17/07/2015

H O J E - NÃO FALTE


INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE-IHGRN

CONVOCAÇÃO PARA SESSÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA


E D I T A L


O Presidente do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE – IHGRN, na conformidade das disposições combinadas dos artigos 10, parágrafo único, e 15, letra “d” do Estatuto Social vigente CONVOCA os seus sócios que estejam em pleno gozo dos seus direitos sociais estabelecidos no referido Estatuto, para se reunirem em Sessão de Assembleia Geral Ordinária, que se realizará no dia 17 de julho vindouro (sexta-feira), no auditório da Instituição, à Rua da Conceição, 622 – Cidade Alta, nesta Capital, às 15,30 h em primeira convocação, com a presença da maioria absoluta dos sócios e 16:00 h em segunda convocação, com qualquer número, a fim de discutir e deliberar sobre a seguinte pauta:

a)    Apreciação do Relatório de Gestão e Demonstração Contábil da Diretoria, exercício de 2014;

b)   Outros assuntos correlatos.

Natal, 01 de junho de 2015

Valério Alfredo Mesquita



16/07/2015

LANÇAMENTO DO LIVRO DE ROBERTO LIMA

Na noite de 14 de julho o Teatro Alberto Maranhão no tradicional bairro da Ribeira, recebeu um grande contingente de amigos do escritor ROBERTO LIMA, Presidente da União Brasileira de Escritores - RN, apesar das notícias de interdição do velho Teatro e concorrência com solenidade ocorrente no mesmo horário no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
Nesta foto vemos o escritor Roberto Lima e o poeta Eduardo Gosson e sua neta Rebeca


Algumas presenças importantes: Jornalista Vicente Serejo, escritor Nelson Freire, o Presidente do IHGRN Valério Mesquita e o pesquisador e escritor Francisco Marinho.

PARABÉNS AO NOSSO QUERIDO CONFRADE.




O blog do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE comemora a marca de 40.000 acessos, agradecendo aos seus leitores e se comprometendo a sempre dar contas de suas atividades e de suas programações.
OBRIGADO.

15/07/2015

O IHGRN ABRE SUAS PORTAS PARA REGISTRAR O CENTENÁRIO DO AMÉRICA FUTEBOL CLUBE - 14-7-1915

Por solicitação dos dirigentes do América Futebol Clube, o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte realizou sessão solene para registrar a passagem dos 100 anos de fundação do Clube alvirubro, ocorrida nas cercanias do próprio Instituto no dia 14 de julho de 1915.




 A sessão foi presidida pelo Vice-Presidente Ormuz Barbalho Simonetti em razão de problemas de saúde ocorridos com o Presidente Valério, participando da Mesa dos Trabalhos os ex-Presidentes Fernando Nesi, Jussier Santos e o Presidente em exercício Hermano Morais, além dos Secretários do Instituto Carlos Gomes e Odúlio Botelho e o representante do Prefeito de Natal, Dr. Luiz Eduardo Machado, Secretário de Esporte e Lazer .
 O auditório ficou lotado, além de grande contingente de americanos e americanas que assistiram a solenidade em um telão colocado no Largo Vicente de Lemos


Para falar pelo Instituto o Presidente Valério Mesquita designou o Secretário Geral e torcedor do América, escritor e pesquisador Carlos Roberto de Miranda Gomes, que fez alguns registros interessantes, dos quais resumidos os seguintes:


Fundação do América Foot Ball Club
e fundadores

Apesar dos precários registros documentais, é absolutamente exato que o clube foi fundado no dia 14 de julho de 1915, feriado nacional comemorativo da “Queda da Bastilha”, na França, fato ocorrido ironicamente na residência do Desembargador Joaquim Homem de Siqueira Cavalcanti (não apreciava futebol), situada na Rua Vigário Bartolomeu, possivelmente nº 565, antiga Rua da Palha na Cidade Alta, precisamente em uma dependência onde ocupavam os irmãos Carlos e Oscar, que dava para o Beco da Lama, depois Rua Vaz Gondim (há indicações dos nºs  598 e 600) e hoje Rua Professor José Ivo, onde se reuniram 15 desportistas. Hoje o imóvel não tem mais fundos para o Beco da Lama, pois foi vendida uma parte para loja que fica na Rua Ulisses Caldas, esquina com o Beco).

O novo clube recebeu inicialmente o nome de América Foot Ball Club, expressão inglesa muito em voga, quinze dias depois da fundação do ABC que, no futuro, tornar-se-ia o seu principal adversário.

Acrescente-se, por oportuno, que antes da data da fundação oficial houve uma reunião preparatória realizada informalmente no dia 11 de julho na residência do Senhor Manoel Coelho de Souza (Inspetor da Alfândega), localizada à Rua Nova, que contemporaneamente recebeu o nome de Av. Rio Branco, local onde posteriormente funcionou, por muito tempo, a Livraria Universitária. Foi nessa reunião preliminar que se aprazou a fundação oficial para o dia 14, por ser feriado nacional. (Informações colhidas de depoimentos que afirmam ter sido declaração do Doutor Oscar Siqueira). Contudo, tendo por base declarações do grande desportista e americano Gil Soares, nessa fundação teriam comparecido 27 jovens nas dependências onde servia de sala de estudos dos irmãos Coelho, inclusive Manoel Coelho Filho teria participado da primeira diretoria presidida por Getúlio Soares.

Certamente essa diferença entre 15, 27, 34, 36 ou 38 fundadores se justifica pelo do fato de que nem todos estiveram numa única reunião ou assinaram a lista de presença, mas que se agregaram nas seguintes até o registro do estatuto, situação muito comum na fundação de entidades. Assim, damos fé a todas as versões, haja vista que o ocorrido não descaracteriza o grande número de desportistas interessados na criação do América, ficando assim a relação, pela ordem alfabética:

São fundadores nas versões comparadas de Gil Soares, Oscar Siqueira, José Rodrigues de Oliveira, Miguel Leandro, Carlos Barros, Lauro Lustosa, Fernando Nesi e Luiz G.M.Bezerra:

1 – ABEL VIANA, estudante e foi proprietário de uma das mais tradicionais padarias de Natal;
2 – AGUINALDO CÂMARA, conhecido por “Barba Azul”, irmão da Profª Belém Câmara;
3– AGUINALDO FERNANDES DE OLIVEIRA, filho do Des. Luiz Fernandes;
4 – AGUINALDO TINOCO, filho do Cel. João Juvenal Pedrosa Tinoco, chefe da firma Pedrosa & Tinoco & Cia.;
5 – ANIBAL ATALIBA, filho do velho Ataliba, da Estrada de Ferro Central /RN e grande amigo do trovador João Carlos de Vasconcelos;
6 – ANTONIO BRAGA FILHO, empregado da “Casa Lotérica”, de Cussy  de Almeida;
7 – ANTONIO DA ROCHA SILVA (Bidó), cunhado do falecido Aurélio Machado França, funcionário federal;
8 – ANTONIO TRIGUEIRO, empregado da Loja “O Amigo do Povo”, de Felinto Manso, na Praça do Mercado, Cidade Alta;
9 - ARARY DA SILVA BRITO, funcionário do Ministério da Fazenda, Oficial Administrativo da Alfândega/Natal e de Tributos Federais da Alfândega/RJ;
10 - ARMANDO DA CUNHA PINHEIRO, filho do Prof° João Tibúrcio e falecido como tenente do Exército;
11 – AUGUSTO SERVITA PEREIRA DE BRITO (Pigusto), funcionário do Departamento de Segurança Pública do Estado;
12 - CAETANO SOARES FERREIRA, amazonense e irmão do 2° Presidente Getúlio Soares Ferreira;
13 – CARLOS DE LAET, filho de João Antonio, da Brigada do Exército;
14                    – CARLOS FERNANDES BARROS, fiscal de Consumo, aposentado;
15 – CARLOS HOMEM DE SIQUEIRA, funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil/RN;
16 – CLINIO BENFICA, estudante, nascido em Baixa Verde (hoje João Câmara);
17 – CLOVIS FERNANDES BARROS, comerciário, passou a residir em Recife/PE;
18 – CLODOALDO BAKKER, estudante e funcionário federal;
19 - EDGAR BRITO;
20 - EUCLIDES OLIVEIRA, nome acrescentado pelo tabelião Miguel Leandro;
21 - FRANCISCO LOPES DE FREITAS, chefe do expediente da Prefeitura de Natal e do Dep. De Finanças e campeão de bilhar em Natal, amante do remo e apontado como 1º Presidente do América no período de 14/7 a 14/12/1915.  Assinala-se o nome de FRANCISCO LOPES TEIXEIRA também apontado como 1º Presidente, o que nos leva a acreditar, pela similitude do nome, se trate da mesma pessoa;
22 – FRANCISCO PEREIRA DE PAULA (Canela de Ferro), estudante e funcionário público;
23 – FRANCISCO REIS LISBÔA, estudante falecido ainda jovem;
24 – GETÚLIO SOARES FERREIRA, 2° Presidente do América por eleição direta por aclamação (15/12/15 a 14/12/16). Era campeão de Natação pelo Centro Náutico Potengi, tendo treinado para uma das Olimpíadas. Amazonense, ingressou no Banco do Brasil e serviu em Natal;
25 - JOAQUIM REVOREDO, nome apontado pelo tabelião Miguel Leandro;
26 – JOÃO BATISTA FOSTER GOMES SILVA (Padaria), funcionário de “A República” e responsável pela cobrança/América;
27 – JOSÉ ARAGÃO, estudante e funcionário público;
28 – JOSÉ ARTUR DOS REIS LISBÔA, estudante, irmão de Francisco, ambos filhos do Capitão do Porto, Reis Lisboa, intelectual, foi Delegado de Policia em Recife;
29 – JOSÉ FERNANDES DE OLIVEIRA (Lélio), estudante. A família residia no “chalet” da av. Rio Branco, onde morou o Dr. Solon Galvão, esquina com a rua Apodi;
30 – JOSÉ LOPES TEIXEIRA, comerciário e irmão de Francisco Lopes Teixeira (de Freitas), 1° Presidente eleito, por aclamação, na reunião de fundação;
31 – LAURO DE ANDRADE LUSTOSA, empregado da firma Olimpio Tavares & Cia.;
32 – LUCIANO GARCIA, estudante, posteriormente funcionário público;
33 – MANOEL COELHO DE SOUZA FILHO, estudante, que muito se esforçou para as atividades do clube. Faleceu no Rio de Janeiro;
34 – MARIO MONTEIRO, irmão do falecido telegrafista Orlando Monteiro.  Trabalhava no semáforo da torre da Catedral;
35 – NAPOLEÃO SOARES FERREIRA, irmão de Getúlio e Caetano Soares Ferreira;
36 – OSCAR HOMEM DE SIQUEIRA, estudante, atleta e Presidente do América, que alcançou o alto posto de Desembargador, como seu pai Joaquim Homem de Siqueira;
37 – SIDRACK CALDAS, irmão de Abdenego Caldas, figura ilustre da cidade;
38 – VITAL BARROCA, eleito Vice-Presidente para a segunda gestão, iniciada em 15/12/1915.

      No encerramento da sessão aconteceu um fato inusitado: O orador da noite, escritor Carlos Gomes pediu a palavra e leu os primeiros versos do Hino Oficial do América e em seguida indagou se alguém conhecia, gerando um rebuliço na platéia pois os torcedores tinham acabado de entoar o hino no final da missa que antecedeu a solenidade. Então o orador disse, pois um dos autores do hino está aqui no recinto e ao se apresentar o empresário musical HILTON ACIOLI foi aplaudido de pé e em seguida suportou uma maratona de fotografias com os presentes. Foi um momento de total contentamento, coroando um dia de comemorações. Um pouco da história:

O hino oficial, assim reconhecido pela família americana e constante do seu site oficial é a composição dos componentes do Trio Marayá - letra de Behring Leiros e Hilton Acioli e música de Marconi Campos, com a denominação “Eu sou América”:
 
Eu sou América
Marcha
Música: Marconi Campos
Letra: Behring Leiros e Hilton Acioli
Int.: Trio Marayá

Ficha Técnica
Gravação Especial -
Compacto Simples  PCS 40.006  de 1973
Gravado no Estúdio Eldorado em São Paulo-SP
Técnico Flávio Augusto - Marcus Vinícius- Luiz Carlos
Uma promoção Exclusiva da S. S. Propaganda LTDA
Natal.


O nosso time mostra a sua raça no jogo,
É o América, América
Vai conquistando o coração do povo no jogo,
E na torcida eu sou América
Eu sou América e tenho orgulho de ser,
Porque o América em tudo é o melhor
É alegria no esporte e no futebol
América, América (Bis)
Meu coração vibra nas suas cores
Eu sou América, América
É uma canção que canta mil amores, enfim,
Cantou América, América
Vamos em frente gente Americana
Mostrar que o nosso time entrou pra valer
Bola pra frente, quero ver jogando pra ganhar
América, América (Bis)

Outra Gravação Especial – Pedrinho Mendes
CD  - América é sucesso  ao Vivo  - Ano 1998
Gravado no Estúdio Companhia do Som-RN (Lula)
Técnico Eli Medeiros
Produzido por Alex Padang - Natal.
Fonte Acervo da Música Popular (Leide Câmara)

O produtor Hilton, ladeado pela escritora Leide Câmara, Odúlio Botelho e Carlos Gurgel, os dois últimos membros da Comissão de Recepção, juntamente com o orador da solenidade.
O Presidente Hermano Morais com Hilton Acioli e Leide Câmara

O público aplaude o ilustre visitantes e o fez por tempo demorado, inclusive todos ficaram de pé e felizes.

Foi uma solenidade histórica e importante para as duas Instituições - IHGRN e o Centenário América Futebol Clube (1915-2015.


14/07/2015

RELEMBRAMOS A NOSSA ASSEMBLEIA GERAL HOJE



INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE-IHGRN

CONVOCAÇÃO PARA SESSÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA


E D I T A L


O Presidente do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE – IHGRN, na conformidade das disposições combinadas dos artigos 10, parágrafo único, e 15, letra “d” do Estatuto Social vigente CONVOCA os seus sócios que estejam em pleno gozo dos seus direitos sociais estabelecidos no referido Estatuto, para se reunirem em Sessão de Assembleia Geral Ordinária, que se realizará no dia 17 de julho vindouro (sexta-feira), no auditório da Instituição, à Rua da Conceição, 622 – Cidade Alta, nesta Capital, às 15,30 h em primeira convocação, com a presença da maioria absoluta dos sócios e 16:00 h em segunda convocação, com qualquer número, a fim de discutir e deliberar sobre a seguinte pauta:

a)    Apreciação do Relatório de Gestão e Demonstração Contábil da Diretoria, exercício de 2014;

b)   Outros assuntos correlatos.

Natal, 01 de junho de 2015

Valério Alfredo Mesquita

Presidente
 
 

A rede que nos envolve
(Lívio Oliveira)

Caríssimos amigos leitores, não se iludam com o título deste texto. Não tratarei aqui de nada que diga respeito diretamente à internet e suas movimentadíssimas redes sociais. Também não falo ainda da excelente ideia e maravilhosa inauguração de uma Difusora no Beco da Lama, a novíssima “Boca do Beco”, rede de comunicação alternativa que me agradou imensam...ente pela criatividade poética inusitada e pela resistência cultural.

Ocorre que, neste momento, estou mesmo é fazendo menção à boa e ecumênica rede de pano, a secular “rede-de-dormir”, tão bem estudada por Luís da Câmara Cascudo em uma de suas muitas obras etnográficas: “Depois verifiquei que a primeira citação nominal da rede datava de abril de 1500. Daí para nossos dias constituía um elemento indispensável e normal da existência de milhões e milhões de brasileiros em quatro séculos. Nasciam, viviam, amavam, morriam na rede.” (Rede de Dormir – Uma Pesquisa Etnográfica, Ed. FUNARTE/INF/Achiamé/UFRN, Rio de Janeiro, 1983).

É que também andei recordando uma maravilhosa notícia que vi certa vez no noticiário televisivo. Através da matéria, fiquei sabendo que maternidades de Maceió, talvez até com auxílio dos conhecimentos cascudianos, andavam usando redes para acalmar bebês nascidos prematuramente e que possuem alto grau de irritabilidade. De acordo com a opinião de alguns médicos e fisioterapeutas, a rede faz com que essas crianças fragilizadas com os traumas do nascimento antecipado possam relaxar e dormir com mais facilidade. A rede serviria como uma forma alternativa e eficaz de acalmá-las quando não dispusessem do colo da mãe.

Destaque-se que o tecido das tais redes deve ser escolhido e preparado de forma a evitar alergias e infecções oportunistas. Ademais, com o seu uso, também se faz possível a redução da quantidade de glicose usada para acalmar os bebês. Outro ponto positivo da utilização da rede é que a posição do bebê em seu interior minimiza desconfortos respiratórios.

Na verdade, fisioterapeutas e pediatras chegaram a concordar que, de certa forma, a rede realiza uma simulação do espaço intra-uterino, ajudando a desestressar o bebê, reduzindo sequelas que poderiam se projetar para a vida adulta. Bom lembrar que, com o uso das redes, o sono dos bebês se torna tão tranquilo que algumas mães querem até levar o artefato para fazer uso em casa.

Taí uma notícia que me deixou realmente feliz e me mostrou como a criatividade e a sensibilidade podem se fazer aliadas da técnica e da ciência para minorar os males da humanidade. Isso mereceria mesmo um bom estudo científico para aprofundar a compreensão sobre a simples solução levada a cabo. No que respeita ao uso da rede de dormir, decididamente, sou um adepto contumaz. Há muito tempo (e não somente eu) nutro predileção pelo seu conforto amoldável ao corpo e aquele balanço que nos envolve, acalma e inspira.
    
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


VIVA DO SEU JEITO

Valério Mesquita*

Não se irrite se os principais sinais de trânsito em Natal estão encobertos por galhos de árvores. Nem se apavore com o aumento prenunciado da gasolina e do álcool. O país dos veículos motorizados agradece as autoridades o sufoco de viver hoje em dia. Não fique indignado com o desperdício de duzentos e oitenta milhões gastos na recuperação dos apartamentos para os senhores deputados federais em Brasília. Pois, o exercício da missão é árduo, penoso e estafante. Não entre em parafuso se o Walfredo Gurgel e similares não tomaram conhecimento do plano de emergência oficial para a normalização - haver passado, passando. As brancas batas dos médicos continuam Omo total.
Não se perturbe com as obras de mobilidade, pois passarão o céu e a terra, e elas também não passarão. Jamais ponha credibilidade em tudo que se disser em nome da copa do mundo que virá. Já está ficando chato o uso e abuso das coisas nesta cidade em função de uma mixuruca rodada afro-asiática do futebol do terceiro mundo. Não se desespere com as exigências da vida social, cultural, política e social. O melhor mesmo é cuidar da vida pessoal sem patrão e sem fardos para carregar. Nem se assuste com os índices de criminalidade reinante na periferia da droga ululante. Ela está tirando a vida de uma geração inteira de jovens aqui e alhures, como diria o amigo jornalista Paulo Macedo.
Viva do seu jeito. Como é gostoso ouvir as canções que despertam sentimentos adormecidos. Ou respirar proustianamente aromas que nos recordem a infância, a adolescência: aprendi a lição wildeana de que a “tragédia da velhice não consiste em ser idoso, mas em ter sido jovem”. Não se sinta infeliz pela amolação de estar fazendo parte da sociedade. Pior é se posicionar como excluído dela. Aos aposentados de toda sorte pela guilhotina da compulsória afirmo que não me considero envelhecido, mas amadurecido. Relembro: viva do seu jeito, sendo você mesmo, porque as outras personalidades já têm dono. Por tudo, subestime os feriados santos brasileiros que tanto desabitam as igrejas. Daí, eu ter horror ao ponto facultativo.
Aconselho o cultivo do humor. “A Escolinha do Professor Raimundo” ainda é a minha preferida. Chico Anísio foi um gênio. Tipos como Rolando Lero (Rogério Cardoso), Baltazar da Rocha (Walter D’Avila), Brandão Filho, entre outros, honraram o humorismo nacional que hoje sobrevive de pornochanchadas, imoralismos e nudez. O nu, para os aficcionados é muito bom, mas sem confundi-lo com o humor. Não confie muito na televisão que explora a superficialidade de muitos com programas de baixo nível como o Big Brother e a Fazenda. Seja você mesmo. Não vá na onda. Viva do seu jeito. Não “Salve o Jorge” da novela global. Tudo é picaretagem.
(*) Escritor