18/04/2015

A EXTREMA DIFICULDADE DE FAZER CULTURA


O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, entidade cultural constituída como pessoa jurídica sem fins econômicos completou 113 anos de fundação.
A atual DIRETORIA iniciou sua tarefa no dia 15 de março de 2013 e a partir de então se entregou de corpo e alma para retirar os obstáculos que não permitiam o seu funcionamento pleno, apesar do esforço dos Presidentes anteriores Enélio Petrovich e Jurandyr Navarro da Costa.
O exercício de 2013 foi todo para a regularização geral e reordenamento do seu funcionamento, além da aprovação de Plano Estratégico para o restante do mandato que, neste ano de 2015 entra na sua reta final.
O exercício de 2014 foi de grandes realizações, do que foi dada ciência aos associados através de permanentes informações através deste blog (quase 34.000 acessos), nas reuniões de Diretoria e Assembleias Gerais e reiteradas reportagens da nossa imprensa impressa, televisada e da edição da Revista do IHGRN.
Muita coisa foi feita, isso é inegável, mas muitas outras precisam ser realizadas e para isso contamos com a dedicação de várias pessoas: Valério Mesquita, seu Presidente e carro chefe para abrir portas e garantir o excelente relacionamento institucional; Ormuz Barbalho Simonetti, responsável por todas as ações de restauração física e idealizador de programas e projetos; Carlos Roberto de Miranda Gomes e Odúlio Botelho Medeiros, Secretários, que garantem a funcionalidade administrativa e toda a parte de legislação da Casa da Memória em dia; Eduardo Antônio Gosson, que vem dando conta da difícil missão das finanças do Instituto, sempre em estado de carência, exigindo verdadeira mágica, somente superada pela assiduidade, agora reforçada com a experiência de Augusto Coelho Leal (Guga), que vem acompanhando o ritmo das nossas necessidades, louvando-se o trabalho de George Veras, substituído por questões de novas atribuições que assumiu fora da nossa associação; Edgard Ramalho Dantas, responsável pela área da Biblioteca, Arquivo e Museu, supervisionando a ação mais importante deste final de mandato que é o inventário do acervo e sua recuperação, já agora possível através de uma Comissão designada, sob a coordenação do sócio e especialista Francisco Marinho e que passou a contar com dez computadores doados pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região; Adalberto Targino, nosso Diretor Orador, tem sido presente toda vez que seja necessária a sua intervenção. Paralelamente contamos com a fiscalização dos nossos sócios membros do Conselho Fiscal: Eider Furtado de Mendonça e Menezes, Tomislav Rodrigues Femenick e Lúcia Helena Pereira, lamentando o afastamento do companheiro Paulo Pereira por problemas de saúde, mas que até onde foi possível, foi presença diária ao expediente do IHGRN.    Recentemente passamos a ter um assessor da Presidência na pessoa do sócio Jansen Leiros, que muito tem contribuído para a eficiência dos serviços.
Para permitir o bom funcionamento da administração temos um corpo de servidores dedicados e da grande colaboração da Técnica Scilla Gabel e do Contador Jônatas Fernandes, contratados para encargos especializados.
Contamos, ainda, com visitas diárias de muitos sócios, que enriquecem nossa gestão, mais assiduamente Jurandyr Navarro, Carlos Adel, João Felipe, Claudionor Barbalho e Vicente Serejo.
Atualmente estamos desenvolvendo esforço para um RECADASTRAMENTO a fim de apurarmos os motivos dos sócios que não mais pretendam continuar filiados ao Instituto, seja por solicitação expressa ou por omissão de frequência e descumprimento das obrigações estatutárias durante dois anos de ausência e falecimentos, porquanto a manutenção dos mesmos na listagem de sócios vem causando dificuldades nos momentos de apuração de “quorum” para as reuniões de Assembleia.
Uma palavra final aos nossos estimados associados: aqueles que, de alguma forma, não simpatizem com os atuais dirigentes por questões de ordem pessoal, cumpram as suas obrigações estatutárias e se habilitem para concorrerem à futura direção da entidade, pois este ano é de ELEIÇÃO (entre os meses de outubro e novembro vindouros) para o que serão informados das medidas legais de convocação.
Sabemos que este ano de 2015 será de grandes dificuldades financeiras mas acreditamos, que não faltarão a ajuda dos associados, dos amigos e das entidades públicas e privadas com os quais estamos mantendo contatos.

Carecemos de completar os numerários para contrapartidas de convênios e vamos solicitar ajudas extras e realizar uma grande feira de livros para angariar fundos, contando com doações de obras e exemplares da nossa reserva disponível.

17/04/2015

16/04/2015

                          18 anos...

Por: Augusto Coelho Leal, sócio efetivo do IHGRN

O Baile de máscara, festa que abre o carnaval de Natal, foi criação nossa, dos confeitaristas - freqüentadores da Confeitaria Atheheu, há aproximadamente vinte e cinco anos. Era uma festa simples, com uma bandinha –Banda do Siri- comandada pelo amigo Hélio Rocha. Faziam parte dos organizadores, além do próprio Hélio, eu, Ronald Gurgel, Sergio Lima, Hélio Nelson, Airton Bulhões, Moacir Gomes, Odeman Miranda, Adelmo Calafange, Noberto Faria, José Eduardo Luz, Luzenildo Porpino, Adalberto Pereira Pinto e outros.
Lá na Confeitaria, existem uns quadros com fotografias da época, e umas minhas com um par de cifres de boi bem grande na cabeça, chamou a atenção da repórter da TV Cabugi, que me perguntou o porquê daqueles chifres. Respondi que o baile era de máscara e como eu sou muito feio, não precisava usá-las, mas para minha fantasia não ficar muito diferente de alguns confeitaristas, tinha que usar aquele majestoso par de chifres. Ela entendeu e riu.
Antes, ela -a repórter- tinha feito uma entrevista com Odeman Miranda – dono da Confeitaria- e Odeman falou que no tempo dele o carnaval era bem melhor e mais alegre. Ela guardou aquela resposta e se dirigiu a minha pessoa e perguntou se eu concordava com aquilo que Odeman tinha falado, eu respondi que sim.  Ela não conformada, pediu uma explicação. Então eu disse que tínhamos dezoito anos, e tudo nessa idade é mais bonito.
Veio-me agora, a lembrança da juventude, do tempo de criança, tudo era mais bonito. Que bom lembrar artistas eternamente belas, como Gina Lolobrígida, Sophia Loren, Audrey Hepburn, Natalie Wood, Grace Kelly. De artistas como o Gordo e o Magro, Os três patetas, Mario Moreno – Cantiflas, que faziam a gente sorrir nas matinês dos cinemas Rio Grande, Nordeste, Rex e Poty, onde marcávamos encontros com as namoradas.
Lembrar das missas em latim. O padre de costas para os fieis, e as mulheres de véu na cabeça, com um terço e um missal nas mãos. Mesmo de costas para os fieis, o Cônego Luiz Wanderley ainda aplicava sonoros “batidos” nas moças que usavam na Igreja, blusas sem mangas, e saias um pouco acima dos joelhos. Para comungar tínhamos que passar mais de doze horas em “jejum”. Era diferente não era?
Quem não se lembra das nossas mães, costurando em máquinas Singer, Vigorelli ou Leonam, fazendo camisas, vestidos, calças, ou pregando botões com um dedal no dedo?
Ouviam-se discos de 45 ou 78 rpm, long play ou compacto duplo. Lembram-se das radíolas portáteis, que levávamos para os “assustados”, juntamente com esses discos, ao som dos ritmos bossa nova, bolero, rock, mambo, twist ou “cha, cha, cha”.
Tempos diferentes. Tudo era melhor, até mesmos os ladrões, pois batíamos as ruas de Natal, pelas madrugadas fazendo serenatas para as namoradas, sem sermos molestados por ninguém. Podíamos cantar- É tal calma à noite. Realmente eram calmas as noites.
Saímos de casa, com os cabelos penteados com Gumex, ou brilhantina Glostora, tipo Elvis Presley. Como complemento, levávamos um Pente Flamengo, um pequeno espelho redondo, com um escudo de um time de futebol ou um retrato de uma mulher pelada na parte de trás. As meninas usavam um pentinho e um pequeno espelho dentro das bolsas. Até o urinol que tinha o nome de pinico era visto com bons olhos, servia para a moçada colocar e tomar bebidas no carnaval.
Quem não se recorda com carinho, do velho telefone de disco preto, que reinava solenemente na sala de visita, como se fosse uma jóia rara. Até os remédios de gosto ruins, tinham um sabor especial, e os nossos pais nos davam com todo carinho: Óleo de Rícino, Emulsão de Scott ou Biotónico Fontoura, eram os mais usados.
No vestuário masculino, das calças “boca de Sino”, eram festejadas. As mulheres usavam saias rodadas, vestidos longos, ou mesmo saias plissadas ou mini saias, ou blusa “tomara que caia”. Difícil as moças que usavam calças compridas. As fardas dos colégios femininos eram geralmente saias e blusas e a nossa turma ficava concentrada no Grande Ponto ou na Rua Deodoro, a espera da saída desses colégios, e que também surgisse de repente um “vento macho” para fazer a nossa alegria e de olhar de soslaio a calcinha das “desfilantes”.
Quem estudou engenharia ou matemática lembra-se bem da régua de cálculo, tão bem ensinada o seu manuseio, pelo querido professor Gilvan Trigueiro (Besourão) precocemente falecido.
Quanto era diferente aquela época. Novela nos rádios – nos rádios? Sim, parece mentira. O Direito de nascer fez o maior sucesso juntamente com Jerônimo o Herói do Sertão e Aninha a sua namorada. Eita tempo bom. Até a leitura nas revistas O Cruzeiro ou Manchete tinha outro prazer. Era tudo diferente.
 Minha netinha Maria Elisa perguntou-me qual a idade que eu queria ter sempre, respondi – dezoito anos. Ela pensou um pouco e disse – É vovô, você ficaria um rapaz, mas, em compensação não existia Eu, Matheus e Júlia (meus outros netos). Pensei um pouco e vi que tudo tem seu tempo certo. Hoje sou muito feliz vivendo o tempo de ser avô.


               


                

15/04/2015

GG



N O S   R U M O S   D A   I N D E P E N D Ê N C I A
Por GILENO GUANABARA, sócio efetivo do IHGRN

            Decidida a estada no Brasil, D. Pedro recebeu representação das Províncias de S. Paulo e das Minas, que solicitavam a formação de um Conselho de Estado. Diante dos rumos que tomavam os acontecimentos, as Côrtes de Lisboa pressionavam. Uma esquadra fora enviada, cujas naves foram contidas ao largo da barra. Em carta dirigida ao Rei de Portugal, com pedido de que fosse dado conhecimento às Côrtes, dizia: (...) para que saibam que o Brasil tem honra e é generoso com quem lhe busca o mal. Já impaciente, em missiva posterior, o Príncipe verberava contra as facciosas, horrorosas e pestíferas Côrtes. A habilidade política de D. Pedro devia-se aos seus conselheiros.
            Diante da penúria financeira do tesouro, o Príncipe tomou medidas saneadoras. Transferiu sua residência para a quinta da Boa-Vista e acomodou a administração no paço da cidade. Reduziu o pagamento de alugueres, de sua mesada e das cavalariças. Visitou repartições, tribunais, quartéis, impingindo sua personalidade. Ao mesmo tempo, a divisão, que era instigada nas Províncias do Norte pelas tropas portuguesas lá sediadas, exigiam juramento. Na Bahia, a tropa dava como certo seu desligamento da Regência, em obediência às Côrtes, com influência em outras Províncias. A esse espírito recolonizador antepôs-se a ação desassombrada da Maçonaria, no Rio de Janeiro e Niterói, com larga influência nas lojas maçônicas e no recém criado Grande Oriente, ao qual D. Pedro viria a se filiar. A essa força juntaram-se a imprensa, com a criação do Revérbero Constitucional Fluminense e a força do púlpito exercida pelo clero em suas igrejas.
            O aporte do brigue de guerra Infante D. Sebatião, trazendo decretos das Côrtes que ordenavam a prisão e a deportação de pessoas acusadas de encitamento da ordem pública, foi rejeitado por D. Pedro. Uma comissão do Senado solicitara uma audiência que se aprazou para o dia 9 de janeiro de 1822, a fim de serem ouvidas as súplicas e votos dos povos do Rio de Janeiro e de Províncias do Sul. Desde a Igreja do Rosário, onde se aglomerou a multidão, o Senado e os notáveis, marcharam em grande estilo e gala, tendo à frente o estandarte da Câmara, na direção do paço da cidade, onde precisamente, às onze horas, foram recebidos pelo Príncipe. Com habilidade bastante, o presidente do Senado, José Clemente Pereira, leu o discurso aguardado. Na proclamação, lembrou que o Brasil não desejava separar-se de Portugal, mas exigia um centro de união e governo, uma assembleia nacional e um poder executivo no seu próprio seio (...) que o Príncipe acolhesse benignamente os votos dos povos, e continuasse na Regência, pois só assim se retardaria a independência completa do Brasil com a República. Após ouvir a súplica, o Príncipe dirigiu-se à multidão: Agora só tenho a recomendar-vos – união e tranquilidade.
            No sentido de burlar a decisão anunciada, a tropa portuguesa, sob o comando do general Jorge de Avilez e de seus oficiais, tornou revolta a turba de soldados da guarnição e a plebe ignara. Ocuparam o sítio do alto do Castelo, de onde vislumbravam toda a cidade, hostis e ameaçadores. De outro lado, a Praça do Campo de Sant’Anna ocupado pelo povo em vibrações patrióticas, por milicianos e voluntários de Minas, Rio e São Paulo, sob o comando dos generais Xavier Curado, Nóbrega e Joaquim de Oliveira Álvares, os quais se puseram ao lado do Príncipe Regente: mais de seis mil pessoas de todas as classes pegaram em armas... Eram dois exércitos aptos para a batalha. O militar português, recuado na Praia Grande e face o ultimato de D. Pedro, fez com que Avilez e suas tropas, à espera de reforços da Coroa que não chegaram, batessem em retirada da Baia da Guanabara, no rumo de Portugal.
            Debelada a última resistência, em meados de janeiro, o Príncipe Regente decidiu compor em coalisão o seu ministério. A pasta do Reino, Justiça e Estrangeiros, coube a José Bonifácio de Andrada e Silva; a da Guerra a Oliveira Álvares, enquanto a da Fazenda coube a Caetano Pinto e a da Marinha a Manoel Antônio. Estavam presentes as forças em conflito, mas em convivência respeitável. A presença de José Bonifácio no ministério contribuiu, desde o seu retorno da Europa e o autoexílio em Santos, para que a sua nomeação (em lugar do irmão Martin Francisco) favorecesse o clima de conciliação que implementou, ora combatendo a indisciplina e a desordem provocada pelos lusoradicais, ora com a responsabilidade pela mantença do presidente da Junta de São Paulo, Oeynhausen, que fora deposto. Eram os rumos contraditórios da política.
            Mesmo em causa única, pró-independência, havia dissenções entre os brasileiros. Para uns, competia a solução da crise com o Príncipe Regente, apesar do temor da reação das Côrtes; ou de a monarquia se aliar na Europa a outras monarquias; ou de o Príncipe – dado a sua fraqueza de caráter - mudar de rumo, o que urgia a proclamação. Era o caso dos radicais Gonçalves Ledo, Cunha Barbosa, dos redatores de O Reverbero e da maçonaria. Outra corrente, de José Bonifácio junto ao Regente, primava pela serenidade da conciliação, tornando a independência uma obra de engenharia política, com desfecho natural dos acontecimentos. Daí a ação diplomática do Marquês de Barbacena, aconselhando-se junto ao Almirantado inglês, para efeito de contratação de Lord Cochrane, dos empréstimos financeiros a serem tomados e da possível reação dos estados europeus diante das posições assumidas por D. Pedro, no Brasil.  
            Sem querer e querendo, concebeu José Bonifácio a convocação do conselho de procuradores das províncias, com funções constituintes, como forma de pactuar entre o Príncipe e os interesses provinciais, tornando efetiva a autoridade central, no sentido de amenizar a dependência do país à tutela das Côrtes. Na prática, eram passos decisivos à opção entre ser ou não ser um ente colonial, calcados na realidade possível. Bastava ver a influência exercida pelo Partido das Côrtes nas Províncias do Norte, dentre elas a de Pernambuco, a que se juntava a nomeação do Brigadeiro Madeira de Melo, para o comando das armas da Bahia e a agitação que desencadeou.
           
           
                            

14/04/2015

UMA OPINIÃO II

Destino do Augusto Severo: AEROPORTO
Armando Negreiros, médico (armandoanegreiros@hotmail.com)
                Não entendo como uma população de cerca de um milhão e meio de habitantes (a região metropolitana de Natal) se submete a esse crime que os governantes fizeram transferindo o aeroporto para São Gonçalo do Amarante. Aliás, é a população de todo o estado, pois só temos aeroporto para grandes aeronaves em Natal: TRÊS MILHÕES E QUINHENTOS MIL HABITANTES!
                Estava tudo funcionando muito bem. Investiram cerca de VINTE MILHÕES DE REAIS para em seguida fechar o aeroporto. E ficam uns babacas dando sugestões, opiniões para saber o que fazer com o Aeroporto Augusto Severo. Ora, como o próprio nome indica, a melhor destinação para o Aeroporto é continuar sendo Aeroporto! Então, para que se gastou tanto dinheiro com reformas?
                Inicialmente dizia-se que o de São Gonçalo era apenas para cargas. E, realmente, parece um Aeroporto para transportar cargas. O de São Gonçalo não tem a metade do conforto do Augusto Severo. Do ponto de vista técnico o Augusto Severo tem três pistas e o de São Gonçalo tem apenas uma.
                E o trajeto de ida e volta? Uma verdadeira via crucis! Não entendo, mais uma vez, como uma população de três milhões e quinhentos mil habitantes se submete, cordeiramente (de cordeiro, mesmo) a um trânsito infernal tanto para ir como para voltar. Acabou a história de ir deixar, ou ir buscar, um parente, um amigo no aeroporto. A distância, o trânsito, o risco, inviabilizam completamente esse tipo de gentileza. Quem quiser que pegue um taxi, pelo triplo do preço de quando era no Augusto Severo!
                A entrada – e saída – de Natal pela BR 101, além de esteticamente bonitas, não têm a metade do engarrafamento que enfrentamos para o Aeroporto de São Gonçalo. E a distância? Acredito que seja em torno de um terço. E o tempo? Deve ser em torno de um sexto.
                Então, diante dos argumentos aqui elencados da superioridade do Aeroporto Augusto Severo sobre o de São Gonçalo, e que repito apenas alguns entre inúmeros outros:
1.       A apresentação de uma entrada na cidade de Natal esteticamente bonita pela BR 101;
2.       O engarrafamento de veículos bem menor;
3.       A distância significativamente menor;
4.       O preço dos taxis bem inferiores;
5.       As instalações bem mais confortáveis com restaurantes e lanchonetes;
6.       A presença de três pistas de aterrissagem e decolagem enquanto o de São Gonçalo só tem uma.
Pergunto:
Qual a justificativa para ficarmos calados, mudos como cordeiros obedientes e oligofrênicos?
Porque não nos movimentamos para voltarmos para o Aeroporto Augusto Severo?
Está mais do que na hora de nos unirmos todos, todos os segmentos da sociedade, para que o Aeroporto de São Gonçalo tenha lá a sua finalidade para a qual foi construído.
O argumento de que Natal não suporta dois aeroportos é fácil de resolver: vamos encontrar uma destinação para o Aeroporto de São Gonçalo! Até pela sua localização e pelo seu tamanho daria para ser adaptado para todas as sugestões que foram feitas para o Augusto Severo.
Dessa forma o Aeroporto de São Gonçalo poderia facilmente ser transformado numa das seguintes opções:
1.       Hospital de Trauma do Rio Grande do Norte;
2.       Centro Cultural da Grande Natal, com Teatro, Biblioteca, Cinema, etc.;
3.       Shopping Center – Grande Mall da Zona Norte;
4.       Um grande centro de diversões nos moldes da Disney em Orlando, o que seria um grande incentivo ao turismo;
5.       Qualquer outra utilidade, desde que o nosso Aeroporto voltasse a ser o confortável e eficiente AEROPORTO AUGUSTO SEVERO!

CONCLAMO, POIS, TODOS OS SEGMENTOS DA NOSSA SOCIEDADE, TODAS AS ASSOCIAÇÕES, TODOS OS EMPRESÁRIOS, TODAS AS FEDERAÇÕES, TODOS OS PODERES, EXECUTIVO, LEGISLATIVO, JUDICIÁRIO, MINISTÉRIO PÚBLICO, O POVO EM GERAL PARA UMA LUTA COM O OBJETIVO DE VOLTARMOS A TER COMO O NOSSO AEROPORTO PARA EMBARQUE E DESEMBARQUE, O AEROPORTO INTERNACIONAL AUGUSTO SEVERO.

13/04/2015

UMA OPINIÃO

A luta pelo Aeroporto Augusto Severo
Armando Negreiros, médico (armandoanegreiros@hotmail.com)

            Não podemos esmorecer nessa luta para que o Aeroporto Augusto Severo volte a ser o nosso Aeroporto. Não se pode submeter toda uma população ao suplício nesse trajeto de ida e volta para São Gonçalo do Amarante. Além de um belo artigo de Dalton Melo de Andrade, publicado no Jornal de Hoje do sábado/domingo (11 e 12 de abril), recebi um convite de Aníbal Barbalho para fazer um palestra no Rotary sobre o assunto e inúmeras manifestações concordando com esse retorno. Vejamos algumas:
            Edna Trindade: Até hoje não vi uma pessoa dizendo-se melhor assistida com essa transgressão. Prefiro perdoar nosso dinheiro gasto naquela obra, desde que possamos desfrutar de tudo o que nos foi levado com a ausência do Augusto Severo. Todo ser vivo sabia que a maçã caia. Só Isaac Newton pensou a Lei da Gravidade. Alguém pensante teria que erguer essa bandeira do Aeroporto Augusto Severo. Ufa!
Soraya Tinôco: Acabo de ler sua coluna no JH e achei simplesmente maravilhosa. Tudo que o Sr. diz é a mais pura verdade, a população poderia se manifestar para ter o aeroporto Augusto Severo de volta, acho que temos que fazer algo, precisamos nos movimentar, talvez o Sr. com seus conhecimentos possa começar esse manifesto e estou totalmente de acordo.  
Lenilson Carvalho: Parabenizo o amigo pelo texto inteligente, oportuno e verdadeiro. Faço minha as suas palavras.
Mário Lúcio: Parabenizo-lhe pela iniciativa de conclamar a população de Natal para que nos insurjamos contra o gritante contrassenso, a ululante irracionalidade, sobretudo o frontal desrespeito ao nosso povo que representa a medida governamental empurrada de goela abaixo de deixar de usar o Aeroporto Augusto Severo  e adotar o de São Gonçalo como nosso terminal de passageiros. O novo aeroporto tem como cargo sua finalidade precípua, a qual faz todo o sentido, uma vez que os grandes mercados Europeu e EUA teriam Natal como Gateway para acessar o Brasil. A grande maioria dos produtos que importamos são de pequeno volume e vêm em geral via aérea. Os aviões cargo internacionais evitariam os já tumultuados aeroportos de São Paulo e Rio, voariam 4 horas menos e grandes empresas distribuidoras de importados se instalariam em Natal. Os produtos importados seriam mandados para o resto do país por terra, provendo assim, frete para lotar a enorme frota de caminhões que atualmente voltam vazios para o Sul do país, quando vêm trazer a grande quantidade de produtos oriundos do Sul e Sudeste que consumimos. Entretanto a medida claramente eleitoreira de forçar sua inauguração prematura e inconclusa, para impressionar os que viessem ver os jogos da Copa e para mostrar mais uma obra creditada ao governo candidato a reeleição, impôs aos potiguares, da maneira mais esdrúxula, o uso irracional do novo aeroporto.
Sugiro que confeccionemos decalques para fixar nos automóveis com os dizeres "VOLTA AO AEROPORTO AUGUSTO SEVERO JÁ !". Tenho certeza que a população em peso aderiria à campanha. Vamos fazer valer a nossa cidadania.
Gimenna Correia Nieves Machado: Bom dia Armando, recebi um e-mail encaminhado sobre esta campanha que você iniciou para a reabertura do Augusto Severo. Compartilho das suas opiniões, mas acredito que para a campanha ser mais efetiva e para a população enxergar os frutos dessa mobilização, seria necessário dar um direcionamento.
O que devemos fazer, a nível legal, para que o Augusto Severo volte a funcionar? Se se tratar de um abaixo assinado, seria interessante criar um site para votação e quando atingíssemos "x" assinaturas encaminharíamos (via Ministério Público) um pedido... Estou falando como leiga, mas acredito na ideia e grande parte da população do RN também, só que não sabe como fazer! Sou administradora e me coloco à disposição para levar adiante este projeto de retomada do Augusto Severo. Sei que somos todos muito ocupados no nosso dia a dia e encampar essa luta requer união. O mais importante é saber até que ponto a população está disposta, e neste caso o correto seria medir o desejo da população. Quero me dedicar nem que seja meia hora do meu dia a esta causa, conversei com colega de trabalho e grupo de amigos, chegamos a conclusão que talvez o primeiro passo seja fazer um abaixo assinado e dar entrada no ministério publico.
Para o abaixo assinado pensamos na metodologia da Hidrelétrica de Belo Monte, um site (colegas poderiam criar) para votação. O  trabalho seria divulgar o link do site e aguardar juntar o numero de assinaturas. Tem um grupo também interessado em montar uma campanha, com um grupo de atores, talvez pelo whatsapp... Porém, Armando, o ideal seria confirmar (talvez você pudesse obter esta informação com seu grupo de amigos) o que o Ministério Público exigiria para receber essa solicitação da população. Qual o numero de assinaturas necessárias. Gostaria que me desse um retorno dessa ideia e sobre a possibilidade de obter a informação acima.
Inclusive tempos atrás houve uma reportagem com um grupo de pessoas que fizeram uma manifestação em Parnamirim juntamente com o sindicato dos trabalhadores, reivindicando a reabertura do Augusto Severo.
Pedi para um colega entrar em contato com a TV Cabugi na tentativa de localizar o entrevistado responsável pela manifestação... talvez já exista um grupo mobilizado!!!
            Marizinha Simonetti: Através do nosso Nílton do Vale li sua bela convocação para salvar o Aeroporto Augusto Severo. Dói não vislumbrar a mais significativa imagem da cidade: o cometa e os Reis Magos. Morando ausente, ainda me permito falar de saudades da minha terra da infância e da juventude e agora, na decrepitude da vida, da saudade dos símbolos que estimulavam a emoção quando deixando o avião pegava a rota na qual o cometa me anunciava que estava em Natal.

            Lute, colega, e me faça novamente evocar as lembranças do meu passado, reascender o meu amor, mesmo distante, pela minha capital. Sua amiga e admiradora que saboreia suas histórias pitorescas. Boa ideia!

12/04/2015

Voz do Pastor › 05/04/2015 Mensagem do Arcebispo de Natal por ocasião da Páscoa 2015




Dom Jaime Vieira Rocha,  

Arcebispo de Natal, RN Lema: "Scio Cui Crediti"

MENSAGEM

AOS PRESBÍTEROS, AOS DIÁCONOS, ÁS PESSOAS CONSAGRADAS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS DA ARQUIDIOCESE DE NATAL POR OCASIÃO DA PÁSCOA DO SENHOR DE 2015

Saudações vibrantes! Cristo Ressuscitou!
É ele a razão de nossa alegria! Aleluia!
No momento em que celebramos o mistério da Páscoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, verdade central e princípio motivador da fé cristã, somos instados a buscar à concretude da graça pascal com um olhar de co-responsabilidade no exercício da cidadania. Como nos diz o beato Paulo VI: “A ação política dos cristãos é forma exímia e eminente de caridade”. Nesse espírito de caridade, convidamos todo o Povo de Deus, e cada fiel batizado em Jesus Cristo, homens e mulheres de boa vontade, para nos unirmos em favor do Brasil e do Povo brasileiro.

Todos sabemos dos graves problemas que se abateram sobre o Estado Brasileiro, diante da revelação dos graves casos de corrupção, operados por agentes políticos com a participação de setores empresariais, que, juntos, lapidaram o patrimônio público construído pelo trabalho suado de homens e mulheres de bem que honram a pátria brasileira.

A crise estabelecida – e alimentada pelos inimigos da democracia – traz à luz as mazelas históricas ainda presentes nas práticas de alguns que usurpam do poder político para se locupletarem do bem comum.

A conduta e atitudes de alguns, eivadas e alimentadas por práticas de corrupção, principalmente para macular o processo eleitoral brasileiro, há tempo adornam o noticiário cotidiano. Entretanto, sempre foram negligenciadas ou relativizadas pela opinião pública. Enquanto isso, o Estado brasileiro ainda permanece omisso na resolução dos graves problemas estruturais da sociedade, particularmente aqueles referentes às áreas de saúde, de educação, de acesso ao solo urbano e à reforma agrária, à distribuição de renda e à segurança dos cidadãos. Omissão agravada pelo despreparo e falta de compromisso de parte da classe política, que preferem à violência, usando do aparelhamento estatal para eliminar aqueles que por ausência dessas mesmas políticas públicas, são jogados no crime organizado, e, agora, com a possibilidade de ingressarem até mais cedo pela redução da maioridade penal.

Caríssimos irmãos e irmãs!

Diante de tantos desafios, o Povo Cristão não pode ficar e permanecer inerte. A multiplicação e complexidade das relações sociais no tempo presente torna o papel do Estado mais complexo. Exige-se do Estado que penetre mais profundamente em toda a vida social, o que requer tanto mais discernimento dos cristãos e lhes coloca a obrigação de se informarem melhor.

Uma exigência que a fé coloca para o cristão engajado na política é a necessidade de agir. Análises, denúncias e estudo das soluções não bastam. É preciso orientar esses elementos para a tomada de decisões e para o empenho na ação.

Não basta recordar os princípios, afirmar as intenções, fazer notar as injustiças gritantes e proferir denúncias proféticas; essas palavras ficarão sem efeito real, se elas não forem acompanhadas, por cada um em particular, de uma tomada de consciência mais viva da sua responsabilidade e de uma ação efetiva. É demasiadamente fácil jogar sobre os outros a responsabilidade das injustiças se não se dá ao mesmo tempo conta de como se tem parte nela e de como a conversão pessoal é necessária, mais do que qualquer outra coisa (Cf. OA, 48). Como Igreja devemos cumprir o mandato bíblico a partir do que nos apresenta o profetas Isaias “O espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu, me enviou para curar os corações feridos, para proclamar a libertação, para anunciar a graça, para consolar!” (cf. Is. 61,1), desta forma, compreendemos que o cristão, assumindo sua dimensão profética do batismo é um mensageiro de esperança! Um arquiteto da justiça! Um construtor permanente da paz!

Na vivência de construtores permanentes da paz, percebendo a atual crise que coloca em risco a Democracia Brasileira, esta que foi conquistada com o envolvimento das classes políticas e de todo o povo, e que custou muito sacrifício e sofrimento, não podemos ficar apáticos diante da exigência desse momento histórico. A ocasião exige a participação de todos os que lutaram, acreditam e trabalham para fortalecer e consolidar os valores democráticos no cotidiano de nossas relações como cidadãos. É hora da cidadania! E cidadania ativa!

É no exercício da cidadania ativa que está a essência da Democracia. A cidadania ativa e emancipada se conquista no cotidiano. A cidadania cotidiana é o caminho adequado para fazer frente às mazelas políticas, sociais e econômicas que nos perseguem, que se traduzem por atos de violência, às vezes praticados pelo próprio Estado contra os cidadãos; posturas discriminatórias e preconceituosas; percepção equivocada de direitos, e materializados como privilégios para alguns; clientelismo; corporativismo, autoritarismo; corrupção, entre outros.

A prática cidadã é uma das responsáveis pela construção de espaços públicos, onde todos recebam do Estado a garantia do seus direitos fundamentais – moradia, trabalho, saúde e educação. Não há cidadania quando não se garante a construção democrática de uma ordem pública para o exercício pleno da representação plural dos interesses dos cidadãos mediante um amplo processo de interlocução e negociação.

Então, diante da inquestionável crise por que passam, no Brasil, as instituições da Democracia Representativa, especialmente o processo eleitoral, decorrente este de persistentes vícios e distorções, tem produzido efeitos gravemente danosos ao próprio sistema representativo, à legitimidade dos pleitos e à credibilidade dos mandatários eleitos para exercer a soberania popular.

O momento exige a participação de cada cidadão para cobrar das Casas do Congresso Nacional uma Reforma Política Democrática que estabeleça normas e procedimentos capazes de assegurar, de forma efetiva e sem influências indevidas, a liberdade das decisões do eleitor.

Cabe a cada um de nós manter-se vigilante e atento aos acontecimentos políticos atuais para que não ocorra nenhum retrocesso em nossa Democracia, tão arduamente conquistada.

Para tanto, é necessário que todos os cidadãos colaborem no esforço comum de enfrentar os desafios, que só pode obter resultados válidos se forem respeitados os cânones constitucionais, sem que a Nação corra o risco de interromper a normalidade da vida democrática.

Participemos todos, então, da campanha de assinaturas de adesão à proposição de uma Reforma Política Democrática, realizada por uma constituinte exclusiva e soberana, com a responsabilidade de mudar o sistema político para evitar que a esfera privada continue dominando e sugando a espera pública, além de promover as reformas urgentes e necessárias que garantam a igualdade de direitos econômicos, sociais, ambientais, culturais e civis para todos os brasileiros.

Não faz sentido realizar uma reforma política feita por um Congresso que é parte do problema, e não da solução.

Por fim, lembremo-nos que o cristão é movido e animado por uma profunda esperança, fundada na certeza de que o Senhor Ressuscitado continua no meio de nós e acompanha nossas ações, operando por meio de nós. O cristão sabe que não está sozinho. Deus opera em outras pessoas e grupos, inspirando-lhes ações a favor da justiça e da paz. Nossa ação se junta à de muitas outras pessoas, instituições, até formar uma grande corrente, capaz de mudar as mentes e estruturas (Cf. Paulo VI, AO, 48).

Invocando o olhar materno da Virgem Mãe e Senhora Aparecida, supliquemos ao Bom Deus a esperança de podermos juntos, como cidadãos e como cristãos, construirmos uma pátria mais justa que seja amada e gentil Mãe de todos os brasileiros.

A minha especial bênção de Páscoa!

Natal-RN, 5 de abril de 2015

Domingo da Ressurreição



Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo Metropolitano de Natal