15/07/2016

A FESTA DA CASA DA MEMÓRIA


O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE REALIZOU NA NOITE DE ONTEM UMA SESSÃO SOLENE, OPORTUNIDADE EM QUE CONCEDEU O TÍTULO DE SÓCIA HONORÁRIA À CANTORA GLORINHA OLIVEIRA, DEU POSSE AOS NOVOS SÓCIOS EFETIVOS DOUTORES FRANCISCO EDUARDO GUIMARÃES FARIAS, MARCELA ALVES DIAS DE SOUZA e WASHINTON ALVES FONTES.
O Cerimonial esteve à cargo da nossa colaboradora SCILLA GABEL, com a direção firme do Presidente ORMUZ SIMONETTI e com a presença dos Presidentes Vitalícios JURANDYR NAVARRO e VALÉRIO MESQUITA, do Governador ROBINSON FARIAS, da Senadora FÁTIMA BEZERRA, dos Deputados Estaduais JOSÉ DIAS e  HERMANO MORAIS, do imortal da ANRL PAULO MACEDO, do Dr. ADALBERTO TARGINO, Presidente da ALEJURN e do Dr. ALEXANDRE VARELA, Controlador Geral do Estado. Como continuação da Mesa se fizeram presentes várias autoridades militares, culturais e da UFRN. 



No primeiro momento da solenidade, após a composição da Mesa e execução do HINO DO BRASIL, houve uma saudação do IHGRN aos novos sócios, exercido com competência pelo Secretário-Geral ODÚLIO BOTELHO. Em seguida foi prestada juta homenagem à escritora LÚCIA HELENA PEREIRA, recentemente falecida e que exerceu várias funções na ASA DA MEMÓRIA, o que aconteceu através da palavra da Confreira JOVENTINA SIMÕES, Presidente da ACADEMIA CEARAMIRINENSE DE LETRAS E ARTES "PEDRO SIMÕES NETO".


Entregues os diplomas, houve o agradecimento, em nome dos empossados, proferido pelo sócio WASHINTON ALVES FONTES e pela sócia honorária GLORINHA OLIVEIRA, inicialmente lendo um pequeno texto e depois brindando a assistência com o canto de quatro músicas, que passeou de NOEL ROSAS a CHICO BUARQUE, deixando todos os presentes em total empolgação. Poderia dizer, que foi uma noite de GLÓRIA.

 
Como último ponto do evento, foi feito o lançamento da Revista nº 93 do IHGRN, patrocinada pela COSERN e tendo como editor o acadêmico NELSON PATRIOTA.

Encerrada a sessão, foi oferecido um coquetel no largo VICENTE DE LEMOS.
INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SER

Valério Mesquita*

Leonel Mesquita foi agropecuarista, proprietário da Fazenda Arvoredo, que depois veio a pertencer a sua esposa Nídia Mesquita, minha irmã. Leonel faleceu ainda moço, em 1979. Foi prefeito constitucional de São Gonçalo do Amarante tendo, durante muito tempo, militado na UDN, como membro do diretório estadual desse partido em Macaíba. Foi seguidor fiel de Dinarte Mariz e Djalma Marinho, nos quais sempre votou. Era homem de coragem pessoal, de fidelidade aos amigos, mas implacável como inimigo. A sua marca registrada era a irreverência.
01) Certa vez, ele se indispôs com um então deputado estadual que fazia política também em seu município, São Gonçalo do Amarante. Tal deputado era tido como pessoa dúbia, que sempre ficava em cima do muro para lhe prejudicar politicamente. Numa manhã, sentado à mesa do gerente do Bandern, no Grande Ponto, estava justamente falando do referido parlamentar quando este entrou na agência. Ao vê-lo, o gerente o apontou a Leonel, que em cima do lance retrucou: “Ele veio ao banco para depositar caráter!”.
02) Numa das campanhas municipais de Natal, era candidato a vereador o senhor Leonel Monteiro, comerciante da capital. Leonel Mesquita residia em Natal, à rua Nilo Peçanha, quase em frente à Maternidade Januário Cicco. Num começo de tarde, quando almoçava, tocaram a campainha. Era uma comissão do bairro Bom Pastor que viera procurar o candidato Leonel Monteiro para lhe fazer uma série de reivindicações eleitorais. Leonel Mesquita, percebendo o equívoco, mandou entrar, deu um esporro na comissão dizendo entre outras coisas: “Eu, Leonel Monteiro, estou eleito. Não preciso do voto de vocês, que são uns exploradores e só querem me marretar”. Daí, você pode imaginar tudo e até as consequências para o pobre do Leonel Monteiro, que era uma boa pessoa.
03) Em Utinga, um dos redutos eleitorais em São Gonçalo, havia um seu compadre que, apesar de muito favorecido, não lhe inspirava bastante confiança. Era no tempo do fanatismo político do ex-governador Aluízio Alves. Dia da eleição, Leonel fora advertido de véspera pelo vereador José Pegado Mendes que o duvidoso compadre não votaria nos seus candidatos, muito embora tivesse recebido farto material de construção. Comprovadas as evidências, foi esperá-lo à porta da secção eleitoral. Quando o eleitor recebeu a cédula de votar, Leonel a pediu, cravou os números dos seus candidatos; fechou o envelope e finalizou: “Pronto, compadre, bote na urna. É corno quem disser que você não votou comigo!!”.
04) Leonel Mesquita foi um emérito gastador na política. Financiou muitas eleições em Macaíba e São Gonçalo do Amarante para Dinarte Mariz e Djalma Marinho, dois dos maiores amigos políticos. De uma feita, o seu tio Paulo Mesquita alarmado com os gastos e a devastação que ele fazia na propriedade rural, profetizou: “Arvoredo é tão rica e tão boa, que Leonel todos os meses passa o dia depredando a propriedade, mas ela durante a noite se refaz para ele no dia seguinte fazer tudo novamente”.
05) Leonel era abecedista de carteirinha. Vez em quando, frequentava o Castelão. Certa vez, estacionou, à tarde, o seu carro em frente ao estádio e pediu os cuidados de um garoto “pastorador”. Ao final do jogo, constatou que seu automóvel havia sido deslocado do ponto onde o deixou, o que danificou a caixa de marchas. O “pastorador” denunciou de pronto, que empurraram o veículo, mas anotou a placa do carro do responsável. Dia seguinte, ele foi ao Detran e descobriu o nome do proprietário. Era um conhecidíssimo engenheiro, dono de uma construtora. Sem maiores contemplações, Leonel colocou um paralelepípedo no banco do seu carro e se dirigiu à sede da empresa, no bairro da Ribeira. Lá encontrou o automóvel do empreiteiro. Ato contínuo, atirou o petardo no parabrisa do automóvel do proprietário e, sob os olhares dos curiosos, sentenciou: “Tamos quites!!!”.


(*) Escritor. 

13/07/2016

DIA 13 - H O J E


ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS

 

EDITAL Nº 06, DE 28/06/2016.

Assembleia Geral - Sessão Solene de Posse

O Presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, de conformidade com seu Estatuto Social e Regimento Interno, Convida os Srs. Acadêmicos e Acadêmicas, para a Assembleia Geral - Sessão Solene de Posse, da Professora,  Eulália Duarte Barros,  como  terceira  sucessora da cadeira Nº 13, eleita em 15 de setembro 2015  que tem como  Patrono Luís Fernandes,  Fundador Câmara Cascudo,  sucessor 1 Oriano de Almeida ,sucessor 2 e última ocupante Anna Maria Cascudo Barreto.


Orador:
Acadêmico Paulo Balá (Paulo Frassinete Bezerra)


Comissão de Recepção:

Acadêmico Valério Mesquita
Acadêmico Jurandyr Navarro
Acadêmica  Diva Cunha

  Comissão: Para impor as vestes e insígnias acadêmicas na nova imortal

Acadêmica Sônia Faustino,
Acadêmico Iaperi Araújo
Acadêmico Paulo de Tarso.

Data: 13 de julho  de 2016 (quarta-feira)
Horário: ás 20 horas
Salão Nobre da Academia

Diogenes da Cunha Lima

12/07/2016

homenagem a LÚCIA HELENA PEREIRA


LÚCIA HELENA FOI UMA MULHER VIBRANTE, ATENTA ÀS COISAS DA CULTURA. GALGOU A ELEIÇÃO PARA A ACADEMIA FEMININA DE LETRAS DO RN E ACADEMIA CEARAMIRINENSE DE LETRAS E ARTES "PEDRO SIMÕES NETO".
 FEZ PARTE DAS DIRETORIAS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, ONDE POSTERIORMENTE FOI ESCOLHIDA COMO HONORÁRIA E DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES DO RN. 
JORNALISTA, BLOGUEIRA, CONFERENCISTA, DEIXA UMA GRANDE LACUNA E UMA ENORME SAUDADE. A TERRA DOS CANAVIAIS ESTÁ EM PRANTOS PELA PERDA DA SUA DEFENSORA PERPÉTUA.


HOMENAGEM DOS SEUS CONFRADES DO IHGRN

11/07/2016

HOJE - DIA 13


EDITAL Nº 06, DE 28/06/2016.

Assembleia Geral - Sessão Solene de Posse

O Presidente  da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, de conformidade com seu Estatuto Social e Regimento Interno, Convida os Srs. Acadêmicos e Acadêmicas, para a Assembleia Geral - Sessão Solene de Posse, da Professora,  Eulália Duarte Barros,  como  terceira  sucessora da cadeira Nº 13, eleita em 15 de setembro 2015  que tem como  Patrono Luís Fernandes,  Fundador Câmara Cascudo,  sucessor 1 Oriano de Almeida ,sucessor 2 e última ocupante Anna Maria Cascudo Barreto.


                  
Orador:
Acadêmico Paulo Balá (Paulo Frassinete Bezerra)


Comissão de Recepção:

Acadêmico Valério Mesquita
Acadêmico Jurandyr Navarro
Acadêmica  Diva Cunha

     Comissão: Para imporem as vestes  e insígnias acadêmicas na nova imortal

Acadêmica Sônia Faustino,
Acadêmico Iaperi Araújo
Acadêmico Paulo de Tarso.
  

Data: 13 de julho  de 2016 (quarta-feira)
Horário: ás 20 horas
Salão Nobre da Academia


 Diogenes da Cunha Linha

Presidente

ALFREDO MESQUITA EM TRÊS TEMPOS

Valério Mesquita*

Uma vida pública exercida ao longo de mais de quarenta anos é impossível de ser memorizada de uma ou duas vezes. Quase sempre fatos isolados ou esquecidos emergem e são lembrados, aqui e acolá, por mentes privilegiadas que ajudam a moldar o perfil de quem já se foi, mas que deixou inesquecíveis lições de vida. Assim foi Alfredo Mesquita Filho, ex-prefeito de Macaíba (três vezes) e ex-deputado estadual também por três legislaturas.
Um traço predominante de sua personalidade era o despreendimento, o despojamento de bens materiais ou vantagens que lhes fossem, porventura, oferecidos. Esse legado grandi-eloquente de sua vida tive poucas chances de narrá-lo em várias notas biográficas que produzi, principalmente por ocasião do seu centenário de nascimento.
01) Integrava uma prole de seis irmãos herdeiros de um rico patrimônio em fazendas, rebanhos, lojas de tecidos e dinheiro quando sobreveio a morte do seu pai. Como não poderia deixar de ser, ocorreram inúmeras discussões e disputas entre os irmãos pelo espólio. Ao receber o seu quinhão percebeu que dois dos seus irmãos litigavam pessoalmente e na justiça, insatisfeitos pelo que lhes couberam. Numa atitude inusitada, ofereceu “de mão beijada” a sua parte na Loja Natal Modelo aos dois contendores e com isso sepultou a dissensão dos manos José e Vicente Mesquita.
02) De outra feita, lá pelo final dos anos quarenta, presenciou a firma Santos e Cia Ltda, pertencente ao seu grande amigo José dos Santos, atravessar seríssimas dificuldades de crédito alem de outros problemas que inviabilizavam a organização. Desfrutando de excepcional prestígio político e pessoal nos governos pessedistas de José Varela no Rio Grande do Norte e de Eurico Gaspar Dutra, presidente, através de Georgino Avelino e João Câmara, conseguiu no Rio de Janeiro, capital da República, a recuperação econômica da empresa tornando-se credor da gratidão e do profundo reconhecimento da família Santos. Seu José, português, homem honrado e líder do grupo, convidou Mesquita para ser sócio da firma. “Não posso ser sócio se não tenho capital nem ações para tal objetivo”, foi a sua resposta. “O que você fez é bem mais do que todos esses papéis”, retrucou o velho José dos Santos. “Mas não posso aceitar”, concluiu Alfredo Mesquita e encerrou o assunto. Creio que Geraldo Ramos dos Santos familiares conhecem o episódio.
03) No plano político, menores não foram os exemplos do seu desapego às ofertas ou benesses que pudessem lhe trazer vantagens ou significar se curvar aos poderosos. Lembro-me que, no governo de Aluízio Alves, em 1965, recebeu uma missão chefiada pelo economista Roosevelt Garcia com o fito de oferecer-me um cargo de fiscal de rendas em troca do abrandamento de sua atuação política no município para beneficiar a candidatura do Monsenhor Walfredo Gurgel. A resposta só não foi truculenta em respeito ao emissário que era um dos seus sobrinhos prediletos. E assim perdi a missão de arrecadar tributos. Ainda na política, acode-me a história do discurso explosivo de Carvalho Neto na praça pública de Macaíba em 1966 contra Francisco Seráfico e Mônica, adversários de Mesquita no plano municipal. Logo se formou um grupo hostil para agredir fisicamente o inflamado orador. Ao tomar conhecimento, Alfredo Mesquita deslocou-se  até o comício e ao lado de amigos formou uma muralha de defesa em torno de Carvalho Neto e foi deixa-lo em Natal, seguido por um comboio de automóveis. São e salvo.


(*) Escritor.