12/09/2016

   
Marcelo Alves
12 de setembro às 18:21
 
Minhas livrarias em Buenos Aires (II)

Como prometido na semana passada, quando iniciei este nosso “tour” por livrarias e sebos de Buenos Aires, hoje apresento mais alguns dos meus “achados livrescos” – penso que os melhores – na capital argentina. 

E se na semana passada comecei partindo do microcentro da cidade em direção ao bairro da Recoleta, hoje faço o caminho inverso, partindo da região mais afastada de Palermo (Soho e Hollywood), para, ao final, como vocês verão, retornar ao centro da cidade. 

Palermo (especialmente suas subáreas apelidadas de “Soho” e “Hollywood”) fica a nordeste do centro de Buenos Aires. Assim como a Recoleta, embora não tão central, é “cool”, chique e ao mesmo tempo descolada, com comércio e vida noturna animadíssimos. Seus bares e restaurantes (gostei demais do La Cabrera) são do balacobaco. Para chegar lá, além da opção do táxi, sugiro tomar um metrô até a estação Plaza Italia e caminhar sentido norte, pela Calle Thames, perdendo-se aqui e acolá – como animadamente fizemos, finzinho de tarde, por sugestão minha – até a Praça Cortázar, em torno da qual a coisa ferve. Foi nessa caminhada que, sem intenção alguma, topamos com várias livrarias, algumas misturas de bistrô (com bons vinhos e comida), cafeteria e comércio de livros, todas agradabilíssimas. Eis as que mais gostei: Libros del Pasaje (Calle Thames, 1762), Dain Usina Cultural (Calle Nicaragua, 4899) e Eterna Cadencia (Calle Honduras, 5582). Mas são muitas as opões de livrarias, quase todas nesse mesmo estilo, por esse bairro da moda. Caminhe sem neura, escolha a(s) do seu agrado e, sem pressa, desfrute a coisa. 

Encerrada a perambulação por Palermo, minha sugestão é que retornemos ao centro da cidade, de preferência na manhã do dia seguinte, para uma visita à livraria mais interessante – essa é minha opinião – de Buenos Aires: a Librería de Ávila, que fica no número 500 da Calle Adolfo Alsina, no tradicional bairro de Montserrat (estações de metrô Bolivar, Peru ou Plaza de Mayo). Antes de mais nada, a Librería de Ávila é cheia de história. Ocupa o local onde outrora funcionou a famosa Librería del Colegio (assim denominada em homenagem ao Colegio Nacional de Buenos Aires, a instituição de ensino mais antiga da Argentina, fundada pelos jesuítas), oficialmente aberta em 1830 e tida como a primeira livraria de Buenos Aires (entretanto, registre-se que, antes mesmo de 1830, funcionou no local um estabelecimento comercial, chamado “La Botica”, que vendia de tudo, inclusive livros). Políticos (incluindo Presidentes da República), cientistas, intelectuais e, sobretudo, os grandes escritores argentinos de outrora foram habitués da Librería del Colegio. O prédio original foi demolido em 1926 e outro, mais pomposo, foi no seu lugar erguido. De toda sorte, o local restou relacionado às letras. Na década de 1990, o livreiro Miguel Ávila (que dá nome à “nova” livraria) comprou o negócio. Recuperou o prédio com um trabalho minucioso. Comercializando livros novos, seminovos e usados, o acervo da Librería de Ávila é grande e variado. Há toda uma sessão de livros raros e esgotados (mas isso fica para os entendidos nessa arte). E há muita coisa de história (sobretudo argentina e latino-americana), filosofia, antropologia, linguística, literatura, cinema, nas ciências humanas em geral, pode-se dizer. “Declarada Lugar Histórico Nacional por decreto de la Presidencia de La Nación y Sitio de interés cultural por el Gobierno de la Ciudad de Buenos Aires” (como consta da sacola que ela disponibiliza para carregar os livros adquiridos), a Librería del Colegio/de Ávila é realmente imperdível para os amantes de livros. E isso sem falar que na sua vizinhança estão algumas das mais famosas atrações da cidade, como o lindo Cabildo de Buenos Aires, a Catedral Metropolitana, Plaza de Mayo, a Casa Rosada, o Manzana de las Luces, o Mercado de San Telmo, o já citado Colegio Nacional de Buenos Aires e por aí vai. 

Por fim, antes de encerramos o dia, devemos ir em busca das livrarias jurídicas, muito embora seja a contragosto, eu logo confesso, que deixo Librería de Ávila e os seus arredores em busca de livros tão enfadonhos. A vantagem é que, para tanto, não precisamos sair do centro de Buenos Aires. As livrarias jurídicas se concentram ali, perto do Obelisco, quase por detrás do Teatro Colón, mais precisamente ao derredor do Palácio de Tribunales. É muito fácil chegar lá a pé (estando ali pelo centro, é claro) ou tomando o metrô para a estação Tribunales. 

De logo, posso sugerir pelo menos três ótimas livrarias jurídicas nessa região (mas por ali há outras, é certo), quase vizinhas uma da outra, que, para nossa felicidade, aceitam pesos, dólares e reais (nos dois últimos casos com uma conversão muito boa para nós). A primeira delas é a Cathedra Jurídica, que está no número 1280 da Calle Lavalle. Não é grande nem pequena. Mas tem um acervo de livros técnicos muito bom, em vários ramos do direito, notadamente os ramos mais novos dessa ciência. Foi ali que comprei, não sei bem o porquê (suspeito que inconscientemente com saudade do meu cão querido, o grande Capote), os livros “El derecho de los animales” e “Los animales no humanos”, que, qualquer dia desses, leio e comento para vocês. Esse novo ramo do direito, sem dúvida, é promissor. No número 427 da Calle Talcahuano fica a Librería del Jurista, que, além de livros de direito, vende também, embora em menor quantidade, títulos de economia, história e outras ciências mais. É pequenina, mas contém coisas interessantes a um preço muito bom. Acho que foi ali, mas posso estar enganado, que comprei o livro “Tres jueces”, que contém o conto/novela, “El juez Surra”, de grande Andrea Camilleri (1925-). Na interdisciplinariedade entre direito e literatura, onde hoje milito, isso foi um achado. E na mesma Calle Talcahuano, no número 485, fica a livraria/editorial IBDEF. Também não é grande. Mas é excelente. Tão boa que ali acabei comprando um livro em português, publicado no Brasil por Ricardo Lenz Editor, “Os Criminosos na Arte e na Literatura”, do penalista e criminologista italiano Enrico Ferri (1856-1929), que há muito tempo desejava. Curiosíssimo o livro de Ferri, para dizer o mínimo. 

Entretanto, o melhor mesmo na região são as bancas (tipo bancas de jornal) que, levando em consideração a histórica desvalorização do peso argentino, vendem livros jurídicos, novos e usados, a preços (quase) de banana. Foi ali que adquiri, novinho em folha e muito barato, uma verdadeira preciosidade (que sequer tinha ouvido falar): o livro “Imaginar la ley: El derecho en la literatura”, organização de Antoine Garapon y Denis Salas e publicado pela Editorial Jusbaires com o apoio do Poder Judicial de la Ciudad de Buenos Aires/Consejo de la Magistratura. E se existe uma coisa que me arrependo na minha estada em Buenos Aires foi não ter reservado mais tempo para garimpar preciosidades naquelas maravilhosas bancas. 

E dito isso, já exausto, paro por aqui. É hora de um bife de chorizo e umas (muitas, talvez) “copas” de vinho. Ponto final. 

Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito pelo King’s College London – KCL
Mestre em Direito pela PUC/SP

10/09/2016


CADÊ O ESPÍRITO DAS LEIS?

Valério Mesquita*

Retroajo a obra do escritor francês Charles de Montesquieu (1689-1755), denominada “O Espírito das Leis”, de 1748, para abordar como cidadão a súmula do Supremo Tribunal Federal que restringe às Câmaras de Vereadores o julgamento das contas dos prefeitos municipais. A competência era dos Tribunais de Contas dos Estados com fulcro na Lei da Ficha Limpa de 2012, que punia com a inelegibilidade, devolução de recursos oficiais, os gestores desonestos responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta, indireta, fundações, e, principalmente, prefeituras municipais. Em vez, de se buscar na decisão o verdadeiro espírito da lei que a sociedade brasileira esperava do S.T.F., o plenário, por maioria apertada optou pelo entendimento estapafúrdio de conferir aos vereadores a competência de somente eles julgarem os executivos, cabendo aos TCE’S o simplório parecer prévio e meramente opinativo. Votaram com a premiação à impunidade os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Edson Fachim, Cármem Lúcia, Marco Aurélio e Celso de Melo. Os aplausos, no entanto, vão para os ministros que defenderam a moralidade pública, nesse momento crítico em que o Brasil está atolado: o relator Luis Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Dias Toffoli. E o pior: em caso de omissão das câmaras municipais no julgamento das contas - o parecer “auxiliar” - dos Tribunais de Contas não serve para gerar a inelegibilidade prevista em lei complementar nº 064 de 1990. E prá quê os tribunais de contas, doravante, precisarão emitir pareceres prévios e pífios para nada significarem? Concordo com a assertiva de que a deliberação do S.T.F. é um escandaloso retrocesso, votado às vésperas de um pleito eleitoral, modificando as regras democráticas de combate à malversação, fortalecendo a impunidade e dificultando o excelente trabalho do Ministério Público.
Lamento que a resolução do Supremo não exprima, nem se coadune com o momento histórico de regeneração da vida pública brasileira. Não vejo na determinação, diga-se apertada, o espírito da lei da qual falou Montesquieu, e sim, uma visão medonha, apavorante, tal e qual o reaparecimento de defunto ou de alma penada, cujo fetiche assombroso está traduzido na frase do aludido filosofo francês: “Leis inúteis, enfraquecem as leis necessárias”. Ou, “Quanto menos os homens pensam, mais eles falam”. Processo de deificação em vida. Agora, vem a pergunta que não pode calar: que tipo, modelo, capacidade, estrutura, têm as câmara municipais para emitirem juízo de valor em julgamento de cunho técnico, contábil, financeiro aos poderes executivos respectivos, sem nenhum demérito aos edis, nem as edilidades? O S.T.F., com a resolução, substituiu o princípio, o critério técnico pelo voto político do vereador! São raríssimos os plenários legislativos pelo país afora, isentos da influência dos senhores prefeitos. Isso é fato consabido e consagrado nos usos e costumes da malfadada politicagem brasileira.
O papel dos Tribunais de Contas não pode ser confundido como se fosse uma “linha auxiliar” da comunidade. Eles detêm, além de pessoal treinado, técnicos de nível superior, contabilistas, advogados, toda uma estrutura eficaz e competente, sem esquecer as Escolas de Contas que ensinam e treinam os gestores públicos de modo geral. Tanto é assim, que cinco ministros do colegiado do Supremo entendem e reconhecem que os próprios políticos não podem julgar a sim mesmos. Sobre qualquer matéria a ser discutida de despesa pública, na qual, os vereadores propugnaram ou alimentem interesse pessoal ou eleitoral, é evidente que o embaraçoso voto será político, substituindo-se aí o princípio que permite distinguir o erro da verdade, o discernimento, a prudência, a circunspecção, enfim, a idoneidade, a aptidão. Espero que o placar sofrido da votação possa ser motivo de reexame posterior da matéria num futuro próximo, como já aconteceu com outros temas apreciados na mesma Côrte. E que venham as manifestações das cabeças pensantes do Brasil, contra o alastramento do império da corrupção. A barganha e a propina, doravante, irão funcionar no Brasil tal e qual uma olimpíada.

(*) Escritor.  

09/09/2016

MOSSORÓ E A “GRANDE SECA”

Como toda região do semiárido nordestino, o oeste do Rio Grande do Norte é sujeito a períodos de estiagem. Quando faltam as chuvas, as correntes de água param de correr e a seca marca a sua presença severa. Em anos normais a escassez de precipitação pluviométrica dura sete meses, variando para um pouco menos ou mais. Diante disso, a temperatura aumenta, a vegetação perde sua folhagem, fica acinzentada e a fauna emagrece. Quando voltam as chuvas, a paisagem muda muito rapidamente. As árvores recuperam as folhas, o solo fica forrado de pequenas plantas, a fauna revitaliza suas forças, os córregos, riachos e rios voltam a correr; as lagoas e açudes transbordam e a temperatura baixa, embora nunca fique amena sem que seja por efeito dos ventos que vêm do mar.
Entretanto, há os grandes períodos de seca, quando a ausência de chuva se prolonga de forma atípica por vários meses e, por vezes, até por anos seguidos. Esse fenômeno é uma permanente ameaça à região semiárida do Nordeste brasileiro. Sua ocorrência se dá, entre outros motivos, quando a convergência dos ventos alísios de nordeste – predominantes no hemisfério norte – e os ventos alísios de sudeste – predominantes no hemisfério sul – não conseguem se deslocar até a região do chamado Polígono das Secas, no período outono-inverno no hemisfério sul. A seca vem quando as chuvas do "inverno" (na verdade, do verão) não ocorrem.
Em 1877 a Região Nordeste viveu um das mais terríveis períodos de estiagem da sua história. Seca essa que se prolongou por três anos consecutivos, findando somente em 1880. Diante de tal fato, na região de Mossoró, a população rural, sedenta e faminta, abandonou as fazendas e sítios e se dirigiu para os centros urbanos mais habitados: Mossoró, Macau e Areia Branca. Houve um período que existia na cidade nada menos que 70.000 flagelados em busca de sobrevivência, vindos até de Estados vizinhos.
O quadro era dantesco, e assim foi descrito por Guerra e Guerra (1974: 37 - 40) (*). A seca iniciada em 1877 jamais será apagada da memória dos sertanejos oestanos. Famílias inteiras se retiraram para as regiões litorâneas, fugindo da longa estiagem. Andrajosos, esfarrapados, esmolambados, na miséria e famintos, muitos pereciam pelas estradas de terra batida. Em fins de dezembro, Mossoró já contava com cerca de 25.000 retirantes, pessoas cuja ocupação única era ter fome e morrer de miséria ou de Varíola. Raros eram os homens que vestiam camisas sãs ou as mulheres que tinham vestidos sem remendos. Muitos morriam em seus casebres improvisados, nas ruas ou nas calçadas da cidade, de onde seus corpos eram levados para o cemitério e enterrados em valas comuns. A média diária oscilava entre 30 a 40 óbitos.
Os rigores da seca continuaram pelo ano de 1878, registrando grande quantidade de vítimas. Em Mossoró ainda existiam muitos retirantes. A mortalidade duplicou com o crescimento dos óbitos causados pela bexiga [Varíola] que, então, assolava com mais violência. Quem se aproximava do perímetro urbano da cidade, sentia o mau odor que era exalado pelas vítimas da peste. No ano seguinte, 1879, 0 inverno foi pequeno e o sertanejo não teve recursos para iniciar o trabalho de plantio e de criar o gado. Só em janeiro de 1880 é que houve ensaio de inverno, com algu¬mas chuvas. Em abril, as chuvas foram copiosas e gerais, só então é que o in¬verno ficou assegurado.
Um dos efeitos da grande seca foi fazer de Mossoró um mercado negreiro. Os fazendeiros ricos, por necessitarem de recursos ou por não poderem manter seus cativos, mandavam seus escravos para serem vendidos em Mossoró que, desse modo, viu se estabelecer na cidade o comércio dos escravos. Várias empresas se especializaram nesse tipo de mercadoria, entre elas a “Mossoró & Cia.”, cujo sócio majoritário era Joaquim da Cunha Freire, o Barão de Ibiapaba, ex-governador do Ceará no biênio 1869-1870. Os escravos comprados em Mossoró eram remetidos a Fortaleza e, dali, para as províncias do Sul.
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(*) O texto é uma paráfrase, uma interpretação livre para melhor compreensão de um trecho da obra de Felipe Guerra e Teófilo Guerra. Foi lida no programa “A hora do estudante”, na Rádio Tapuyo de Mossoró, em janeiro de 1957.
MOSSORÓ E A “GRANDE SECA”

 colaboração de Tomislav R. Femenick

07/09/2016

7 DE SETEMBRO


Independência do Brasil

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Independência do Brasil
Independence of Brazil 1888.jpg
Independência ou Morte, do pintor paraibano Pedro Américo (óleo sobre tela, 1888).
Outros nomesProclamação da Independência
ParticipantesPedro de Alcântara
José Bonifácio
Maria Leopoldina de Áustria
LocalizaçãoRiacho do IpirangaSão Paulo, Brasil
Data7 de setembro de 1822 (193 anos)
ResultadoSeparação política do Reino do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e instituição do Império do Brasil.
Independência do Brasil é um processo que se estende de 1821 a 1825 e coloca em violenta oposição o Reino do Brasil e o Reino de Portugal, dentro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. As Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, instaladas em 1820, como uma consequência da Revolução Liberal do Porto, tomam decisões, a partir de 1821, que tinham como objetivo reduzir novamente o Brasil ao seu antigo estatuto colonial.
Antecedendo o processo de independência do Brasil, mas com fortes influências sobre o mesmo, ocorre a transferência da corte portuguesa para o Brasil. Em 1807, o exército francês invadiu o Reino de Portugal que se recusa a se juntar ao ´bloqueio continental contra o Reino Unido. Incapaz de resistir ao ataque, a família real e o governo português fugiram para o Brasil, que era então a mais rica e desenvolvida das colônias lusitanas[1][2]. A instalação do Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro traz uma série de transformações políticas, econômicas e sociais que levam à decisão do Príncipe Regente D. João, consumada em 16 de dezembro de 1815, de elevar o Brasil à condição de reinounido com sua ex-metrópole.
Porém, em 1820, uma revolução liberal eclodiu em Portugal e a família real foi forçada a retornar para Lisboa. Antes de sair, no entanto, D. João nomeia o seu filho mais velho, D. Pedro de Alcântara de Bragança, como Príncipe Regente do Brasil (1821). Fiel ao seu pai, o príncipe-regente vê sua condição complicada pela vontade política das cortes portuguesas em repatriá-lo e de retornar o Brasil ao seu antigo estatuto colonial. Oficialmente, a data comemorada para independência do Brasil é a de 7 de setembro de 1822, em que ocorreu o chamado "Grito do Ipiranga", às margens do riacho Ipiranga (atual cidade de São Paulo). Em 12 de outubro de 1822, o príncipe foi proclamado imperador pelo nome de Pedro I e o país leva o nome de Império do Brasil.
Assim começou a guerra de independência que vê nascer e atuar o exército brasileiro, formado a partir das tropas coloniais portuguesas, contra aquelas que permaneceram fiéis ao Reino de Portugal em algumas partes do país, evitando a desfragmentação do território.[3]. Em meio ao conflito, há o levantamento da Confederação do Equador, que pretendia formar seu próprio governo, republicano, mas foi duramente reprimido. Depois de três anos de conflito armado, Portugal finalmente reconheceu a independência do Brasil, e em 29 de agosto de 1825 foi assinado o Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal. Em troca, o Brasil se comprometeu a pagar ao Reino de Portugal uma indenização substancial e assinar um tratado de comércio com o Reino Unido, para indenizá-lo por sua mediação.


Antecedentes

Origem do Brasil

Ver artigo principal: Colonização do Brasil
A terra agora chamada Brasil (nome cuja origem é contestada) foi reivindicada por Portugal em abril de 1500, com a chegada da frota portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral.[4]
colonização foi efetivamente iniciada em 1534, quando D. João III dividiu o território em doze capitanias hereditárias,[5][6] mas esse arranjo se mostrou problemático, e em 1549 o rei atribuiu um governador-geral para administrar toda a colônia.[7][8] Os portugueses assimilaram algumas das tribos nativas,[9] enquanto outras foram escravizadas ou exterminadas por doenças europeias para as quais não tinham imunidade,[10][11] ou em longas guerras travadas nos dois primeiros séculos de colonização, entre os grupos indígenas rivais e seus aliados europeus.[12][13][14]
Em meados do século XVI, quando o açúcar de cana tornou-se o mais importante produto de exportação do Brasil,[15] os portugueses iniciaram a importação de escravos africanos, comprados nos mercados de escravos da África ocidental.[16][17] Assim, estes começaram a ser trazidos ao Brasil, inicialmente para lidar com a crescente demanda internacional do produto, naquele que foi chamado ciclo da cana-de-açúcar.[18][19]

Transferência da corte portuguesa

A partir de 15 de julho de 1799, o Príncipe do BrasilD. João Maria de Bragança, tornou-se príncipe-regente de Portugal, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, foi declarada louca pelos médicos. Os acontecimentos na Europa, onde Napoleão Bonaparte se afirmava, sucederam-se com velocidade crescente.
Desde 1801 que se considerava a ideia da transferência da corte portuguesa para o Brasil. As facções no governo português, entretanto, se dividiam: a facção anglófila, partidária de uma política de preservação do Império Colonial Português e do próprio Reino, através do mar, apoiados na antiga aliança Luso-Britânica; e a facção francófila, que considerava que a neutralidade só poderia ser obtida através de uma política de aproximação com a França. Ambas eram apoiadas pelas lojas maçônicas quer de origem britânica, quer de origem francesa. Considere-se ainda que as ideias iluministas francesas circulavam clandestinamente em livros, cada vez mais abundantes.
A decretação do Bloqueio Continental em Berlim (1806) tornou mais difícil a neutralidade Portuguesa. Em 1807, o Tratado de Fontainebleau dividiu arbitrariamente Portugal em três reinos. Desde Outubro desse ano, Jean-Andoche Junot, antigo embaixador francês em Lisboa, preparava-se para invadir Portugal. Foi nesse contexto que D. João pactuou com a Grã-Bretanha a transferência do governo para o Rio de Janeiro, sob a proteção dos últimos.
Com a invasão francesa de Portugal em progresso, a 29 de novembro de 1807 iniciou-se a viagem da Família Real e da Corte Portuguesa. Dezoito navios de guerra portugueses e treze britânicos escoltaram mais de vinte e cinco navios mercantes de Lisboa até à costa do Brasil. A bordo seguiam mais de quinze mil portugueses. O Reino ficava a ser governado por uma Junta de Regência que Junot logo dissolveu.
Com a presença da Família Real Portuguesa no Brasil a partir de 1808, registrou-se o que alguns historiadores brasileiros denominam de "inversão metropolitana", ou seja, o aparelho de Estado Português passou a operar a partir do Brasil, que desse modo deixou de ser uma "colônia" e assumiu efetivamente as funções de metrópole. Pressionado pelo triunfo da revolução constitucionalista, o soberano retornou com a família real para Portugal, deixando como príncipe regente no Brasil o seu primogênito, D. Pedro de Alcântara.

Reino Unido com Portugal


Aclamação do Rei Dom João VI do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no Rio de Janeiro.
Com o fim da Guerra Peninsular em 1814, os tribunais europeus exigiram que a rainha Maria I e o príncipe regente D. João regressassem a Portugal, já que consideravam impróprio que representantes de uma antiga monarquia europeia residissem em uma colônia. Em 1815, para justificar a sua permanência no Brasil, onde a corte real tinha prosperado nos últimos seis anos, o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves foi criado com a elevação do Estado do Brasil à condição de reino, estabelecendo, assim, um Estado monárquico transatlântico e pluricontinental.[20]
No entanto, isso não foi suficiente para acalmar a demanda portuguesa pelo retorno da corte para Lisboa, como a revolução liberal do Porto exigiria em 1820, e nem o desejo de independência e pelo estabelecimento de uma república por grupos de brasileiros, como a Revolução Pernambucana de 1817 mostrou.[20]
Em 1821, como uma exigência de revolucionários que haviam tomado a cidade do Porto,[21] D. João VI foi incapaz de resistir por mais tempo e partiu para Lisboa, onde foi obrigado a fazer um juramento à nova constituição, deixando seu filho, o príncipe Pedro de Alcântara, como Regente do Reino do Brasil.[22]

Independência

Cortes portuguesas


Cortes portuguesas em 1822
Em 1820, a Revolução Liberal do Porto eclodiu em Portugal. O movimento iniciado pelos constitucionalistas liberais resultou na reunião das Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa (ou Assembleia Constituinte), que teria de criar a primeira constituição do reino.[23][24] As Cortes ao mesmo tempo que exigiram o retorno do rei Dom João VI, que vivia no Brasil desde 1808 e que elevou o Brasil para a categoria de reino, como parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, em 1815. Seu filho e príncipe herdeiro Dom Pedro passou a governar o Brasil como regente no lugar do pai em 7 de março de 1821.[25][26] O rei partiu para a Europa em 26 de abril, enquanto Dom Pedro permaneceu no Brasil liderando o governo ao lado do ministros do reino.[27][28]
Os oficiais militares portugueses sediados no Brasil foram completamente solidários ao movimento constitucionalista em Portugal.[29] O principal líder dos oficiais portugueses, General Jorge Avilez, forçou o príncipe a demitir e banir do país os ministros do Reino e das Finanças. Ambos eram fiéis aliados de Pedro, que se tornou um peão nas mãos dos militares.[30] A humilhação sofrida pelo príncipe, que jurou que nunca iria ceder à pressão dos militares novamente, teria uma influência decisiva na sua abdicação dez anos depois.[31] Enquanto isso, em 30 de setembro de 1821, as Cortes aprovaram um decreto que subordinava os governos das províncias do Brasil diretamente ao governo de Portugal. O príncipe Pedro tornou-se, para todos os efeitos, somente o governador da Província do Rio de Janeiro.[32][33] Outros decretos que vieram depois exigiam seu retorno à Europa e também extinguia os tribunais judiciais criados por João VI em 1808.[34][35]
A insatisfação quanto às resoluções das Cortes foi generalizada entre a maioria dos residentes do Brasil (tanto os de origem brasileira quanto os de origem portuguesa), ao ponto em que ela logo se tornou conhecida publicamente.[32] Dois grupos que se opunham as ações das Cortes para minar gradualmente a soberania brasileira apareceu: os Liberais, liderados por Joaquim Gonçalves Ledo (que teve o apoio dos maçons), e os Bonifacianos, liderada por José Bonifácio de Andrada. Ambas as facções não tinham nada em comum em suas metas para o Brasil, com a única exceção de seu desejo de manter o país unido com Portugal como uma monarquia soberana.[36]

Rebelião Avilez

Ver também: Dia do Fico

Príncipe Pedro (direita) ordena o oficial português Jorge Avilez (esquerda) retornar a Portugal após sua rebelião malsucedida. José Bonifácio (em roupas civis) pode ser visto ao lado do príncipe.
Os membros das Cortes Portuguesas não mostravam nenhum respeito para com o príncipe e zombavam abertamente dele.[37] Logo, a lealdade que Pedro demonstrava pelas Cortes gradualmente foi transferida à causa brasileira.[34] Sua esposa, a princesa Leopoldina de Habsburgo, favorecia o lado brasileiro e encorajou o marido a permanecer no país,[38] enquanto os Liberais e Bonifacianos fizeram representações públicas.[39] A resposta de Pedro veio em 9 de janeiro de 1822, que, de acordo com jornais, falou: "Como é para o bem de todos e para a felicidade geral da nação, estou pronto: Diga ao povo que eu vou ficar."[40]
Depois da decisão de Pedro de desafiar a Cortes, cerca de dois mil homens liderados por Jorge Avilez amotinaram-se antes de se concentrar no Monte Castelo, que logo foi cercado por 10 mil brasileiros armados, liderados pela Guarda Real da Polícia.[41] Dom Pedro, em seguida, "demitiu" o comandante geral português e ordenou-lhe que retirasse seus soldados do outro lado da baía para Niterói, onde eles aguardavam o transporte para Portugal.[42]
José Bonifácio foi nomeado ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros em 18 de janeiro de 1822.[43] Bonifácio logo estabeleceu um relacionamento de pai com Pedro, que começou a considerar o experiente estadista seu maior aliado.[44] Gonçalves Ledo e os Liberais tentaram minimizar a estreita relação entre Bonifácio e Pedro oferecendo ao príncipe o título de Defensor Perpétuo do Brasil.[45][46] Para os liberais, era necessária a reunião de uma Assembleia Constituinte para o Brasil, enquanto os Bonifacianos preferiam que Pedro concedesse por si mesmo a Constituição para evitar a possibilidade de uma anarquia semelhante ao que ocorreu durante os primeiros anos da Revolução Francesa.[45] O príncipe concordou com os desejos dos liberais e assinou um decreto em 3 de junho de 1822 chamando para a eleição dos deputados que se reuniriam na Constituinte e Assembleia Geral Legislativa do Brasil.[46][47]

De reino unido a Império independente

Ver artigo principal: Império do Brasil

Príncipe Pedro rodeado por uma multidão em São Paulo depois de dar a notícia da independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822.
Pedro partiu para a Província de São Paulo para assegurar a lealdade dos locais à causa brasileira. Ele alcançou sua capital em 25 de agosto e lá permaneceu até 5 de setembro.
Leopoldina, sua esposa, assumiu a regência durante a viagem. Diante das exigências de Portugal para que ambos retornassem a Lisboa, ela convocou uma sessão extraordinária do Conselho de Estado no dia 2 de setembro de 1822 e, juntamente com os ministros, decidiu pela separação definitiva entre Brasil e Portugal, assinando então a declaração de independência. Em seguida, enviou o mensageiro Paulo Bregaro para entregar a Pedro uma carta informando sobre o ocorrido.[48]
Em 7 de setembro, quando retornava ao Rio de Janeiro, Pedro recebeu a carta de José Bonifácio e de Leopoldina. O príncipe foi informado que as Cortes tinham anulado todos os atos do gabinete de Bonifácio e removido o restante de poder que ele ainda tinha. Pedro voltou-se para seus companheiros, que incluiu sua Guarda de Honra e falou: "Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje as nossas relações estão quebradas. Nenhum vínculo unir-nos mais" e continuou depois que ele arrancou a braçadeira azul e branca que simbolizava Portugal: "Tirem suas braçadeiras, soldados. Viva independência, à liberdade e à separação do Brasil." Ele desembainhou sua espada afirmando que "Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade" e gritou: "Independência ou morte". Este evento é lembrado como "Grito do Ipiranga".[49]
Ao chegar na cidade de São Paulo, na noite de 7 de setembro de 1822, Pedro e seus companheiros espalharam a notícia da independência do Brasil do domínio português. O príncipe foi recebido com grande festa popular e foi chamado de "Rei do Brasil", mas também de "Imperador do Brasil".[50][51] Ele retornou ao Rio de Janeiro em 14 de setembro e nos dias seguintes os liberais espalharam panfletos (escritos por Joaquim Gonçalves Ledo), que sugeriam a ideia de que o príncipe deve ser aclamado Imperador Constitucional.[50] Em 17 de setembro, o Presidente da Câmara Municipal do Rio de JaneiroJosé Clemente Pereira, enviada às outras Câmaras do país a notícia que a Aclamação iria ocorrer no aniversário de Pedro, em 12 de outubro.[52] No dia seguinte, a nova bandeira e brasão de armas do reino independente do Brasil foram criados.[53]

Coroação do imperador Pedro I em 1 de dezembro de 1822.
A separação oficial de Portugal só ocorreria em 22 de setembro de 1822, em uma carta escrita por Pedro a João VI. Nele, Pedro ainda chama a si mesmo de "Príncipe Regente" e seu pai é referido como o Rei do Brasil independente.[54] Em 12 de outubro de 1822, no Campo de Santana (mais tarde conhecido como Campo da Aclamação) o príncipe Pedro foi aclamado Dom Pedro I, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Era ao mesmo tempo o início do reinado de Pedro e também do Império do Brasil.[55] No entanto, o Imperador deixou claro que, embora ele tenha aceitado o título, se João VI retornasse ao Brasil ele iria descer do trono em favor de seu pai.[56]
A razão para o título imperial foi a de que o título de rei iria simbolicamente significar uma continuação da tradição dinástica portuguesa e talvez do temido absolutismo, enquanto o título de imperador derivava da aclamação popular, como na Roma Antiga.[57] Em 1 de dezembro de 1822 (aniversário da aclamação de D. João IV, o primeiro rei da Casa de Bragança) Pedro I foi coroado e consagrado.[58]

Guerra e desdobramentos

Ver artigo principal: Guerra da independência do Brasil

Exército brasileiro adentrando Salvador após a rendição das forças portuguesas, 1823.
Consolidado o processo na região Sudeste do Brasil, a independência das demais regiões da América Portuguesa foi conquistada com relativa rapidez. Contribuiu para isso o apoio diplomático e financeiro da Grã-Bretanha.
Sem um Exército e sem uma Marinha de Guerra, tornou-se necessário recrutar mercenários e oficiais estrangeiros para comandá-los, do mesmo modo que adquirir meios. Desse modo, foi sufocada a resistência portuguesa na província da Bahia, na do Maranhão, na do Piauí e na do Pará. O processo militar estava concluído já em 1823, restando encaminhar a negociação diplomática do reconhecimento da independência com as monarquias europeias.
À semelhança do processo de independência de outros países latino-americanos, o de independência do Brasil preservou o status quo das elites agroexportadoras, que conservaram e ampliaram os seus privilégios políticos, econômicos e sociais.
Ao contrário do ideário do Iluminismo, e do que desejava, por exemplo, José Bonifácio de Andrada e Silva, a escravidão foi mantida, assim como os latifúndios, a produção de gêneros primários voltada para a exportação e o modelo de governo monárquico.
O Brasil negociou com a Grã-Bretanha e aceitou pagar indenizações de 2 milhões de libras esterlinas a Portugal num acordo conhecido como Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal. A Grã-Bretanha saiu lucrando, tendo início o endividamento externo do Brasil. Quando D. João VI retornou a Lisboa, por ordem das Cortes, levou todo o dinheiro que podia — calcula-se que 50 milhões de cruzados, apesar de ter deixado no Brasil a sua prataria e a enorme biblioteca, com obras raras que compõem hoje o acervo da Biblioteca Nacional. Em consequência da leva deste dinheiro para Portugal, o Banco do Brasil, fundado por D. João ainda 1808, veio a falir em 1829.

Considerações historiográficas

Independência ou Morte!
— Pedro, regente do Brasil, futuro imperador do Brasil, 7 de setembro de 1822
1000 Réis de 1922.png1000 Réis de 1922 (verso).png
Moeda de 1000 réis de 1922 comemorando a independência.


A data comemorada oficialmente para a Independência do Brasil é 7 de setembro de 1822, dia em que, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, o Príncipe Regente D. Pedro, ao receber a correspondência das Cortes, teria proclamado o chamado "grito da Independência", à frente da sua escolta: "Independência ou Morte!"

Outras datas podem ser consideradas historiograficamente para o evento, embora menos populares, são a data da coroação do Imperador (12 de outubro de 1822) ou mesmo a do reconhecimento da Independência por Portugal e pela Grã-Bretanha (29 de agosto de 1825). À época, em 1822, a data tomada como marco da Independência foi o 12 de outubro, dia do aniversário de Pedro I e de sua aclamação como imperador, conforme registrado pela historiadora Maria de Lourdes Viana Lyra, titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e publicadas em 1995. A conclusão de seu estudo indica que o "grito" foi uma construção "a posteriori" e que acabou consolidado no quadro encomendado a Pedro Américo, produto da fértil imaginação do pintor, onde, entre outras incoerências, mostra D. Pedro cercado pela Guarda Imperial (os hoje chamados de Dragões da Independência), antes dele ser proclamado Imperador.[59].

Filmografia

Ver também

Referências

  1. Ir para cima  Andrade, Maria Ivone de Ornellas de. "O reino sob tormenta". In: Marques, João et alii. Estudos em homenagem a João Francisco Marques, Volume I. Universidade do Porto, sd, pp. 137-144
  2. Ir para cima  Valuguera, Alfonso B. de Mendoza Y Gómez de. "Carlismo y miguelismo". In: Gómez, Hipólito de la Torre & Vicente, António Pedro. España y Portugal. Estudios de Historia Contemporánea. Editorial Complutense, 1998, pp. 13-14
  3. Ir para cima  "História do Exército Brasileiro". Página acessada em 11 de outubro de 2012.
  4. Ir para cima  Boxer 2002, p. 98
  5. Ir para cima  Boxer 2002, pp. 100–1
  6. Ir para cima  Skidmore 2003, p. 27
  7. Ir para cima  Skidmore 2003, p. 27
  8. Ir para cima  Boxer 2002, p. 101
  9. Ir para cima  Boxer 2002, p. 108
  10. Ir para cima  Boxer 2002, p. 102
  11. Ir para cima  Skidmore 2003, p. 30, 32
  12. Ir para cima  Amantino, Marcia (2008), O mundo das feras: os moradores do Sertão Oeste de Minas Gerais – Século XVIII, AnnaBlume, p. 47, ISBN 978-85-7419846-0.
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  22. Ir para cima  Lustosa, pp. 109–110
  23. Ir para cima  Lustosa, p.97
  24. Ir para cima  Armitage. p.36
  25. Ir para cima  Lustosa, p.106
  26. Ir para cima  Armitage. p.38
  27. Ir para cima  Lustosa, pp. 109–110
  28. Ir para cima  Armitage. p.41
  29. Ir para cima  Lustosa, p.112
  30. Ir para cima  Lustosa, p.113–114
  31. Ir para cima  Lustosa, p.114
  32. ↑ Ir para: a b Lustosa, p.117
  33. Ir para cima  Armitage. p.43–44
  34. ↑ Ir para: a b Lustosa, p.119
  35. Ir para cima  Armitage. p.48–51
  36. Ir para cima  Diégues, p.70
  37. Ir para cima  Lustosa, p.120
  38. Ir para cima  Lustosa, p.121–122
  39. Ir para cima  Lustosa, p.123–124
  40. Ir para cima  Lustosa, p.124
  41. Ir para cima  Lustosa, p.132–134
  42. Ir para cima  Lustosa, p.135
  43. Ir para cima  Lustosa, p.138
  44. Ir para cima  Lustosa, p.139
  45. ↑ Ir para: a b Lustosa, p.143
  46. ↑ Ir para: a b Armitage. p.61
  47. Ir para cima  Lustosa, p.145
  48. Ir para cima  Dois de Julho: a Independência do Brasil na Bahia. Brasília: Câmara dos Deputados, 2015. Acesso em 7 de outubro de 2015.
  49. Ir para cima  Lustosa, pp. 150–153
  50. ↑ Ir para: a b Vianna, p.408
  51. Ir para cima  Lima (1997), p.398
  52. Ir para cima  Lustosa, p.153
  53. Ir para cima  Vianna, p.417
  54. Ir para cima  Vianna, p.413
  55. Ir para cima  Vianna, pp. 417–418
  56. Ir para cima  Lima (1997), p.404
  57. Ir para cima  Lima (1997), p.339
  58. Ir para cima  Vianna, p.418
  59. Ir para cima  [1]

Bibliografia

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