha" segundo a interpretação protestante, a qual sustenta que a palavra grega que significa "rocha", "pedra" é πέτρα, petra e que, posteriormente, passou para o latim como Petrus. Ocorre que o aramaico de "fragmento de pedra" ou ''pedrinha" é a palavra évna e não Képha, a qual foi traduzida para o grego bíblico para Petros, que realmente significa "Rocha".
Na interpretação da Igreja Católica para a razão de Jesus ter mudado o nome do apóstolo, bem como seu significado na citação bíblica «Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; e as portas do Hades não prevalecerão contra ela.» (Mateus 16:18), a chamada Confissão de Pedro, Jesus estava comparando Simão a uma rocha. Desta forma, Cristo seria o fundador da Igreja Católica, fundada sobre Simão Pedro e sendo-lhe concedido, por este motivo, o título de "Príncipe dos Apóstolos". Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro teria sido o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".
Já para os cristãos protestantes, protestantismo histórico ou ainda pentencostais e neopentecostais a "pedra" referida por Jesus é a confissão de fé de Pedro. O assunto que estava sendo abordado e tratado por Jesus não era sobre a pessoa do discípulo Pedro; mas sim "quem era Jesus", na opinião dos discípulos. Na pergunta de Jesus aos discípulos: «Quem diz o povo ser o filho do homem?» (Mateus 16:13), estes Lhe responderam: "Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias, ou algum dos profetas." e Jesus novamente pergunta: "Mas vós, quem dizeis que sou eu?" e Pedro responde: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", isto é, que Cristo seria o Messias.[5] De acordo com estes textos da pergunta feita por Jesus aos seus discípulos, entende-se que a pedra seria o próprio Jesus. No grego, a palavra para pedra é petra, que significa uma "rocha grande e maciça", a palavra usada como nome para Simão, por sua vez, é petros, que significa uma "pedra pequena" ou "pedrinha".
No entanto, os eruditos católicos, entre os quais se destacam Leonel Franca, Scott Hann e muitos outros, acreditam que, em grego, inicialmente as palavras petros e petra seriam sinônimos no primeiro século. A língua vernácula nos tempos de Jesus e dos apóstolos era o grego koiné, devido à influência helênica na região desde mais de dois séculos antes de Cristo. Ademais, é sabido que os judeus do primeiro século falavam principalmente o aramaico, mesma língua em que teria sido escrito originalmente o Evangelho de Mateus. Em aramaico a palavra para fragmento de pedra ou pedrinha seria a palavra évna e não kepha. Logo. o mais provável é que o a palavra "Képha" ou "Céfas" traduzida para o grego Petros nos Evangelhos, Atos dos Apóstolos e escritos paulinos, todos escritos nesta mesma língua, realmente signifique Rocha. Jesus parece ter usado um trocadilho com o nome dado por Ele a Simão com base na Igreja de Jesus estar firmada na confissão de Pedro de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e não apenas um profeta.
Dados biográficos
Mais informações: Primeiros discípulos de Jesus
Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo André. Simão e André eram "empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com Tiago, João e o pai destes, Zebedeu.[6]
Possivelmente Pedro era casado e tinha pelo menos um filho.[7] Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma vila romana.[8] na cidade "romana" de Cafarnaum.[9]
Segundo o relato em Lucas 5:1-11, no episódio conhecido como "Pesca milagrosa", Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com Tiago e João, seus sócios e filhos de Zebedeu, concedeu-lhe o lugar na barca, que foi afastada um pouco da margem.
No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostrou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que era um pecador. Jesus encorajou-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornaria "pescador de homens".
Nos evangelhos sinóticos, o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta que Pedro, assim como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João Batista.
Outro dado interessante era a estreita amizade entre Pedro e João Evangelista, fato atestado em todos os evangelhos, como por exemplo, na Última Ceia, quando pergunta ao Mestre, através do Discípulo amado (João), quem o haveria de trair ou quando ambos encontram o sepulcro de Cristo vazio no Domingo de Páscoa. Fato é que tal amizade perdurou até mesmo após a Ascensão de Jesus, como podemos constatar em Atos dos apóstolos, na cena da cura de um paralítico posto nas portas do Templo de Jerusalém.[10]
Segundo a tradição defendida pela Igreja Católica Romana e pela Igreja Ortodoxa, o apóstolo Pedro, depois de ter exercido o episcopado em Antioquia, teria se tornado o primeiro Bispo de Roma. Segundo esta tradição, depois de ser milagrosamente solto da prisão em Jerusalém, o apóstolo teria viajado até Roma e ali permanecido até ser expulso com os judeus e cristãos pelo imperador Cláudio, época em que haveria voltado a Jerusalém para participar da reunião de apóstolos sobre os rituais judeus no chamado Concílio de Jerusalém.[11] Após esta reunião, Pedro ficou em Jerusalém. Paulo, Barnabé, Judas (Barsabás) e Silas foram para Antioquia.[12]
Depois de três anos, Paulo volta a Jerusalem para visitar Pedro e com ele fica quinze dias.[13] Quatorze anos depois, Paulo retorna a Jerusalém e lá se encontra com Tiago, Pedro e João.[14]
Tempos depois, por volta da metade do século I d.C, Pedro vai a Antioquia, onde ocorre uma discussão entre ele e Paulo, conhecida como o Incidente em Antioquia.[15]
A tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro haveria sido martirizado em Roma entre 64 e 67 d.C. Desde a Reforma, teólogos e historiadores protestantes afirmaram que Pedro não teria ido a Roma; esta tese foi defendida mais proeminentemente por Ferdinand Christian Baur, da Escola de Tübingen. Outros, como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em Alexandria, no Egito ou em Antioquia.[3] Hoje, porém, os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack afirmou que as teses anteriores foram tendenciosas e prejudicaram o estudo sobre a vida de Pedro em Roma.[3] Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas o seu túmulo está localizado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.[4]
Alguns pesquisadores acreditam que, assim como Judas Iscariotes, Pedro tenha sido um zelota, grupo que teria surgido dos fariseus e constituía-se de pequenos camponeses e membros das camadas mais pobres da sociedade. Este supostamente estaria comprovado em Marcos 3:18, assim como em Atos 1:13, no entanto, o certo "Simão, o Zelote" é na realidade uma pessoa distinta dentre as nomeações descritas nas referidas citações.
O primado de Pedro segundo a Igreja Católica
Ver artigo principal: Confissão de Pedro
Toda a primeira parte do Evangelho gira em torno da identidade de Jesus. Quando perguntado, Simão foi o primeiro dos discípulos a responder essa pergunta: Jesus é o filho de Deus. É esse acontecimento que leva Jesus a chamá-lo de Pedro e é conhecido como Confissão de Pedro.
Encontramos o relato do evento em Mateus 16:13-19: Jesus pergunta aos seus discípulos (depois de se informar do que sobre ele corria entre o povo): "E vós, quem pensais que sou eu?".
Simão Pedro, respondendo, disse: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus respondeu-lhe: "Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim Meu Pai que está nos céus. Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei Minha Igreja[16] e as portas do Hades[17] nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus. E o que desligares na terra será desligado[18] nos céus".
João 21:15-17 e Lucas 22:31 também falam a respeito do primado de Pedro dever ser exercido particularmente na ordem da Fé, e que Cristo o torna chefe:
Jesus disse a Simão (Pedro): "Simão, filho de João, tu Me amas mais do que estes?" Ele lhe respondeu: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Meus cordeiros". Segunda vez disse-lhe: "Simão filho de João, tu Me amas?" - "Sim, Senhor", disse ele, "tu sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta Minhas ovelhas". Pela terceira vez lhe disse: "Simão filho de João, tu Me amas?" Entristeceu-se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara 'Tu Me amas?' e lhe disse: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo". Jesus lhe disse: "Apascenta Minhas ovelhas." (João 21:15-17).
«Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; Eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos.» (Lucas 22:31-32)
O apóstolo Pedro, o primeiro Bispo de Roma
A comunidade de Roma foi fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada atualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é a cabeça do colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino (67 d.C.) e, atualmente é exercida pelo Papa Francisco, eleito em 13 de março de 2013. Segundo essa visão, o próprio apóstolo Pedro atestou que exerceu o seu ministério em Roma ao concluir a sua primeira epístola: "A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho."[19] . Trata-se da Igreja de Roma[20] . Assim também o interpretaram todos os autores desde a Antiguidade, como abaixo, como sendo a Roma Imperial (decadente). O termo não pode referir-se a Babilônia sobre o Eufrates, que jazia em ruínas ou à Nova Babilônia (Selêucia) sobre o rio Tigre, ou à Babilônia Egípcia cerca de Mênfis, tampouco a Jerusalém; deve, portanto referir-se a Roma, a única cidade que é chamada Babilônia pela antiga literatura cristã[21] .
Testemunhos históricos de Pedro em Roma
Os historiadores atualmente acreditam que a tradição católica esteja correta; igualmente, muitas tradições antigas corroboram a versão de que Pedro esteve em Roma e que ali teria sido martirizado.
- Clemente, terceiro bispo de Roma e discípulo de Pedro, por volta de (96 d.C.), em sua Epístola aos Coríntios, faz clara alusão ao martírio deste e de Paulo em Roma:
- Todavia, deixando os exemplos antigos, examinemos os atletas que viveram mais próximos de nós. Tomemos os nobres exemplos de nossa geração. Foi por causa do ciúme e da inveja que as colunas mais altas e justas foram perseguidas e lutaram até a morte. Consideremos os bons apóstolos. Pedro, pela inveja injusta, suportou não uma ou duas, mas muitas tribulações e, depois de ter prestado testemunho, foi para o lugar glorioso que lhe era devido. Por causa da inveja e da discórdia, Paulo mostrou o preço reservado à perseverança. Sete vezes carregando cadeias, exilado, apedrejado, tornando-se arauto no Oriente e no Ocidente, ele deu testemunho diante das autoridades, deixou o mundo e se foi para o lugar santo, tornando-se o maior modelo de perseverança. .[22]
- Inácio de Antioquia, bispo, mártir e também discípulo de Pedro, em cerca de (107 d.C.), em sua Epístola aos Romanos, a qual fora dirigida à comunidade cristã lá situada, refere-se nos seguintes termos ao martírio de Pedro e Paulo em Roma:
- "Não vos dou ordens como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu sou um condenado. Eles eram livres, e eu até agora sou um escravo".[23]
- Papias, bispo de Hierápolis, por volta de (140 d.C.), ao tratar da origem do Evangelho de Marcos, atribui o relatado a João Marcos, companheiro de Paulo e Barnabé, a partir da convivência com os que haviam estado com Jesus, em especial Pedro quando este estava em Roma:
- Papias, bispo de Hierápolis, atesta a atribuição do segundo evangelho a Marcos, “intérprete” de Pedro em Roma. O livro teria sido composto em Roma, depois da morte de Pedro (prólogo antimarcionita de século II, Ireneu) ou ainda durante sua vida (segundo Clemente de Alexandria). Quanto a Marcos, foi identificado como João Marcos, originário de Jerusalém (At 12,12), companheiro de Paulo e Barnabé (At 12,25; 13,5.13; 15,37-39; Cl 4,10) e, a seguir, de Pedro em “Babilônia” (isto é, provavelmente, em Roma) segundo 1Pd 5,13.[24]
- O bispo Dionísio de Corinto, em extrato de uma de suas cartas aos romanos (170 d.C.) trata da seguinte forma o martírio de Pedro e Paulo:
- Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina do Evangelho. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente.[25]
- Gaio, presbítero romano, em 199 d.C.:
- Nós aqui em Roma temos algo melhor do que o túmulo de Filipe. Possuímos os troféus dos apóstolos fundadores desta Igreja local. Ide à Via Ostiense e lá encontrareis o troféu de Paulo; ide ao Vaticano e lá vereis o troféu de Pedro.
Gaio dirigiu-se nos seguintes termos a um grupo de hereges: Posso mostrar-vos os troféus (túmulos) dos Apóstolos. Caso queirais ir ao Vaticano ou à Via Ostiense, lá encontrareis os troféus daqueles que fundaram esta Igreja.[26]
- Orígenes (185 - 253) responsável pela Escola Catequética de Alexandria afirmou:
- Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu e obteve que fosse crucificado de cabeça para baixo[27]
- Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo.[28]
- Para a maior e mais antiga a mais famosa Igreja, fundada pelos dois mais gloriosos Apóstolos, Pedro e Paulo." e ainda "Os bem-aventurados Apóstolos portanto, fundando e instituindo a Igreja, entregaram a Lino o cargo de administrá-la como bispo; a este sucedeu Anacleto; depois dele, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, Clemente recebeu o episcopado.
- Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja.[29]
- Formado como jurista Tertuliano (155-222 d.C.) falou da morte de Pedro em Roma:
- A Igreja também dos romanos pública - isto é, demonstra por instrumentos públicos e provas - que Clemente foi ordenado por Pedro.
- Feliz Igreja, na qual os Apóstolos verteram seu sangue por sua doutrina integral!" - e falando da Igreja Romana, "onde a paixão de Pedro se fez como a paixão do Senhor.
- Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz.[30]
- Eusébio (263-340 d.C.) Bispo de Cesareia, escreveu muitas obras de teologia, exegese, apologética, mas a sua obra mais importante foi a História Eclesiástica, onde ele narra a história da Igreja das origens até 303. Refere-se ao ministério exercido por Pedro:
- Pedro, de nacionalidade galileia, o primeiro pontífice dos cristãos, tendo inicialmente fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma, onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco anos Bispo da mesma cidade.
- Epifânio (315-403 d.C.), Bispo de Constância (também foi Bispo de Salamina e Metropolita do Chipre) fala da sucessão dos Bispos de Roma:
- Lino foi Bispo de Roma após o seu primeiro guia, Pedro.[32]
- Você não pode negar que sabe que na cidade de Roma a cadeira episcopal foi primeiro investida por Pedro, e que Pedro, cabeça dos Apóstolos, a ocupou.[33]
- Cipriano (martirizado em 258 d.C., Bispo de Cartago (norte da África), escreveu a obra "A Unidade da Igreja" (De Ecclesiae Unitate), onde diz:
- A cátedra de Roma é a cátedra de Pedro, a Igreja principal, de onde se origina a unidade sacerdotal.[34]
- Santo Agostinho (354 - 430):
- A Pedro sucedeu Lino.[35]
Logo, apesar das opiniões divergentes que surgiram a partir da Reforma Protestante, era constante, unânime e ininterrupta a tradição segundo a qual Pedro pregou o evangelho em Roma e lá encontrou o martírio, o que é robustecido pelos escritos dos Pais da Igreja e pela arqueologia.
Os textos escritos pelo apóstolo
O Novo Testamento inclui duas epístolas cuja autoria é atribuída a Pedro: A Primeira epístola de São Pedro e a Segunda epístola de São Pedro.
Indícios arqueológicos
Ver artigo principal: Túmulo de São Pedro
A partir da década de 1950, intensificaram-se as escavações no subsolo da Basílica de São Pedro, lugar tradicionalmente reconhecido como provável túmulo do apóstolo e próximo de seu martírio no muro central do Circo de Nero. Após extenuantes e cuidadosos trabalhos, inclusive com remoção de toneladas de terra que datava do corte da Colina Vaticana para a terraplanagem da construção da primeira basílica na época de Constantino, a equipe chefiada pela arqueóloga italiana Margherita Guarducci encontrou o que seria uma necrópole atribuída a Pedro, inclusive uma parede repleta de grafitos com a expressão Petrós Ení, que, em grego, significa "Pedro está aqui".
Também foram encontrados, em um nicho, fragmentos de ossos de um homem robusto e idoso, entre 60-70 anos, envoltos em restos de tecido púrpura com fios de ouro que se acredita, com muita probabilidade, serem de Pedro. A data real do martírio, de acordo com um cruzamento de datas feito pela arqueóloga, seria 13 de outubro de 64 d.C. e não 29 de junho, data em que se comemorava o traslado dos restos mortais de Pedro e São Paulo para a estada dos mesmos nas Catacumbas de São Sebastião durante a perseguição do imperador romano Valeriano em 257 d.C.
Iconografia
A mais antiga imagem conhecida do apóstolo Pedro foi descoberta em 2010 em catacumbas sob a cidade de Roma, e data do século IV. No mesmo lugar, foram também descobertas imagens dos apóstolos Paulo, André e João. As obras fazem parte de um grupo de pinturas em torno de uma imagem de Jesus Cristo como o Bom Pastor no teto do que os estudiosos acreditam ter sido o túmulo de um nobre romano.[36]
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28/06/2016
Cortez Pereira e a dúvida de Celso da Silveira
Por João Felipe da
Trindade
jfhipotenusa@gmail.com
Fui ao Solar João Galvão em
busca do acervo, ali deixado, do escritor Manoel Rodrigues de Melo. Meu
interesse maior era encontrar maiores informações sobre Macau. No meio da
documentação encontrei uma carta de Celso da Silveira, datada de 21 de junho de
1974, com subsídios para a ascendência de Cortez Pereira, no ramo dos Silveira
Borges.
“Professor Manoel Rodrigues
Num caderno de notas de papai
encontrei esta referência à filiação de João Celso da Silveira Borges, meu avô,
que não corresponde ao registro de casamento do seu pai, Manoel da Silveira
Borges.
A diferença está em que nas
notas de papai o Manoel casou com Maria Deolinda e no registro da Paróquia de
Santana do Matos, com Maria Genérica Francelina. O velho Manoel casou com esta
em 1840, e meu avô, seu filho, nasceu em 1844, daí surgindo um equívoco se ele
era filho de Manoel com Maria Deolinda ou de Manoel com Maria Genérica. Acho
que a localização do registro ou do batistério de João Celso da Silveira Borges
poderá dissipar a dúvida e vou procurar.
Aí tem o senhor mais essa ascendência
de Vivaldo Pereira, pois o velho Manoel era filho de Joaquim da Silveira Borges
e Ana Joaquina da Trindade. Manoel, como me foi dado saber, foi o bisavô de
Cortez Pereira. Joaquim, portanto, era seu tetravô. ”
Não sei se Celso conseguiu
dirimir sua dúvida, mas este artigo vai esclarecer, a partir de documentos da
Igreja, a verdadeira filiação de João Celso, como a ascendência de Cortez
Pereira, no ramo dos Silveira Borges.
Vamos fazer nossa exposição de
trás para frente, começando com o batismo de José de Araújo Cortez Pereira e,
depois, o casamento dos seus pais: a 11 de novembro de 1924, nesta Matriz,
batizei solenemente a José, nascido a 17 de outubro deste ano nesta cidade,
filho legítimo de Vivaldo Pereira de Araújo e Olindina Pereira Cortez, sendo
padrinhos Manoel Pereira de Araújo e Ananilia Silveira de Araújo; a 6 de
fevereiro de 1907, nesta Matriz, perante as testemunhas José Christino e Elias
Enoque Pereira de Araújo, assisti ao matrimonial de Vivaldo Pereira de Araújo e
Olindina Dantas Cortez, meus paroquianos. O Vigário Francisco Coelho de
Albuquerque não informou o nome dos pais dos nubentes.
Os pais de Vivaldo Pereira de
Araújo (2º do nome) eram Vivaldo Pereira de Araújo e Maria Quitéria da Silva.
Eles casaram no Sítio Conceição, aos 27 de novembro de 1883, sendo filhos
legítimos, ele, de Thomaz de Araújo Pereira Junior e Rita Regina de Miranda, e
ela, de Manoel da Silveira Borges e Maria Quitéria Barbalho Bezerra. Essa Maria
Quitéria casou com Manoel da Silveira Borges, após este ficar viúvo de Maria
Genérica Francelina, esta, filha de Luiz da Rocha Pita e Leonarda Maria da
Apresentação.
Manoel da Silveira Borges tinha
casado com Maria Genérica, realmente, em 1 de março de 1840. Ele, filho
legítimo de Joaquim da Silveira Borges e Ana Joaquina da Trindade e, ela, de
Luiz da Rocha Pita e Leonarda Maria da Apresentação. Houve dispensa de
impedimento de consanguinidade.
Dois registros de batismos,
relativos a Manoel da Silveira Borges, chamam nossa atenção, tanto que
transcrevemos para cá.
O primeiro está inserido nos
registros de batismo de Santana do Matos, do ano de 1839, um pouco antes do
casamento de Manoel: Maria, branca, filha natural de Izabel Francisca de Sousa,
branca, viúva, e de Manoel da Silveira Borges, branco, solteiro, naturais e
moradores nesta Freguesia, nasceu aos dezesseis de julho de 1828, e foi
batizada solenemente com os santos óleos, aos 28 do dito mês e ano, na Fazenda
Conceição, desta Freguesia, por mim, o qual disse em minha presença que
reconhecia a dita párvula, por sua
filha, e me pediu fizesse essa mesma declaração para a todo tempo constar e,
para certeza do referido, assinou comigo; foram padrinhos Antônio da Silva
Carvalho e sua mulher Maria da Silva Velosa (irmã de Manoel) – do que para
constar mandei fazer este assento e por verdade assinei. Manoel da Silveira
Borges, Vigário João Theotônio de Sousa e Silva.
Não encontrei notícia posterior
dessa filha natural de Manoel da Silveira Borges, nem o destino da viúva
Izabel.
O segundo batismo está inserido
nos registros de batismo 1840, final de fevereiro e começo de março, após,
possivelmente, o casamento de Manoel e Maria Genérica: Thereza, branca, filha
legítima de Manoel da Silveira Borges, e de sua mulher Maria Francelina Genérica,
naturais e moradores nesta Freguesia, nasceu aos 15 de janeiro de 1839, e foi
batizada com os santos óleos, nesta
Matriz, aos 4 de fevereiro de 1840, por mim, foram padrinhos Joaquim da
Silveira Borges, casado, e Ana Joaquina da Trindade Junior, solteira. João
Theotônio de Sousa e Silva.
Como Manoel da Silveira Borges
faleceu aos 17 de janeiro de 1876, com a idade de 64 anos, 1 mês e 9 dias, de
ferida cancerosa no rosto, deixando viúva Dona Maria Quitéria Barbalho Bezerra,
essa sua filha natural, Maria, nasceu quando ele tinha, aproximadamente, 16
anos. A segunda proeza fez quando tinha 27 anos.
Não encontrei nenhuma informação
sobre Maria Diolinda, mas, o casamento
de João Celso da Silveira Borges, onde consta o nome de sua mãe, resolvendo,
portanto, a dúvida de Celso: Aos vinte e cinco de novembro de 1862, pelas noves
horas da noite, no Sítio Pocinhos desta Freguesia, o Reverendo Elias Barbalho
Bezerra, de licença do Reverendíssimo Vigário, uniu em matrimônio, e deu as bênçãos aos
contraentes João Celso da Silveira Borges, e Juvina Serina Barbalho Bezerra,
paroquianos desta Freguesia, ele, filho legítimo de Manoel da Silveira Borges,
e de Maria Genérica Francelina, já falecida, e ela, filha legítima de Antônio
Barbalho Bezerra e de Ignácia Francisca Bezerra, foram testemunhas o Padre Antônio Barbalho Bezerra Tote, e
Juventino da Silveira Borges, solteiro; do que para constar fiz este assento em
que me assino. Antônio Germano Barbalho Bezerra Tote, Coadjutor Pró Pároco.
27/06/2016
HOMENAGEM A EXPEDITO BOLÃO
Valério Mesquita*
Mês passado faleceu o
ex-vereador Expedito Mariano
de Azevedo, o “Expedito
Bolão”, aos 96 anos. Uma das figura essenciais do folclore político
de Mossoró e do Rio Grande do Norte. Tive a alegria de narrar dezenas de causos
do seu humor e de seus repentes. Os sinceros pêsames à toda família.
01) Certa vez, chegando
à rodoviária da Ribeira foi a uma lanchonete. “Traga aí uma água mineral. Quero
a mais pura e mais gelada que tiver!”. O rapaz perguntou: “O senhor quer com ou
sem gás?”. Expedito corrigiu: “Com gás? Lá em Mossoró, água com gás a gente dá
banho nos cavalos. Lá tomamos água minerálica, termal, cloroterápica, como diz
o doutor Dix-Huit.” O balconista sem entender o fraseado, disponibilizou seis
garrafinhas: “Por favor, doutor escolha aí uma do seu agrado”.
02) Certa vez, em
Natal, entrou no elevador do INSS ecom ele, um jovem bem
vestido acompanhado de duas moças. Expedito avisa ao ascensorista: “Vou para o
oito!”. O rapaz replicou: “É o oitavo andar?”. Expedito olhou de lado e
comentou: “Lá em Mossoró, tem dona Oitava Rosado, aqui é oitavo. Engraçado
né?”. Ninguém riu. Em dado momento, o irreverente vereador dá “uma rasgada de
mescla”, (o famoso flato trovão). O granfino, com a mão no nariz, criticou: “O
senhor fazer isso na frente da minha noiva?”. Bolão disparou: “Desculpe, eu não
sabia que era a vez dela...”.
03) Expedito Bolão,
costumava participar de grupos de amigos para um aperitivo. Não demorou muito,
saiu-se com essa: “Ontem eu descobri que sou um deus”. “Lá vem você, com essas
besteiras”, comentou alguém. “Verdade!”, retrucou Bolão. “Estava acordando
quando ouvi a minha mulher dizer, enquanto fazia o sinal da cruz: Com Deus me
deito, com Deus me levanto; logo, como só tava eu ali...”.
04) Bolão disparou
certa vez nas urnas de Mossoró. Liliam – candidata que não chegou lá – estava
p. da vida. Não aceitava saber que ele havia recebido quatro vezes mais
sufrágios do que ela. Um domingo, no mercado, os dois se encontraram. Liliam
não se conteve e mandou impropérios contra o vereador. “Expedito”, disse ela,
“o povo parece que é cego. Votar em você... baixinho, feio, velho... você era
pra estar morto e enterrado.” Expedito, enfrentando a cólera da mulher,
justificou anatomicamente: “E é porque eu só tenho um buraco... avalie se eu
tivesse dois!.”
05) O restaurante
“Quixabeirinha” era parada obrigatória para quem viajava no trecho
Natal/Mossoró. Certa vez, o expresso da Nordeste parou no estabelecimento e
todos desceram com propósitos diversos. Expedito Bolão, sentando-se no salão,
pediu a garçonete: “Por favor, traga-me cuscuz e três ovos mexidos”. A moça
anotou o pedido e saiu rumo à copa. Um pouco adiante parou e perguntou a
Expedito: “O senhor usa sal nos ovos?”. O irreverente Bolão respondeu: “Não. Eu
uso talco Rossi...”.
06) A praça Rodolfo
Fernandes, em Mossoró, todas as noites, a vida alheia, era o prato preferido de
uma dúzia. Certa vez, Bolão abordou assunto de maridos traídos. Ele logo comentou:
“Minha opinião é que só existem duas espécies de cornos no mundo. Primeiro:
aquele que é, e sabe; segundo: aquele que é, mas ainda não sabe!”. Dita a sentença,
Expedito olha para o vereador Zadock, e interrogou: “O amigo concorda comigo?
Em qual das duas classes você está enquadrado?”. Foi um minuto de silêncio e
uma gargalhada geral pelo suspense.
07) A campanha parecia
fácil em Mossoró, mas quase se complicava. O professor Vingt-Un, que fazia
questão de dizer que não era médico, garimpava votos na zona rural, com o
vereador Expedito Bolão. Estavam na comunidade Riacho Grande, ouvindo as
reivindicações populares. Na área rural, ainda hoje, muita gente chama
bronquite asmática de “puxado” (dificuldade de respirar). Uma idosa que sofria
desse problema parou Expedito e suplicou: “Homem de Deus! Me dê um remédio... O
que eu faço pra deixar de “puxar”?”. Expedito com ar professoral, respondeu:
“Bote na frente e tanja”. “Ô cabra felá da...”, explodiu a velha pedindo
desculpas a Vingt-Un.
(*) Escritor
O Presidente da ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE
DO NORTE - ALEJURN, acadêmico Adalberto Targino, tem a honra de convidar
Vossa Excelência e família para participarem da sessão especial na qual o
acadêmico Joanilson de Paula Rêgo
fará o necrológio do pranteado acadêmico JOANILO
DE PAULA RÊGO, que ocupava a cadeira nº 27 (Patrono José Gonçalves de
Medeiros).
Data:
01 de julho de 2016 (sexta-feira)
Horário:
10 horas
Local:
Auditório da Procuradoria Geral do Estado
Av.
Afonso Pena, 1155 – Tirol (Natal/RN)
Confirmar presença: (84) 3232-2890
Email: alejurn2007@gmail.com
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