15/06/2016


A HONESTIDADE EMPRESTA
CORAGEM a quem a possui
                                                    Por  JANSEN LEIROS

Cheguei ao flat AYAMBRA, na rua 25 de dezembro, nº 525, em Natal, na Praia do Meio  e me dirigi à recepção do HOTEL,  para saber se lá estaria hospedado o Dr. Diógenes Veras, professor da UFRN. 
Uma jovem muito bem apessoada atendeu-me, respondendo que o professor morava ali, efetivamente, e que, em poucos minutos eu seria anunciado e por ele atendido.
De fato, dois minutos depois, ali estava o professor Diógenes Veras, que me recebeu gentilmente, convidando-me para sentar ao seu lado,  enquanto ele refrescava a garganta com uma cerveja,  convidando-me para acompanha-lo. Agradeci!

É oportuno dizer que, estando aposentado dos quadros da Procuradoria Geral do Estado, na condição de Assessor Jurídico, fora convidado a prestar assessoramento à Presidência do Instituto Histórico e Geográfico do RN, o que aceitei, honradamente,  pois que fazer cultura é coisa que nos empolga sobremaneira.
O assessoramento que presto à presidência do IHGRN, implica em catalogar notícias à guisa de crônicas, objetivando contribuir com o noticiário da cidade, informando acontessências.
Amigo pessoal do Dr. Diógenes, filho de um amigo da juventude, o Dr. Alcyr Veras, e conhecendo suas andanças pela Europa, pedi que ele me relatasse um episódio, ocorrido no Além Mar, para meu conhecimento, merecedor de registro que era.. Vejamos!
 A esposa do Professor Diógenes fora agraciada com uma bolsa de estudos em Madrid, na Espanha, através da qual defenderia uma tese de mestrado.    
Arrumaram suas malas e voaram para Madrid, na Península Ibérica!
Obviamente que Diógenes, possuidor de cultura eclética, logo conseguiu entrosar-se no meio universitário e, de mãos dadas com sua esposa passaram alguns anos usufruindo dos ares da Terra de Cervantes!
Todavia, uma greve eclodiu na  Universidade e, depois de várias tentativas de negociação não exitosas, a Presidência da República do Brasil, usando de sua autoridade, determinou que o ponto dos faltosos fosse cortado. A bolsista teve seu ponto bloqueado!
Fora de seu país, sem parentes e sem meios para suprir suas necessidades, a família brasileira, constituída de cinco pessoas, passou a ter dificuldades no exterior..    Assim,    Diógenes    chegou   a    ter   sérios problemas de sobrevivência  e chegou até a trabalhar de garçom, porteiro de edifício  e  outras atividades, para sustentar seus dependentes!
Tomando  conhecimento de que  o Presidente da República do Brasil,  Dr.  Fernando  Henrique  Cardoso  visitaria oficialmente  a capital da Espanha, Diógenes decidiu redigir  uma carta respeitosa e entrega-la ao Presidente, se possível pessoalmente.  
Traçou seu plano e lá se foi o brasileiro entregar a bendita carta, seguindo ao encontro do ilustre visitante.  
Preparou-se emocional e espiritualmente e foi para o logradouro, onde passaria o Presidente do Brasil e outras autoridades convidadas, para a solenidade programada. 
Muitas horas Diógenes ficou perfilado, aguardando seu Presidente.
Aliás, muitas outras autoridades desfilaram à sua frente: Viu a chegada do Presidente Russo, Gorbachev; do Presidente Bil Clinton, dos Estados Unidos, que chegou a conversar com um patrício que ali se encontrava;  dando seguimento, chegava a comitiva do Dr. Fernando Henrique Cardoso, com seu com seu séquito, bastante pomposo, e, quando o Presidente aproximou-se de onde estava Diógenes, ele ergueu o braço, mostrando a carta que segurava em sua mão, dizendo  Presidente!Tenho uma carta para o Senhor    O Presidente Chamou uma senhora de sua comitiva, vestida de branco, que    deve ter pedido a alguém  para apanhar a carta. 
Um senhor alto dirigiu-se até Diógenes e apanhou o documento que, segurando em uma das mãos, testou-a batendo-a no próprio braço, para certificar-se da não existência de veneno ou algum explosivo a ela aderido e entregou-a ao Presidente, que a guardou num dos bolsos do palitó.

Meses depois, Diógenes recebera uma correspondência do Governo Brasileiro, desculpando-se da ocorrência e comprometendo-se a proceder ao pagamento das faltas descontadas. 
Mostrou ali, que o pais ainda era sério. 

14/06/2016

MEMÓRIA VIVA - TVU


Quarta feira, dia 15 às 19:30 horas será exibida pela TVU no programa MEMORIA VIVA, entrevista que gravei na semana passada. Entrevistador principal: Tarcísio Gurgel. Outros entrevistadores: Carlos D Miranda Gomes e Odúlio Botelho.
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Marcelo Alves


As leis de Drácon

Como sabemos, antes do advento das primeiras leis escritas – algumas delas já comentadas aqui, como o Código de Ur-Nammu e o Código de Hamurábi –, as pessoas (infelizmente) dependiam da memória e da tradição oral para fins de conhecimento e transmissão do direito de geração para geração. 

É dentro desse contexto de valorização do direito escrito, muito mais estável e seguro que o direito oral, que emerge a figura de Drácon (650-600 a.C., aproximadamente), aristocrata, estadista, legislador e magistrado grego (titulado de “arconte”, como membro da assembleia de nobres grega denominada “Arconato”) que é por muitos considerado o responsável pelas primeiras leis escritas de Atenas e da Grécia antiga, as “leis draconianas”, datadas de 621 a.C. (aproximadamente). 

Muito pouco se sabe com segurança sobre a vida e a morte de Drácon, ambas envoltas em lenda, além do “código de leis” ou “Constituição” que ele elaborou (ou talvez muito mais compilou, cristalizando leis já existentes), que restou conhecido, na história do direito, pela sua severidade, ao ponto de, hoje, o adjetivo “draconiano” ser representativo, com conotação pejorativa, de um rigor absurdamente excessivo e indesejado. 

“As leis de Drácon” – chegou a afirmar, segundo reza lenda, o orador e diplomata grego Dêmades (380-319a.C., aproximadamente) – “foram escritas não com tinta, mas com sangue”. De fato, como registra o grande historiador e biógrafo grego Plutarco (45-120), na legislação de Drácon a pena morte era atribuída para a maioria das ofensas/crimes ali previstos. Assim se dava, por exemplo, tanto com um homicídio como com um “simples” furto. E, nesse ponto, também reza a lenda que o próprio Drácon, quando questionado sobre a imposição da pena de morte para ofensas/crimes de pequena monta, haveria dito algo como: “as ofensas/crimes menores merecem a pena de morte; e, infelizmente, não há pena maior que eu possa atribuir aos crimes mais graves”. 

Entretanto (e antes que vocês pensem o contrário), deve-se enfatizar que muito também milita em favor de Drácon e de sua legislação. Antes de mais nada, boa parte dessa legislação não é propriamente criação de Drácon. Mas ele foi o responsável por colocar no “papel”, veículo de transmissão do conhecimento (e do direito, especificamente) muito mais preciso que a tradição oral, aquilo que já existia (incluindo as antigas e severas leis e punições). E aqui reside, em boa medida, a grandeza de Drácon, como instrumento do ideal de que o direito deve ser estável, previsível e acessível a todos. Até o tempo de Drácon, como anota Rene Albert Wormser (apud Michael H. Roffer, “The Law Book: from Hammurabi to the International Criminal Court, 250 Milestones in the History of Law”, Sterling Publishng Co., 2015), o direito grego “repousava nas memórias dos aristocratas e dos seus sacerdotes”; a partir de Drácon, “tornou-se possível para um cidadão comum [ao apelar para o Areópago, o tribunal supremo de Atenas] apontar para uma página [ou para o pedaço de madeira, no qual as leis foram também gravadas] e um parágrafo e dizer: 'estes são os meus direitos'”. Sob esse ponto de vista, muitos, entre eles o grande Aristóteles (384-322 a.C.), apontam Drácon como o responsável pela primeira Constituição escrita de Atenas (embora uma Constituição muito rudimentar para o conceito que hoje temos dessa espécie de diploma legal). 

No mais, mesmo quanto ao conteúdo, a legislação de Drácon contém muita coisa boa, progressista por assim dizer, se levarmos em consideração os padrões do direito daquela época, mas também tendo por parâmetro a evolução da ciência jurídica até nós. Nesse sentido, a mais famosa disposição da legislação de Drácon – até porque muito pouco “draconiana” – diz respeito à inovadora distinção entre homicídio intencional (ou doloso, se fizermos uso, mesmo com alguma atecnia, de uma expressão mais comum entre nós) e não intencional (ou culposo), punindo este último crime com a pena mais leve de exílio. Drácon, para quem não sabe, é considerado até hoje o “pai” dessa elogiável e necessária distinção. 

Bom, considerando tudo isso, convenhamos, o que fez esse tal de Drácon – cujo epíteto em forma de adjetivo (draconiano) viajou por mais de dois milênios –, tanto para a sua Atenas como para nosso direito, não foi pouca coisa. 

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP

13/06/2016


     O GADO VACUM TRAZIDO
     PARA O BRASIL,
                                                                                                                             Por  Jansen Leiros   


No Brasil, antes de seu descobrimento, jamais ocorrera  a  presença  do  gado vacum, em seu território, como ocorrera  nas áreas continentais eurasianas, ao longo de suas extensões.
De fato, apesar da diversidade de animais nativos, no continente sul-americano  inexistia sequer, um único exemplar  de gado vacum como ocorria nos continentes  do  lado   do velho mundo, ou seja, do lado oriental  da  terra.
Porém, os colonizadores das terras novas, isto é, as terras do Além Mar (como dizem os europeus) não podiam  prescindir daqueles  animais,  pois   que faziam parte do cardápio  de seus  habitantes. Caberia, assim, aos responsáveis pela cadeia alimentar dos novos países provocar o surgimento de um animal de médio porte para sua utilização no cardápio diário, proteico, de paladar agradável, ao gosto dos europeus. 
Seria um prato  insubstituível    na mesa Brasileira, principalmente pela  riqueza de  suas  proteínas.
Havia um ponto importante, o Europeu já conhecia o gado que se constituía um atrativo que já estaria referendado. Seria uma aprovação tácita.

Mas, na verdade o Brasil era um pais novo, com uma economia incipiente ; o transporte oneroso...enfim,  havia de ser estudado com as devidas cautelas.

Somente nos anos sessenta, do século XX, tiveram início as primeiras importações de gado, oriundo da Índia, transportado por navios.

Na verdade, os animais autóctones, do Brasil, tinham vasta diversidade, porém eram selvagens demais para serem cuidados por vaqueiros









12/06/2016


Trio Marayá. A época de ouro!

       O trio foi formado em 1954, contando com Behring Leiros no tantã, Marconi Campos no violão e Hilton Acioli no afoché. Inicialmente adotaram o nome de Marajá e apresentaram-se no programa da Sociedade Artística Estudantil, na Rádio Poti. Em 1956, durante a realização de um congresso da União Nacional dos Estudantes, UNE, em Natal, foram convidados a ir ao Rio de Janeiro, onde alguns estudantes pretendiam criar um programa nos moldes do SAE. Pouco antes de viajar para o Rio de Janeiro, adotaram, por sugestão do professor e folclorista Luís da Câmara Cascudo, o nome de Trio Marayá.
         No Rio de Janeiro, os jovens vocalistas conseguiram participar de diversos programas na Rádio Nacional, entre os quais, “Grande Show Brahma”, “César de Alencar” e “Paulo Gracindo”. Atuaram ainda em diversas casas noturnas, sendo contratados com exclusividade para se apresentar no Restaurante “Cabeça Chata”, de propriedade do conhecido cantor de emboladas Manezinho Araújo. Pouco depois, passaram a atuar na Rádio e na TV Tupi. Por essa época, foram convidados pelo cantor e compositor Luiz Vieira, que assistiu à participação do Trio Marayá na gravação de um disco de um cantor cearense na gravadora Copacabana, acabando por convidá-os a se apresentarem em seu programa de rádio em São Paulo. No programa de Luiz Vieira na Rádio Record, interpretaram o corridinho “Maria Fulô”, de Luiz Vieira e João do Vale, e posteriormente gravado em LP pelo trio. Aprovados em teste, foram contratados pela Rádio e TV Record.  Na Rádio Record, passaram a apresentar o programa semanal “Música e poesia com o Trio Marayá”, produzido por Luiz Vieira, além de participar de outros programas da emissora.
         Em 1966, obtiveram destaque no II Festival de Música Popular Brasileira apresentado na TV Record em São Paulo. Defenderam, juntamente com Jair Rodrigues, a composição "Disparada", de Geraldo Vandré e Teo, e que, com arranjos de Hilton Acioli, tirou o primeiro lugar. Nos festivais internacionais apresentaram-se com Nat King Cole, Sammy Davis Jr., Ella Fitzgerald, Rita Pavone, 

Sérgio Endrigo e Catherine Valente. Em 1968, retornaram à Europa, defendendo o Brasil no Festival Internacional de Música da Bulgária, realizado na cidade de Sófia, onde o trio recebeu Medalha de Ouro", tirando o 1º lugar com a composição "Che", de Marconi Campos da Silva e Geraldo Vandré.
        Em 1981 o maestro Marconi colocou os arranjos em várias músicas de Luis Gonzaga e ao ouvir Asa Branca, ele perguntou ao Marconi:
_Ô, meu filho, a sua mãe sabe que você faz essas coisas?
Então, o maestro Marconi respondeu:
_ Sabe sim, seu Lua.
_ Que bom! Finalmente as minhas musicas vão tocas nas FMs.

       O Trio (Marayá) que há mais tempo cantava junto no Brasil acabou com a morte do Maestro Marconi em 24 de Julho de 2003, no lugar que ele escolheu para viver as suas horas de lazer, pescando no seu rio que tanto amava na cidade de Piracicaba.
                                                                                   
Quer ouvir a voz afinada do Trio Marayà? Clique nos endereços abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=EGyb11knYYo&NR=1      
Aroeira: Trio Marayá e Geraldo Vandré
Ana Marly de Oliveira Jacobino
Enviado por Ana Marly de Oliveira Jacobino em 24/01/2009
Código do texto: T1403017 

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FONTE: BLOG RECANTO DAS LETRAS



NOTA DE TRISTEZA NUM DIA DE ALEGRIA


CANÇÃO DO EXPEDICIONÁRIO

Somente para ilustrar, sem polêmicas: Na 2ª Guerra Mundial foi travada a ferrenha batalha de MONTE CASTELO.





“Monte Castelo” é uma canção da banda de rock Legião Urbana, que constou do álbum “As Quatro Estações”, lançado em outubro de 1989. Composta pelo mais famoso integrante da banda, o Renato Russo, a música traz citações do poeta português Luís Vaz de Camões (Soneto 11), além do primeiro versículo do capítulo 13 da 1ª Epístola de Paulo aos Coríntios (Novo Testamento da Bíblia). A letra da canção fala da importância do amor, do amor entre os seres humanos. Monte Castelo é o nome do local onde a FEB (Força Expedicionária Brasileira) ganhou sua principal batalha durante a Segunda Guerra Mundial - ou seja, uma alusão a um ato de desamor da humanidade. Esse nome, então, ao contrário da maioria dos títulos das músicas, é uma referência antagônica à mensagem da letra, que transcrevo a seguir. Acrescento ainda o versículo bíblico citado, e o belo soneto do imortal bardo lusitano.


MONTE CASTELO
Renato Russo

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece

O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor

Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria


1ª Epístola de Paulo aos Coríntios, cap. 13 vers. 1:
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.”


SONETO 11
Luís Vaz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

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Eugenio Bezerra Cavalcanti Filho (colaborador)