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22/06/2016
20/06/2016
16/06/2016
O TEMPO E O SENSO
Valério Mesquita*
Nos dias de hoje, o
ânimo de viver nos torna inconstante e nos empurra para buscas ávidas de
expressão, imaginação e criatividade. O próprio Luís da
Câmara Cascudo, no passado, apesar de um ser simples, foi uma figura numerosa,
pois escreveu sobre tudo e sobre todos. Conheço muitos escritores conterrâneos
que detêm idêntica curiosidade inesgotável e volubilidade inventiva contagiadas
pelas ideias, gostos e poder aliciante do charme da escrita cascudiana. E nesse
particular, todos foram largamente influenciados pelo desejo insofreável de
ressurreição do tempo morto, pela inestimável compreensão da alma coletiva das
gerações passadas que se encontram como que cristalizadas em todos nós. São as
nossas afinidades eletivas fincadas na íntima, nostálgica página evocativa que
romantiza a realidade ou, às vezes, a fantasia. Daí, não me encantar tanto com
os procedimentos rotulados de culturais pela mídia eletrônica e certos gestores
públicos. Não é a compulsão de recapturar o antigo só por ser antigo. O que
desejamos, penso, é respirar o oxigênio cultural que foi dotado de um poder de
radiação imanente, que se manteve vivo, apesar do efeito paulatino, paradoxal e
destrutivo de uma “cultura de aparências”, fóssil e fútil, atualmente em alto
astral! O crítico Paulo Prado chegou a afirmar no seu livro Retrato do Brasil
que a proliferação desse contraditório “representava a astenia da raça, o vício
de nossas origens mestiças”. Nada mais verdadeiro e impiedoso.
A
cultura se transformou num circo mambembe de vaidades ressentidas, perdida nas
suas cismas e inseguranças, desde o tempo em que o Ministério da Cultura
tornou-se serpentário de figuras exóticas e estereotipadas. No Rio Grande do
Norte, por exemplo, está na hora do governador reunir os órgãos de cultura do
estado: Academia Norte-rio-grandense de Letras, Conselho de Cultura, Instituto
Histórico e mais ensaístas, poetas, historiadores, sociólogos e críticos
literários para ouvir sugestões dessa atividade tão pluralista e significativa
da sociedade, porém, totalmente esquecida e somente lembrada para eventos
passageiros. Nas vésperas, por exemplo, do governo contrair um vultoso
empréstimo internacional, as entidades culturais não foram ouvidas para
discutir e identificar os seus problemas estruturais. É com profunda lástima
que vemos as edificações, casarões e monumentos que representam o vasto painel
da dramática criação de uma sociedade civil de cem e de duzentos anos passados
se encontrarem em estado de deterioração. Lembremo-nos que o “passado não
passa”. A beleza plástica dos casarões, o teor emotivo e sentimental que
retrata a abordagem lírica de épocas imemoriais, em qualquer país civilizado,
nunca foram substituídos por folguedos e fanfarras. A preservação do patrimônio
histórico e artístico do Rio Grande do Norte precisa de maior atenção e
acuidade perceptiva dos governos. Como na Trindade Santa, o passado, o presente
e o futuro se entrelaçam na mesma realidade temporal. São três tempos distintos
numa só integridade temporal; amalgamados de ideias e inteiriços. Que esse
cabedal seja intenção e deliberação permanentes dos órgãos de cultura do
estado. Vamos aguardar.
15/06/2016
A
HONESTIDADE EMPRESTA
CORAGEM
a quem a possui
Por JANSEN LEIROS
Cheguei ao “flat” AYAMBRA, na rua 25 de dezembro, nº
525, em Natal, na Praia do Meio e me dirigi à
recepção do HOTEL, para saber se lá
estaria hospedado o Dr. Diógenes Veras, professor da UFRN.
Uma jovem muito bem apessoada atendeu-me,
respondendo que o professor morava ali, efetivamente, e que, em poucos minutos
eu seria anunciado e por ele atendido.
De fato, dois minutos depois, ali estava o
professor Diógenes Veras, que me recebeu gentilmente,
convidando-me para sentar ao seu lado, enquanto ele refrescava a garganta com
uma cerveja, convidando-me para acompanha-lo. Agradeci!
É
oportuno dizer que, estando aposentado dos quadros da Procuradoria Geral do
Estado, na condição de Assessor Jurídico,
fora convidado a prestar assessoramento à Presidência
do Instituto Histórico e Geográfico do RN, o que aceitei,
honradamente, pois que fazer cultura é
coisa que nos empolga sobremaneira.
O assessoramento que presto à
presidência do IHGRN, implica em catalogar notícias
à guisa de crônicas, objetivando contribuir com o
noticiário da cidade, informando acontessências.
Amigo pessoal do Dr. Diógenes,
filho de um amigo da juventude, o Dr. Alcyr Veras, e conhecendo suas andanças
pela Europa, pedi que ele me relatasse um episódio,
ocorrido no Além Mar, para meu conhecimento, merecedor de registro
que era.. Vejamos!
A
esposa do Professor Diógenes fora agraciada com uma bolsa de estudos em
Madrid, na Espanha, através da qual defenderia uma tese de mestrado.
Arrumaram suas malas e voaram para Madrid, na Península
Ibérica!
Obviamente que Diógenes,
possuidor de cultura eclética, logo conseguiu entrosar-se no meio universitário
e, de mãos dadas com sua esposa passaram alguns anos
usufruindo dos ares da Terra de Cervantes!
Todavia, uma greve eclodiu na Universidade e, depois de várias
tentativas de negociação não exitosas, a Presidência
da República do Brasil, usando de sua autoridade,
determinou que o ponto dos faltosos fosse cortado. A bolsista teve seu ponto
bloqueado!
Fora de seu país, sem parentes e sem meios para suprir
suas necessidades, a família brasileira, constituída
de cinco pessoas, passou a ter dificuldades no exterior.. Assim, Diógenes chegou a ter sérios problemas de sobrevivência e chegou até a trabalhar de garçom,
porteiro de edifício e outras atividades, para sustentar seus
dependentes!
Tomando conhecimento de que o
Presidente da República do Brasil, Dr. Fernando Henrique Cardoso visitaria
oficialmente a capital da Espanha, Diógenes
decidiu redigir uma carta respeitosa e entrega-la ao Presidente, se
possível pessoalmente.
Traçou seu plano e lá
se foi o brasileiro entregar a bendita carta, seguindo ao encontro do ilustre
visitante.
Preparou-se emocional e espiritualmente e foi para
o logradouro, onde passaria o Presidente do Brasil e outras autoridades
convidadas, para a solenidade programada.
Muitas horas Diógenes ficou perfilado, aguardando seu
Presidente.
Aliás, muitas outras autoridades desfilaram
à sua frente: Viu a chegada do Presidente Russo,
Gorbachev; do Presidente Bil Clinton, dos Estados Unidos, que chegou a
conversar com um patrício que ali se encontrava; dando seguimento, chegava a comitiva do Dr.
Fernando Henrique Cardoso, com seu com seu séquito, bastante pomposo, e, quando o
Presidente aproximou-se de onde estava Diógenes, ele ergueu o braço,
mostrando a carta que segurava em sua mão, dizendo “ Presidente!Tenho
uma carta para o Senhor” O Presidente Chamou uma senhora de sua comitiva,
vestida de branco, que deve ter pedido a alguém para apanhar a carta.
Um senhor alto dirigiu-se até
Diógenes e apanhou o documento que, segurando em uma
das mãos, testou-a batendo-a no próprio
braço, para certificar-se da não
existência de veneno ou algum explosivo a ela aderido e
entregou-a ao Presidente, que a guardou num dos bolsos do palitó.
Meses depois, Diógenes recebera uma correspondência
do Governo Brasileiro, desculpando-se da ocorrência
e comprometendo-se a proceder ao pagamento das faltas descontadas.
Mostrou ali, que o pais ainda era sério.
14/06/2016
MEMÓRIA VIVA - TVU
Quarta
feira, dia 15 às 19:30 horas será exibida pela TVU no programa MEMORIA
VIVA, entrevista que gravei na semana passada. Entrevistador principal:
Tarcísio Gurgel. Outros entrevistadores: Carlos D Miranda Gomes e Odúlio
Botelho.
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13/06/2016
O GADO VACUM
TRAZIDO
PARA O BRASIL,
Por Jansen Leiros
No Brasil, antes de
seu descobrimento, jamais ocorrera
a presença do
gado vacum, em seu território, como ocorrera nas áreas continentais eurasianas, ao longo de
suas extensões.
De fato, apesar da
diversidade de animais nativos, no continente sul-americano inexistia sequer, um único exemplar de gado vacum como ocorria nos
continentes do lado
do velho mundo, ou seja, do lado oriental da
terra.
Porém, os
colonizadores das terras novas, isto é, as terras do Além Mar (como dizem os
europeus) não podiam prescindir
daqueles animais, pois
que faziam parte do cardápio de
seus habitantes. Caberia, assim, aos
responsáveis pela cadeia alimentar dos novos países provocar o surgimento de um
animal de médio porte para sua utilização no cardápio diário, proteico, de
paladar agradável, ao gosto dos europeus.
Seria um prato insubstituível na mesa Brasileira, principalmente pela riqueza de suas proteínas.
Havia um ponto
importante, o Europeu já conhecia o gado que se constituía um atrativo que já
estaria referendado. Seria uma aprovação tácita.
Mas, na verdade o
Brasil era um pais novo, com uma economia incipiente ; o transporte
oneroso...enfim, havia de ser estudado
com as devidas cautelas.
Somente nos anos
sessenta, do século XX, tiveram início as primeiras importações de gado,
oriundo da Índia, transportado por navios.
Na verdade, os animais autóctones, do Brasil, tinham vasta diversidade, porém eram selvagens demais para
serem cuidados por vaqueiros
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