01/09/2021

REPOSIÇÃO DE FATO HISTÓRICO Valério Mesquita* Mesquita.valerio@gmail.com Na posse do famoso coronel Estevão Moura, no século dezenove, o engenho Ferreiro Torto vislumbrou tertúlias memoráveis, visitas ilustres de presidentes da província e dignitários do império, com banquetes e bailes. Como amigo da boa mesa, todos conheciam o modo fidalgo com que o coronel tratava seus hóspedes, fidalguia herdada por todos os seus descendentes diretos, sobre os quais, assevera mestre Câmara Cascudo: “foram fiéis ao signo da hospitalidade generosa, completa, ampla, inimitável”. Com o falecimento de Estevão Moura, o engenho Ferreiro Torto, no espólio, coube a sua filha mais nova, Isabel Cândida de Moura Chaves, casada com Francisco Clementino de Vasconcelos Chaves, pais do jurista João Chaves, nascido na residência em 1875. Isabel Cândida vendeu a propriedade em 1900, para sua sobrinha Maria Suzana Teixeira de Moura, que na década de 1920, a transferiu para Francisco Coelho e depois a Bruno Pereira que se desfez do imóvel na década de 1930, alienando-o a Amélia Duarte Machado, que desde então o manteve até as terras serem desapropriadas pela prefeitura de Macaíba, em nossa gestão como prefeito (1974). Por ser patrimônio histórico, foi transformado em museu de Arte Sacra, mantido pela Fundação José Augusto, que tombou e restaurou o antigo palacete colonial, graças aos recursos da Emproturn. Depois de funcionar como sede da prefeitura de Macaíba entre os anos de 1983 a 1989, o solar foi transformado em museu municipal na gestão de Odiléia Mércia da Costa. Posteriormente fechado, reabriu como museu regional na gestão Mônica Nóbrega Dantas. Novamente fechado e após sofrer assaltos e depredações, foi reinaugurado como Complexo Turístico e Cultural, em abril de 2003, apresentando coleções de fotografias antigas da cidade da Macaíba e dos seus filhos que se destacaram nos mais variados segmentos sociais, culturais e políticos. O nome Ferreiro Torto teve origem em um coqueiro muito alto e torto, que existia bem próximo à porteira da fazenda, e quase embaixo dessa árvore um ferreiro havia montado a sua tenda e oferecia os seus serviços aos tropeiros, que por ali passavam a fim de corrigir as ferraduras dos animais. A história de sua restauração começou efetivamente em 1974, na oportunidade em que fui prefeito de Macaíba e desapropriei a área que circundava os escombros do sobradão. A questão foi ajuizada e com coragem mantive a decisão, encomendando um projeto de recuperação ao escritório do arquiteto Airton Vasconcelos, que se valeu das fotos existentes e das dicas dos habitantes mais antigos da cidade e historiadores. Em 1975, deixei a prefeitura para assumir a presidência da Emproturn. Nessa estatal, no governo de Tarcisio Maia, enfrentei contenda com o diretor administrativo e financeiro Francisco Revoredo, que defendia a alocação do recurso no valor de um milhão de cruzeiros, à época disponível, com destino a sua terra Mossoró, e não para a restauração do Ferreiro Torto, em Macaíba. A divergência ganhou as manchetes dos jornais. E por fim, com o voto de desempate do diretor técnico Valmir Targino, fomos vitoriosos. Procurei o presidente da Fundação José Augusto Sanderson Negreiros e, através de convênio, a Emproturn repassou a importância mencionada para o órgão cultural responsável (FJA) afim de adaptar ou ampliar o projeto técnico antes elaborado. Muitas dificuldades junto ao Patrimônio Histórico foram, enfrentadas em Recife. O IPHAN restaurava monumentos mas não os reconstruía. Era a norma. Polêmicas foram travadas, porém ao final prevaleceu o critério da equipe técnica da Fundação José Augusto, chefiada pelo arquiteto Paulo Heider Feijó. O Solar, foi inaugurado em 1979, com as presenças do governador Tarcisio Maia e Franco Jasiello da Fundação José Augusto, além do governador do Pará, doutor Aloísio Chaves, neto do jurista João Chaves que morou e faleceu no Ferreiro Torto. Esses fatos não podem ser esquecidos. Quando se falar sobre o Ferreiro Torto, devemos nos lembrar que sem a decisão inaugural e obstinada de desapropriar a área, conseguir os recursos e arrostar as dificuldades que se impuseram contra a reconstrução não existiria um legado tão importante da história do Rio Grande do Norte e de Macaíba. (*) Escritor

25/08/2021

VIAGEM INTERROMPIDA Valério Mesquita mesquita.valerio@gmail.com Conhecemos o poeta e jornalista Carlos Drummond de Andrade em 1984, no Rio de Janeiro, através do conterrâneo Antônio Carlos de Oliveira, seu amigo e confidente. Magrinho, fala mansa, olhar vivo e perspicaz, o poeta beirava os 82 anos. Nossa missão, como presidente da Fundação José Augusto, era convidá-lo a visitar Natal e cumprir uma agenda sucinta, na qual estava prevista uma visita a Câmara Cascudo. Viria acompanhado de sua filha única, da primeira união, Maria Julieta Drummond de Andrade e de Antônio Carlos, espécie de cônsul honorário potiguar e gerente do Banco do Estado do Rio Grande do Norte. Para chegar ao escritor mineiro não foi tão difícil. Tudo foi conseguido pelo padre João Medeiros Filho que residia lá, à época. Todos os dias, Drummond "batia ponto" no banco e tinha por Antônio Carlos uma ternura paternal, tanto assim que, no seu livro póstumo "Poesia Errante", Drummond lhe dedicou um verso (página 15): "Antônio Carlos de Oliveira e seu coração potiguar são exemplos da verdadeira arte de compreender e amar". Antônio é natural de Upanema. Radicou-se no Rio de Janeiro exercendo por muitos anos a atividade bancária. É também fazendeiro e criador no Rio Grande do Norte mas com residência fixa na terra carioca. No centro da capital carioca, as ruas do Rosário, da Alfândega e Buenos Aires, ficavam os bancos dos estados nordestinos, numa área de menos de um quilômetro quadrado, inclusive o banco de Mossoró, conhecido pelo lema: “pequenino mas resolve”. O amigo padre João Medeiros Filho que articulou nosso encontro com o poeta mineiro, falava que o escritor Oswaldo Lamartine denominava esse complexo bancário de “o polígono das secas”. Naquela tarde do verão de 1984, conhecer Carlos Drummond de Andrade foi uma emoção especial. A sua simplicidade e recato (características da maioria dos mineiros), faziam-no economizar as palavras. Dia seguinte, no mesmo horário, com tudo organizado por Antônio Carlos, voltamos à entrevista com o poeta, desta vez, com a presença de sua filha Maria Julieta, procuradora e public relations. Viera acertar a data da visita a Natal que deveria ocorrer uns 30 dias depois do encontro, até que melhorasse a sua saúde. Oferecemos livros de Cascudo recém editados, pinturas de Dorian Gray e Newton Navarro. Palavras amenas, cortesias e despedidas. Nessa data, Maria Julieta ainda não descobrira que padecia de um câncer de mama do qual veio a falecer em agosto de 1987, três anos depois. Dois dias antes da data aprazada do embarque do poeta e comitiva para Natal, Antônio Carlos ligou-nos do Rio informando que a filha de Drummond hospitalizara-se para extirpar um caroço no seio, cancelando a viagem. Ficaria adiada sine-die. O tempo passou. Foi-se Drummond em 1987, 12 dias após a morte da filha. E Natal se privou de conhecer um dos maiores poetas desse país, nascido em Itabira do Mato Dentro, nono filho de um fazendeiro mineiro. Meses depois, reencontrei em Natal, Antônio Carlos de Oliveira num almoço repleto de evocações. Na sobremesa "Poesia Errante", sétima edição da Record que Antônio me ofertou com a frase (marca registrada) do poeta do cotidiano: "Se procurar bem você acaba encontrando não a explicação (duvidosa) da vida mas a poesia (inexplicável) da vida". Saudades do poeta. (*) Escritor

19/08/2021

Viva a insulina Daladier Pessoa Cunha Lima Reitor do UNI-RN “Uma noite eu tive a sede de um príncipe/depois a de um rei/depois a de um império/a de um mundo/em fogo.” Eis os primeiros versos do poema Diabetes, do poeta norte-americano James Dickei (1920-1986), sobre essa doença de alta prevalência no planeta, e que, no Brasil, afeta cerca de 17 milhões de seres humanos. Deve-se ao médico da Grécia Antiga Arateu da Capadócia uma das mais remotas referências à Diabetes mellitus: “Uma fusão de corpo e membros na urina”. Diabético, meu pai contava para os filhos o começo da sua doença: “Quanto mais água eu tomava, mais sede eu sentia, e quanto mais alimento eu comia, mais magro ficava”. Suas palavras fazem lembrar as descrições do médico Arateu e do poeta James Dickei. A Diabetes é para mim doença bem conhecida, não como portador, mas como envolvido espectador. É frustrante quando olhamos para a história da medicina e vemos como era lenta a sua evolução. Durante séculos seguidos, os meios diagnósticos e as terapias avançavam muito devagar, com pouquíssimas exceções. Somente a partir do século 18, com o florescer do método científico, a humanidade vislumbrou grandes avanços na área médica e em outras áreas do conhecimento. Existem marcos desses avanços, a exemplo da adoção da antissepsia, as descobertas da anestesia, das vacinas, dos antibióticos e do raio x, além de vários outros. Porém, um dos marcos dos avanços médicos de grande significação foi a descoberta da insulina, evento que ocorreu 100 anos atrás, em Toronto, no Canadá. Depois da terapia com esse hormônio, mormente de pessoas com Diabetes mellitus insulino dependentes, quantas vidas foram salvas, quantos enfermos ganharam outro ânimo e quantos sorrisos voltaram às faces dos portadores dessa disfunção metabólica, com ênfase para as crianças ou jovens e seus familiares. Meu pai, Diogenes da Cunha Lima (1906-1972), passou a receber insulina logo após esse medicamento ser comercializado. Morava em Nova Cruz-RN, e tomava três doses diárias de insulina regular, conforme prescrição do seu médico, da cidade de João Pessoa-PB. Aumentava ou diminuía a dosagem de acordo com o nível da glicosúria, exame que ele mesmo fazia. Hoje, o paciente dispõe de meios simples e mais precisos no controle da doença, essencial para evitar as complicações. Com seu médico, meu pai aprendeu conceitos básicos da Diabetes, bem assim por leitura de livros indicados pelo especialista. Contou com dois Anjos da Guarda, o de nascença e minha mãe, sempre ao seu lado “na saúde e na doença”. Nos 100 anos da descoberta da insulina, é hora de relembrar quantos contribuíram para esse marco da medicina, especialmente dos médicos Frederich Banting (1891-1941), John Macleod (1876- 1935) e Charles Best (1899-1978), além do bioquímico James Collip (1892-1965). Banting e Macleod receberam o Nobel de Medicina, em 1923, mas dividiram o Prêmio com os outros dois. Texto publicado na Tribuna do Norte, em 19/08/2021
O pelourinho e a escravidão no Rio Grande do Norte História Rio Grande do Norte Gustavo Sobral e André Felipe Pignataro [HGRN] O museu do Instituto guarda algumas peças que marcam, para que não se esqueça, o nefasto período da escravidão no Rio Grande do Norte. Período longo e degradante da história colonial e imperial do Brasil. Os historiadores apontam que os primeiros escravizados africanos no Rio Grande do Norte, vieram de Pernambuco para trabalho forçado nos engenhos de açúcar, e para servir na pecuária e nas lavouras de algodão no sertão. Na segunda metade do século XIX, foram também trazidos do Maranhão, desembarcados nos portos de Areia Branca e Macau, para trabalhos forçados nas salinas do litoral norte. Leia o texto na íntegra na Tribuna do Norte http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/o-pelourinho-e-a-escravida-o-no-rio-grande-do-norte/517695 Para ler este e outros escritos, acesse: gustavosobral.com.br
Reconstruir o Brasil é preciso Padre João Medeiros Filho A reconstrução é um processo normal, durante a vida humana, individual ou social. Mestres dos saberes esforçam-se por apontar uma dinâmica reconstrutiva eficaz. O Brasil, em diferentes momentos de sua história, passou por várias crises. Seu povo lutou pela democracia. No entanto, continua recebendo acenos totalitários, ora abscônditos, ora patentes, advindos de pessoas ou grupos que se jactam de discursos democráticos, embora sedentos de dominação. Adentrando na terceira década do milênio, interpela-se a consciência cidadã e cristã sobre a ingente necessidade de soerguimento da nação. A pandemia inscreveu no horizonte da cidadania a urgência de se repensar a sociedade. Governos teimam em não admitir, mas o flagelo pandêmico revelou a fragilidade (em alguns casos, falência) de vários setores, mormente da saúde e educação. Comprovou, no mínimo, uma deficiência crônica. “Saúde e educação de um povo não se improvisam”, afirmou Dr. Marcolino Candau, primeiro brasileiro a dirigir a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os desdobramentos pandêmicos com impactos econômicos e aumento da desigualdade social, acarretando desemprego e fome, clamam pela reformulação da pátria. Enquanto isso, o tempo precioso para debates e planejamentos está sendo desperdiçado por lideranças e autoridades com diatribes ou polêmicas ideológicas dispensáveis e lesivas. Convém lembrar o salmista: “Se o Senhor não edificar a casa, debalde trabalham os que a constroem” (Sl 127, 1). Análises científicas apontam uma crescente e perigosa deterioração da conjuntura sociopolítica, comprometendo a estrutura da sociedade. Seus alicerces foram abalados por desmandos administrativos, privilégios, demagogia, corrupção e ensaios ideológicos despropositados. Isso requer mais lucidez e serenas considerações dos cidadãos. Há anos, um parlamentar norte-rio-grandense comparou a política nacional com “uma moça volúvel, cujos familiares tentam mostrá-la recatada e virtuosa”. Será que mudou? Cresce em muitos o sentimento de intervenções prementes para evitar que se instale na sociedade a “abominação da desolação” (cf. Mt 24, 15; Dn 12, 11 e Dn 13, 14). Tal expressão bíblica define o caos a que chegou o povo hebreu prevaricador da Antiga Aliança. A história do Brasil, não obstante seus percalços e vicissitudes, merece respeito. A nação detém um relevante potencial humanístico para se reerguer. Entretanto, não deve se tornar refém de amadores, oportunistas e inescrupulosos, cujo objetivo precípuo é um projeto de poder e não uma nação equilibrada, harmônica e justa. A ferida política diagnosticada é preocupante. O país carece de uma visão moderna sobre gestão, que possa oferecer respostas adequadas e atualizadas. Percebem-se sérias degradações em vários setores das diferentes esferas públicas. É imprescindível um novo movimento civilizatório, em que se lute para deter a fragmentação da sociedade. Muitos preferem o axioma romano atribuído a Cesar: “Divide et impera”. O Brasil caracteriza-se por viver antecipadamente o clima de período eleitoral, sempre contaminado pelos mesmos vícios. Deste modo, reduz-se a indispensável discussão política a ideias de pessoas que queiram impingir esquemas obsoletos, perpetuando dinastias de privilégios e erros. Os brasileiros esperam dos líderes e dignitários não uma disputa medíocre e estéril – inflando o ego de alguns – mas uma ampla pauta dialogal civilizatória. Esta inclui necessariamente uma redobrada vigilância no linguajar, uso equilibrado e calcado na honestidade intelectual das redes sociais, tecnologias contemporâneas e mídia. As narrativas estão cada vez mais medíocres e falaciosas, impedindo avanços e clarividências. Convive-se com falas descarrilhadas, incompatíveis com os cargos ocupados, comprometendo a seriedade e a solidez das instituições. Muitos pronunciamentos geram mal-estar, acarretando polarizações, fortalecendo radicalismos, alimentando medos e desconfianças. Para reerguer o Brasil, convém investir em discursos e posturas esclarecedoras da verdade. Queira Deus venham posicionamentos capazes de ocasionar mudanças em função de novo ciclo civilizatório. Praza aos céus que efetivamente se respeitem dignidades e direitos, salvaguardando a pátria com políticas sensatas. Urge varrer cenários de vergonhosas injustiças e desigualdades sociais, bem como garantir a vigência de valores e princípios humanistas. Assim, poder-se-á recompor o Brasil. Ensina-nos a Sagrada Escritura: “Crescei e multiplicai-vos.” (Gn 9, 7). Isso não é apenas um indicativo de procriação ou demográfico. Há que se atentar também para o sentido metafórico: “crescei” em sabedoria, “multiplicai” o bem-estar dos filhos de Deus!
PARISOT, UM POTIGUAR NO MUNDO Diogenes da Cunha Lima O nosso Rio Grande é um estado densamente musical. Muitas cidades exibem bandas de música e conjuntos musicais. Temos excelentes compositores e intérpretes. A música é parte feliz do dia a dia dos potiguares. O natalense Aldo Parisot provou às Américas e à Europa a nobreza do violoncelo. Por seis décadas, como professor da Universidade Yale, Connecticut, formou gerações de músicos norte-americanos. Tive o privilégio de conhecê-lo. Tinha fama de generoso e mal-humorado. Ao contrário, encontrei um homem afável, vertical como o seu instrumento e, certamente, carismático. Por sua atuação musical, Parisot foi laureado pelas mais nobres instituições culturais, inclusive recebeu a Medalha da Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Foi solista, convidado com seu stradivarius de 1730, nas filarmônicas de Berlim, Nova Iorque e Londres, e nas sinfônicas de Viena, de Boston, de Chicago e de Los Angeles. No Brasil, Heitor Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Cláudio Santoro compuseram concertos para o violoncelo do músico potiguar. O maestro italiano Thomazzo Babini, que veio para o Rio de Janeiro como assistente de Villa-Lobos, incentivou Parisot. Natal ainda era uma pequena cidade quando encantou Babini. Aqui, formou músicos de escol, entre os quais o seu filho Ítalo Babini, o enteado Aldo Parisot, o maestro Mário Tavares e o pianista Oriano de Almeida. O menino Parisot, aos doze anos, apresentou, em Natal, com orquestra, um concerto de Haydn. Logo passou a ser reconhecido no Nordeste. Esse cidadão prodigioso é pouco lembrado na sua cidade natal, com exceção da Escola de Música da UFRN, dos estudos da pesquisadora Leide Câmara e das anotações do acadêmico Eider Furtado. Parisot recebeu uma única, mas definitiva homenagem, da Escola de Música da UFRN – “100 violoncelos para os 100 anos de Parisot” – sob a tutela do também ícone Fabio Presgrave, à frente do melhor conjunto de violoncelo do país. Lembrando que o reitor da UFRN, Daniel Diniz, doutor em Engenharia Mecânica, é violoncelista. O músico também se destacou como artista plástico. Um crítico norte-americano afirmou a excelência da sua pintura abstrata. Contudo, a pinacoteca do Rio Grande do Norte não possui nenhum dos seus quadros. Torço para que os norte-rio-grandenses, que valorizam a cultura e respeitam o nosso passado glorioso, lembrem e celebrem a memória desse grande artista que tanto elevou o nome do Estado.