30/04/2018
RESENHA DAS ATIVIDADES DO IHGRN
O dia 19 de abril foi de mais uma edição da QUINTA CULTURAL
A palestrante convidada foi a Professora e Pesquisadora ZÉLIA BRITO,
desenvolvendo o tema "O Atol das Rocas".
desenvolvendo o tema "O Atol das Rocas".
vista parcial dos assistentes
Nossas QUINTAS CULTURAIS vem sendo consideradas
um sucesso de conhecimentos.
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Constituição Portuguesa de 1821.
Relíquias de valor inestimável.
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Nosso jardim do Largo Vicente de Lemos vem oferecendo,
diariamente, um alento especial com flores exuberantes,
que ornamentam nossos ambientes.
IHGRN, a biblioteca e a bibliotecária
Entrevista com Cristiane França
A diretoria de Biblioteca, Arquivo e Museu conversou com a
bibliotecária Cristina França, formada em biblioteconomia pela UFRN em
2015.2, que tem participado do processo de reestruturação do acervo do
IHGRN. A entrevista foi realizada em março de 2018, no IHGRN, o
entrevistador é o diretor Gustavo Sobral.
IHGRN: Em que consiste o trabalho de um bibliotecário em um acervo híbrido como o IHGRN?
Cristiane França: Assim como nos demais centros de informação,
recuperar, tratar e disseminar a informação, é o principal objetivo do
bibliotecário. A diversidade do acervo agrega um vasto conhecimento,
não só técnico, mas também intelectual para o profissional. Em se
tratando do IHGRN, é de suma importância conscientizar a sociedade,
sobre a importância e qualidade da biblioteca e do arquivo da
instituição.
IHGRN: Qual a importância e o papel do bibliotecário na organização, guarda e manutenção do acervo?
Cristiane França: O profissional bibliotecário tem papel fundamental,
principalmente, na organização e catalogação do acervo, evitando o
desperdício de tempo do usuário na hora da busca. O bibliotecário tem a
missão de garantir a qualidade da informação através do conhecimento e
técnicas adquiridos na sua formação.
IHGRN: Quais a s principais dificuldades que um bibliotecário encontra nas suas atividades diárias?
Cristiane França: Identificar e selecionar a informação, ter a
percepção sobre os usuários reais e potenciais, afim de satisfazer a
necessidade informacional de cada um. A extensa demanda de informações
ocasionada pelo avanço tecnológico, dificulta esse trabalho, o que exige
habilidades e atualização do profissional.
IHGRN: Qual a sua opinião sobre a importância do IHGRN e do seu acervo para o Rio Grande do Norte?
Cristiane França: O IHGRN, representando a memória do Estado,
proporciona o conhecimento quanto ao seu desenvolvimento, histórico e
geográfico, principalmente, através do seu rico acervo, contribuindo
junto a sociedade para sua formação intelectual, e valorização a
memória.
IHGRN: Lições, desafios, aprendizados, o que representa participar deste processo de organização do acervo do IHGRN?
Cristiane França: É de valor imensurável colaborar com tão nobre
trabalho e adquirir experiência profissional numa instituição de
referência como o IHGRN. Um privilégio e uma oportunidade de, como
cidadã norte-rio-grandense, conhecer a história do Rio Grande do Norte e
contribuir para a sua disseminação.
Para se esparramar, poltrona
Texto Gustavo Sobral e ilustração de Arthur Seabra
Sua diferença para a cadeira é a de ter braços. Então se pode dizer
que a cadeira é uma poltrona maneta. Mas não é só. A cadeira serve muito
mais ao uso na mesa de refeições, para a escrivaninha ou mesa de
trabalho. Já a poltrona, ah, a poltrona!, com licença, é como aquelas
senhoras sorridentes, matronas, uma mãezona. Geralmente acolchoada já
indica para que veio, sente-se e fique é o comando.
O conforto incita à permanência e demora, por isso, está no quarto,
ao lado de uma mesinha com abajur esperando um leitor; ou a avó que vai
bordar; e até a mãe que vai amamentar o filho. Pode estar na sala de
visitas, esperando justamente elas, as visitas.
Conta que de tão confortáveis já teve sujeito que puxou ronco e
cochilo em suas dependências reconfortantes. E que um dia um fotógrafo
necessitado de repousou outra encomenda a Sérgio Rodrigues, arquiteto
brasileiro: quero uma poltrona para me esparramar!
Sérgio, que tinha loja na General Osório (praça em Ipanema, Rio de
Janeiro, Brasil), fez então uma poltrona com os seus instrumentos de
trabalho prancheta, régua e lápis, uma borrachada aqui, outra acolá. Do
papel, levou para a fabricação em madeira e couro a que se julga (peça
premiada, se adianta, e em museu em Nova Iorque, o de arte moderna) a
coisa mais confortável para se reclinar. Na verdade, para cumprir
totalmente o propósito de se esparrar sem inibições.
Eis então a famosa, afamada, falada, sentada, disputada, colecionada,
sonho de consumo, Poltrona Mole. E como não poderia deixar de ser, nada
de capítulo à parte, uma banqueta no mesmo material e estilo para que
possam os pés cansados se refastelarem de conforto. Assim, a Mole ficou
conjugada para sempre escrevendo o maior capítulo do mobiliário
brasileiro, aquele que se dedica totalmente ao conforto de esparramar,
que, sem sombra de dúvidas, é muito melhor do que sentar.
O POETA E O CAIS – Berilo de Castro
O POETA E O CAIS –
O poeta e escritor Nei Leandro de Castro,
sempre que volta a Natal, nas suas boas vindas da cidade do Rio de
Janeiro, se une aos seus velhos e inesquecíveis amigos, com os quais
procura revisitar e reviver aqueles lugares que jamais
esquecera quando da sua permanência na cidade dos Reis Magos. A memória
exige e reclama.
O início de sua peregrinação se dá pela rua
Professor Zuza, casa de número 254, uma de suas primeiras paradas,
quando deixou a sua cidade berço: Caicó. Lembra com sorrisos das
embustices exageradas dos seus personagens inesquecíveis:
Galego Assis, de Pedro Bala, do primo Itamar; da mercearia de seu
Matias, com suas gostosas e irresistíveis cocadas.
Volta no tempo e se deslumbra com o rio
Potengi; recorda das travessias de barco para a praia da Redinha;
revive os seus momentos da infância feliz, quando ia pescar nos navios
velhos, nos quebra-mares do outro lado do rio; das
incursões nos desconhecidos braços d’água da Gamboa do Jaguaribe.
Relembra a caça aos caranguejos nas marés altas, quando eles deixam suas
locas e ficam de bobeira na superfície do manquezal. Volta ao Mercado
da Redinha para saborear a iguaria famosa e inigualável:
ginga com tapioca, acompanhada de uma geladinha, no bar de Dalila, em
papos infindáveis com o fraterno amigo, Castilho.
Nessas suas andanças, revisita o centenário
Estádio Juvenal Lamartine, onde como jovem atleta atuou no time juvenil
do América FC, treinado por Lelé Galvão e Lu. Dizia: estou recarregando a
bateria e enchendo a alma de boas e inesquecíveis
recordações.
Em um desses felizes reencontros se vê na
localidade da Ponta do Morcego, Praia do Meio, no bar Cais 43, recanto
deslumbrante de boêmios, de paisagem indescritível do mar com a cidade. O
poeta, entre um drinque e outro, na solidão
da noite, tendo como testemunha a sua fiel e enamorada parceira – a lua
–, escreveu em um guardanapo de papel o poema SAUDADE DE PEDRA:
Nesta saudade de pedra
Eu, exilado de mim
Plantei solidão, colhi dálias, lírios e
jasmins
Sobre as águas vinha a lua
Lá das bandas da Redinha
Deu-lhe as flores,
Perguntei se ela queria ser minha
Em silêncio ela se foi
Nua, bela, branca, em paz
Só me restou mais um drinque
À beira do caos do cais.
O poema ficou exposto no mural daquela casa
noturna, admirado, documentado e declamado pelos seus frequentadores
boêmios. Um deles, Vicente Neto, um poeta musical bissexto. Cantor
amador, amante da boa música. De uma voz encantadora.
Ao ler e reler o poema, ficou encantado e lhe veio de imediato a
inspiração de musicá-lo. Colocou melodia e a sua admirável voz
transformando o poema “Saudade de pedra”, em uma belíssima Canção.
Composição: Saudade de pedra (do poema de Nei Leandro de Castro) – Música/Intérprete: Vicente Neto – 2010
Berilo de Castro – Médico e Escritor
As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
28/04/2018
MEROS PALPITES
Valério Mesquita*
O mundo virou bando de interesses guardados por
polícia. E com ele a lei, os direitos individuais, o patrimônio público e até o
crime, vez por outra. Os códigos instituídos pelos homens e os mandamentos de
Deus são quebrados todos os dias, minuto a minuto. O facínora, o bandido dos
crimes hediondos, têm como defesa “os direitos humanos”, as ONGs e até
ministério. Há mais direitos para eles do que para os cidadãos e cidadãs
comuns. O sistema prisional e as penas aplicadas são uma lástima e não corrigem
e nem despencam as estatísticas criminais. Antes, são estimulantes para novas
práticas e revoltas. Bem, e daí? Aonde quero chegar? Bom, o assunto é tão
emblemático que nem sei se chegarei à sua conclusão. Por isso, intitulei o
texto de “meros palpites”, abordagem ligeira e descomprometida, tudo à luz da
experiência de vida, debruçado à janela, lendo jornais e vendo a máquina
mortífera chamada televisão. Começo perguntando: o estado brasileiro está
falido no enfrentamento dos desafios sociais, principalmente a saúde e a
segurança? Não. Não está. O problema é de gerência, de competência. O regime
democrático é lento e o organismo corroído de chagas é de caríssima manutenção.
Anotem: na próxima crise econômica de origem européia ou americana o nosso país
pifará. Essa ordem (ou desordem?) econômica explodirá, pois a impunidade que
campeia já acendeu o estopim, baldados os esforços do Ministério Público e da
Polícia Federal. O abuso de concessão de liminares aí está para confirmar. Os
tribunais de contas votam criteriosamente intervenções municipais em
prefeituras corruptas, mas os governos estaduais não executam as decisões por
conveniência política. Nos hospitais públicos a pobreza morre à mingua,
abandonada com dores físicas e morais insuportáveis porque o deficitário
sistema único de saúde não dá votos e sim o “bolsa família” e a dinheirama
drenada e desviada das “emendas parlamentares”.
Semana passada, uma senhora que reside num condomínio
se lastimava com piedade de um marginal, detido por populares em flagrante. Levou
uma merecida sova. Aliás, a única punição que receberá realmente. “Minha
senhora”, disse-lhe, “deixe o povo aprender a punir, porque a dor física é a
única que mete medo”. Aí me lembrei que foi a dor do corpo (para mostrar a
única fragilidade veraz do ser humano) aquela escolhida pelo filho de Deus –
Jesus – para redimir os pecados do mundo. Esbofeteado, cravado de espinhos,
cuspido, furado com pregos os pés e as mãos, e crucificado. E Pilatos,
simbolizando “liminarmente” a justiça romana e judia de Caifás, lavou as mãos
“diante do sangue desse inocente”. Jesus deixou-se condenar porque assim estava
escrito e predestinado. Mas os homicidas diabólicos do mundanismo de hoje,
verdadeiros animais e os ladrões de colarinho branco são tratados com pachorra
e facúndia, com homenagens de praxe e de apreço frutos de uma legislação
fáctil, fóssil, fútil e fácil. E assim, já dizia o comerciante assuense Luis
Rosas, que desfrutou de grande riqueza e, depois tendo perdido tudo, foi
surpreendido por amigos vendendo avoetes na feira das Rocas, em Natal: “Amigos,
não se preocupem, tudo é comércio!”.
(*) Escritor
25/04/2018
COISAS DO PASSADO
Sinhazinha do bolo de São João
Por Gustavo Sobral
Noite e a festa de São João ao pé da fogueira com balões que
faziam o céu e o Recife. Na casa da Bela Vista preparava-se o bolo. Belina,
Lourdes, Abigail e as filhas de Sinhazinha, Candinha e Ilda, cada uma, uma
tigela. Sinhazinha colocava manteiga, batabatabatabatabata, daqui a pouco o
açúcar, batabatabatabatabata. Já coloquei ovo ai, mamãe a senhora já botou, não
botei não, e pá, botava mais ovo, e essas meninas não fazem nada que preste,
está uma porcaria, olhe só como é que é que isso ai está, no fim os bolos não
prestavam para nada.
24/04/2018
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