03/03/2021
24/02/2021
23/02/2021
17/02/2021
ATRIBULAÇÕES DE UM PREGADOR
Valério Mesquita
Veja que beleza de narrativa do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 11.24-33:
“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui
açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma
noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios,
em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos
gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em
perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas
vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas
exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece,
que eu também não enfraqueça Quem se escandaliza, que eu me não abrase? Se
convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. O Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não
minto. Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da
cidade dos damascenos, para me prenderem. E fui descido num cesto por uma
janela da muralha e assim escapei das suas mãos”.
Sabe-se que toda a Bíblia, desde o Pentateuco, os cinco livros de
Moisés, até o Apocalipse de João, tudo foi inspirado pelo Espírito Santo. A
reflexão que ora faço constata que todos aqueles que escreveram a História
Sagrada passaram por provação. Principalmente, os escolhidos e convertidos
para a propagação da fé após a ressurreição de Jesus. Todos perseguiram
os cristãos: judeus, romanos, árabes, mulçumanos, comunistas, nazistas,
fascistas etc., etc. Mais adiante, no capítulo 12.10, o próprio Paulo ensina:
“Sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições,
nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte. O
meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Que belíssimo exemplo de humildade e
humanidade comum.
Por que essas deduções hoje? Ora, na modernidade do nosso tempo outras
perseguições contra o cristianismo se manifestaram através de muitos fatores.
Da parte da ciência (a tecnologia está mais a serviço do mal do que do bem), da
libidinagem pedagógica dos meios de comunicação (novelas, filmes, internet,
etc.), da liberalidade da pornografia, dos costumes (casamento entre
homossexuais), da negação da divindade de Jesus através de falsas alegações
arqueológicas na Terra Santa, da divulgação sistemática da malignidade,
modismos religiosos, a mornidão espiritual, a falta de amor pela violência, os
efeitos perniciosos do mundanismo na família e a educação materialista no seio da
infância e da juventude.
Esses são poderes diabólicos hodiernos que substituíram a espada, o
apedrejamento, a prisão, a crucificação, a deportação e a tortura de
antigamente. O cristianismo, os ditames bíblicos, são perseguidos pela inversão
e subversão dos valores morais e éticos. Não há mais regra, rumo nem prumo.
Tudo está se transformando em bandalheira. A maioria do povo não lê a Bíblia
para encontrar, compreender e evitar todos os malefícios. Uma leitura da
palavra de Jesus Cristo através dos quatro evangelistas ou dos Salmos de Davi,
números 1, 4, 6, 23, 30, 40, 91, 121, 140 e tantos outros, você se sentirá leve
e espiritualizado. “Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”, disse
Jesus em Mateus 11.30. Vale a pena. Muito mais do que os chatos iguais a Paulo
Coelho.
30/01/2021
Benditas sejam as equipes de saúde
Daladier Pessoa Cunha Lima Reitor do UNI-RN
Ao ver os dramas humanos, no decorrer da Covid-19, com ênfase para as cenas mais recentes vistas na cidade de Manaus, ecoam na minha mente e no meu coração as angústias vividas pelos doentes graves e por seus familiares. Afinal, nas minhas lides de médico, procurei sempre me ver no lugar do próprio doente, a fim de bem exercer a profissão. Quando eu era professor de medicina, em uma aula prática ao redor de um leito, um aluno cometeu um deslize ético. Ao final da aula, só com os alunos, fiz a devida orientação, na qual afirmei que o médico deve sempre tratar os seus pacientes como gostaria de ser tratado, ou um dos seus familiares mais queridos. Muitos anos depois, um jovem médico disse-me que jamais esqueceria aqueles conselhos. Assim, também ecoam em mim as agruras dos que integram as equipes da linha de frente do atendimento a esses pacientes graves, desde os das mais simples funções aos das mais complexas. Esses profissionais das equipes de saúde, principalmente os que atuam em hospitais, aprendem a lutar contra a morte e a angústia, dois eventos que, nessa pandemia, estão se tornando banais. Contudo, é só prestar atenção na face dessas pessoas para sentir os sofrimentos que lhes invadem a alma no dia a dia do trabalho. Sem contar com o estresse e o medo de se contaminarem com o Sars-CoV-2 e entrarem para o grupo dos que precisam receber as atenções e os cuidados dos colegas de profissão. Quantos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, paramédicos, maqueiros, profissionais outros da área da saúde morreram ou ficaram com sequelas graves, na luta para salvar vidas das garras dessa virose, ou para minorar a dor alheia, no estrito cumprimento do dever e movidos pelo sentimento de compaixão e de amor ao próximo. Lidar com a morte é sempre um tormento para todos os profissionais da área da saúde. Alguns estudantes dessa área largam o curso, quando não conseguem vencer os primeiros impactos desse encontro. A Covid 19 veio provar a importância desses profissionais nos serviços públicos e nos privados. Os confrontos políticos e ideológicos levados para a arena das batalhas contra a pandemia têm sido nefastos para o êxito que o povo brasileiro espera e precisa. Mas não há como negar a emoção de ver a imagem de uma mulher negra, Mônica Calazans, enfermeira que atua na linha de frente no combate à Covid 19, a primeira pessoa a receber a vacina no Brasil. Dessa forma, nada mais correto do que eleger esse grupo como o primeiro a se vacinar. Desde o século XVIII, com a varíola, o homem aprendeu que a única maneira de controlar as doenças epidêmicas é por meio de vacinas, e, desta feita, também será assim. Benditas sejam as pessoas que integram as equipes de saúde neste imenso Brasil, pela coragem e pelo amor à profissão, no afã de combater a Covid 19, terrível virose que tantos males tem causado aos seres humanos de todo o planeta. Texto publicado na Tribuna do Norte em 28/01/2021
Conheci Gastão Mariz de Faria em 1954, na rua Apodi, quando fui estudar em Natal. Era a casa de D. Paulina Mariz de Faria, sua mãe, amiga e vizinha de minha avó materna Sofia Curcio de Andrade. Alto, magro, gestos comedidos e corteses, foi um embaixador itinerante da fidalguia, reconhecido por gregos e troianos. Impôs uma marca registrada – a cordialidade, numa terra inflamada pelo radicalismo político durante muito tempo.Gastão desfrutava da amizade dos Alves, apesar de tudo, sem deixar de ser fiel ao tio Dinarte Mariz. Por isso, disseram sobre ele – "era uma das raras unanimidades da cidade". Exerceu a vereança em Natal, além de deputado estadual. Fui seu colega na Assembleia. Cadeiras vizinhas durante quatro anos. “Toda instituição é a sombra prolongada de um homem”, no dizer de Emerson. O Detran, reestruturado, reordenado, revivido, foi herança de Gastão. Sua obra administrativa, sua logomarca indissolúvel.O Gastão humano, fraterno, boêmio, fez-me lembrar uma tarde numa varanda diante do mar de Cotovelo. Chegou como que de repente, de assalto. Trazia consigo alguns amigos e várias canções. “A visão milagrosa do oceano beatifica o pecador solerte”. Ali estávamos nós, inspirados pelos bons uísques que entram mais na alma do que certos poemas e livros santos a cantar a vida, o mar, as ilusões. Nunca mais vou me esquecer Gastão, quando interpretou Orlando Silva, sem gaguejar, na letra foi compenetrado e dócil como o seu temperamento, e afinado e leal ao violão como a sua política. “Nada além, além de uma ilusão...”.Parnamirim era o seu time de futebol querido e a sua cachaça predileta. Muito se identificou com a terra e com a gente. Autor da lei da emancipação política do município, tinha pela cidade um amor filial. Está identificado com essa terra, nas suas entranhas, tanto quanto os velhos pioneiros e os primeiros líderes de Parnamirim.(*) Escritor