16/12/2013

Eternamente Paris

Elísio Augusto de Medeiros e Silva

Empresário, escritor e membro da AEILIJ
elisio@mercomix.com.br


Quando o escritor russo Fiódor Dostoiévski foi pela primeira vez a Paris, no ano de 1862, os seus compatriotas, ansiosos, pediam insistentemente que lhes escrevesse contando suas impressões da cidade. Esse pedido deixou o escritor enrascado – o que iria contar-lhes? O que diria de novo, de desconhecido, visto que, a seu ver, tudo já havia sido contado por visitantes anteriores.
Quase cem anos o separavam de uma resposta simples, dada pelo jovem escritor Ernest Hemingway, no livro “Paris é uma festa”, escrito no período de 1957/60, que descreve sua estadia na cidade de 1921 a 1926.
Em 2012, cerca de 520 mil brasileiros estiveram em Paris, percorrendo as suas ruas, apreciando os seus restaurantes, hospedando-se em seus hotéis e, claro, visitando seus famosos pontos turísticos.
Com um enorme fluxo de turistas do mundo todo, a Cidade Luz sempre tem algo para ser revelado, pois se renova constantemente e lança tendências que se harmonizam com seus cartões-postais, aliadas ao forte apego às suas tradições.
Nas ruas de Paris, as floriculturas colocam seus vasos coloridos nas calçadas – as librairies exibem novos livros – as pâtisseries, as caves du vin e as chocolateries dão água na boca. Quem vai à cidade confirma o que estou dizendo.
Na parte externa do Museu do Louvre está a grande Pirâmide de vidro. No interior, novas galerias de arte islâmica cobertas por um véu dourado – o projeto custou US$ 125 milhões, parte vinda de patrocinadores endinheirados do Oriente Médio.
No interior do grande museu, os visitantes contemplam a Mona Lisa, Vênus de Milo, e telas de pintores famosos (Ticiano, David, Rembrandt).
O prédio do museu, erguido a partir do século 13, encanta os turistas – as pinturas no teto, as escadarias, os detalhes construtivos e as transformações sofridas com o passar dos anos. A própria visão do Palácio, em formato de “U”, parece abraçar o pátio, o que deixa os visitantes extasiados.
Perto dali está o antigo mercado Les Halles, com seu centro de lojas por entre os tapumes das obras do RER (trem metropolitano), cuja finalização está prevista para 2016.
Muitos que ali circulam vão almoçar na Rue Montorgueil, uma ótima opção para fugir dos caros restaurantes.
Em Paris, não é preciso gastar muito – já dizia a escritora Inès de la Fressange, no best-seller A Parisiense: “O luxo da parisiense da margem esquerda do Sena é uma marca que garanta o bom gosto sem ostentar o preço”.
No Jardim das Tulherias, com certeza, você vai encontrar diversos velhinhos jogando pétanque. De cima da Ponte Alexandre III dá para ver a bela paisagem de arquitetura do Grand e Petit Palais.
Na Av. Champs-Élysées todos olham para as fachadas glamorosas e suas ruas transversais até o lendário Hotel Plaza Athénée, que celebrou o seu centenário em 2013. Do alto dos 50 metros do Arco do Triunfo temos uma visão privilegiada da majestosa Torre Eiffel.
Depois vá até a formosa Place des Vosges, Marais, o legado da aristocracia dos séculos XVI e XVII. Atualmente, sede da comunidade judaica, com uma impressionante seleção de boutiques e lojas.
No Boulevard Beaumarchais você encontra livrarias, objetos de decoração, móveis, roupas, calçados. No canal Saint-Martin há incontáveis cafés, restaurantes, bares, hotéis, e lojas diversas pelas suas margens. Aberto em 2006, o Le Chateaubriand figura com destaque na lista da revista britânica Restaurant, que classifica os melhores restaurantes do mundo.
Não podemos deixar de ir a Montmartre, com telas de Toulouse-Lautrec, sex shops, boemia e cabarés – imperdível o show noturno do mais famoso deles: o Moulin Rouge. Suba as ladeiras de Montmartre e explore devagarzinho as fromageries e charcuteries da Rue Lepic e da Rue des Martyrs.
Do alto da escadaria da Basílica de Sacré-Coeur a vista é inesquecível – a capital francesa, literalmente, aos seus pés.
Woody Allen mostra diversas cenas maravilhosas do lugar no filme “Meia-Noite em Paris”.
Para finalizar, não se esqueça de dar uma passadinha no Palácio de Versalhes, sinônimo de luxo e realeza dos séculos 17 e 18. Como sempre, deverá ter uma fila enorme de turistas para entrar em suas dependências. Mas, do lado de fora, os jardins do palácio são de cortar o fôlego. Os canteiros geométricos e floridos, os espetáculos das águas das fontes – obras de André Le Nôtre, o jardineiro do rei Luís XIV, o mesmo que elaborou o Jardim das Tulherias.
E como disse Humphrey Bogart: “Nós sempre teremos Paris”.


15/12/2013

Verdades cruzadas - V

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES, Professor aposentado do Curso de Direito da UFRN e Presidente da Comissão da Verdade. Sócio do IHGRN.

A vida política e administrativa no Estado do Rio Grande do Norte vivia a monotonia do “mesmismo” – nada de novo nas práticas políticas; nenhum surgimento de político inovador; nenhuma prática administrativa marcante.

No campo da cultura vivíamos ainda dos movimentos do século anterior e o clima universitário ainda não brotara na terra potiguar, senão nos encontros dos acadêmicos quando vinham de férias. Experiências isoladas, já no pós-guerra, contudo, foram os passos iniciais de um novo momento que somente viveríamos no correr dos anos 50.
A luta do velho contra o novo que não era novo – disputas entre Dinarte Mariz e Aluízio Alves pela liderança política do Rio Grande do Norte.
Carlos H.P.Cunha e Walclei de A.Azevedo – Podres Poderes-política e repressão. Natal: Infinita imagem, 2013.
Experiências isoladas no RN: Escola de Pharmácia e Odontologia de Natal, 1920 – depois Faculdade de Farmácia e Odontologia, 1947; Outras escolas – clima universitário com os estudantes potiguares em férias de outras faculdades fora do Estado. Escola de Serviço Social, 1945; Universidade Popular, 1948; Faculdade de Direito, 1949; Faculdade de Medicina e Faculdade de Filosofia, 1955; Escola de Engenharia e Facudade de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais, 1957; Criada a Universidade do Rio Grande do Norte, 1958, transformada em UFRN, 1960 pela Lei nº 3.849, de 18/12/1960.
Veríssimo de Melo e Carmen Lúcia de Araújo Calado (Síntese cronológica da UFRN – 1958-2010. Natal: EDUFRN, 2011).
No Rio Grande do Norte a vida corria num diapasão de estado conservador, apesar de circunstancial alteração ao tempo da “Intentona comunista de novembro de 1935”, retornando em seguida ao acomodamento de um cosmopolitismo em contraste com os vizinhos, que defendiam um padrão municipalista, de “bairrismo” e preservação de suas mais recônditas tradições.
Aqui surgiu um clima universitário emprestado, a partir dos encontros dos nossos jovens em período de férias dos cursos frequentados em Recife, Maceió, Salvador e Rio de Janeiro, principalmente, oportunidade em que trocavam informações e vaticinavam pela criação de cursos superiores em nosso estado.
Experiências isoladas – Escola de Pharmacia e Odontologia de Natal nos idos de 1923 e após a 2ª Guerra Mundial com o Instituto Filosófico São João Bosco (1941); Escola de Serviço Social (1945); Faculdade de Farmácia e Odontologia (1947); Faculdade de Direito (1949); Faculdade de Medicina (1955); Faculdade de Filosofia (1955); Faculdade de Engenharia (1957); entre outras.[1]
Segundo registra o Professor Paulo de Tarso Correia de Melo[2] foram precursores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Dinarte de Medeiros Mariz, Onofre Lopes da Silva, Luís da Câmara Cascudo, Januário Cicco ao que acrescentamos Luiz Soares de Araújo.
A 8 de março de 1958, durante a passagem do Diretor do Ministério da Educação e Cultura Jurandyr Lodi, José Teixeira – chefe de Seção do MEC que o acompanhava, sugere a Onofre Lopes, então Diretor da Faculdade de Medicina, a criação de uma universidade para o Estado. Deste para o Governador Dinarte Mariz que remete mensagem à Assembleia Legislativa em 3 de junho que no dia 25 do mesmo mês e ano aprova a Lei nº 2.307, sancionada no Palácio Potengi.
Estava criada a Universidade do Rio Grande do Norte composta das Faculdades já mantidas pelo Estado e as agregadas mantidas por entidades de caráter privado, tendo como primeiro Reitor o Professor Onofre Lopes e Vice-Reitor o Professor Otto de Brito Guerra. Instalação solene em 21 de março de 1959 no Teatro Alberto Maranhão com memorável discurso proferido pelo Professor Câmara Cascudo.[3]
Daí por diante foi a luta sem fronteiras para a federalização afinal obtida através da Lei nº 3.849, de 18 de dezembro de 1960, sancionada pelo Presidente Juscelino Kubitschek (DOU de 21.12.60).
Já existia, então, o clima universitário próprio, com o engajamento de jovens sonhadores e promissores que fizeram a história da UFRN.
A literatura histórica registra acontecimentos que marcam “sinais dos tempos”, assim explicitados nas percepções do Papa João XXIII, motivados pelo grande aumento demográfico, da reordenação da economia mundial, com reflexos, também, na América Latina, face à ascensão da burguesia industrial e suas alianças com as camadas médias urbanas.[4]




[1] SOUZA, Itamar de. Universidade para quê? Para quem? Natal: Clima, 1984 (apud Portal da Memória – UFRN, 2005). P. 19.

[2] Portal da Memória – UFRN, 2005, p. 35-43.

[3] Carlos Newton Júnior. Portal da Memória – UFRN, 2005, p. 17-31.

[4] “havia dificuldade de se formular uma resposta aos anseios participativos dos estudantes católicos na vida política. E foi o padre Almery quem formulou a teoria do Ideal Histórico, apresentada no Encontro da JUC em 1959...”MARIA CONCEIÇÃO PINTO DE GÓES, A aposta de Luiz Ignácio Maranhão Filho, p.129. Depois desse Encontro da JUC em 1959, tudo ficou claro. Não se abriria mão do Evangelho nem da História.

14/12/2013

COM JUSTIFICADA ALEGRIA ATINGIMOS OS PRIMEIROS 10.000 ACESSOS AO NOSSO BLOG.
AGRADECEMOS AOS NOSSOS VISITANTES E DESEJAMOS A TODOS E AOS NOSSOS CONFRADES, EM PARTICULAR, UM NATAL REPLETO DE FELICIDADES E REFLEXÕES SOBRE A RENOVAÇÃO DO NASCIMENTO DE CRISTO E UM ANO DE 2014 CHEIO DE GRANDES REALIZAÇÕES

A DIRETORIA

12/12/2013

REUNIÃO DA UBE/RN COM O PRESIDENTE ELEITO, EM 10-12-2013, NA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS.

EDUARDO GOSSON
JOSÉ DE CASTRO
CONFRADES
 
CONFRADES
MESA DA REUNIÃO DA UBE
CONFREIRAS
 
REUNIÃO DA UBE/RN EM 10-12-2013
 
ROBERTO LIMA DE SOUZA, PRESIDENTE ELEITO
ROBERTO E EDUARDO
 
CONFRADES
 
ROBERTO TOCANDO E CANTANDO O POEMA DE SÃO FRANCISCO QUE ELE MUSICOU
 MOMENTO LINDO
CONFRADES QUERIDOS
AS CONFREIRAS SUZANA E LÚCIA HELENA
Poemas & Prosas -

Veredas de Sol, Lua, Estrela e JASMIM UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - UBE/RN 

. Castro Hoje, pela manhã, tive a alegria de participar da primeira reunião com a diretoria recém eleita da UBE/RN para o biênio 2014/2015, na qual participo do Conselho Consultivo. Além do querido confrade Eduardo Gosson(ex-presidente e atual vice) e do poeta, filósofo e compositor Roberto Lima (o novo presidente eleito da UBE) registro a presença dos escritores Manoel Marques, Claudionor, Pedro Lins e da professora Geralda Efigênia, de Suzana Galvão, das autoras Lúcia Helena Pereira, Diulinda Garcia e Gilvânia Machado. Nesse primeiro encontro, o escritor Eduardo Gosson, auxiliado pelo Secretário Manoel Marques, fez um breve relato sobre a gestão que se finda, falou de alguns sonhos que ainda precisam ser alcançados, tendo falado acerca da necessidade de se dar continuidade a algumas das ações já iniciadas, tais como: 1. Plano Editorial da UBE (que já publicou 15 títulos em suas várias coleções); 2. Realizar o VI Encontro Potiguar de Escritores - EPE; 3. Dar vida à Lei Henrique Castriciano, uma lei estadual que precisa ser regulamentada, e que trata do estabelecimento de uma política de leitura no estado; 4. Realização do II Prêmio escritor Eulício de Farias, em suas 3 categorias; 5. Retomada da edição do jornal O GALO. 6. Realização sistemática de saraus literários; 7. Otimizar o sistema de arrecadação das anuidades dos membros, de maneira a viabilizar melhor as ações da UBE/RN; 8. Propor a alguma instituição de ensino superior a implementação de um curso de especialização com o foco no "ofício do escritor"; 9. Implementação de minibibliotecas de autores potiguares junto à rede hoteleira do estado; 10. Incentivar a presença de autores potiguares nas escolas, a adoção de seus livros, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e com Secretarias Municipais de Educação dos vários municípios. A partir desses pontos levantados inicialmente, os membros da diretoria e os membros em geral da UBE/RN estão sendo convocados a apresentarem suas sugestões à nova diretoria para que se possa realizar, após a posse, uma reunião de planejamento estratégico que possa consolidar uma programação efetiva de atuação da UBE/RN para o biênio 2014/2015. O presidente eleito, Roberto Lima de Souza, enfatizou que pretende realizar um trabalho em equipe, de maneira cooperativa, oportunizando a somatória de inteligências para que a entidade possa cumprir o seu relevante papel perante a literatura e a cultura em geral do estado.

11/12/2013


A morte de D. Altina, esposa de José da Penha

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)

Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG

Cem anos atrás, o capitão José da Penha incendiou este Rio Grande do Norte com suas palavras flamejantes. Mas antes disso, o capitão mais atrevido das nossas forças armadas se envolveu em outros episódios de luta. As críticas que pronunciou sobre o morticínio em Fortaleza, no dia 3 de janeiro de 1904, acabaram gerando sua prisão. No jornal “A Província” de Pernambuco encontramos o relato da morte de D. Altina, no Forte do Brum.

Preso na fortaleza do Brum desde o dia 18 de dezembro último (1904), o alferes do 17º batalhão José da Penha Alves de Sousa, foi ontem ao anoitecer ferido por um dolorosíssimo golpe.

Esse distinto oficial, que veio do Ceará sem nota de culpa aguardar aqui deliberação do marechal ministro da guerra, a cuja ordem se acha preso, trouxe consigo a sua esposa Altina Alves de Sousa, senhora assaz formosa, ornada de belos dotes de coração e de espírito e extremosamente dedicada ao marido e à duas filhinhas que constituíam a alegria e a consolação do casal através da vida forasteira e acidentada que constitui quase sempre a carreira militar.

O alferes José da Penha, por sua vez, nutria pela família um afeto extremo e um desvelo a toda prova, de sorte que, fossem quais fossem as atribulações da existência, havia de reinar entre eles uma felicidade relativa, a felicidade do lar pelo menos.

No entanto, D. Altina, senhora altamente impressionável, não estava satisfeita; não por si, mas por julgar-se um obstáculo à carreira do marido. Daí a tresloucada ideia do suicídio que a assaltou, ideia que por mais de uma vez pretendeu levar a efeito, conseguindo fazê-lo afinal ontem (9 de janeiro de 1905) às seis e meia horas da noite.

De nada valeram as prevenções e as cautelas do alferes José da Penha e da criada Damiana, uma criada de rara dedicação que acompanhava D. Altina desde a infância.

A desventurada senhora, não se sabe como, conseguiu uma cápsula para o revólver que o marido tinha o cuidado de trazer sempre descarregado e fechado na mala, e, ontem à citada hora, apoderando-se da arma, carregou-a e disparou-a contra a têmpora direita.

Ao estampido, o alferes José da Penha, que tomava café da parte de fora com dois outros oficiais, correu, como muitas outras pessoas, para o ponto de onde ele partira – um compartimento de tabique situado a um canto da sala cedida ao casal. Ali deparou, preso do mais doloroso assombro, uma cena desoladora. A esposa jazia por terra, insensível e banhada em sangue; a morte fora instantânea.

 A inditosa moça desprendera-se da vida sem uma contração de agonia, sem um traço de amargura no rosto e, quando mais tarde a vimos naquela mesma sala, então transformada em uma câmara mortuária, parecia mais uma criatura serenamente adormecida de que um cadáver. Apenas traziam à ideia o tristíssimo sucesso algumas manchas vermelhas sobressaindo nas ataduras brancas que abraçavam a cabeça da morta.

- Logo que teve conhecimento do fato o general Serra Martins compareceu a aquela praça de armas e providenciou para que se iniciassem imediatamente os competentes inquéritos: militar e civil. Neste intuito comunicou o ocorrido ao Dr. Chefe de polícia que fez seguir para ali o Dr. Glycério Gouveia, delegado do 1º distrito. Além desta autoridade compareceu também o Dr. Souza Paraízo, delegado do 2º distrito.

Entre os muitos oficiais que foram à fortaleza do Brum enquanto lá estivemos, notamos os tenentes coronéis Alberto Gavião e Eduardo Silva.

Reinava geral desolação entre as pessoas ali reunidas, desolação a que nos associamos, apresentando condolências ao brioso oficial.

Dois dias depois da publicação acima, o alferes escreveu para a redação.

Senhor redator: - De par com os meus agradecimentos pela tocante e carinhosa notícia do inesquecível sucesso do dia 9, aceitai uma breve explicação, a que não posso renunciar.

Afirmaste que era minha desventurada esposa, altamente impressionável, conjeturando-se um obstáculo à minha carreira do que lhe advieram tendências para suicidar-se. Consente-me que vos ministre mais acertados informes.

Desgraçadamente mais do que pura impressionabilidade, comandam o corpo e o espírito as prepotências da alienação mental, que a martirizaram três vezes no curto lapso de oito anos. De cada uma, conforme fosse o delírio ou a mania, deixava ou não de ter, consoante a lei que preside ao desdobrar daquela triste moléstia, as impulsões suicidas, o que lhes servem de instrumento os objetos mais inconcebíveis, confirmam todos os profissionais, de qualquer procedência ou escola.

Cessada a causa dessa obstinação intraduzível, que fazem somente ideia pouquíssimas pessoas, o que mais torturava aquela alma de santa, era justamente o horror de suas “criminosas tentativas”, como lhes chamava ela.

Repugnava-lhe às crenças religiosas, restauradas nos momentos de trégua, achar desculpa, mesmo estando alienada, para quem atentava contra a própria vida. E quando de fato se restabelecia de todo, transpunha os limites do normal o seu desejo de viver para os nossos filhos. E os modestos incitamentos, com que me impelia à conquista do seu mais forte ideal – um nome para seu esposo, adquirido na luta pela justiça e pela liberdade, - ultrapassavam identicamente a zona, em que se agitam as fragilidades comuns à maioria das pessoas do seu sexo.

Tanto assim, que o meu derradeiro tributo à sua alma, será imolar-me sempre quando for oportuno, aos meus ideais, em que apoia minha consciência de crente e homem livre.

Reiterando meus comovidos agradecimentos, subscrevo-me vosso patrício e admirador. J. da Penha.

10/12/2013


ALEJURN - ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RIO GRANDE DO NORTE

  Nesta quarta-feira, 11 de dezembro, às 18:30h, os Procuradores do Estado Adalberto Targino e Luiz Antonio Marinho irão receber o Título de Cidadão Natalense, na Câmara Municipal de Natal. O autor
Para

 
Nesta quarta-feira, 11 de dezembro, às 18:30h, os Procuradores do Estado Adalberto Targino e Luiz Antonio Marinho irão receber o Título de Cidadão Natalense, na Câmara Municipal de Natal.
O autor da proposição é o vereador Júlio Protásio.

ADALBERTO TARGINO  é presidente da Academia de Letras Jurídicas do RN (ALEJURN), membro da Academia Brasileira de Ciências Morais e Políticas (RJ), membro do Instituto Histórico Geográfico do RN, membro do Direito Brasileiro (RJ), da Academia Paraibana de Poesia, Academia Campinense de Letras (PB), Academia Paraibana de Letras Jurídicas, União Brasileira de Escritores (SP/RN), Associação Brasileira de Imprensa e Instituto Histórico e Geográfico do RN, tendo sido professor de Ética, Sociologia do Direito, Direito Constitucional.
 Exerceu  os cargos de Promotor de Justiça, Professor Universitário, Secretário da Cidadania e Justiça, Controlador Geral do Estado, Juiz de Direito, dentre outros.

LUIZ ANTONIO MARINHIO.
Antes de se formar em Direito, cursou jornalismo. Foi Assessor Jurídico do Estado; Procurador Geral do Estado; Chefe da Procuradoria Fiscal; Chefe da Procuradoria do Contencioso; Chefe da Procuradoria da Dívida Ativa, e atualmente, é Procurador Corregedor Geral do Estado.

Waleska Maux
Assessoria de Comunicação
Procuradoria Geral do Estado do RN