25/01/2021
20/01/2021
Tomislav R.
Femenick
– Historiador, mestre em economia com extensão em sociologia
No decurso do século XVIII, dois acontecimentos marcaram para sempre a
história da democracia. O primeiro foi a independência dos Estados Unidos, não
pela independência em si, mas pelo ideário que a norteou. Exemplo é o preâmbulo
da Constituição norte-americana, datada de 1787, que diz que seu objetivo é “formar uma União mais perfeita, estabelecer
a justiça, assegurar a tranquilidade interna”. Isso já é suficiente para
comprovar sua importância. Entretanto, há outro aspecto: ela dá relevância ao
poder legislativo, já no seu artigo primeiro.
O segundo fato foi a Revolução Francesa, de 1789, no
que pese os seus aspectos de barbárie, notadamente os guilhotinamentos em
massa, que mataram, inclusive, alguns revolucionários. Os objetivos iniciais da
revolta eram acabar com os privilégios; da aristocracia, dos senhores feudais e
da alta cúpula religiosa. Todavia houve um desvirtuamento, levado a efeito por
grupos radicais e por uma intensa luta intramuros pelo poder. Terminou
prevalecendo o legado de seu lema: “liberdade, igualdade e fraternidade”, em
uma sociedade de cidadãos livres. Há uma infinidade de estudos e livros sobre a
Revolução Francesa, todos terminando por nos levar à situação de respeito às
regras da boa política, na terra das luzes.
Já nos Estados Unidos a coisa não
foi bem assim. Embora a 14ª emenda (1868) da Constituição afirmasse que todos
os cidadãos eram iguais perante a lei, e a 15ª (1870), que o direito de voto “não poderá ser negado [...] por motivo de raça, cor ou de prévio estado
de servidão”, para que esses direitos fossem exercidos, foi preciso uma
guerra, a Guerra da Secessão, de 1861-1865, e muitas outras lutas
e mortes, inclusive a de Martin Luther King. O fato é que a sociedade americana
é complexa e de difícil compreensão.
Dentre muitos, dois grandes pensadores se debruçaram sobre a formação e
funcionamento daquele que hoje é o mais importante país do mundo, quer pelas
suas forças econômica e bélica ou (meio que incompreensível) por ser o esteio
da democracia. O primeiro foi o francês Alexis de Tocqueville, em seu magnifico
“A Democracia Americana”, de 1832. O
segundo foi o alemão Max Weber, em seu profundo estudo “A ética Protestante e o
Espírito do Capitalismo”, de 1904/1920. Entre
outros aspectos, ambas as obras pesquisam o sistema produtivo. O primeiro,
baseado na escravidão e sua resistência; o segundo, na força operária e suas
organizações sindicais. Em ambos há, também, uma abordagem subliminar, se não
direta, sobre as instituições política. Entretanto, o que esses pensadores
europeus visaram com seus estudos foi encontrar a base da sociedade
norte-americana, as pessoas. E encontraram a persistência, a tenacidade e o
destemor, não importando se o ponto de partida, as ideias que tenham dado
origem às ações, sejam certas ou erradas.
Exemplos há muitos. Abolida a escravidão,
permaneceu um sistema de segregação contra os negros. Os linchamentos de negros
aconteceram até meados do século passado. O remédio contra greves era a
polícia, o que aconteceu com a greve do dia 1º de maio de 1886 em Chicago, que
terminou com inúmeras mortes (dos trabalhadores, é claro). Não foi senão um
estado de violência mental que gerou o assassinato, de quatro presidentes – Abraham
Lincoln (1865), James Garfield (1881), William McKinley (1901) e John Kennedy
(1963). Em 1981, Ronald Reagan teve o pulmão perfurado por uma bala, mas
sobreviveu.
Agora ocorre um fato mais tresloucado:
o próprio presidente incitando o povo a invadir o Capitólio, o prédio do
parlamento, numa nova invasão bárbara. Nem um pensamento louco demais imaginaria
isso. Mas Donald Trump pensou.
O impressionante é que os Estados Unidos, durante
todo o tempo de sua existência, sempre foram considerados o sustentáculo da democracia
no mundo. Enfrentou a Alemanha Nazista e foi peça fundamental para a vitória dos
aliados; financiou e participou da recuperação do Japão e das nações europeias
afetadas pela guerra; enfrentou, também, a URSS durante a guerra fria; hoje se
contrapõe à China comunista.
Tribuna do Norte. Natal, 20 jan.
2021.
16/01/2021
DIA 15 DE JANEIRO DE 2021
GOVERNADORA FÁTIMA BEZERRA E O VICE-GOVERNADOR ANTENOR ROBERTO INAUGURAM MELHORAMENTOS NA PRAÇA PADRE JOÃO MARIA, JUNTAMENTE COM O PRESIDENTE ORMUZ BARBALHO SIMONETTI E ARMANDO HOLANDA, DO IHGRN.
DEUS AUSENTE
11/01/2021
Augusto Severo de Albuquerque Maranhão
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Augusto Severo de Albuquerque Maranhão | |
---|---|
Nascimento | 11 de janeiro de 1864 Macaíba |
Morte | 12 de maio de 1902 (38 anos) Paris |
Nacionalidade | brasileira |
Ocupação | político jornalista inventor aeronauta |
Augusto Severo de Albuquerque Maranhão (Macaíba, 11 de janeiro de 1864 — Paris, 12 de maio de 1902) foi um político e inventor brasileiro.
Biografia
Augusto Severo de Albuquerque Maranhão foi o oitavo dos quatorze filhos de Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão (1827-1896) e Feliciana Maria da Silva de Albuquerque Maranhão (1832-1893). Realizou seus estudos primários em Macaíba (RN), e os secundários no Colégio Abílio César Borges, em Salvador. Em 1880, viajou para o Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, e iniciou seus estudos de engenharia na Escola Politécnica.
Os primeiros projetos aeronáuticos
Motivado pelos trabalhos em aerostação do inventor paraense Júlio César Ribeiro de Souza, que apresentou um projeto de dirigível ao Instituto Politécnico Brasileiro em 1881, Severo passou a se interessar pelo voo, realizando observação de aves planadoras e construindo pequenos modelos de pipas, uma das quais denominou Albatroz. Em 1882, passou a lecionar matemática no Ginásio Norte Riograndense, de propriedade de seu irmão Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, acumulando a função de vice-diretor.[1] No ano seguinte o ginásio fechou e Severo dedicou-se ao comércio, primeiro como guarda-livros da empresa Guararapes e mais tarde, seguindo os conselhos do irmão Adelino, associou-se à firma A. Maranhão & Cia. Importadora e Exportadora até 1892. Em 1888, casou-se com a pernambucana Maria Amélia Teixeira de Araújo (1861-1896), com quem teve cinco filhos. No ano seguinte, passou a escrever artigos para o jornal A República, antimonárquico, do irmão Pedro Velho, e projetou um dirigível que incorporava ideias revolucionárias, o Potyguarania, o qual, porém, nunca chegou a ser construído.
Política
Em 1892 Augusto Severo abandonou de vez a carreira comercial para dedicar-se à política, onde lhe estava reservado o mais honroso papel. Eleito deputado ao Congresso constituinte que organizou o Estado, teve, em 1893, de preencher a vaga aberta na Câmara dos Deputados Federais pela eleição do Dr. Pedro Velho para o cargo de governador do Estado do Rio Grande do Norte. A passagem de Augusto Severo pelo parlamento brasileiro ficou assinalada por projetos que viraram leis no país, por trabalhos nas comissões de orçamento, de tarifas e de marinha, sobretudo nesta, onde revelou tais conhecimentos náuticos que chegava muitas vezes a ser apontado para o cargo de ministro da marinha, com o aplauso dessa força. Defendeu projetos relativos ao saneamento público, de assistência à infância e de proteção aos operários dos arsenais.[2]
O dirigível Bartholomeu de Gusmão
Em outubro de 1892, ouvida a opinião favorável de abalizados professores da Escola Politécnica, concedeu o Governo um auxílio pecuniário para que Augusto Severo de Albuquerque Maranhão pudesse mandar fazer na Europa um aeróstato dirigível de sua invenção que incorporava as ideias que havia desenvolvido anteriormente. A esse aeróstato deu o nome de Bartholomeu de Gusmão, em homenagem ao inventor luso-brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão, que apresentou em 1709, diante da corte portuguesa, um pequeno balão de ar quente batizado Passarola. O dirigível Bartolomeu de Gusmão introduzia um conceito novo. Era um aparelho semirrígido, em que o grupo propulsor estava integrado ao invólucro através de uma complexa estrutura trapeizodal em treliça. O invólucro foi encomendado à Casa Lachambre, a principal firma de Paris especializada na construção de balões e, de propriedade de Henri Lachambre. Numa carta escrita da França e datada de 5 de dezembro de 1892, Maranhão explicou os princípios da aeronave:
Estabeleceu como princípio a ciência que a navegação aérea dependia da possibilidade de se obter a justaposição dos centros de tração e resistência. Com efeito, produz esta justaposição uma diminuição considerável de resistência e faz desaparecerem as rotações perturbadoras do movimento do aeróstato, rotações que se dão quando a força propulsiva não se acha colocada sobre a resultante das resistências desenvolvidas. Ora, foi essa justaposição que consegui obter no meu aeróstato. As características do meu invento, denominado 'Sistema Potiguarânia', são estas: 1ª. Os meios empregados para fazer coincidir a força de propulsão com a resultante das resistências, pela combinação de um aeróstato, de forma ovoide, e de uma carcaça sólida, de metal ou de qualquer outra matéria, cuja haste superior se vá apoiar no fundo de um bolso, feito em todo o comprimento do aeróstato, e que sustenta, de um lado a hélice, e posto no prolongamento da referida haste, e do outro a barquinha e os demais órgãos. 2ª. A disposição especial do leme, também sustentado pela carcaça sólida, e formado de duas asas que, na ocasião da subida do aeróstato, ficam verticalmente para não dificultarem a ascensão. Estou inteiramente convencido de que governarei o meu Bartholomeu Dias [sic] com uma velocidade de 15 a 20 m/s, podendo aumentá-la até 50 m/s. O meu sistema já está privilegiado em França. Conto chegar ao Rio em fevereiro para fazer aí a primeira experiência pública do meu invento.[3] |
O balão, de cerca de 2.000 m3, medindo 60 m de comprimento, chegou ao Brasil em março de 1893]. A estrutura em treliça, inicialmente projetada para ser executada em alumínio, foi construída no campo de tiro de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, assim como a montagem de uma usina para a produção de hidrogênio. A falta do material previsto para construção da estrutura fez com que Severo alterasse o projeto, construindo a parte rígida do aparelho em bambu. Tratava-se de uma estrutura complexa que deveria suportar o motor elétrico com as baterias e os tripulantes e, além disso, apresentar resistência suficiente para aguentar os esforços durante o voo.
Só em 1894 o Bartholomeu de Gusmão realizou as primeiras ascensões ainda como balão cativo e mostrou-se estável e equilibrado, demonstrando que a concepção proposta por Severo era adequada para o voo. A introdução de uma estrutura semirrígida integrada ao balão permitia que a hélice propulsora ficasse alinhada ao eixo longitudinal do invólucro, evitando assim que o aparelho apresentasse uma tendência de levantar a frente quando o motor fosse acionado. O problema, conhecido como tangagem, comprometia o equilíbrio e reduzia substancialmente a velocidade. Mas antes de o dirigível ser testado livre das amarras, uma tempestade destruiu o hangar e a aeronave.
Novos inventos
Em 19 de abril de 1896, no Rio de Janeiro, Augusto Severo pediu patente para um “turbo-motor com expansões múltiplas e continuadas”, concedida no dia seguinte, às 12h40min (n 2.940). Em 20 de outubro desse ano sua mulher faleceu, após o que Augusto Severo iniciou um relacionamento amoroso com Natália de Siqueira Cossini, de origem italiana, com a qual teria dois filhos. Em 27 de julho de 1899, no Rio de Janeiro, Severo patenteou um novo balão dirigível, o Paz (posteriormente o nome foi latinizado para "Pax"), e em 23 de julho de 1901, uma "máquina a vapor rotativa e reversível", com a qual os navios poderiam atingir velocidades maiores.
O dirigível Pax
Em fins de 1901, Severo licenciou-se da Câmara para viajar para a França e aí se dedicar à construção de um novo semirrígido, o Pax, inflado a hidrogênio. Ele queria concorrer ao Prêmio Deutsch, que premiaria com 100.000 francos aquele que fizesse um voo comprovadamente dirigido. O novo aparelho não tinha leme de direção e usava ao todo sete hélices: uma na popa, outra na proa, outra na barquinha e quatro laterais. Severo pretendia usar motores elétricos, mas a falta de recursos e de tempo fez com que ele optasse por dois motores a petróleo tipo Buchet, um com 24 cv e o outro com 16 cv. O invólucro tinha a capacidade de 2.500m3, com 30 m de comprimento e 12 no maior diâmetro. Os ensaios foram realizados nos dias 4 e 7 de maio de 1902, com sucesso.
Morte
No dia 12 de maio de 1902, tendo como mecânico de bordo o francês Georges Saché, o Pax decolou às 5h30, saindo da estação de Vaugirard, Paris. Elevou-se rapidamente, atingindo cerca de 400 m. Cerca de dez minutos após o início do voo, o Pax explodiu violentamente, projetando os dois tripulantes para o solo. Severo e Saché morreram na queda. Os restos do dirigível caíram na Avenida du Maine. A catástrofe do Pax teve um impacto enorme. Natália, que assistiu à queda, não se recuperou e, após retornar ao Brasil, suicidou-se com um tiro no coração em 23 de junho de 1908, aos 30 anos de idade.[4] A configuração proposta por Severo, de um dirigível semirrígido, foi revolucionária e influenciou o desenvolvimento dos dirigíveis nas décadas seguintes.
Homenagens
Em 12 maio de 1902, duas ruas em Paris, próximas ao local do acidente, foram nomeadas Rue Severo e Rue Georges Saché, em homenagem aos aeronautas acidentados. Naquele mesmo ano, o cineasta Georges Méliès dirigiu o curta-metragem La Catastrophe du ballon "Le Pax" sobre o acidente.[5]
Uma placa de mármore no nº 81 da Avenue du Maine, em Paris, celebra hoje o local do acidente de Augusto Severo.[6]
O aeroporto de Parnamirim (Rio Grande do Norte), foi batizado como Aeroporto Internacional Augusto Severo em sua homenagem.
Existe, desde 1904, uma praça que leva o seu nome, A Praça Augusto Severo está localizada no bairro da Ribeira em Natal.
Em 1903, o Deputado Luís Pereira Tito Jácome mudou o nome do município de Campo Grande para Augusto Severo, o nome Augusto Severo permaneceu até 1991 quando o município voltou ao seu nome original.
Desde 1909 existe a Escola Estadual Augusto Severo na cidade do Natal, no bairro de Petrópolis. A escola foi pioneira no Ensino de Surdos no Rio Grande do Norte.
Em 1913 a praça Augusto Severo ganhou uma estátua de bronze de Augusto Severo, que foi inaugurada no dia de sua morte.
Em Natal perto da praça que leva o seu nome existiu o Grupo Escolar Augusto Severo,[7] inaugurado em 1908. Entre 1956 e 1974, este espaço também funcionou a Faculdade de Direito de Natal. Hoje em reforma o prédio irá se torna o Centro dos Direitos Humanos e o Museu do Advogado do RN
Em 1936 foi homenageado com a Honra de ser o Patrono da cadeira número 4 da Academia Norte-Riograndense de Letras .
Referências
07/01/2021
ONDE ESTÃO OS DISCOS VOADORES?
imagem da internet
Uma visita à
Casa de Pedra do Pium
Por: Carlos
Roberto de Miranda Gomes,
Membro do IHGRN/ANRL/AML/ALEJURN
Aproveitando o veraneio em Cotovelo fizemos uma visita a um local
histórico de Pium – A Casa de Pedra construída pelos franceses para depósito de
pau Brasil em 1570, depois incorporada ao acervo do francês João Lostão Navarro
que a transformou em depósito de mercadorias, conforme Carta de Data nº15, de
1º de março de 1601, concedida por João Rodrigues Colaço, acrescentada a outras
sesmarias que o mesmo já possuía, onde teve morada de 1603 a 1645. Essa
construção recebeu outras denominações como Porto de Búzios, Casa Forte de
Pirangi e Casa da Praia do Porto Corado (ao tempo da Companhia das Índias
Ocidentais – invasão dos holandeses).
Esse monumento arquitetônico, com cerca de 338m2 tem enorme importância
histórica por ter sido das mais antigas construções em alvenaria do Brasil,
utilizada como armazém e forte, onde Lostão dava proteção aos cristãos
perseguidos por Jacob Rabi, em decorrência do que foi preso na Fortaleza dos
Reis Magos e de lá levado para Uruaçu onde foi trucidado juntamente com outros
cristãos católicos, sendo declarado mártir da Igreja, sendo meu parente por
parte de mãe, segundo pesquisa em meu poder.
De lamentar o absurdo descaso do Município de Nísia Floresta por essa
construção secular da engenharia brasileira, pois o acesso é um risco -
verdadeira aventura pela sua irregularidade e dimensão do acesso que comporta
somente uma viatura – verdadeiro caminho só para animais.
É preciso que os órgãos de turismo acrescentem a Casa de Pedra de Pium em
uma de suas atrações turística da região, fazendo um caminho que permita fácil
acesso e atraia a população e visitantes para tão belo lugar, de onde se avista
os limites marítimos entre a curca de Pirangi à de Ponta Negra – rota dos
holandeses.
Este meu comentário não significa uma simples crônica, mas um verdadeiro
Memorial para pedir o reconhecimento desse lugar extraordinário como de
importância histórica singular.
Conclamo as populações de Nísia Floresta e Parnamirim, a PROMOVEC e
outras entidades interessadas no resguardo da história, particularmente a
Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Norte, o Conselho Estadual de
Cultura e o Instituto Histórico e Geográfico do RN para tomarem uma providência
definitiva e urgente sobre essa histórica Construção.
Enquanto isso não acontece solicito a atenção dos moradores e veranistas
de Cotovelo e Pium para visitarem esse monumento histórico.