22/11/2016

OTTO DE BRITTO GUERRA - UMA GRANDE SAUDADE

Foto do perfil de Geraldo S. Queiroz


Geraldo S. Queiroz ,
Testemunho:
OTTO GUERRA - UM HOMEM QUE HONRAVA AS PALAVRAS
Geraldo dos Santos Queiroz.


Ainda hoje conservo em aberto, na antiga carteira profissional, um contrato de trabalho com o jornal A ORDEM, de 1966. Mantenho-o nos mesmos termos, como relíquia e com respeito e admiração por quem o assina como empregador: Otto de Brito Guerra. Além disso, representa para mim fonte de reminiscências de um jovem ainda estudante e a lembrança de decisões importantes que tive de assumir perante a vida, para as quais contei com sua atenção e apoio.
Um ano antes, o Banco do Brasil convocara-me juntamente com outros concursados, para assumir funções na agência de Caicó. Era meu primeiro emprego. Apesar de reconhecer promissora a atividade profissional exercida e rica a experiência humana vivenciada naquela cidade seridoense onde me integrei perfeitamente a sua comunidade, a conclusão do curso superior da Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza naquele ano impunha uma decisão a ser tomada por mim: pedir demissão. Consultado sobre a viabilidade de transferência para Natal, ou de me liberar para concluir o curso com o compromisso de voltar a Caicó tão logo o terminasse, o Banco já descartara.
Na busca de alternativas que me ajudassem a amadurecer a posição a ser assumida, procurei A ORDEM. Queria saber se havia interesse do jornal em me aproveitar naquele momento, fazendo integrar ao conteúdo teórico apreendido na Faculdade a prática de caráter profissional oferecida pelo jornal. Lá fui recebido por Dr. Otto. A abertura para o diálogo demonstrada em sua acolhida deixou-me à vontade para expor o problema e todos os “grilos” que me perturbavam. Apesar da diferença de nossas idades, seu jeito simples, fraterno, e sua capacidade de ouvir deixaram-me em total liberdade, como se amigos fôssemos há muitos anos. De lá, saí com vários questionamentos a partir das reflexões suscitadas didaticamente por ele, como bom educador que era, e uma resposta: a certeza de vir a compor a equipe coordenada pelo jornalista Tarcísio Monte, caso a posição assumida definitivamente por mim fosse o desligamento do Banco.
Hoje, 50 anos depois, revendo os assentamentos registrados na velha carteira de trabalho, observo que apenas cinco dias constituíram o tempo entre o ato final do meu desligamento e a admissão, em 25 de janeiro de 1966, como redator naquele periódico da Arquidiocese de Natal. Surpreendeu-me nessa época, além da capacidade de diálogo de Dr. Otto, a agilidade com que o seu compromisso fora assumido. Desde então, passei a vê-lo não apenas como o respeitável intelectual e diretor do jornal, mas acima de tudo – traduzindo de forma simples e sem rodeios – como um homem de ação que honrava suas palavras.
Já desligado do jornal e no exercício de outras funções públicas, como a de Deputado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, compondo a minúscula bancada do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) na época do regime militar, procurei-o em várias ocasiões com a finalidade de discutir proposições, procedimentos e o difícil momento político nacional. Sempre fui recebido com a mesma serenidade, a mesma disposição para o diálogo e o mesmo vigor com que compartilhava também as suas dúvidas, tal como havia externado em nosso primeiro encontro. As reflexões construídas a partir do diálogo funcionavam como orientação para que eu pudesse amadurecer posicionamentos e as decisões possíveis de assumir naquele momento incerto da vida nacional.
Depois, no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tivemos a oportunidade de conviver mais de perto e participar de ações que marcaram definitivamente a instituição, tornando-a ainda maior. Lembro-me das duas primeiras Feiras de Arte, Ciência e Tecnologia, realizadas no Reitorado do professor Genibaldo Barros, em 1984 e 1985. Nesse período, eu assumia a Pró-Reitoria de Extensão Universitária, instância responsável pela coordenação daqueles eventos, cujo grande mérito era o envolvimento de toda a comunidade acadêmica e segmentos representativos da sociedade norte-rio-grandense na discussão de nossa realidade, em particular a seca como problemática comum ao nordeste brasileiro. No encerramento da primeira, realizada de 19 a 23 de março de 1984, constou da programação a participação do economista Celso Furtado, oportunidade que lhe foi dada para retorno ao Brasil depois de vários anos de exílio na França. No mesmo evento, Dr. Otto lançava Tragédia e Epopeia do Nordeste, livro que demonstra a sua antiga e histórica preocupação com o tema. Nele são reproduzidos artigos publicados em A ORDEM no período de 1948 a 1953.
Hoje, além da velha carteira de trabalho, conservo em minhas estantes seus livros e as dedicatórias que os tornam parte inalienável do meu patrimônio de afeto e bem-querer. Leio cada uma delas, releio e me detenho nesta, firmada por ele em 7 de agosto de 1992, talvez no último lançamento dos livros que escreveu: “Ao meu prezado amigo, Reitor Geraldo Queiroz, com admiração e gratidão”. Nela está presente e me comove outra grande característica de Dr. Otto: a generosidade.
Natal, abril/2012
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19 comentários
Comentários
Marta Guerra Obrigada, Geraldo. A gratidão é virtude de poucos...
Artur Marinho de Medeiros Dr. Otto é um dos meus tipos inesquecíveis! Poucas pessoas conheci tão generosas e integras como ele. Sinto muita falta dele e das conversas que tínhamos... Que mal pergunte: a quantas anda o Instituto Otto Guerra? Abraço, Geraldo, AM
Carlos Alberto Dos Santos Fosse apenas pela gratidão, a manifestação pública já seria digna do homenageado e de quem o homenageia. Mas, para além dessa generosidade o texto comove pela sua qualidade literária, pelo seu poder de nos circunscrever em sentimentos tão pessoais, como se fôssemos os agentes, de um lado ou de outro.
Walter Medeiros Belo testemunho, Geraldo S. Queiroz. Tive a honra de ser aluno do professor Otto, no curso de Direito da UFRN.
Iaperi Araujo Me sinto honrado em estar nessa foto.
Hermano Machado Infelizmente não tive a sorte de ser aluno de dr otto mas convivi na época em q fiz uma pesquisa sobre agricultura e quando ele foi vice reitor gde homem e pssoa admirável concordo com você.
Juan De Assis Almeida Belíssimo texto, Prof. Geraldo S. Queiroz!! Agradeço pela marcação. Vejo, a partir de relatos, como o seu, como o Prof. Otto Guerra marcou diversas gerações de jovens universitários e é um nome que não se pode olvidar quando se fala em memória e histór...Ver mais
Carlos D Miranda Gomes Momento histórico inesquecível. Saudades do Dr. OTTO.
Carlos D Miranda Gomes Concordo integralmente com a sua colocação.Saudade do Dr. OTTO DE BRITTO GUERRA.

Em Segunda-feira, 21 de Novembro de 2016 12:15, Juan De Assis Almeida no Facebook <update+ivdlecde@facebookmail.com> escreveu:
...Ver mais
Aldanir Araujo Que beleza de homenagem, Geraldo. Parabéns !
Aldanir Araujo Em tempo, lembro que na infância / adolescência convivi com os filhos, Na José Pinto. Gente boa e honrada saindo pelo "ladrão".
Jose Domingos Neto Neto ACIMA DE TUDO U GRANDE HOMEM, MAIS UMA CELEBRIDADE DA UFRN. PARABÉNS PROFESSOR GERALDO POR NOS PROPORCIONAR TAMANHA RIQUEZA FATOS DE NOSSA UFRN.
João Maria Freire Professor Geraldo, A PÁ-LAVRA, você não é lavoura mas gosta da terra.
Marcos Toscano de Araújo Caro amigo Geraldo, você foi, bastante, feliz nas suas reminiscências. Portanto, peço sua anuência para abonar o texto.
Gildete Moura Figueiredo Dr. OTTO GUERRA era o Reitor qd entro na UFRN na qualidade de BOLSITA, por ser aluna do Curso de Direito; e iniciando essa função na Biblioteca da Faculdade de Direito ali passava o dia: pela manhã o Curso, a tarde 04 horas na Biblioteca, conhecendo um...Ver mais
Paulo Oliveira Dr. Otto, um homem digno. Conheci de perto o dr. Otto quando em 1959 ingressei na Faculdade de Direito !!!!
Jomar Morais Belo registro, caro Geraldo S. Queiroz. Não tive o privilégio de conviver com o Otto Guerra. Entrei para a Redação de "A Ordem" aos 14 anos de idade, pelas mãos do Tarcísio Monte, no período em que o Otto já não aparecia no jornal. Mas sempre soube d...Ver mais
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Carmen Lúcia Muito bonita sua trajetória querido Geraldo! Como eu o admiro e lhe quero bem! Qnto a Dr. Otto Guerra, que não conheci.... penso como seria bom se existissem muitos Ottos na vida das pessoas onde além de enriquece-las promoveria uma comunhão de grandes talentos como foi no caso de vcs! Bjos 💋
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Paulo Araújo E eu, curiosamente, como um jovem estudante no início dos anos 90, hoje um Sociólogo, Mestre em Ciências Sociais, e futuro Advogado (retornei à UFRN e curso o 8o. Período de Direito), guardo os meus sentimentos de simpatia e respeito pelo senhor, a quem aprendi a admirar como Reitor e pessoa, ainda que divergindo politicamente nalguns momentos, mas que sempre nos tratou com o devido e merecido respeito e espírito democrático, sentimentos estes que parecem ter sido menosprezados pela intelectualidade petista que assumiu as rédeas da nossa UFRN. Abraços!
Carlos D Miranda Gomes
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21/11/2016

NOSSA SEMPRE LEMBRADA ZILA




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Nossa Senhora da Apresentação

Nossa Senhora Adentrando no Templo
Nossa Senhora Adentrando no Templo
A memória da apresentação da Virgem Maria é celebrada no dia 21 de novembro, quando se comemora um dos momentos sagrados da vida da Mãe de Deus, sua apresentação no Templo por seus pais Joaquim e Ana. Nenhum livro da Sagrada Escritura relata este acontecimento, sendo fartamente tratado nas escrituras apócrifas, que não são reconhecidas como inspiradas. Segundo esses apócrifos, a apresentação de Maria foi muito solene. Tanto no momento de sua oferta como durante o tempo de sua permanência no Templo verificaram-se alguns fatos prodigiosos: Maria, conforme a promessa feita pelos seus pais, foi conduzida ao Templo aos três anos, acompanhada por um grande número de meninas hebréias que seguravam tochas acesas, com a presença de autoridades de Jerusalém e entre cantos angélicos.
Para subir ao Templo havia 15 degraus, que Maria subiu sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem ainda que Maria no Templo se alimentava com uma comida extraordinária trazida diretamente pelos anjos e que ela não residia com as outras meninas. Segundo a mesma tradição apócrifa ela teria ali permanecido doze anos, saindo apenas para desposar São José, pois durante este período havia perdido seus pais.
Na realidade a apresentação de Maria deve ter sido muito modesta e ao mesmo temo mais gloriosa. Foi de fato através deste serviço ao Senhor no Templo, que Maria preparou o seu corpo, mas sobretudo a sua alma, para receber o Filho de Deus, realizando em si mesma a palavra de Cristo:
“Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”.
Apresentação da Virgem de Giordano
Apresentação da Virgem de Giordano
Na Igreja Oriental, a festa da Apresentação é celebrada desde o século VII, no dia 21 de novembro, aniversário da Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, em Jerusalém. Contudo , ela só foi estabelecida na Igreja Ocidental no século XIV pelo papa Gregório XI, a pedido do embaixador de Chipre junto à Santa Sé. A cidade de Avinhão, na França, residência dos papas naquela época, teve a glória de ser a primeira do Ocidente a celebrar a nova festividade em 1732.
Desde então este episódio da vida de Maria Santíssima começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas, surgindo belíssimas pinturas sobre o tema da Apresentação.
Tudo que sabemos da apresentação de Nossa Senhora no templo, sabemo-lo por lendas e  informações extra-bíblicas (principalmente pelo proto-Evangelho de Tiago), o que não quer dizer que o assunto da festa careça de probabilidade  histórica. Segundo uma piedosa  lenda, Maria Santíssima, tendo apenas três anos de idade, foi pelos  pais, em cumprimento de uma promessa, levada ao templo, para ali, com outras  meninas, receber educação adequada  à sua idade e posição. A  Igreja oriental distinguiu este fato com as honras de uma festa litúrgica. A Igreja ocidental conhece a comemoração da Apresentação de Nossa Senhora desde o século VIII.  Estabelecida primeiramente pelo Papa Gregório XI, em 1372, só para a corte papal, em Avignon, em 1585, Sixto V ordenou que fosse celebrada em toda a Igreja.
Apresentação da Virgem de Pierre Mignard
Apresentação da Virgem de Pierre Mignard
História antiga:
A Apresentação de Nossa Senhora encerra dois sacrifícios: A dos pais e da menina Maria. Diz a  lenda que Joaquim e Ana ofereceram a Deus a filhinha no templo, quando esta tinha três anos. Sem dúvida, foi para estas santas pessoas um sacrifício muito grande separar-se da filhinha que se achava numa  idade em que há pais  que queiram confiar  os filhos a mãos  estranhas. Três anos  é a idade em  que a criança já recompensa de  algum modo os  trabalhos e sacrifícios dos pais, formulando palavras e fazendo já exercícios mentais  que encantam e divertem, dando ao mesmo tempo provas de gratidão e  amor  filiais.  São Joaquim e Santa Ana não teriam experimentado o sacrifício em toda a sua amargura? O coração dos  amorosos pais  não teria sentido a dor da separação? Que foi que os levou a  fazer tal sacrifício?  A lenda fala de um voto que tinham feito. Votos desta natureza não eram raros no  Antigo testamento. As crianças  eram educadas em colégios  anexos ao templo, e ajudavam nos múltiplos serviços e  funções da casa de Deus.  Não erramos em supor que Joaquim e Ana, quando levaram a filhinha ao templo, fizeram-no por inspiração sobrenatural, querendo Deus que sua futura esposa e mãe recebesse uma educação e  instrução esmeradíssima.
Grande era o sacrifício de Maria. Não resta dúvida que para Maria, a criança entre todas as  mais privilegiada, a cerimônia da  apresentação significava mais que a entrada no colégio do templo. Maria  reconhecia em tudo uma solene  consagração da  vida a Deus, a oferta de  si mesma ao Supremo Senhor. O sacrifício que oferecia, era a oferta das primícias, e as primícias, por mais insignificantes que sejam,  são preciosas  por serem uma demonstração da generosidade do ofertante, e uma homenagem a quem as recebe.  Maria ofereceu-se sem reserva, para sempre, com contentamento e júbilo. O que o salmista cantou, cheio de  entusiasmo, traduziu-se na alma da bem-aventurada menina:  “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e  desfalece pelos  átrios do Senhor” .  E entrarei junto ao altar de  Deus;  do Deus que alegra a minha mocidade.
Apresentação da Virgem de Conegliano
Apresentação da Virgem de Conegliano
Que espírito, tanto nos santos pais como na santa menina!  Que espetáculo para o céu e para os homens! O que encanta a  Deus e lhe atrai a  graça, em toda a plenitude edifica e enleva a  todos que se ocupam deste mistério na vida de Nossa Senhora. Poderá haver coisa mais bela que a piedade, o desprendimento completo no serviço do Senhor?
A vida de Maria Santíssima no templo foi a  mais santa, a mais perfeita que se pode imaginar. O templo era a  casa de Deus e  na proximidade de  Deus se  sentia bem a bela alma em flor.  “O passarinho acha casa para si e a rôla ninho nos altares do Senhor dos Exércitos, onde um dia é melhor que mil nas tendas dos pecadores” .  Santo era o lugar onde Maria vivia. Era o templo onde os antepassados tinham feito orações, celebrado as festas; era o templo onde se achava o santuário do Antigo testamento, a arca, o trono de Deus no meio do povo;  era  o templo afinal, de  que as profecias  diziam que o Messias nele devia fazer entrada.
Naquele  templo a  menina Maria rezava e se  preparava  para a grande missão que Deus lhe tinha reservado.  “Como os  olhos da serva nas mãos da Senhora, assim os olhos de Maria estavam fitos no Senhor  seu Deus”. Segundo uma revelação com que Maria agraciou  a  Santa Isabel de Turíngia todas as orações feitas naquele  tempo se  lhe resumiram no seguinte: 1) alcançar as virtudes da humildade, paciência e caridade;  2) conseguir amar e  odiar tudo que a Deus tem amor ou ódio;   3) amar o próximo e tudo que lhe é caro;  4) a conservação da nação e do templo, a paz e a plenitude das graças de Deus e 5) finalmente ver o Messias e  poder servir a  sua santa Mãe.
Maria era o modelo de  obediência, amor e respeito para com os  superiores de  caridade e  amabilidade para com as  companheiras. Tinha o coração alheio à antipatia, à rixa, ao azedume e ao amor próprio. Maria era uma menina humilde, despretensiosa e  amante do trabalho. Com afã lia e estudava os Santos Livros.
Apresentação da Virgem de Giotto
A apresentação da Virgem Maria ao Templo (1303-1306), Giotto di Bondone
Capela Scrovegni ou de Santa Maria da Arena, Pádua, Itália
Como as meninas do Colégio do templo se  ocupavam de  outros trabalhos  concernentes ao serviço santo, é provável que Maria  tenha recebido instruções sobre diversos trabalhos, como fossem:  Pintura, trabalhos de  agulha, canto e música. É opinião de muitos que o grande  véu do templo, que na hora da morte de Jesus se partiu de alto a baixo, tenha sido confeccionado por Maria  Santíssima e as  companheiras.
Assim foi santíssima a  vida de  Maria no templo. O Divino Espírito Santo lapidou o coração e  o espírito da esposa, mais do que qualquer  outra  criatura. Maria poderia aplicar a  si as palavras contidas no Eclesiástico:  “Quando ainda era pequena, procurei a sabedoria na oração. Na entrada do templo instava por ela… Ela floresceu como uma nova temporã. Meu coração nela se alegrou e desde a mocidade procurei seguir-lhe o rastro”.
É de admirar que Maria, assim amparada pelos cuidados humanos e divinos, progredisse de virtude em virtude?  De Nosso Senhor o Evangelho constata diversas vezes esta circunstância.  Como Jesus, também Maria cresceu em graça e  sabedoria diante de Deus e dos homens. Este crescimento a  Igreja contempla-o em imagens  grandiosas traçadas no Livro do Eclesiástico: “Sou  exaltada qual cedro no Líbano, e qual cipreste no monte Sião. Sou exaltada qual palma em Cedes e como rosais em Jericó. Qual oliveira especiosa nos campos e  qual plátano, sou exaltada junto da água nas praças. Assim como o cinamomo e o bálsamo que difundem cheiro, exalei fragrância; como a  mirra escolhida derramei odor de suavidade na minha habitação; como uma vide, lancei flores| de um agradável perfume e as  minhas flores são frutos de honra e de  honestidade”.  Nunca houve mocidade  tão santa e  esplendorosa como a  de Maria Santíssima. Outra não poderia ser, devendo Maria preparar-se para a realização do mistério dos mistérios;  da Encarnação do Verbo Eterno.
Reflexões:
A festa da  Apresentação de Nossa Senhora encerra belos ensinamentos para a família cristã,  para pais e filhos. Que modelo mais perfeito pais cristãos poderiam procurar, que Joaquim e Ana?  Que exemplo de  verdadeiro amor de  Deus eles nos dão!  Os pais não devem sacrificar os filhos  ao egoísmo e às paixões, mas a Deus, que lhos deu. Como Joaquim e Ana devem estar prontos a  oferecer os filhos, quando Deus os chamar para o seu serviço. Todos nós, vemos em Maria o exemplo que devemos imitar, se queremos que nossa vida seja agradável a Deus.  Oração, pureza de  coração e  trabalho – eis os  capítulos  principais da vida cristã.
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Imagem de Nossa Senhora da Apresentação – Padroeira de Natal/RN
No Brasil:
A primeira paróquia dedicada a esta invocação mariana no Brasil ocorreu em 1599, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. A cidade de Porto Calvo, em Alagoas, palco de diversas batalhas entre brasileiros e tropas invasoras, durante a guerra holandesa, tem também como padroeira a Senhora da Apresentação.
No Rio de Janeiro, o bairro do Irajá, era antigamente um vasto campo público, destinado à pastagem e descanso do gado que descia para o consumo da cidade. Em 1644 ali foi erigida uma pequena e humilde capela sob o patrocínio de Nossa Senhora da Apresentação pelo Pe. Gaspar da Costa, que foi mais tarde o seu primeiro Vigário e cujo pai possuía propriedades nos arredores. A igrejinha foi reformada, ampliada e transformada em paróquia, uma das mais antigas do Rio de Janeiro.
Oração à Nossa Senhora da Apresentação

Minha boa Mãe do Céu,
Nossa Senhora da Apresentação
que, aos três anos subistes
as escadarias do Templo
para vos consagrardes inteiramente a Deus,
praticando assim o ato de religião
o mais agradável ao Senhor,
seja-vos também agradável,
a nossa homenagem,
a nossa consagração.


Consagrastes ao Senhor,
ó Rainha do Céu,
o vosso espírito e vosso coração,
em flor de infância,
o vosso corpo e todas as potências do vosso ser
pelo sacrifício total,
o mais generoso e desinteressado,
pela mais solene imolação
que o mundo já viu,
antes da imolação do Calvário.


Nós, aqui na terra de exílio,
unimos aos espíritos celestes
que assistiram a esta augura cerimônia
que é como prelúdio de todas as vossas festas
e com eles e todos os santos
cantamos as glórias
da vossa Apresentação benditíssima.

Amém.

DOIS GESTOS DE GRANDEZA








Com especial alegria e orgulho, por ser amigo de ambos, registro o gesto de nobreza trocado entre ORMUZ BARBALHO SIMONETTI e LÍVIO OLIVEIRA, candidatos a uma mesma cadeira na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras quando, em 20/11/16 18:14:10, trocaram as seguintes mensagens: Mensagem enviada pra Lívio-- Caro amigo, nós somos os únicos concorrentes que nessa disputa democrática, quem conseguir o maior número de votos, não gosto da palavra vencedor, será tão contemplado quanto o outro. Por isso tudo independente do resultado, nós fizemos o que é correto e republicano. Expusemos nossa vida e nossos currículos para julgamento dos imortais. Bom feriado.                    
RESPOSTA de Lívio --    Isso, caro Ormuz. Independentemente do resultado, quero uma parceria ainda maior em 2017. As duas entidades são muito importantes e devemos sempre lutar para o engrandecimento de ambas. Ótimo dia!

Assim, venho compartilhar com os meus pares da ANRL, apontando o gesto como exemplo de comportamento de dois intelectuais potiguares. PARABÉNS! (Carlos Gomes, cadeira 33).