10/10/2017

BLOG DE MOSSORÓ


sexta-feira, 6 de outubro de 2017


Aniversário do ICOP


Foi bastante prestigiada a sessão solene da Câmara Municipal de Mossoró para homenagear os sessenta anos do ICOP - Instituto Cultural do Oeste Potiguar - na manhã de sexta-feira, dia 6 de outubro de 2017. 

      O evento se deu no plenário do legislativo mossoroense e foram homenageados - em memória - com a Medalha do Mérito Cultural Vingt-un Rosado,  os treze intelectuais fundadores e com a Medalha do Mérito Dix-sept Rosado, os seis ex-presidentes do ICOP, além do prefeito à época da fundação desta instituição, Joaquim Felício de Moura, o Quinca Moura. 

      O Presidente do ICOP, professor e escritor Benedito Vasconcelos Mendes, agradeceu aos vereadores, especialmente à presidente Izabel Montenegro e ao vereador Francisco Carlos pela excelente homenagem prestada a cultura mossoroense.
      Fazendo uso da palavra, o presidente do ICOP disse: "As instituições culturais mossoroenses, agora contam com uma importante parceira para os eventos culturais, que é a Câmara de Vereadores ". 

       O ICOP concedeu o diploma de Sócio Honorário aos vereadores Izabel Montenegro e Francisco Carlos, por suas atuações e pleitos na área da cultura.
      Presentes ao evento, a ex-prefeita de Mossoró, Fafá Rosado, o reitor da UERN, Pedro Fernandes; ex-reitor da UERN, padre Sátiro Dantas; Isaura Ester Fernandes Rosado, filha de Vingt-un Rosado, ex-vereador Vingt-un Neto, Joana D'arc Fernandes Coelho, presidente da AFLAM - Academia Feminina de Letras de Mossoró, além de escritores, professores, empresários, estudantes e familiares dos homenageados.
                                                   
Professor Benedito Vasconcelos Mendes preside a solenidade



                        
Wellington Barreto, Suzana Goreth e Benedito Vasconcelos Mendes


Benedito Vasconcelos, Fafá Rosado, Vingt-un Neto e Isaura Ester

Benedito Vasconcelos, Izabel Montenegro e padre Sátiro Dantas

Lairinho Rosado, Benedito Vasconcelos e Sandra Rosado

Convite da homenagem


Selo dos 60 anos do ICOP

07/10/2017



José Lins do Rego, o menino do Engenho Corredor (Pilar-Paraíba-1901-1957). É patrono da Academia Paraibana de Letras. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 25, cujo Patrono é Junqueira Freire, sendo o quarto ocupante, eleito em 15 de setembro de 1955, na sucessão de Ataulfo de Paiva e recebido pelo Acadêmico Austregésilo de Athayde em 15 de dezembro de 1956. Morreu no Rio de Janeiro, no dia 12 de setembro de 1957.
Obras de José Lins do Rego:
Menino de Engenho, romance, 1932; Doidinho, romance, 1933; Banguê, romance, 1934; O Moleque; Ricardo, romance, 1934; Usina, romance, 1936; Histórias da Velha Totonia, literatura; infantil, 1936; Pureza, romance, 1937; Pedra Bonita romance, 1938; Riacho Doce, romance, 1939; Água Mãe, romance, 1941; Gordos e Magros, 1942; Fogo Morto, romance, 1943; Pedro Américo, 1943; Poesia e Vida, 1945; Conferências no Prata, 1946; Eurídice, romance, 1947; Homens, Seres e Coisas, 1952; Cangaceiros, romance, 1953; A casa e o Homem, 1954; Roteiro de Israel, 1954; Meus Verdes Anos, memória, 1956; Presença do Nordeste na Literatura Brasileira, 1957; O Vulcão e a Fonte, 1958.
“O ESCRITOR E A OBRA”

É o título da palestra do Professor ANTENOR LAURENTINO RAMOS
Data: 11 de outubro de 2017
Local: Salão Nobre do IHGRN (Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)
Rua da Conceição, 622 – Cidade Alta (vizinho à Catedral velha)
Horário: 16h.

06/10/2017


Entrevista: Professora Iris Alvares do Labim/UFRN, responsável pela digitalização de documentos do IHGRN

Natal/RN. Setembro, 2017. A diretoria de Biblioteca, Arquivo e Museu conversou com a professora Iris Alvares, do Labim, responsável pela digitalização de diversos documentos históricos do Rio Grande do Norte disponíveis no repositório institucional do laboratório para consulta e pesquisa. A entrevista foi realizada por email, o entrevistador é o diretor da Biblioteca, Arquivo e Museu, o jornalista Gustavo Sobral.

IHGRN: Professora, nos conte um pouco da sua trajetória e formação profissional?
Iris Alvares: Sou formada em História Licenciatura e Bacharel em Direito. Trabalhei no ensino médio, na disciplina de História. Trabalhei no Labre, Laboratório de Restauração, no qual auxiliei em muitos trabalhos com restauração de jornais, inclusive do Instituto Histórico e Geográfico como a “Gazeta do Commercio” de 1902, 1903 e 1904. Dentre outros jornais e documentos.

IHGRN: Quando surgiu o seu interesse pela digitalização de documentos históricos?
Iris Alvares: Em fins de 2011, o Labim foi criado e fui convidada pela chefia do Departamento de História para coordena-lo. Daí fiz cursos sobre digitalização de documentos nos primeiros anos do seu funcionamento.

IHGRN: Quando foi criado e qual o papel do Laboratório de Imagens?
Iris Alvares: A ideia partiu dos próprios professores do curso de História. Eu aceitei pela minha experiência com documentos históricos e também como professora de História, pela preocupação e interesse nos documentos e na sua divulgação.

IHGRN: Como o trabalho é realizado no laboratório, quais os equipamentos utilizados e qual a equipe disponível?
Iris Alvares: Bem, nossos maiores “clientes” são o Instituto e o Arquivo Público Estadual. Trabalhamos em parceira com o Departamento de Políticas Públicas. Já tivemos parceira com o Professor Herculano do Departamento de Psicologia, quando iniciamos a digitalização de documentos do SOS Criança; com a Semurb/Seharp; com a empresa jornalística Tribuna do Norte.

IHGRN: Quando surgiu a ideia e na necessidade de um repositório, qual seu objetivo e como se estrutura?
Iris Alvares: Quando iniciamos os trabalhos de digitalização, nem computadores para pesquisa nós tínhamos. Com o passar do tempo conseguimos uma sala contígua para pesquisa. Pouco tempo depois percebi a necessidade de ampliarmos o acesso através de um repositório virtual. Daí, através de um projeto de Extensão, conseguimos financiamento para iniciarmos a criação do Repositório Labim.

IHGRN: Em que formato os documentos são disponibilizados e por que?
Iris Alvares: Digitalizamos no formato Tiff, com 300 dpi (pontos por polegada), como sugere o Conarq. As imagens são convertidas em pdf (formato portátil de documento), um formato mais acessível ao uso na internet.

IHGRN: O que é preciso para acessa-lo?
Iris Alvares: O acervo digital pode ser acessado por um computador em rede como também a consulta pode ser feita nas dependências do Labim. Temos coleções de documentos que não estão em domínio público, mas que também podem ser consultados no laboratório.

IHGRN: Quais os documentos do IHGRN hoje disponíveis?
Iris Alvares: As Revistas do Instituto de 1903 a 1950; os
Termos de Vereações (1672-1823); Livros de Registro do Senado da Câmara 1659-1754; são os maiores acervos. Correspondências imperiais, provinciais do senado da câmara.

IHGRN: Por que a escolha deste material do IHGRN?
Iris Alvares: Os termos e os livros de registro foram projetos coordenados pela professora Fátima Martins, do qual eu colaborei digitalizando. As revistas foram digitalizadas (demos continuidade recentemente) através de projetos de extensão, coordenados por mim. Considerava e considero as revistas um acervo fantástico. A história do RN através dos artigos publicados nestas revistas...

IHGRN: Há perspectiva de continuidade do trabalho?
Iris Alvares: Sim. Nós paramos devido a suspensão das atividades do próprio instituto em razão da reforma. Estamos reiniciando a digitalização das revistas.
(Na verdade, não podemos omitir que os últimos governos federais deram muito incentivo à cultura, nunca deixamos de ter projetos de extensão aprovados, pelo contrário. Hoje já temos notícias que os servidores terão acesso restrito a publicação dos editais da ProEx, como medida de contenção de gastos. Nossa parceria, com o IHGRN, é precária no sentido em que dependemos da UFRN para que ela se realize. Não basta boa vontade).

IHGRN: Qual a sua opinião sobre a importância do IHGRN e do seu acervo para a pesquisa no Rio Grande do Norte hoje?
Iris Alvares: Poxa, falar do Instituto é falar da essência dos pesquisadores, sobretudo de História. É a alma da nossa cidade. Nossa parceria trás orgulho para os alunos e servidores do Labim. Esperamos poder fazer mais trabalhos com Instituto. É uma simbiose, pois traz benefícios para as duas entidades e ao público interessado como um todo. Divulgar a ciência, o conhecimento, nos estimula a seguir adiante. É o nosso orgulho.

Serviço
Repositório do Laboratório de Imagens -Digitalização de Documentos Históricos (LABIM/UFRN), endereçohttp://repositoriolabim.cchla.ufrn.br/jspui

Material disponível
CORRESPONDÊNCIAS DO GOVERNO MUNICIPAL E AS CÂMARAS MUNICIPAIS -
LIVRO DE REGISTRO DO SENADO DA CÂMARA
Livro de registro de cartas e provisões do Senado da Câmara de Natal 1659-1754
REVISTAS DO IHGRN 1903-1951
TERMOS DE VEREAÇÕES 1672-1823

* Advertência

Solicitamos aos leitores e pesquisadores e historiadores que, caso venham a se utilizar deste acervo, resguardem o direito das fontes e respeito à lei dos direitos autorais. Contribua para disseminação e uso responsável desta documentação, prezando pela citação das fontes de pesquisa e referência as instituições mantenedora e proprietária do acervo e ao laboratório responsável pela digitalização e acesso franco e público ao material.

SOPRA UM VENTO FORTE

Valério Mesquita*

Não, não é o vento de Geraldo Melo soprado no Rio Grande do Norte lá pelos fins e confins dos anos oitenta. Na Espanha, o cardeal Cañizares denunciou a existência de uma revolução social para destruir os postulados da Igreja Católica. A assertiva cardinalícia aduz, ainda, que esse movimento oculto já atua nas escolas e na mídia espanhola e que se alastra nos países vizinhos. Conhecemos que o mundo ocidental é o maior herdeiro no globo terrestre da doutrina cristã. Depois da invasão dos bárbaros, lá pelo século quinto, foram os monges nos conventos, os verdadeiros sustentáculos da fé do Novo Testamento. A revolução social aludida pelo alto dignitário da Igreja Católica espanhola já se estende aos países das Américas, através da perversão dos costumes, da subversão do comportamento da juventude na família, na mídia e nas escolas. É a crise típica de uma sociedade que tem se afastado de Deus, elegendo o mundanismo como valor essencial de vida, embora, passageira, fáctil, fácil, fútil e fóssil. O fato é que o vento sopra forte. Sopra uma revolução social, no dizer do cardeal Cañizares contra a religião católica em plena Espanha (e não somente lá, mas no mundo todo), que já deu reis católicos e espargiu igrejas, conventos e padres em diversas partes do mundo.
De modo geral, as religiões católicas e evangélicas estão atentas no Brasil para o poder da mídia e da influência poderosa que elege e deselege políticos; que manda e desmanda apresentadores de tv para o podium do poder, fazendo a cabeça do jovem e do pobre. Assim também faz a internet: miséria e abusos. Por isso, as igrejas evangelizam mais na televisão do que em seus templos porque, por aqui, a revolução de estrangular o cristianismo já começou. Vejam só: na tv a cabo, contei quatro canais católicos privativos e três evangélicos, sem contar com os programas diários, alugados e pagos por segmentos protestantes diversos. Tudo isso, para conter, esbarrar, meu caro cardeal Cañizares, o vento forte que sopra da península ibérica.
A denúncia do líder religioso espanhol se reveste da maior importância porque foi ditada pela rede de comunicação mundial do Vaticano. Na verdade, a revolução social a que se refere, não parte de grupos, partidos políticos, governos ou quaisquer instituições privadas. Ela provém da crise de caráter, de espiritualidade, do desajuste familiar. Ela, – a revolução social contra a Igreja Católica – está no homem. Não imaginem que vem de correntes evangélicas. Não. Porque se não anuírem que o Deus e a Bíblia são os mesmos, todos naufragarão na praia, vítimas do próprio cata-vento da discórdia. Que isso Deus não permita e que sejam apenas palavras ao vento.
O abismo da destruição iminente do mundo já foi cavado.


(*) Escritor.

03/10/2017




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Amou os dias, as viagens e a mulher amada
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Augusto Severo Neto foi uma presença viva na vida da cidade. Cronista, poeta, jornalista, inventor da Galeria Vila Flor, o amor de Lúcia Severo, o flâneur europeu. Deixou três livros inéditos que agora se reunem neste volume.

02/10/2017

HOMENAGEM A HORÁCIO PAIVA, nosso associado


DESEJOS
 
se procuras pelo sol
terás o sol
se procuras pelo sonho
terás o sonho
se procuras pela brisa
poderás estar ao sol
entregue ao sonho
e às carícias
das leves asas
da esperança  
 

                        (Horácio Paiva)



Instituto Histórico e Geográfico do RN <ihgrn.diretoria@uol.com.br>

Caros sócios,
Estamos lançando mais um número da nossa Revista, XCV, edição comemorativa aos 150 anos de Manoel Dantas. Esta edição marca uma renovação na nossa linha editorial e projeto gráfico.
Informamos que a Revista será lançada na quinta-feira, 19 de outubro do corrente ano, a partir das 18 horas, no Largo Vicente Lemos do IHGRN, e será vendida por R$ 30,00 (trinta reais) o exemplar, cuja renda sera revertida para a confecção do próximo número..
Na ocasião, realizaremos a abertura de Exposição de obras do pintor e artista Newton Navarro, pertencentes ao acervo de Holanda Advogados, inéditas para o público, com curadoria de Maria Simões.
Por oportuno, informamos que a produção desta Revista só foi possível graças à colaboração financeira dos seguintes sócios, cujos nomes constam na contracapa da nossa Revista histórica, que é editada desde 1903, reservando para cada um dos colaboradores, UM EXEMPLAR desta edição, a ser retirado na secretaria do IHGRN e assim expressamos o nosso profundo agradecimento.
A DIRETORIA:
Antônio Luiz Medeiros
Armando Roberto Holanda Leite
Augusto Coelho Leal
Berilo de Castro
Bernadete Batista de Oliveira
Carlos Adel Teixeira de Souza
Carlos Roberto de Miranda Gomes
Cícero Martins de Macedo Filho
Cláudio Augusto Pinto Galvão
Diulinda Garcia de Medeiros
Eider Furtado de Mendonça e Menezes
Familiares de Manoel Dantas
Francisco de Assis Câmara
Francisco Jadir Farias Pereira
Graco Aurélio Câmara de Melo Viana
Gustavo Leite Sobral
Haroldo Pinheiro Borges
Hélio Fernandes da Silva
Horácio de Paiva Oliveira
Janilson Dias de Oliveira
José Vasconcelos da Rocha
Joventina Simões Oliveira
Juarez Chagas
Jurandyr Navarro da Costa
Lívio Alves Araújo de Oliveira
Manoel Marques Filho
Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro
Newton Mousinho de Albuquerque
Odúlio Botelho Medeiros
Ormuz Barbalho Simonetti
Rinaldo Claudino de Barros
Roberto Lima de Souza
Tomislav Femenik
Valério Alfredo Mesquita
Vicente Serejo
A DIRETORIA

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA A ANLIC


A Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel - ANLIC declarou abertas as inscrições para ocupação das seguintes cadeiras:
N* 16- patrono - Luiz Gonzaga Brasil.
N* 23- patrono- Manoel Macedo Xavier.
N* 27- patrono- João Albino da Costa.
e,
N* 32-patrono- José Celestino Alves.
Para efetuar a inscrição basta entregar na Estação do Cordel, situada na Rua João Pessoa, 58, Centro, Natal/RN. Ou:
Rua Antônio Delmiro, 1394, Lagoa do Mato, Mossoró/RN, os seguintes documentos:
1-requerimento preenchido. (O modelo segue junto com o edital de convocação)
2- Três exemplares de trabalhos autorais publicados, e
3- Currículo do candidato.
José Acaci
Presidente da ANLIC.

30/09/2017

VALÉRIO


LEIAM OS SALMOS
Valério Mesquita*
Não sou pastor nem vigário, mas leiam os Salmos. No livro dos Salmos, basicamente, os gêneros vão desde os hinos de louvor, de lamentos, de ação de graças, de confiança, sapiências, até aqueles de estilo poético. Não é  à  toa  que  o  próprio Martinho Lutero classificou-os como “uma pequena Bíblia e resumo do Antigo Testamento”. E Jesus Cristo, após a sua ressurreição, falou aos seus discípulos que “importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44). Outro ponto alto da importância dos Salmos está expresso na revelação dos teólogos e estudiosos das Sagradas Escrituras de que “a vinda de Cristo, o seu sofrimento e a sua glória” se acham neles explícitos tanto quanto em todo o Antigo Testamento. É só ler para crer.
O nome Salmos significa Cânticos que podem ser vocais ou instrumentais. Não estou catequizando ou doutrinando. Assevero que posso laborar em equívoco ante a erudição dos teólogos católicos e/ou evangélicos. A abordagem do tema é meramente formal, entusiástica, por me deter encandeado e seduzido pela beleza literária da poesia hebraica de saudação e glória ao Senhor. Evidente que outras passagens de extremo encantamento e excelsa espiritualidade são notórias no Novo Testamento, nos Evangelhos até nas Epístolas, passando pelos Atos dos Apóstolos. Nenhum livro profano do mundo, em todos os tempos, exprimiu tanta sublimação e beleza estética do que a Bíblia. Não me repreendam os mestres da doutrina cristã porque olvidei os livros do Gênesis, Êxodo, Deuteronômio, Samuel I e II, Reis I e II, Jó, Provérbios, Eclesiastes e os profetas maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, só para citar estes, porque todos são grandes.
 A Bíblia é o repertório de tudo o que depois se escreveu em todas as literaturas do mundo, até hoje. Alguém poderá aduzir que tudo nela foi ditado pelo Espírito Santo, daí a sua extraordinária coerência e monumental fidelidade como legado de Deus à humanidade. Apenas, este pobre texto, que não é ensaio e nem muito menos crítica (quem sou eu!), mas um desejo, também, dirigido a todos para que se harmonizem com os desígnios de Deus. Em Efésios 2.8 e 9: “A salvação é pela graça através da fé”. Se Paulo assim se expressou quando o mundo era menor e menos habitado, tal assertiva é válida para os nossos dias de superpopulação, de milhares de problemas, pecados, mortes, destruições, porque o ser humano é o mesmo, apesar de bilhões terem se animalizados. “Todas as nações estarão representadas no céu” (Apocalipse 5.9; 7.9; 21.2226). Quem vai julgar, a meu ver (sublinhe-se), o conflito religioso palestino não será a ONU, pois é subserviente e ineficaz, – mas, sim, o próprio Deus Trino.
Volto-me para os Salmos. Ao seu deleite, a formidável energia cósmica que eles encerram. Retorno à visão e antevisão dos seus testemunhos, dos seus alumbramentos e de sua santidade. Davi foi o poeta maior, além de rei e pecador, rogando a Deus para apagar as suas transgressões, “segundo a multidão das tuas misericórdias” (Salmo 51). Não consigo enaltecer e destacar Davi na vitória sobre Golias, mas na humildade e perdão revelados após haver possuído Bate-Seba. Inúmeras foram os salmistas mas Davi foi o maior deles. E o Salmo 103 resume quase todos ao abordar perdão, saúde, temor, redenção, restauração, satisfação e justiça. Quando canta “Bendize, ò minha alma, ao Senhor...”, o salmista eleva a sua pequenez às alturas da imensa grandeza do Senhor dos Exércitos. Por fim, salmo bíblico é cultura literária, oração, remédio para muitas curas do corpo e da alma. Quem quiser viver lerá.


(*) Escritor

29/09/2017

Padre JOÃO MEDEIROS



TEMPOS DE DISTOPIA
PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO
A filosofia e a sociologia concebem distopia como o oposto de utopia, o túmulo da esperança. Em meados do século XX, alimentávamos o sonho de mudar os costumes e a sociedade de nosso país. Éramos voltados para a utopia. Corria em nossas veias o ufanismo nacional com seus valores e ideais. Pensávamos e desejávamos um futuro próspero. O Brasil focalizou em especial um adjetivo: novo. O cinema, novo; a bossa, nova; o projeto de desenvolvimento liderado por Celso Furtado, igualmente fértil e novo.
Vivemos agora tempos distópicos, ou seja, de descrédito, apatia, indiferença, depressão individual e social. O autor do Eclesiastes padeceu desse mesmo sentimento de desânimo: “Todas as palavras estão gastas... O que foi é o que será; o que se fez é o que se fará. Nada de novo sob o sol!” (Ecl 1, 8-9). Da mesma forma, nossa pátria hoje se ressente de incredulidade, está pobre de espiritualidade e distante de Deus.
O monge cisterciense Thomas Merton, inspirado em John Donne, dizia que “Homem algum é uma ilha”. No reino animal, somos as criaturas que mais necessitam de proteção e cuidados, por isso buscamos o próximo. Levamos cerca de duas décadas para atingir a maioridade. A natureza humana convida-nos à solidariedade. No entanto, a desesperança leva-nos a ficar isolados em nossos medos e inseguranças. Sabemos o que não queremos e manifestamos o nosso desagrado, a nossa frustração e indignação. No entanto, sentimo-nos impotentes e poucas vezes podemos propor algo factível. São tempos distópicos, de desalento.
A crise é igualmente civilizatória. O mundo está dominado pelo dinheiro e pela violência. Empresas, às vezes, têm mais poder e força do que Estados e governos. Tudo é pensado em função da acumulação do capital e infelizmente a natureza é massacrada ao extremo. Sua preservação é considerada entrave ao progresso. Inverteu-se a axiologia: o ser humano existe em função desses projetos e não eles em função do homem.
O respeito está em agonia. No entanto, a espiritualidade sobrevive. Ela é a essência de nossa subjetividade, altar no qual erigimos nossos deuses. Há quem a empregue como sustentáculo de seu egoísmo e eleja o interesse egocêntrico como bem supremo. Mas, há, sim, quem a nutre em fontes altruístas, como Cristo, Buda, Gandhi e outros tantos líderes. Nossas opções dependem de nossa espiritualidade.
A mercantilização dos bens da vida e das relações humanas, a política, desprovida de sensibilidade e interesses sociais, propiciam fortemente o surgimento de religiões sem teologia, igrejas sem liturgia, fiéis sem caridade. Emerge um transcendentalismo, que atribui todos os males à luta entre o Bem e o Mal. Declina-se da responsabilidade de buscar as causas dos danos na vida humana e social. Há que se resignar à “vontade de Deus” e orar para que o milagre aconteça, afirmam os mais crentes e fervorosos.
Está se disseminando a sensação de que o Brasil acabou ou está falido. Predomina o sentimento de descrença. É a distopia reinando. Silenciamos. As igrejas, portadoras da Palavra de Deus, carecem de ânimo e de esperança, a qual é uma virtude teologal.  Revoltamo-nos com os gastos excessivos dos poderes da nação, com o estrago incomensurável da corrupção e o cinismo dos infratores, além da politicagem de interesses escusos. De resto, ficamos apopléticos e impotentes. Assim, aceitamos passivamente a perda da liberdade e da segurança, a queda dos princípios pelos interesses, do público pelo privado, do Bem pelos bens. Civilização distópica.

A esperança evapora-se. A Bíblia é rica em períodos de desalento, como o que ora atravessamos. A saída não depende apenas de nossa vontade, partido ou igreja. Ela necessita da união de todo o povo brasileiro, embasada em uma maneira honesta e digna de pensar e agir. Por isso, Jesus não teve pressa para que o Reino de Deus acontecesse logo. Adotou a única atitude que torna efetiva a esperança proposta: organizou um pequeno grupo e plantou as sementes de um novo projeto civilizatório. Este se alicerça no amor, na compaixão e na partilha. Não esqueçamos: “Se eu tiver de andar nas trevas, não temerei” (Sl 23/22, 4), pois Deus está comigo. “Coragem, eu venci o mundo”, ensinara o Mestre (Jo 16, 33).

27/09/2017

28 DE SETEMBRO (H O J E)



MENSAGEM IMPORTANTE PARA OS PESQUISADORES DO IHGRN



MENSAGEM DE GUSTAVO SOBRAL (Assessor Especial da Presidência do IHGRN):

Segue informativo sobre documentos do acervo que se encontram disponíveis para consulta e pesquisa online, resultado do trabalho do laboratório de digitalização da UFRN, para se concordar, ser veiculado no blog do IHGRN. Foi escrito como um informe de divulgação com orientações.


DOCUMENTOS DO IHGRN PARA CONSULTA NO REPOSITÓRIO LABIM/UFRN

Laboratório de Imagens -Digitalização de Documentos Históricos (LABIM/UFRN), voltado para a digitalização de documentos, e o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) disponibilizam para consulta, no repositório online do laboratório, material do acervo do IHGRN para pesquisa e consulta no seguinte endereço:

O trabalho continua em andamento e acreditamos que dentro em breve disponibilizaremos uma diversidade maior de material. Atualmente, constam os seguintes documentos:

CORRESPONDÊNCIAS DO GOVERNO MUNICIPAL E AS CÂMARAS MUNICIPAIS
LIVRO DE REGISTRO DO SENADO DA CÂMARA
Livro de registro de cartas e provisões do Senado da Câmara de Natal 1659-1754
REVISTAS DO IHGRN 1903-1951
TERMOS DE VEREAÇÕES 1672-1823

Solicitamos aos leitores e pesquisadores e historiadores que, caso venham a se utilizar deste acervo, resguardem o direito das fontes e respeito à lei dos direitos autorais. Contribua para disseminação e uso responsável desta documentação, prezando pela citação das fontes de pesquisa e referência as instituições mantenedora e proprietária do acervo e ao laboratório responsável pela digitalização e acesso franco e público ao material.

Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Direção de Biblioteca, Arquivo e Museu 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Departamento de História
Laboratório de Imagens -Digitalização de Documentos Históricos.

25/09/2017



O mais completo retratoda crônica da cidade
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Newton NavarroBerilo Wanderley e Augusto Severo Neto foram cronistas da cidade, Sanderson Negreiros e Vicente Serejo nos louvam com a sua inspiração diária. Neste volume, o melhor da crônica destes cinco cronistas da cidade

2017, Livro, O boi careta e a morte do cavalo baio. 1ed. ed.  Natal: Edufrn, 2016. Coorganização com o poeta Paulo de Tarso Correia de Melo. Publicação do livro de contos inédito de Newton Navarro. Preparação dos originais e posfácio por Gustavo Sobral. 
O livro reúne sete contos inéditos do autor. O primeiro deles, “O boi Careta”, está datado de 1949, anterior, portanto, a qualquer um livro de Navarro. A temática é o mar e o sertão. Segundo Paulo de Tarso, "é indiscutível a autenticidade dos textos considerando a estilística, a temática e a sua gênese". Acompanha o ensaio de Gustavo Sobral sobre a obra completa de Navarro.        



Newton Navarro é uma saudade. Deixou uma obra plástica e literária quando partiu em 1991.
GUSTAVO SOBRAL e o poeta PAULO DE TARSO CORREIA DE MELO apresentam agora contos inéditos do autor, nunca publicados, esquecidos há mais de 50 anos...






21/09/2017


POLUIÇÃO VISUAL
Valério Mesquita*
O rio Jundiaí, no trecho em que atravessa a cidade de Macaíba, perdeu o solo, o curso, o chão, o cheiro, a visão e é ameaça à segurança dos habitantes. Entre o parque governador José Varela e a praça Antônio de Melo Siqueira deixaram crescer no leito poluído imensos manguezais que enfeiam um dos mais bonitos logradouros urbanos. Essa selva esconde lixo doméstico, carcaças de animais, marginais do tráfico de drogas em todo o seu percurso e os galhos já ultrapassam a altura da ponte e das balaustradas. A Tribuna do Norte já publicou excelente matéria sobre tudo que ameaça e destrói os rios Potengi e Jundiaí. Mas, o foco da minha questão e, creio, dos cidadãos macaibenses, reside exatamente nesse aluvião de perguntas: por que o Idema e o Ibama não evitam, aparando, podando, somente nesse trajeto o “matagal” entre o antigo cais do porto até a outra lateral da ponte? Por que não licenciam a prefeitura para o fazer? A praça e o parque perderam o charme de antigamente. Ninguém enxerga ninguém, olhando de um lado para o outro. A conscientização ambiental deve ser obedecida até onde não prejudique a funcionalidade urbanística e o senso prático e plástico do mapa citadino.
Desde quando, em 1950, se planejou e se construiu a estrutura de pedra e cal das duas margens, o choque do progresso jamais prejudicou a superfície do rio. Nem, tão pouco, o molestaram, a expansão e o desafio do crescimento habitacional. Pelo contrário, a construção ordenou a trajetória das águas e defendeu as ruas periféricas contendo os transbordamentos. Contemplo, hoje, que os problemas das inundações estão equacionadas com a construção da barragem de Tabatinga. Por que o Idema  e o Ibama, tão preocupados com o meio ambiente, não permitem, apenas, nesse pequeníssimo trajeto fluvial, o corte da poluição visual da paisagem urbana e memorial de Macaíba?
Ali, a vegetação gigantesca e desproporcional encobre um dos pontos históricos do município. Refiro-me ao cais do porto, onde as antigas lanchas que faziam o percurso fluvial entre Macaíba e Natal: era a lancha do mestre Antônio, o barco de João Lau, além da lancha “Julita” que transportou tantas vezes Tavares de Lyra, Eloy, Auta e Henrique Castriciano de Souza, Augusto Severo, Alberto Maranhão, João Chaves, Octacílio Alecrim e tantas outras figuras notáveis da vida social, cultural, política e econômica. Todos se destacaram nos planos estadual, nacional e internacional. Ali, o centenário cais jaz sob os escombros de verdes balizas envergadas e fantasmagóricas. A visão noturna é tétrica e arrepiante. Desfigura e mutila os padrões estéticos do planejamento da urbe que a faz parecer abandonada e suja. Até a lua cheia que nasce lá por trás do Ferreiro Torto foi encoberta.
Assim como se deve obedecer à educação ambiental, do mesmo modo, exige-se o tratamento e o corte do matagal por parte do Idema e do Ibama a fim de evitar o represamento do lixo no leito, exclusivamente urbano. Nas capitais e cidades importantes do Brasil banhadas por rios não se vê tratamento tão dispersivo e indiferente da parte dos órgãos responsáveis. Sei que a prefeitura de Macaíba já postulou a solução do assunto várias vezes. Ao redimensioná-lo neste texto, cabe aos institutos prefalados uma reflexão, um reestudo sobre o cenário dantesco do rio Jundiaí na parte descrita. O povo macaibense tem o direito de ouvir e a coragem de duvidar que essa “selva amazônica” que devora e perturba a todos seja explicada e resolvida, sem slogans, clichês, palavras de ordem, lugares comuns, peças de marketing ou princípios dogmáticos. Que venha a lume as boas intenções e que não fique Macaíba submersa na floresta de manguezais.


(*) Escritor.

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA - UFRN - DIA 21